Das últimas eleições para cá, o eleitorado evangélico está cada vez mais ganhando força e, diante disso, as igrejas evangélicas de Campo Grande já estão se movimentando para escolher seus representantes para disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores nas eleições do ano que vem, como é o caso da igreja Sara Nossa Terra e Igreja Evangélica Comunidade Global.
"Eu já fiquei sabendo que tem duas igrejas evangélicas que vão ter candidato a vereador nas eleições do ano que vem. Eu acho isso bom é uma boa representatividade. Eu acredito que nas próximas eleições a bancada evangélica vai aumentar pelo menos com mais dois “, avalia o vereador pastor Jeremias Flores (Avante).
Em Campo Grande, existe 239.882 mil evangélicos, com a estimativa de chegar a 500 mil. Com esse crescimento, o eleitorado evangélico ganha mais poder e esse seguimento se transformou em uma força política decisiva. Tanto é que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito, fundamentalmente, pelo voto evangélico, quando se leva a variável religiosa em conta. E na capital morena conseguiu eleger dos 29 vereadores, 10 ligados a igrejas evangélicas.
Atualmente, a Câmara de Vereadores possui uma bancada evangélica composta por quatro vereadores que representam as igrejas Universal do Reino de Deus, Assembleia de Deus Missões, Igreja Evangélica de Campo Grande, Assembleia de Deus Mato Grosso do Sul, os vereadores quePapy (SD), que é pastor e filhos de pastores, Junior Longo (PSB) que é filho de pastores, e os pastores Gilmar da Cruz (PRB) e Jeremias Flores (Avante). Esses parlamentares fazem parte da bancada, pois dentro das igrejas que congregam foram escolhidos para serem representantes deles na Casa de Lei e obtiveram quase que a maioria dos votos de seus fiéis ou irmão de igreja.
No entanto, a Câmara de Campo Grande possui outros parlamentares evangélicos, mas não necessariamente tiveram os votos exclusivos da comunidade evangélica que frequentam são eles: Antônio Cruz (PSDB), Betinho (PRB), veterinário Francisco (PSB), Cazuza (PP), DR Cury (SD) e Odilon de Oliveira (PDT).
O vereador pastor Jeremias Flores acredita que o parlamentar evangélico é mais equilibrado e bem mais cobrado já que a proximidade com seus eleitores faz com que a cobrança seja mais intensa.
Maiores cobranças
Segundo o vereador Papy, o eleitor cristão observa na prática o testemunho de quem está ali a coerência é a nossa maior virtude quando o líder religioso pastor, o padre quando ele consegue ter coerência e apresentar os nomes que tenha a identificação com a ideia cristã geralmente essa pessoa tem sucesso. Ele explica que alguns criticam como voto de cabresto ou imposição religiosa é como colocar o medo nos fiéis para votar nas pessoas na realidade não o eleitor cristão é muito consciente é um eleitor exigente.” Quando você conquista esse eleitor cristão. Quando seu discurso é coerente com a sua vida e com o que você prega esse eleitor se torna fiel”, argumenta.
O parlamentar explica que essa fidelização do voto faz com que a campanha eleitoral ser torne mais barata. “Quando o cristão acredita em você e você está coerente com o seu discurso e vida voto cristão vai acontecer de uma forma fiel e voluntária. Diante disso até a campanha no segmento cristão faz com que a pessoa ganha uma eleição gastando muito menos dinheiro, mas também quando está eleito o compromisso desse parlamentar é muito grande. No meu caso, eu estou todo domingo na igreja. Meu pai e minha mãe são pastores,então, meu eleitor me vê todo domingo. Uma votação, uma fala equivocada que eu fizer voume encontrar com meu leitor no domingo não tem jeito a pessoa vai me abordar vai falar comigo tem meu telefone tem uma intimidade comigo é irmão de igreja então isso realmente traz uma responsabilidade maior do que outros vereadores”, avalia
O vereador Junior Longo é mais ponderado e argumenta que o eleitor evangélico tem uma propensão em votar em pessoas evangélicas. “Quando você pensa em votar em alguém você verifica as pessoas que tem mais proximidade e identidade contigo. Isso não quer dizer que o candidato evangélico sai em vantagem”, avalia
Longo analisa a eleição do presidente Jair Bolsonaro que muitos eleitores evangélicos e católicos votaram nele pela identificação ideológica.” Eu acredito que os evangélicos juntos com católicos, mas os evangélicos fizeram com que o Bolsonaro e o PSL crescer. Eu escutei na eleição e vi que dentro do segmento evangélico. Ele teve um grande crescimento. E não necessariamente são evangélicos não são da base evangélica, mas tinha mesmo ideias. Não posso afirmar que o segmento evangélico- voto- definiu a eleição para Bolsonaro, mas ajudou bastante ele ser eleito. Esse voto evangélico não pode ser ignorado “, fala.
O parlamentar argumenta ainda que no segmento evangélico é bastante exigente e muitas vezes não precisa ir até a Câmara de Vereadores para cobrar algum ato ou votação que não concordam, pois tem acesso direto ao parlamentar na comunidade evangélica.” Ele{eleitor}não precisa vir aqui no gabinete. Ele me encontra no domingo se eu fiz alguma coisa que o agrade vou receber os parabéns, mas se fiz algo que não você tem que explicar o porquê. Então são mais exigentes sim. No caso dos evangélicos a cobrança e toda a semana não é o caso de outros vereadores que são eleitos por uma região e vai na sua base uma vez por mês. Nós recebemos esse feedback toda semana, as vezes até três vezes por semana. Então temos que ser bem alinhados “, finaliza.