Política

Eleições 2022

Família Trad dividida: Fabio declara apoio à Lula; Nelsinho e Marquinhos a Bolsonaro

Nesta sexta-feira, como presidente do PSD, Nelsinho declarou que o partido irá respeitar as divergências e liberar as bancadas

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Nelsinho Trad, Senador da República e presidente regional do Partido Social Democrático (PSD), anunciou nesta sexta-feira (7), durante uma coletiva de imprensa realizada no Diretório do partido, que todos os membros estão livres para apoiar os candidatos que preferirem.


“Teve uma reunião tensa, uma reunião com argumentos fortes, de ambos os lados, mas eu, na condição de presidente, tenho que saber administrar isso, dar voz para todo mundo e extrair o que eu entendo que é mais importante, não só para o partido, mas para Mato Grosso do Sul”, explicou.


Decisão acompanha a da direção nacional, que também optou por liberar as bancadas.


Em relação à presidência, no PSD de Mato Grosso do Sul, a maioria escolheu apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro.

 

Ainda durante a coletiva, Nelsinho Trad declarou seu apoio para Eduardo Riedel (PSDB), por considerar o candidato o mais preparado.


“Observando todas as questões que aconteceram com a nossa capital, entendo ser prudente, racional, a eleição de alguém com mais preparo para gerir os destinos de Mato Grosso do Sul”, pontuou.


Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) chegaram a procurar pelo Senador para pedir apoio.


“Eu tenho uma boa interlocução tanto com o governador Reinaldo Azambuja, quanto com o Capitão Contar. Conversei com a esposa dele (Contar), a deputada suplente Iara, e manifestei para ela que ia ser muito difícil a minha opção pelo ‘capitão de cá’, que eu iria apoiar o ‘capitão de lá’. Em Mato Grosso do Sul, eu vou de Riedel”, concluiu.

 

Divergências na família Trad


Após o apoio de Nelsinho Trad a Riedel e Bolsonaro, Marquinhos Trad falou com a imprensa sobre suas preferências para o 2º turno. O ex-prefeito optou por Contar e Bolsonaro. 


“Para o Mato Grosso do Sul, que é contrário ao aumento de impostos, que não suporta mais o ICMS antecipado, que tem uma população de mais de 1,2 milhão de pessoas vivendo na linha da miserabilidade, onde o IPVA aumentou 40%, onde os escândalos aumentam cada vez mais, quem me representa na verdadeira mudança é o Contar”.


Para a presidência, a justificativa para a escolha de Bolsonaro foi: “é porque eu não gosto de corrupção”.


Já Fábio Trad, deputado federal, declarou que irá anular seu voto para governador. Segundo ele, o voto não poderá ser de Capitão Contar, devido à extrema direita, e também não irá para Eduardo Riedel, já que ele faz parte da “direita postiça” - como Fábio intitulou -, seguindo qualquer um que o dê apoio.


Para a presidência, Fábio acredita que a melhor escolha seja o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

estratégia

Com fusão descartada, Kassab voltará à carga para tirar Riedel do ninho tucano

Ele já tirou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, do PSDB e também quer o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite

15/03/2025 08h30

Kassab recebeu Riedel em março do ano passado em São Paulo

Kassab recebeu Riedel em março do ano passado em São Paulo Foto: Reprodução

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Com a possibilidade de fusão praticamente descartada por parte das lideranças nacionais do PSDB, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, já avisou que pretende voltar à carga para tirar o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, do ninho tucano, assim como fez com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e que também pretende fazer com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

O Correio do Estado apurou com lideranças do PSD no Estado e confirmou que Kassab vem com tudo para tentar “seduzir” Riedel e convencê-lo a trocar de partido para tentar a reeleição ao cargo de governador de MS nas eleições gerais do anoque vem. 

Em março do ano passado, durante reunião no apartamento do presidente nacional do PSD, em São Paulo (SP), quando o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, assinou a ficha de filiação, Riedel já tinha sido convidado para fazer o mesmo.

Mais recentemente, no dia 8 do mês passado, Kassab veio a Campo Grande especialmente para se encontrar com Riedel e com o presidente do PSDB no Estado, o ex-governador Reinaldo Azambuja. Na época, a pauta da reunião foi a incorporação do partido tucano pelo PSD, já de olho nas eleições gerais do ano que vem.

No entanto, como a incorporação pelo PSD resultaria na extinção do PSDB enquanto sigla, as lideranças nacionais tucanas, tendo à frente o deputado federal Aécio Neves (MG), posicionaram-se contra, e o presidente nacional da legenda, Marconi Perillo, descartou essa possibilidade.

A medida caiu como um balde de água fria nos planos de Riedel e Azambuja, que também sairá candidato em 2026, mas ao Senado, pois ambos contavam com a probabilidade de incorporação pelo PSD, de olho no Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o famoso Fundo Eleitoral, para as suas respectivas campanhas eleitorais no pleito do ano que vem.

Porém, a reviravolta não desanimou Kassab, que manteve o interesse nos governadores tucanos. Na segunda-feira, em Recife (PE), abonou a ficha de filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e, na mesma cerimônia, avisou que tentará ampliar ainda mais os estados governados por seu partido – atualmente já são três – e investirá nas filiações dos tucanos Eduardo Riedel e Eduardo Leite. 

Com relação a Riedel, Kassab compete com o PL e o PP, pois os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Tereza Cristina (PP), que foi eleita em 2022 na mesma chapa do governador, tentam convencê-lo a embarcar na legenda.

Procurado pelo Correio do Estado, Riedel disse que só decide seu futuro político depois que o PSDB nacional definir qual caminho tomará. Quanto ao assédio das demais legendas para que deixe o ninho tucano, ele considera legítimo.

“O presidente Marconi Perillo deu prazo até o fim deste mês para definir essa questão. No momento, estamos em franco processo de conversa e é natural que diferentes partidos demonstrem interesse em uma aliança. Internamente, no PSDB, não tem absolutamente nada definido, mas acredito que é um processo que deve ir amadurecendo nos próximos dias”, declarou.

ALGOZ TUCANO

O PSD foi responsável por uma debandada do partido do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, principalmente em São Paulo, berço dos tucanos. Kassab integra o secretariado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e, além disso, já há um acerto com o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, que será filiado em um evento em São Paulo. 

A fundação do partido, Espaço Democrático, passará a ser comandada por ele. Há a intenção de que Hartung seja um dos nomes para 2026 ao Senado ou ao governo. Em outra frente, o partido tenta ampliar sua participação na Esplanada dos Ministérios, seja com mais uma pasta, seja trocando o comando da Pesca e Aquicultura por um espaço mais robusto, com mais orçamento e capilaridade. 

Há expectativa entre aliados de uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nos próximos dias. O espaço mais citado é o Ministério de Indústria e Comércio, ocupado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin. 

O senador mineiro também é lembrado para as pastas de Justiça e Ciência e Tecnologia. O PSD foi o partido que elegeu mais prefeitos na eleição do ano passado, desbancado o MDB, o que deu à sigla mais força para a busca de novos filiados. Foram 877 prefeituras contra 832 do MDB.

Esse poderio que o PSD vem alcançando deve influenciar diretamente nas decisões que as siglas de direita e esquerda devem tomar para as eleições de 2026. O partido tem hoje o pé nas duas canoas e a possibilidade de lançar um candidato ao Planalto, tendo o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), como o principal cotado até agora. 

“Queremos participar das eleições presidenciais com uma candidatura própria, respeitando, diante das circunstâncias da política brasileira, aqueles que não poderão acompanhá-la, seja de um campo, seja de outro. E eu acredito que o PSD, encerradas as eleições, sairá maior”, disse Kassab ao jornal O Globo.

Apesar de estar no governo Lula com três pastas (Agricultura, Pesca e Minas e Energia), o PSD tem laços com o bolsonarismo e, principalmente, com Tarcísio de Freitas, que é, até o momento, uma das principais apostas da direita para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

A força que Kassab conseguir deverá dar a ele margem de manobra para se posicionar na disputa presidencial. Além das prefeituras e dos governos, o partido terá lugar de destaque no Congresso Nacional neste ano com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, com Otto Alencar (PSD-BA).

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Política

Ex-deputado federal, Fábio Trad recebe convite para se filiar ao PT

Advogado disse estar honrado e focado na advocacia e docência, mas que irá avaliar o convite

14/03/2025 16h43

Ex-deputado federal Fábio Trad recebeu convite para se filiar ao PT

Ex-deputado federal Fábio Trad recebeu convite para se filiar ao PT Arquivo

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O ex-deputado federal Fábio Trad foi convidado a se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT), tanto pelo diretório regional quanto nacional da sigla.

Ao Correio do Estado, Trad disse que se sentiu honrado pelo convite e irá avaliar, mas que atualmente está focado na advocacia e na docência.

Reportagem do Correio do Estado de março do ano passado já apontava que o ex-parlamentar era o grande objeto de desejo do PT nesta temporada.

Nas últimas eleições presidenciais, Fábio Trad declarou apoio a Lula e também já se posicionou a favor de pautas mais progressistas, além de criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que lhe rendeu hostilização em um voo, por parte de apoiadores do ex-presidentes.

Para governador, o ex-deputado anulou o voto, pois não queria escolher entre Capitão Contar, devido a ser da extrema-direita, e nem Eduardo Riedel (eleito), por ser da "direita postiça".

Esses posicionamentos, dentre outros, além de ter feito da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, ajudaram Fábio Trad a ser "alvo" do PT.

Ex-deputado

Natural de Campo Grande, Fábio Trad é advogado e professor universitário, já tendo sido presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso do Sul (OAB-MS);

Ele foi deputado federal pelo MDB de 2011 a 2015, depois foi deputado federal pelo MDB de 2015 a 2019 e deputado federal pelo PSD de 2019 a  2023.

Em 2024, se candidatou a reeleição pelo PSD, mas não foi eleito.

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