Política

ENGANOSO

Fala de Lula é tirada de contexto para sugerir deboche de quem crê na promessa de comer picanha

Na verdade, Lula ria de quem duvida que ele possa cumprir a promessa

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É enganoso dizer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) debochou de eleitores que acreditaram na promessa de que comerão picanha caso ele seja eleito presidente da República. Trecho divulgado nas redes sociais foi retirado de contexto. Na verdade, Lula ria de quem duvida que ele possa cumprir a promessa.

  • Conteúdo investigadoVídeo que circula em diversas plataformas traz fala de Lula sobre sua promessa de permitir que brasileiros comprem picanha. O conteúdo traz uma legenda que dá a entender que Lula está debochando dos eleitores.
  • Onde foi publicado: Kwai, TikTok, Youtube e Twitter.
  • Conclusão do Comprova: É enganoso que o ex-presidente Lula (PT) tenha debochado de quem acredita em sua promessa de que o povo voltará a comer picanha caso ele seja eleito presidente da República. O vídeo que viralizou é só um trecho de um discurso que Lula fez durante ato de campanha, realizado em outubro, em São Paulo.

No vídeo completo, é possível perceber que, ao dizer “e eu ainda estou prometendo que o povo vai comer picanha?”, o petista falava sobre os avanços na capacidade produtiva do agronegócio brasileiro ao se investir em tecnologia e, por isso, ironizava aqueles que duvidam que seja possível cumprir a promessa.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

  • Alcance da publicação: Até a publicação desta verificação, as postagens compartilhadas obtiveram um total de 223.600 visualizações, contabilizando Twitter, Kwai, Youtube e TikTok.
  • O que diz o responsável pela publicação: O responsável pela publicação foi procurado pelo Kwai e pelo Instagram, mas até a publicação desta verificação não tinha respondido.
  • Como verificamos: A reportagem procurou o conteúdo original no canal do Youtube oficial de Lula e encontrou um vídeo de 01:32:35 de duração, em que o presidenciável recebe apoio de personalidades da sociedade civil e destaca seus principais compromissos com a população, caso seja eleito, discursando sobre meio ambiente, geração de empregos e agronegócio.

Em seguida, entramos em contato com a assessoria de imprensa de Lula e tentamos contato com o responsável pela publicação.

Fala foi retirada de contexto  

O vídeo alvo dessa verificação usa um trecho recortado de uma fala maior do ex-presidente Lula. Na ocasião, o petista discursava para apoiadores durante encontro, em São Paulo, com nomes de destaque nas áreas de economia, educação, meio ambiente, entre outros setores, além de lideranças políticas, empresários e jornalistas. O evento ocorreu em 10 de outubro e foi transmitido pelas redes sociais de Lula.

Em sua fala, ele destacou que o Brasil tem grande capacidade de produção no agronegócio devido à alta tecnologia empregada e que, hoje, o país produz muito mais do que antigamente.

“Hoje, a gente está exportando muita tecnologia no grão de soja, muita engenharia genética numa carne de frango, numa carne de porco. Não é fácil. A gente demorava 90 dias para matar um franguinho, hoje mata com 35 dias, demorava 48 meses para matar um boi, hoje você mata com 15 meses, 18 meses”, afirmou.

Foi na sequência dessa colocação que Lula disse, rindo: “E eu ainda estou prometendo que o povo vai comer picanha?”. Com os risos do candidato, os outros presentes na mesa, entre eles o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também riem.

Procurada pelo Comprova, a assessoria de Lula disse que o vídeo que circula nas redes retira de contexto a fala do ex-presidente. A equipe afirma que o petista ria por bom humor, já que em seu governo “muito mais gente vai comer picanha”.

“O presidente falava do agronegócio e que ia ter que produzir ainda mais, com mais tecnologia, porque no seu governo muito mais gente vai comer picanha. Era bom humor, nada de deboche. (O presidente Jair) Bolsonaro está com medo de perder a eleição, por isso seus seguidores estão insistindo em fake news”, diz nota enviada ao Comprova.

Lula prometeu picanha e é criticado por Bolsonaro 

O ex-presidente tem usado o exemplo da picanha para prometer que a qualidade de vida da população irá melhorar em um eventual governo sob seu comando. Em agosto, na sabatina do Jornal Nacional, da TV Globo, Lula disse que a economia irá voltar a crescer e os brasileiros poderão fazer muito churrasco. “O povo tem que voltar a comer churrasquinho, comer uma picanha e tomar uma cervejinha”, afirmou.

A promessa tem sido colocada à prova por Bolsonaro, candidato à reeleição. Neste mês, ele disse que Lula pensa que o “povo é idiota”.

  • Por que investigamos: O Comprova investiga conteúdos suspeitos sobre a pandemia, políticas públicas do governo federal e as eleições presidenciais que viralizam nas redes sociais. Publicações falsas ou enganosas envolvendo candidatos à Presidência, como no vídeo aqui verificado, podem induzir a interpretações equivocadas da realidade e influenciar eleitores no momento da votação. Os cidadãos têm direito de basear suas escolhas em informações verdadeiras e confiáveis.
  • Outras checagens sobre o tema: Em verificações anteriores que citam Lula, o Comprova mostrou que é falso que a sigla em boné usado pelo presidenciável tem relação com facção criminosa; que são montagens as reproduções do Twitter e do G1 que atribuem ao petista declarações sobre desarmamento e que vídeo engana ao dizer que ele pode perder candidatura por conta da Lava Jato.

 

TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

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À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

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POLÍTICA

Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

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