Política

PT

Mais de mil petistas votaram neste domingo (6) pela nova diretoria do partido

Os resultados parciais a níveis estaduais e municipais devem sair a partir das 19 horas; o resultado nacional está previsto para esta terça-feira (8)

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Filiados do Partido dos Trabalhadores (PT) foram às urnas neste domingo (6) para escolher os novas direções. Após quase uma década sob a direção de Gleisi Hoffmann, o partido terá um novo comandante nacional pelos próximos quatro anos. 

Humberto Amaducci e Vander Loubet disputam a direção estadual do partido em Mato Grosso do Sul. Na Capital, a presidência do partido é disputada pelo deputado estadual Pedro Kemp e Elaine Becker. A votação encerrou às 17h, na sede da CUT (Central Única dos Trabalhadores), localizada na Travessa Edgard Gomes, e em seguida, será feita a apuração. A expectativa é que pelo menos 1.100 pessoas tenham passado pela votação. 

Filiados do PT votaram neste domingoFiliados ao PT votaram neste domingo (6)

Pedro Kemp votou no período matutino, mas garantiu que ficará na CUT até a contagem final dos votos. Ele ressalta que o PT é um partido democrático e que o momento de eleição é um momento importante para mobilização do partido. 

"Nós vamos atrás dos filiados, fazemos reuniões nos bairros para saber o que podemos fazer para fortalecer o partido. É uma campanha onde podemos reencontrar nossa militância", reforça. 

Ele ressalta que o comparecimento das pessoas à eleição mostra que o partido está "vivo' e que precisa crescer e se fortalecer cada vez mais. 

"Depois da eleição, queremos organizar o pt, fortalecer, trazer novos filiados, fazer formação politica, porque o nosso grande objetivo é a reeleição do presidente Lula no ano que vem, por isso queremos um partido forte e mobilizado".

Kemp afirma que está confiante com o resultado por ter apoio de vários grupos organizados internamente. 

"Caso não ganhe, a mensagem é de unidade do partido, não somos adversários, somos aliados com algumas ideias diferentes, mas no fundo, quando termina o resultado, quem ganha tem apoio de todo mundo pra defender a nossa bandeira". 

Outros petistas também compareceram à votação como Zeca do PT, Camila Jara, Vander Loubet, Jean Ferreira, Luiza Ribeiro e Landmark. 

"O partido passa por esse momento importante de debate, de oxigenação, respeitando as opiniões de todos os filiados, as correntes, as tendências, e após as eleições internas, no Mato Grosso do Sul e em Campo Grande, o partido deve tomar uma nova postura para se preparar para as eleições estaduais e nacionais. Devemos organizar uma chapa estadual competitiva, de deputados estaduais e federais, temos nosso candidato a senador e estamos em namoro muito grande, próximo ao casamento, que possivelmente vai ser o Fábio Trad como nosso candidato a governo do Mato Grosso do Sul", afirmou Landmark ao Correio do Estado. 

O vencedor será definido a partir da chapa que levar mais de 50% dos votos. Os candidatos não eleitos não perdem a disputa, mas as porcentagens de votos definem a posição que ocuparão na diretoria.

"O PT é o único partido que tem um processo de eleição direta em todas as instâncias, e que as direções são eleitas proporcionalmente dentro das diversas forças que compõem o partido, o diretório não é composto por quem ganha e quem perde, mas sim, pelo peso de votação de cada chapa", afirmou Valter Queiroz, da secretaria de comunicação das chapas municipais.

O resultado parcial dos votos a nível estadual e municipal deve ser divulgado às 19 horas, pelo horário de Mato Grosso do Sul. Já o resultado nacional, deve ser divulgado até a terça-feira. 

Nacional

No contexto nacional das eleições para presidente do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva é cotado como um dos favoritos a vencer a disputa, já que recebeu o apoio do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além do Edinho, o atual secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira, será candidato pela tendência Movimento PT. Também concorre à presidência o historiador e membro do Diretório Nacional do PT, Valter Pomar, que registrou sua candidatura para concorrer à presidência representando o movimento Articulação de Esquerda. Além destes, Rui Falcão e Washington Quaquá também disputam o cargo.  

Atualmente Humberto Costa é quem comanda o cargo da presidência do PT até a realização das eleições diretas, já que a atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, assumiu a Secretaria de Relações Institucionais do Brasil no fim do mês de fevereiro.
 

em cima do muro

Tucano, Riedel foge da polêmica sobre tarifaço de Trump

De olho nas urnas em 2026, o governador disse que nem mesmo ficou surpreso com a taxação e assim tentou agradar bolsonaristas ou lulistas

11/07/2025 11h29

Durante coletiva na manhã desta sexta-feira, Eduardo Riedel (PSDB) dedicou apenas 70 segundos ao tema do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil

Durante coletiva na manhã desta sexta-feira, Eduardo Riedel (PSDB) dedicou apenas 70 segundos ao tema do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil Marcelo Victor

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Ao contrário da grande maioria dos políticos e dos brasileiros como um todo, o governador tucano Eduardo Riedel afirmou nesta sexta-feira (11) que não ficou surpreso com o tarifaço ou com a carta que o presidente dos Estados Unidos enviou ao Brasil “porque desde que o presidente Trump assumiu ele enviou para vários países e falou que iria enviar depois”.

Com esse discurso, Riedel tenta se desvincular do debate político e ideológico que tomou conta do tema depois que o próprio presidente dos Estados Unidos usou a suposta perseguição das autoridades brasileiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro como uma das razões para aplicar o tarifaço às exportações brasileiras a partir de primeiro de agosto.  

Mas, pelo menos no que se refere aos efeitos econômicos do tarifaço, o governador candidato à reeleição em 2026 e de olho no voto de lulistas e bolsonaristas tem a mesma opinião dos demais brasileiros.

“É muito ruim para o Brasil. O Mato Grosso do Sul é afetado diretamente. Ano passado nós exportamos 700 milhões de dólares aos Estados Unidos, um pouco menos que isso. Entendo que a gente tenha que usar o caminho da negociação diplomática. Ele tem feito isso com vários paceiros”, afirmou Riedel.

Desse modo, ele evita relacionar o tarifaço a uma possível pressão de Bolsonaro e seus aliados sobre o Governo dos Estados Unidos, livrando-os da pecha de traidores da pátria, e ao mesmo tempo evita jogar a culpa no Governo Lula. 

Além de ignorar o fato de o presidente Trump ter citado a questão da “caça às bruxas”, referindo-se à suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Riedel também ignorou o fato de o Brasil ter sido alvo da maior tarifa entre todos os países taxados nesta semana. 

E para continuar agradando gregos e troianos, ao longo dos exatos 70 segundos que dedicou ao tema que está tomando conta do país desde quarta-feira, o governador também evitou críticas ao próprio Trump, apesar de lembrar que o Brasil tem déficit na balança comercial com os Estados Unidos. 

Riedel enfatizou que os norte-americanos, apesar de importantes parceiros comerciais de Mato Grosso do Sul, representaram apenas 6% das exportações no primeiro semestre de 2025 (US$ 315 milhões). Enquanto isso, a China foi destino de 47% (R$ 2,48 bilhões). 
 
 

polarização

Tarifaço de Trump acirra ainda mais os atritos entre direita e esquerda de MS

Parlamentares das duas vertentes têm opiniões diferentes sobre o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos contra o Brasil

11/07/2025 08h30

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, taxou todos os produtos brasileiros em 50%

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, taxou todos os produtos brasileiros em 50% Reprodução

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A carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, informando que, a partir do dia 1º de agosto, vai impor tarifas de 50% sobre todos os produtos fabricados pelo País acirrou ainda mais a polarização dos parlamentares da direita e da esquerda de Mato Grosso do Sul.

Enquanto os parlamentares da direita contemporizaram a medida e defenderam uma negociação entre os governos brasileiro e norte-americano, os da esquerda pregaram a política da reciprocidade anunciada pelo presidente Lula, isto é, se os americanos vão taxar os produtos brasileiros em 50%, o Brasil fará o mesmo.

O senador Nelsinho Trad (PSD), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado (CRE), reforçou o caminho da diplomacia parlamentar como resposta institucional. 

“São mais de 200 anos de relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos. Temos que buscar a pacificação desse entendimento para que o nosso comércio não seja prejudicado”, afirmou. 

O presidente da CRE revelou ainda que o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA – atual responsável pela missão diplomática no Brasil – propôs a formação de uma comissão de parlamentares para ir a Washington (EUA) em busca de diálogo direto com o Legislativo americano.

A senadora Tereza Cristina (PP), que é vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, endossou as palavras do colega. 

“As nossas instituições precisam ter calma e equilíbrio nessa hora. A nossa diplomacia deve cuidar dos altos interesses do Estado brasileiro. Brasil e Estados Unidos têm longa parceria e seus povos não devem ser penalizados. Ambos têm instrumentos legais para colocar à mesa de negociação nos próximos 22 dias”, argumentou.

Já o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) disse que a medida representa um golpe duríssimo à economia brasileira, especialmente para o setor que mais produz, mais emprega e mais sustenta o Brasil, que é o agronegócio. 

“Essa taxação infelizmente não é por acaso. Ela é consequência direta da forma irresponsável e ideologizada com que o governo brasileiro, sob o comando do presidente Lula, tem conduzido a política externa”, pontuou.

Na avaliação dele, durante os últimos anos, vimos o presidente Lula e a primeira-dama Janja protagonizarem ataques públicos e desnecessários ao presidente Trump, inclusive durante o processo eleitoral americano. 

“Isso não é diplomacia. Isso é amadorismo, é provocação. E quem paga essa conta é o povo brasileiro, especialmente o agronegócio, que mais uma vez é penalizado por erros que não cometeu”, criticou, culpando também o Executivo e o Judiciário. 

“A forma como o ex-presidente Jair Bolsonaro [PL] vem sendo tratado – com processos infundados e restrições de direitos políticos – passa ao mundo a imagem de um país que não é democrático. É preciso dizer com clareza: Jair Bolsonaro sempre manteve uma relação sólida e respeitosa com os Estados Unidos, pautada no interesse nacional, na cooperação comercial e na valorização do nosso setor produtivo”, argumentou.

O deputado federal Marcos Pollon (PL) ressaltou que o Brasil começa a colher os frutos de uma política internacional irresponsável, conduzida por um chefe do Executivo que, com setores do Judiciário, tem adotado posturas incompatíveis com o que o mundo espera de uma nação democrática.

“O governo de Lula expôs o País ao ridículo ao se alinhar publicamente com regimes autoritários e figuras notoriamente associadas à violação dos direitos humanos. Essa aproximação com ditadores e grupos extremistas gerou uma profunda desconfiança da comunidade internacional”, falou.

Para ele, a recente manifestação do Trump, reconhecendo a perseguição política contra Jair Bolsonaro e a necessidade de anistia aos presos do 8 de Janeiro, é uma demonstração clara de que a imagem do Brasil democrático está sendo comprometida.

“Trump enxerga no Brasil de hoje o mesmo caminho trilhado pela Venezuela em 2012. O risco é real de o Brasil tornar-se irrelevante aos olhos do mundo livre e ser tratado como um Estado autoritário. A verdade é que Lula representa uma tragédia para o Brasil, tanto internamente quanto em sua projeção internacional”, concluiu.

Na avaliação do deputado estadual Coronel David (PL), Lula brinca de líder mundial e quem paga a conta é o Brasil. 

“As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, são a prova concreta de que a diplomacia brasileira está sendo conduzida de forma irresponsável e ideológica por Lula. Em vez de defender os interesses do Brasil com seriedade, Lula prefere fazer teatro no cenário internacional”, disparou.

Ele ainda completou que Lula usa cúpulas como a do Brics para atacar os EUA, bajular ditaduras e posar de defensor do sul global, enquanto aqui dentro a economia patina, o agro sofre e o trabalhador sente no bolso os reflexos de sua diplomacia desastrosa.

 “Trump não atacou o Brasil por causa de Bolsonaro, como a esquerda tenta fazer crer. Trump reagiu aos gestos hostis de Lula, que transformou o Itamaraty em uma extensão do seu palanque”, acusou.

O deputado estadual João Henrique (PL) disse que a direita internacional tomou essa postura não por conta de uma posição isolada, mas talvez por apoios a algumas instituições e países que não respeitam a democracia, uma delas é o Irã.

“Acordos internacionais permitiram que ditaduras progredissem e tivessem um orçamento próximo aos EUA. O presidente Donald Trump tocou nessa questão, mas o início da carta é importante, a liberdade de expressão, o pacto São José da Costa Rica, ninguém pode intervir e limitar como foi feito”, disse.

Conforme o parlamentar, é preciso rever as parcerias que o Brasil adotou, um país sempre em cima do muro desde dom João VI. 

“A política visa fortalecer quem são os verdadeiros parceiros, e quem não é está na contramão daquilo que será realizado a nível de política internacional”, explicou.

ESQUERDA

Na visão do deputado federal Vander Loubet (PT), o presidente Lula está correto em defender que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes e que não aceitará ser tutelado por ninguém. 

“Não cabe ao Trump ou a nenhum outro líder estrangeiro querer influenciar o processo judicial contra aqueles que planejaram um golpe de Estado. Isso é competência apenas da Justiça Brasileira”, declarou.

Ainda conforme ele, como é típico da extrema direita, fazem uso de notícias falsas e de dados falsos para tentar justificar o tarifaço. 

“Alegam deficit da parte deles, mas os números mostram superavit dos EUA no comércio de bens e serviços com o Brasil, da ordem de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos. Esse episódio mostra também como a família Bolsonaro e a extrema direita brasileira atuam contra os interesses do Brasil, estimulando e defendendo esse tipo de medida, que tem potencial de prejudicar os empresários brasileiros e os nossos produtos”, assegurou.

Segundo a deputada federal Camila Jara (PT), as interferências de Donald Trump em outros países mostram que o autoritarismo caminha lado a lado com a incoerência. 

“Ele afirma defender o livre mercado, mas age de forma protecionista. Os impactos negativos na economia global atingem a todos – inclusive os próprios norte-americanos. É alarmante ver que a taxação de 50% sobre os produtos nacionais conta com o apoio de parlamentares brasileiros que deveriam defender os interesses do País, mas preferem comemorar o tarifaço como se fosse uma vitória. Nós, que de fato lutamos pelo povo brasileiro, seguiremos trabalhando para diversificar a cartela de países para os quais exportamos – especialmente nos setores do agronegócio e da celulose, que estão entre os mais impactados por essa medida injusta”, ressaltou.

De acordo com a senadora Soraya Thronicke (Podemos), que agora está mais alinhada com a esquerda, o tarifaço de Trump sobre o Brasil é uma medida mais política do que técnica e será um tiro no pé. 

“Apesar de se apresentar como um liberal, esse protecionismo exacerbado trará, também, consequências negativas para os EUA. Uma delas é que pode se deparar com medidas recíprocas e acabar fortalecendo as relações comerciais entre os países atingidos, o que, por via transversa, contribuirá com o crescimento deles a longo prazo. O mercado internacional irá se acomodar com o novo cenário e a tendência é o isolamento dos EUA”, relatou.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa ontem para classificar a carta de Trump como “uma verdadeira e ridícula afronta à soberania nacional”. 

“Justificar o tarifaço porque o Brasil estaria fazendo uma perseguição injusta ao ex-presidente Bolsonaro e às big techs é algo que nos parece uma bravata e uma tentativa de intimidação do Supremo Tribunal Federal [STF], que vem fazendo um julgamento de acordo com a Constituição Federal, de forma independente e com lisura, um processo que está julgando aqueles que queriam um golpe do Estado e que afrontaram os Poderes fazendo um quebra-quebra na sede dos Três Poderes em Brasília [DF], no dia 8 de janeiro de 2023”, discursou.

No entendimento do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), a medida é preocupante e causa indignação. 

“Medidas como essa ferem o espírito de parceria e respeito mútuo que sempre marcou as relações entre o Brasil e os Estados Unidos ao longo desses 200 anos de amizade e cooperação”, lembrou.

O parlamentar completou, ainda, que o Brasil sempre buscou o diálogo, o comércio livre e o desenvolvimento com os Estados Unidos, que historicamente são um dos maiores parceiros internacionais do País.

“Taxações arbitrárias com viés político e ideológico impactam negativamente a economia, com elevação do câmbio, aumento da nossa cadeia produtiva, afetando a competitividade das exportações brasileiras, sobretudo do agronegócio e da indústria. Essa decisão prejudica não apenas o Brasil, mas a economia norte-americana também”, relatou.

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