Política

NOVA GESTÃO

Fernando Haddad anuncia secretários de Tesouro, Política Econômica, Receita e Reformas

Dois dos secretários anunciados já trabalharam anteriormente com o ministro

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O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quinta-feira (22) quatro secretários de sua pasta. Dois deles já trabalharam com o petista quando ele foi prefeito de São Paulo (2013-2016).

No comando do Tesouro Nacional estará Rogério Ceron; na Secretaria de Política Econômica (SPE). Guilherme Mello; na Receita Federal, Robinson Barreirinhas; e na Secretaria das Reformas Econômicas, Marcos Barbosa Pinto, conforme antecipado pela coluna Painel, da Folha.

"Pessoas testadas, aprovadas, respeitáveis como servidores públicos, colaboradores eventuais, com passagem pelo setor público e resultados muito palpáveis. Uma equipe jovem, que, apesar de jovem, já passou por testes de estresse significativos e vão poder dar grande colaboração", afirmou Haddad.

Os nomes da pasta econômica foram anunciados pelo futuro ministro no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede do governo de transição, em Brasília.

Barreirinhas é advogado e foi Secretário de Assuntos Jurídicos da cidade de São Paulo. Terá papel fundamental nas discussões da reforma tributária -uma das promessas de campanha de Lula que Haddad levará adiante.

Sua missão será aliviar o peso do imposto para quem ganha menos e apertar a cobrança sobre os mais ricos. Lula prometeu isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

Escolhido para chefiar a Receita Federal, Barreirinhas não é auditor fiscal. Em contrapartida, Haddad disse ter acertado com o futuro secretário que sua equipe seja composta por funcionários de carreira.

"Já combinei com ele que os adjuntos serão de carreira de auditor e ele tem mandato meu para reorganizar essa carreira. Vamos enfrentar problemas que vêm sendo postergados ao longo dos anos, inclusive a questão do bônus, quero fazer uma integração com os procuradores e auditores" afirmou.

"Nós precisamos somar forças para tirar o país dessa situação em que ele se encontra, para abrir espaço para investimento, para garantir um horizonte de sustentabilidade financeira do país. Tenho certeza de que a contribuição do Barreirinhas será inestimável para essa tarefa", continuou.

Em nota, o Sindifisco Nacional demonstrou preocupação com a nomeação de Barreirinhas, "uma pessoa de fora da carreira de auditor fiscal".

"Um secretário sem familiaridade com as estruturas internas corre o risco de manter intactas as formas de gestão atuais, que tantos problemas já produziram, dentre os quais, um profundo sentimento de desmotivação nos seus quadros funcionais", afirmou.

No Tesouro, Ceron será responsável pelo controle do caixa da União. Ele é auditor de carreira e, recentemente, se despediu da presidência da SP Parcerias, órgão de concessões e PPPs (parcerias público-privadas) do governo paulista.

Foi Secretário de Finanças da prefeitura paulista, sucedendo a Marcos Cruz. Próximo ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, o atual secretário da Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, chegou a ser cotado para o cargo do Tesouro, mas perdeu força diante da ideia de Haddad de ter secretários com os quais já trabalhou.

À frente da Secretaria de Reformas Econômicas, antes Secretaria de Acompanhamento Econômico, estará Marcos Barbosa Pinto, que foi diretor da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e sócio do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, na Gávea Investimentos.

Haddad e Barbosa Pinto trabalharam juntos no Ministério do Planejamento no primeiro mandato de Lula.

Em 2019, ele foi o pivô da demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES, após receber a indicação para ocupar uma diretoria do banco -o que irritou Bolsonaro devido à ligação dele com o PT. Ambos acabaram deixando o governo.

À época, Haddad postou em suas redes sociais elogios ao Executivo. "Me assessorou na formação de dois projetos de lei: Prouni e PPP. Sua contribuição técnica foi inestimável para o sucesso destas iniciativas. Bozo não conseguiria conviver com tanto talento".

Futuro secretário de Política Econômica, Guilherme Mello foi o economista responsável pelo plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha eleitoral. O coordenador do programa de pós-graduação em desenvolvimento econômico da Unicamp (Universidade de Campinas) também fez parte da equipe econômica de transição de governo.

Ao anunciar o nome de Mello, Haddad destacou a colaboração do futuro secretário na definição dos subsídios técnicos que nortearam a negociação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Gastança, aprovada na quarta-feira (22).

A PEC expande o teto de gastos -regra que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior- por um ano para o cumprimento de promessas do presidente eleito. Além de aliviar a pressão sobre o Orçamento, o texto facilita o caminho para a revisão do arcabouço fiscal.

"Guilherme teve um papel decisivo em elaborar os argumentos que fossem os mais sólidos para nortear as negociações que acabei estabelecendo, em nome da equipe econômica, para o sucesso no convencimento de quase 370 parlamentares do caminho a seguir no que diz respeito à mudança de regime", afirmou.

O futuro secretário de Assuntos Internacionais deve ser anunciado na próxima semana. Esse time será coordenado pelo ex-presidente do Banco Fator, Gabriel Galípolo, anunciado secretário-executivo da pasta na semana passada.

Além de seu braço direito no ministério, Haddad também já escolheu Bernard Appy para a secretaria especial da reforma tributária e Anelize Lenzi Ruas para a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Essas secretarias são o carro-chefe do ministério na definição e condução da política econômica e, na avaliação de analistas de mercado, a escolha dos nomes reflete a disposição de Haddad em buscar na sua experiência à frente da prefeitura paulistana modelos de gestão para o ministério.

Haddad deixou a prefeitura sob críticas de João Doria, que o acusou de ter gastado demais e deixado o caixa sem recursos. O petista, no entanto, se defendeu dizendo que foi o responsável pelo maior volume de investimentos na cidade em três décadas e por ter conseguido o grau de investimento dado pela agência Fitch Ratings.

O futuro ministro já disse que dará prioridade a reformas, especialmente a tributária, e que vai trabalhar na proposta de uma nova âncora fiscal, um mecanismo de controle de gastos para evitar o crescimento desenfreado da dívida pública como proporção do PIB.

A indefinição causou turbulência no mercado e os investidores ainda aguardam essa definição para definir se deixam seus recursos aplicados no país. Para eles, o arcabouço fiscal dará os rumos da política econômica: se o governo Lula 3 aumentará demais os gastos sem controle do endividamento.

De acordo com Haddad, os nomes para a presidência da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil "estão mais adiantados". O futuro ministro da Fazenda disse ainda que iniciará as conversas com o presidente eleito Lula sobre as escolhas para o Basa (Banco da Amazônia) e para o BNB (Banco do Nordeste).

cnh social

Gordinho do Bolsonaro vota com Lula e petistas de MS, contra

Rodolfo Nogueira (PL) foi o único parlamentar de MS a votar pela manutenção do veto à obrigatoriedade de exame toxicológico para emissão de CNH

06/12/2025 15h00

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

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Da bancada federal sul-mato-grossense, apenas o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), o Gordinho do Bolsonaro, votou na última quinta-feira (04) contra a exigência do exame toxicológico para quem for tirar a primeira habilitação de carro e de moto.

 Os demais parlamentares do estado foram a favor da derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lei 15.153/25, da CNH social. 

Quando criou o projeto da CNH social, que visava utilizar o dinheiro arrecadado pelas multas de trânsito para custear o processo de habilitação de pessoas de baixa renda, o presidente Lula vetou o exame toxicológico para as categorias de carro e moto.

Na época, o argumento era que aumentaria o preço para tirar a primeira habilitação, indo na contramão do que propunha a CNH Social.

Com a derrubada do veto, o exame toxicológico que já era obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, que dirigem veículos de carga e transporte coletivo, agora passa a ser exigido para todas as categorias. 

Votaram pela derrubada do veto ( a favor do exame) os deputados federais sul-mato-grossenses Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Dr. Luiz Ovando (PP), Geraldo Resende (PSDB), Marcos Pollon (PL) e Vander Loubet (PT).  Entre os senadores votaram pela derrubada do veto Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP).

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) não votou. O único parlamentar federal contra a exigência do exame de toxicológico foi Nogueira.

O texto permite o uso de recursos de multas no custeio da habilitação de condutores de baixa renda, cria regras para transferência eletrônica de veículos e ajusta a exigência de exame toxicológico para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A Lei 15.153, de 2025, passa a valer na data de sua publicação. Deputados e senadores decidiram também derrubar o veto à cláusula de vigência imediata, que o Ministério dos Transportes considerou inadequado para garantir a implementação das mudanças no Código de Trânsito.

Sem o veto, a lei teria seguido o prazo padrão de 45 dias após a publicação oficial, conforme previsto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), de acordo com a Agência Senado.

ELEIÇÕES 2026

Pressionada pelo PL, União Progressista terá de lançar pré-candidato ao Senado

Com Azambuja e Contar no páreo, PP e União Brasil ficam praticamente obrigados a lançar um nome para concorrer

06/12/2025 08h20

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido Montagem

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Com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, será obrigada a lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo.

A informação foi passada ao Correio do Estado por uma fonte da própria federação, revelando ainda que o nome poderá ser o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), ou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que teria sido convidado a fazer parte dos progressistas.

A União Progressista lançará apenas um pré-candidato ao Senado porque tem o compromisso de apoiar a eleição de Azambuja, porém, como o PL caminha para ter dois pré-candidatos ao Senado, a federação terá de formar uma “aliança branca”, ou seja, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Por meio dessa informalidade, PP e União Brasil poderão pedir votos para o próprio candidato a senador e também para Azambuja e vice-versa, sem a necessidade de um documento de coligação formal registrado na Justiça Eleitoral que una os partidos em todos os níveis da disputa.

Esse tipo de aliança permite que diretórios regionais apoiem candidatos que seriam vetados pelas executivas nacionais, contornando, por vezes, regras de verticalização, que exigem alinhamento das coligações em diferentes níveis.

Na prática, o partido pode lançar um candidato próprio, mas orientar, de forma velada ou explícita, seus eleitores a votarem no candidato de outra legenda. Isto é, a Federação União Progressista pedirá para que os seus eleitores destinem o primeiro voto para Gerson Claro ou Jaime Verruck e o segundo, para Azambuja.

DISPUTA

Pacificada a questão da federação lançar um pré-candidato ao Senado nas eleições do próximo ano, o imbróglio ficará na definição do nome, pois Gerson Claro já está no PP e tem demonstrado desde o início do ano o desejo de ser o escolhido para ser o representante.

Procurado pelo Correio do Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que não sabia dessa provável configuração para o pleito de 2026.

“Eu só posso afirmar que estou trabalhando para ser o candidato da federação ao Senado Federal”, afirmou.

O secretário Jaime Verruck também foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar nada, revelando apenas que tem interesse em ser pré-candidato a senador da República pelo PSD, partido em que está filiado desde março do ano passado.

Ele já teria até anunciado a data em que vai se desincompatibilizar do cargo de secretário de Estado (30 de março de 2026) para disputar uma das duas cadeiras ao Senado pelo grupo político do governador Eduardo Riedel (PP).

No entanto, se ficar no PSD, Verruck terá problemas internos para resolver, afinal, a sigla é presidida no Estado pelo senador Nelsinho Trad, que tentará a reeleição e, portanto, poderá inviabilizar a candidatura do secretário pela legenda, o que poderia obrigá-lo a trocar de partido.

Por isso, a ida de Verruck para o PP está muito próxima e, caso o escolhido para representar a Federação União Progressista seja Gerson Claro, o secretário poderá acabar disputando uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O Correio do Estado ainda procurou a presidente estadual do PP e também da federação, senadora Tereza Cristina, porém, não houve retorno até o fechamento desta edição. Em tempo, PP e União Brasil já entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o protocolo com o requerimento de registro de federação partidária.

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