Política

hostilidade

Manifestante quebra ovo em Jair Bolsonaro
no interior de São Paulo

Manifestante quebra ovo em Jair Bolsonaro
no interior de São Paulo

FOLHAPRESS

17/08/2017 - 23h00
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O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi alvo de ovada de uma manifestante durante caminhada na região central de Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira (17).

O ato de hostilidade ocorreu na cafeteria Única, no cruzamento das ruas São Sebastião e Álvares Cabral, tradicional ponto de parada de políticos durante campanhas eleitorais na cidade.

Bolsonaro, que é provável candidato à Presidência da República em 2018, fazia selfies e gravava depoimentos para eleitores que o interpelavam quando uma mulher se aproximou do deputado.

A manifestante quebrou um ovo no peito do deputado, que foi imediatamente cercado por assessores e apoiadores. A mulher foi contida por policiais e levada à delegacia para prestar depoimento.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, Bolsonaro aparece limpando as marcas deixadas pelo alimento.
O parlamentar também foi à Central de Flagrantes registrar um boletim de ocorrência sobre o episódio, classificado por ele e seus correligionários como um caso de intolerância.

Filho de Bolsonaro, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) disse em sua página numa rede social que o pai foi vítima de uma militante do PC do B.

"Você não é bem aceito", gritava a mulher que o atingiu com o ovo, ainda não identificada até a conclusão desta edição e que estava acompanhada de um sindicalista.

O político, depois, foi para o Centro de Convenções de Ribeirão, também no centro da cidade, onde era aguardado por cerca de 600 pessoas para uma palestra e foi anunciado como "nosso presidenciável" pelo mestre de cerimônias.

Na entrada, duas jovens distribuíam adesivos com a inscrição Patriotas 51, em referência ao novo nome do PEN, sigla pelo qual Bolsonaro deve se lançar candidato. O local estava lotado, com cerca de metade do público formada por estudantes.

Ao chegar, o parlamentar foi saudado pelos presentes com os gritos de "mito" e "queremos Bolsonaro presidente do Brasil".

No discurso, o deputado disse ter compromisso com o Brasil e que saiu de uma possível zona de conforto na Câmara para "buscar ser uma alternativa para o futuro".

Sobre o episódio da ovada, afirmou que estava muito longe de todas as manifestações favoráveis que viu desde a manhã em Ribeirão e que deu o caso por encerrado ao registrar o boletim de ocorrência.

AGENDA

Antes, Bolsonaro esteve em empresas de comunicação da cidade concedendo entrevistas. O político ficará na cidade até a manhã desta sexta-feira (18).

Após desembarcar no aeroporto Leite Lopes, às 10h45 desta quinta, subiu na caçamba de um veículo e discursou por cerca de dez minutos para as pessoas ali presentes, que o receberam aos gritos de "mito". No discurso, disse que pode ser chamado de qualquer coisa, "menos de corrupto".

DORIA

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), também foi recebido com uma "chuva de ovos" na semana passada, em Salvador, em um protesto organizado por movimentos de esquerda. Ele viajou à Bahia para receber título de cidadão soteropolitano.

Antes do evento, o tucano se reuniu com o prefeito ACM Neto (DEM) na Prefeitura de Salvador. Depois, atravessaram a rua até a Câmara de Vereadores, localizada no centro histórico da capital, quando foram alvos do ataque.

Os seguranças da prefeitura sabiam que haveria um protesto com ovos e prepararam guarda-chuvas para evitar a alvejada. Porém tanto Doria como Neto foram atingidos. O tucano criticou a "intolerância do PT e dos partidos de esquerda".

Anistia bolsonarista

Capital tem manifestação esvaziada pró-Bolsonaro; políticos de MS foram ao Rio

Movimento na Capital atraiu dezenas de pessoas; David, Catan, Gordinho e Pollon foram ao Rio de Janeiro

16/03/2025 11h47

Divulgação

Divulgação Manifestação na Capital atraiu algumas dezenas de pessoas

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Políticos de Mato Grosso do Sul marcaram presença em ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em que se pede anistia para os condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Bolsonaro, denunciado por tramar o golpe, liderou o movimento na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), e disse que não sairá do Brasil, e que será um problema, “preso ou morto”. 

Também houve manifestação em Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, algumas dezenas de pessoas, vestidas com a camiseta amarela da seleção brasileira, participaram da manifestação em favor de Bolsonaro e pela “anistia” aos condenados pelo 8 de janeiro.

O movimento na capital de MS foi liderado pelo vereador André Salineiro (PL). 

No Rio de Janeiro (RJ) estiveram os deputados estaduais Coronel David e João Henrique Catan, ambos do PL, além dos deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do mesmo partido. 

DivulgaçãoRodolfo Nogueira,  "Gordinho do Bolsonaro", marcou ´presença

David, Pollon e Nogueira fizeram lives ou postaram fotos de cima do caminhão de som, colocado em frente à praia. 

Na capital fluminense, a multidão preencheu aproximadamente dois quarteirões da Avenida Atlântica, totalizando algumas dezenas de milhares de pessoas. O número oficial ainda não foi divulgado. 

“Preso ou morto”

Em discurso em carro de som em Copacabana, Bolsonaro disse a seus apoiadores que “não vai sair do Brasil. Ele também afirmou que será um problema “preso ou morto”. 
 Também criticou o governo Lula (PT) e disse que “eles não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo”.

DivulgaçãoJair Bolsonaro no Rio/Reuters

“Não vou sair do Brasil. A minha vida estaria muito mais tranquila se eu tivesse do lado deles. Mas escolhi o lado do meu povo brasileiro. Tenho paixão pelo Brasil”, disse ele.
Bolsonaro também insinuou que sua campanha na disputa de 2022 foi prejudicada por ações de Alexandre de Moraes, presidente do TSE na época. “Não podia colocar imagem do Lula com ditadores do mundo todo”, disse ele.

Acrescentou que o pleito de 2026 “será conduzido com isenção” e que “eleições sem Bolsonaro é negar democracia no Brasil”. Na disputa do ano que vem, o ministro Kassio Nunes Marques, indicado para o STF por Bolsonaro, será o novo presidente do TSE.
Inelegível, Bolsonaro chegou a dizer que tinha nomes do seu grupo político para a presidência, ao contrário “do outro lado”, mas, em seguida, repetiu que estaria disposto a concorrer. “Eleições sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil. Se eu sou tão ruim assim, me derrote”, afirmou ele.

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LEMBRANÇA

Redemocratização: há 40 anos, Sarney assumia a presidência do Brasil

Vice de Tancredo Neves foi empossado após 21 anos de ditadura militar

15/03/2025 22h00

Foto: Arquivo / Senado

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O regime democrático brasileiro completa hoje 40 anos em vigor. É o mais longo período democrático ininterrupto da história do país desde a proclamação da República, em 1889.

Embora fruto de um longo processo para pôr fim a 21 anos de ditadura civil-militar (1964/1985), a redemocratização ficou marcada pela posse de José Sarney na Presidência da República, em 15 de março de 1985.

Até aquele momento, Sarney era o vice do presidente eleito Tancredos Neves. Os dois tinham sido eleitos dois meses antes, pelo voto indireto, ou seja, pelo Congresso Nacional. Contudo, o estado de saúde de Neves, que já estava com problemas, se agravou e ele precisou ser internado na véspera da cerimônia de posse (14). Sarney, então, assumiu o cargo interinamente.

“Ele [Neves] não queria que o operassem sem ver que a transição democrática seria feita, pois sabia que podíamos ter um retrocesso político caso nos dividíssemos”, relembrou Sarney ao participar, na manhã de hoje, em Brasília, de um evento alusivo à data.

Destacando que o Brasil atravessava um momento conturbado, marcado pelas incertezas quanto ao futuro político do país e pelo temor de que os militares não aceitassem restituir o poder à sociedade civil e, em algum momento, reestabelecer o voto direto, Sarney contou que Tancredo só aceitou se submeter a uma cirurgia no intestino quando lhe asseguraram que Sarney seria empossado, que a Constituição Federal seria respeitada e “que a lei governaria a transição democrática”.

Neves morreu no dia 21 de abril, após 39 dias internado. Oficialmente, a causa foi uma infecção generalizada. Ele tinha 75 anos de idade. Com sua morte, o Congresso efetivou Sarney na presidência.

“Foram anos de muita luta. Posso guardar as batalhas íntimas de que participei para que tivéssemos uma transição democrática tranquila. Tivemos muitas hipóteses de retrocessos, mas conseguimos atravessá-las”, ponderou Sarney 

Ele também conta que, na condição de chefe-supremo das Forças Armadas, instruiu o então ministro do Exército, general Leônidas Pires Gonçalves, a “colocar as Forças Armadas de volta aos quarteis”.

“Sendo comandante-chefe, transmiti [aos militares] minhas diretrizes. Eram duas. Primeiro, que o dever de todo comandante é zelar pelos seus subordinados. Segundo, que a transição seria feita com as Forças Armadas e não contra elas, pois isso tinha sido objeto de um pacto construído por todos os líderes [políticos]”, contou o ex-presidente, classificando a transição democrática como uma conquista do povo.

Reencontro com a democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais para celebrar a data. Em seu perfil no X, Lula escreveu que mais que a mera posse de um novo presidente da República, 15 de março de 1985 entrou para a História como “o dia em que o Brasil marcou o reencontro com a democracia”.

“O presidente José Sarney governou sob a constante ameaça dos saudosos da ditadura, mas com extraordinária habilidade e compromisso político criou as condições para que escrevêssemos a Constituição Cidadã de 1988, e mudássemos a história do Brasil”, destacou Lula.

“Nestes 40 anos de democracia, apesar de momentos muito difíceis, demos passos importantes para a construção do país que sonhamos. Um país democrático, livre e soberano. Temos enormes desafios pela frente, mas o Brasil é hoje o país que cresce com inclusão social”, acrescentou o presidente, sustentando que todo dia é dia de celebrar a democracia.

“É preciso defendê-la todos os dias daqueles que, ainda hoje, planejam a volta do autoritarismo. É preciso mostrar às novas gerações o que foi e o que seria viver novamente sob uma ditadura, e ter todos os direitos negados, inclusive o direito à vida”, finalizou Lula.

Permanente construção

Em uma mensagem enviada por vídeo, a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que a democracia está em permanente construção.

“Quarenta anos se passaram desde aquele 15 de março. Depois de mais de 20 anos de regime autoritário, minha geração pode testemunhar a chegada a uma das margens que buscávamos: um Estado Democrático de Direito no qual tomasse posse como nosso representante na Presidência da República o grupo que tinha chegado exatamente a partir das lutas nas praças, da legitimação nas ruas do Brasil”, relembrou a ministra.

“Não foram tempos fáceis. Nem os que antecederam [imediatamente à escolha indireta de Tancredo e Sarney], extremamente tumultuados pela carência de direitos, ausência de respeito à dignidade, principalmente à liberdade de pensar, de participar, de todas as pessoas no Brasil”, reforçou Cármen Lúcia, elogiando a gestão de Sarney por ter assegurado a realização de uma Assembleia Constituinte que contou com a participação não só das mulheres, como de outros grupos sociais.

“Tivemos, nestes 40 anos, neste processo de redemocratização, a presença da mulher muito mais do que em outros momentos da História brasileira. Ainda é aquém do que é preciso para termos a igualdade devidamente assegurada não apenas em textos normativos, mas na dinâmica da vida. Para termos democracia, é preciso termos liberdade e igualdade”, disse a ministra.

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