Política

DUELO DE EX-MINISTROS

Mandetta quer usar Harfouche para tirar votos de Tereza Cristina

União Brasil deve confirmar Luiz Henrique Mandetta como candidato ao Senado na chapa de Rose Modesto ao governo

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O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) confirmou que vai sair candidato ao Senado pelo União Brasil e defendeu uma candidatura independente do promotor de Justiça Sérgio Harfouche, do Avante, para tirar votos dos bolsonaristas da ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, do PP.  

Essa estratégia de Mandetta, porém, fecha as portas para Harfouche fazer aliança com a pré-candidata ao governo do Estado Rose Modesto, do União Brasil. Harfouche foi convidado por Rose para ser o candidato a senador da aliança.  

Mandetta ressaltou que a sua candidatura ao Senado foi fechada desde quando convidou Rose para se filiar ao União Brasil para ser candidata a governadora. 

“Não existe crise, não existe impasse nesta questão”, afirmou o ex-ministro, ao lembrar do acordo feito com Rose lá atrás. Portanto, não vê sentido em insistir em uma aliança com Harfouche, por falta de espaço. 

A legislação só permite o lançamento de um candidato a senador por coligação ou partido quando está em jogo apenas uma vaga. E nas eleições deste ano a disputa será pela cadeira hoje ocupada por Simone Tebet, do MDB, pré-candidata à Presidência da República.

Diante desse imbróglio, o ex-ministro da Saúde não quis polemizar sobre o convite de Rose para Harfouche ser o candidato a senador na sua chapa. Ele disse que o promotor de Justiça pode exercer um papel muito importante nas eleições como candidato independente, já que não poderá concorrer na aliança do União Brasil.  

“Para mim, é muito bom ter Harfouche na disputa ao Senado. Ele tira voto dos bolsonaristas da Tereza Cristina”, avaliou.

Harfouche é um político bolsonarista, como Tereza Cristina. E Mandetta é um ex-bolsonarista. Ele foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro do Ministério da Saúde no período da pandemia. Mandetta saiu atirando no presidente, mas hoje ele evita criticá-lo porque espera contar com votos dos bolsonaristas moderados na sua eleição para senador.

Governo Bolsonaro

Luiz Henrique Mandetta deixou o Ministério da Saúde em abril de 2020, pouco mais de dois meses após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. 

Na ocasião, Mandetta e parte do núcleo ideológico do governo Bolsonaro (incluindo o presidente e seus filhos) divergiam publicamente dos métodos de combate à doença, que ainda não tinha uma vacina e contava com alto potencial de propagação e mortalidade, o que depois se comprovou.  

Mandetta acabou demitido pelo presidente. As saídas de Mandetta e do ex-ministro da Justiça Sergio Moro (também no União Brasil) foram as duas demissões mais traumáticas da equipe do governo Bolsonaro, ao longo dos quatro anos de mandato do atual presidente.  

Luiz Henrique Mandetta, que já foi secretário municipal de Saúde em Campo Grande e também deputado federal, volta às urnas para tentar uma vaga como senador. 

Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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