Política

ELEIÇÃO NA CORTE DE CONTAS

Jerson descarta excepcionalidade na montagem de chapa para o TCE-MS

Os conselheiros Flávio Kayatt e Marcio Monteiro querem autorização para formar chapa só com presidente e vice

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Após ser ventilado que os conselheiros Flávio Kayatt e Marcio Monteiro pretendem entrar com um pedido de declaração legal de excepcionalidade para formar chapa para a eleição que escolherá o novo Conselho Deliberativo do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) com apenas presidente e vice-presidente, o atual presidente da Corte de Contas, conselheiro Jerson Domingos, deverá recusar a solicitação.

Segundo apurou o Correio do Estado, para que sua chapa possa ser registrada, Kayatt e Monteiro devem entrar com o pedido assim que Domingos convocar a eleição para o novo Conselho Deliberativo, afinal, pelo regimento interno do TCE-MS, é obrigatório que a chapa tenha presidente, vice-presidente e corregedor-geral.

No entanto, em função do desentendimento entre os três conselheiros que ainda continuam atuando no Tribunal, já que os outros quatro foram afastados por decisão judicial, fica impossível a formação de uma chapa completa, pois Jerson não abre mão de tentar a reeleição ao cargo de presidente, assim como Kayatt e Monteiro fecharam consenso de que o cargo não deve continuar com o atual mandatário.

Porém, como o pedido de declaração legal de excepcionalidade tem de ser aprovado pelo atual presidente da Corte de Contas, a reportagem confirmou com pessoas próximas a Jerson Domingos que ele deverá “sentar em cima” da solicitação, impedindo, dessa forma, a apresentação de uma chapa para concorrer à eleição para o Conselho Deliberativo do TCE-MS para o biênio 2025-2026.

Em razão do impasse, pelo regimento interno da Corte, permanecem nos respectivos cargos os atuais presidente, vice-presidente e corregedor-geral até que o TCE-MS tenha o número necessário de conselheiros para a formação de uma chapa completa, algo que está nas mãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o afastamento de quatro dos sete conselheiros.

O ministro Francisco Falcão, do STJ, mandou, no dia 24 de outubro deste ano, que o conselheiro Osmar Domingues Jeronymo fosse afastado, em razão de suspeita de envolvimento com o esquema de venda de sentenças por desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). No dia 8 de dezembro de 2022, Falcão determinou que os conselheiros Iran Coelho das Neves, Waldir Neves Barbosa e Ronaldo Chadid fossem suspensos, por suspeita de participarem de esquema de corrupção. 

LIBERAÇÃO

Na semana passada, o conselheiro Jerson Domingos garantiu a possibilidade de se candidatar à reeleição, pois o período em que ficou à frente do cargo em dezembro de 2022 não configura seu primeiro mandato, mas, sim, o cumprimento de uma decisão judicial.

Ao Correio do Estado, juristas disseram que, ao tomar posse na presidência da Corte de Contas depois do dia 8 de dezembro de 2022, Jerson Domingos, então vice-presidente, estava cumprindo uma decisão do ministro Francisco Falcão, que tinha acabado de ordenar o afastamento do então presidente Iran Coelho das Neves, por suspeita de participação em esquema de corrupção.

Portanto, de acordo com eles, essa posse não pode ser incluída como um primeiro mandato à frente do cargo, mas apenas o cumprimento de uma decisão judicial. 
Dessa forma, Jerson Domingos está apto a concorrer à reeleição, o que configuraria, em caso de vitória, seu segundo mandato como presidente do TCE-MS, análise que bate com as declarações dadas pelo conselheiro à reportagem há duas semanas.

“Eu não fui eleito pelo mês que eu fiquei interino por decisão do ministro. Eu não fui eleito presidente, o ministro determinou que eu assumisse a presidência. Fui eleito uma vez só”, assegurou, comparando seu caso com o da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que assumiu o cargo quando Marquinhos Trad (PDT) renunciou. 

“Ou seja, ela foi candidata à reeleição agora, nessa última eleição, e, na minha opinião, é a mesma coisa. Eu não fui eleito presidente, fui determinado pelo ministro para que assumisse a presidência”, disse.

Saiba

Pelo regimento interno da Corte de Contas, o presidente tem de publicar até 15 dias antes do início do recesso de fim de ano a convoção para a inscrição de chapa. Neste ano, a data-limite é o dia 3 de dezembro, pois o recesso começa no dia 20 de dezembro e, portanto, tudo tem de ficar resolvido até o dia 18 de dezembro.

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Sites de Apostas

CPI das Bets convoca Deloane Bezerra, Jojo Todynho e outros influencers

A relatora da CPI, Soraya Thronicke (Podemos-MS), também solicitou a presença de Fernandin OIG, apontado como responsável pelo Jogo do Tigrinho

20/11/2024 16h11

Divulgação Redes Sociais

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Após reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito, conhecida como CPI das Bets, foram aprovados 169 requerimentos de convocação para prestar esclarecimentos. Entre os nomes convocados, estão cantores e influencers.

Entre os convocados para depor na CPI, está o nome de Fernandin OIG, apontado como um dos responsáveis pelo Jogo do Tigrinho.

A sugestão foi feita pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que é relatora da comissão e entendeu a necessidade de ouvir o depoente acerca do funcionamento do esquema de apostas online que é alvo de investigação da CPI.

Durante a sabatina, os interrogados serão acompanhados por seus advogados e terão o direito de permanecer em silêncio, uma garantia concedida por lei.

"As perguntas objetivas devem ser respondidas, como ocorre dentro do Judiciário. Já as perguntas que possam incriminar o depoente, ele não é obrigado a responder", disse Soraya Thronicke.

Influencers

No dia 4 de setembro, a influencer Deloane Bezerra foi presa durante a operação "Integration", deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco. Na ocasião, a mãe dela também foi detida.

A investigação girava em torno de uma organização criminosa com prática de suposta lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais. Deloane Bezerra passou vinte dias na Colônia Penal Feminina de Buíque, com a decisão de soltura emitida pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Além dela, foram convocados os cantores Wesley Safadão e a funkeira Jojo Todynho, que atualmente perdeu diversos patrocínios após declarar apoio ao ex-presidente Bolsonaro.

Ainda estão na lista o humorista Tirulipa e a influencer Gkay, que serão ouvidos por promoverem e divulgarem em suas contas nas redes sociais sites de apostas ilegais.

O que é a CPI das Bets?

A CPI das Bets, instaurada no Senado Nacional, irá investigar possíveis ligações entre os jogos online e organizações criminosas, além de analisar como isso está afetando o orçamento das famílias brasileiras.

Novas convocações devem ser feitas na próxima semana.

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senado

Parlamentares de MS votam para impedir bloqueio de emendas pelo Executivo

Nelsinho Trad, Soraya Thronicke e Tereza Cristina negaram aval para a União usar o subterfúgio na contenção de gastos

20/11/2024 08h30

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Na noite de segunda-feira, os senadores sul-mato-grossenses Nelsinho Trad (PSD), Soraya Thronicke (Podemos) e Tereza Cristina (PP), além de outros 43 senadores, votaram pela rejeição da possibilidade de bloqueio da execução de recursos de emendas por parte do Poder Executivo.

Por 47 votos a 14, os senadores vetaram esse destaque do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 175/2024, que define novas regras para a apresentação e a execução de emendas parlamentares, que são propostas por senadores e deputados federais ao Projeto de Lei Orçamentária Anual do Executivo. 

Com as emendas, os parlamentares decidem o destino de parte dos recursos públicos. Essas emendas podem ser individuais ou colegiadas, apresentadas coletivamente pelas comissões temáticas permanentes ou pelas bancadas estaduais.

A execução de emendas parlamentares, de caráter impositivo, ou seja, aquelas que o Executivo é obrigado a pagar, estava suspensa desde agosto deste ano por decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que exige regras sobre rastreabilidade, transparência, controle social e impedimento.

O PLP nº 175/2024 é uma tentativa de resolver o impasse sobre o pagamento das emendas individuais impositivas, das quais fazem parte as chamadas “emendas Pix” ou de transferência especial, que somam R$ 8 bilhões neste ano.

O texto principal foi aprovado no dia 13, mas a votação só foi concluída na noite desta segunda-feira, quando os senadores aprovaram os destaques, mas retiraram a previsão de que o governo federal pudesse bloquear os valores decididos pelos congressistas. 

Como foi alterado, o texto terá de passar por nova rodada de votação na Câmara dos Deputados. Apesar de as entidades questionarem a efetividade do projeto de lei, o objetivo do texto é atender a Constituição e o STF, garantindo maior transparência e rastreabilidade dos recursos.

Em uma derrota para o governo, os senadores incluíram no relatório votado a possibilidade de bloquear as emendas no Orçamento. Se o projeto for aprovado e sancionado como está, o único instrumento possível será o contingenciamento – a suspensão de parte ou do total do pagamento das emendas para que o governo consiga cumprir a meta fiscal.

Ambos são mecanismos preventivos, mas o contingenciamento acaba sendo mais fácil de reverter, a partir de um aumento na arrecadação. Já o bloqueio – que é o cancelamento de gastos para cumprir o arcabouço fiscal – só é revertido se uma despesa prevista em determinado valor ficar abaixo da projeção. Um projeto de lei precisa ser analisado para desfazer o bloqueio.

PREOCUPAÇÃO

A preocupação da maioria dos parlamentares que votaram contra o PLP era de que o bloqueio poderia levar ao cancelamento das emendas em caso de não cumprimento da meta fiscal do governo. 

Para eles, o bloqueio é uma situação praticamente de confisco do recurso orçamentário, pois permitiria ao Executivo, com o bloqueio, utilizar os recursos de maneira discricionária e sem consultar o órgão que foi bloqueado, e mesmo que haja uma alteração no comportamento da receita, esses recursos não poderiam ser recompostos.

Na avaliação de muitos senadores, o bloqueio transformaria o Congresso Nacional em um “balcão de negócios”, retirando sua autonomia e sua independência com o Orçamento impositivo. 

A aprovação de projetos seria baseada na liberação de orçamento, e, por isso, os senadores defendem que o contingenciamento seja linear, atingindo todos os Poderes, e de todas as atividades discricionárias e obrigatórias.

SAIBA

Em 2025, o valor total das emendas de bancada não poderá ultrapassar 1% da receita corrente líquida do ano anterior, enquanto o valor das emendas individuais não poderá superar 2% da receita corrente líquida do ano anterior. A partir de 2026, as emendas impositivas (bancada e individual) serão aumentadas com base nas regras do arcabouço fiscal.

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