Política

CAMPO GRANDE

Manifestantes bolsonaristas desaparecem e reaparecem em 90 minutos de Brasil na copa

Avenida Duque de Caxias, palco das manifestações contrárias aos resultados das eleições, se transforma durante a primeira partida do Brasil na Copa do Catar

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A Copa do Catar, como em todas as copas do mundo, mexe com o imaginário do brasileiro.

São 26 Estados e um Distrito Federal – e todos loucos for futebol, e por um gol brasileiro.

Mato Grosso do Sul ama futebol, ama ver a seleção brasileira jogando bola.

E hoje não foi diferente: a copa promoveu amplo desfalque nas manifestações contrárias aos resultados das eleições presidenciais em Campo Grande, precisamente na avenida Duque de Caxias.

Faltou gente durante o jogo e chegou muita gente depois da estreia brasuca na copa.

Minutos antes da partida, nem parecia que havia um movimento – há 24 dias - contrário à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, que culminou com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) – o primeiro presidente da redemocratização do Brasil que não conseguiu se reeleger.

Durante a estreia do Brasil na copa, o movimento que pede intervenção federal por militares com a permanência de Bolsonaro no poder, esvaziou-se em Campo Grande e, por 45 minutos, foi dominado pelo empoderamento feminino de maioria, ou seja, quase não havia homens no local. Onde eles estavam? Ninguém sabe.

Sabe-se apenas que a primeira partida da seleção canarinho na copa do mundo estava acontecendo.

A avenida Duque de Caxias tinha trânsito normal e sossegado, com duas vias de pistas livres, mas a cada fechamento de semáforo, manifestantes marchavam com a bandeira do Brasil – tudo isso em frente ao quartel do Comando Militar do Oeste (CMO).

Ao mesmo tempo, quem não estava no semáforo disputava as poucas sombras de um dia de sol intenso, com temperatura elevada e de baixa umidade relativa do ar.

Até mesmo a presença de comerciantes vendendo camisas, bandeiras e bonés havia sido diminuída em grande escala. Na hora do jogo, muitos vendedores desapareceram.

Alguns deles, os poucos remanescentes, até afirmaram que tinham vendido muitas camisas pretas para um grande ato, mas não enxergavam muita gente com elas.

Com a temperatura elevada e um sol escaldante, as camisas pretas ficaram para depois. No mesmo ambiente, muitos carros permaneceram parados e ligados com o ar-condicionado ligado. Famílias inteiras dentro deles e, em outros veículos, grupos de amigos.

Em alguns momentos, portas abriam-se e latas – de cerveja e refrigerantes – voavam.

Os mais educados levavam sacos de lixo na cor preta.

Quando o jogo do Brasil começou, o hino nacional tocou – em frente ao CMO - e as poucas dezenas de manifestantes bolsonaristas que estavam no local ficaram em pé diante do quartel.

Diante deles, apenas jovens soldados cumprindo seu dever, sua escala de trabalho de vigilância.

O cenário permaneceu desta forma até o intervalo do jogo. A partir daí, grupos significativos de bolsonaristas começaram a chegar ao local, e o movimento – em termos quantitativos- enrobusteceu-se. Gritos por nomes de generais foram entoados.

O segundo tempo de Brasil e Sérvia começou, a temperatura se amenizou e dezenas de manifestantes reiniciaram o engrossamento das fileiras pró-bolsonaro.

Cânticos militares eram a trilha sonora. Homens e mulheres usavam vestimentas de estéticas remetentes a tecisos utilizados em fardas militares.  

O clima era de anticopa do mundo, embora fosse notório que os participantes destinavam um olho para a manifestação e outro para o celular.

O jogo estava, literalmente, na mão. As provas ficaram cristalinas quando o Richarlison assinalou os dois tentos nas redes sérvias.

Gritos de alegria suprimidos e sorrisos de alívio com a curta frase imperativa e afrmativa: “é gol”. A partir daí: felicidade contida e novos discursos prontos.

O jogo do Brasil acabou e os discursos de ódio retornaram. Agora, a tônica era o enaltecimento do agronegócio com o clamor de que o Brasil deveria matar o mundo de fome, ou seja, o pedido do orador era claro: “temos o mundo em nossas mãos. Nos recusemos a vender, e eles (o mundo) se ajoelharão diante de nós. Assim vamos mostrar a força do Brasil e dizer que a esquerda brasileira nunca mais chegará ao poder”.

A partir do momento da substituição dos manifestantes, com a saída de mulheres religiosas e a entrada de homens com gritos contra o resultado das eleições, acusações contra tudo e todos se proliferaram.

Desta vez, o orador do trio elétrico disse: “o conceito de bullying foi criado pela esquerda e isso, simplesmente, não existe e – repito - foi algo criado pela esquerda”.

Bullying é uma palavra de origem inglesa que designa atos de agressão e intimidação repetitivos contra um indivíduo que não é aceito por um grupo, normalmente na escola.

Depois deste momento, a equipe do Correio do Estado sofreu bullying e foi convidada a se retirar da avenida Duque de Caxias.

Eram todos, de amarelo, contra um, também de amarelo.

Tudo isso em 90 minutos e acréscimos da partida. Fim de jogo!

ORDEM DOS ADVOGADOS

Eleição da OAB no Estado leva hoje às urnas 12,3 mil advogados aptos a votar

Os candidatos são Bitto Pereira, da chapa 22 ("Pelo Futuro da OAB"), e Lucas Rosa, da chapa 11 ("Renovação: OAB de Todos")

22/11/2024 07h53

Os advogados Bitto Pereira, da chapa 22, e Lucas Rosa, da chapa 11, disputam a presidência da OAB-MS

Os advogados Bitto Pereira, da chapa 22, e Lucas Rosa, da chapa 11, disputam a presidência da OAB-MS Foto: Montagem

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Das 9h às 17h de hoje, os 12.380 advogados do Estado aptos a votar – que não têm condenação disciplinar e estão em dia com a tesouraria – vão às urnas para eleger o próximo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB-MS) para o triênio 2025-2027, que na eleição deste ano tem como candidatos Bitto Pereira, da chapa 22 (“Pelo Futuro da OAB”), que tentará a reeleição, e Lucas Rosa, da chapa 11 (“Renovação: OAB de Todos”).

Ao todo, são 31 subseções em Mato Grosso do Sul. Além do presidente, os advogados vão eleger o Conselho Seccional e sua diretoria, o Conselho Federal, a diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados (CAAMS) e as diretorias e conselhos subseccionais. 

Para votar, os advogados devem levar o Cartão de Identidade Profissional ou um dos seguintes documentos: Carteira de Identidade Nacional (CIN), Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e Passaporte.

As chapas para o Conselho Seccional são compostas por 45 conselheiros seccionais titulares, incluídos os membros da diretoria e com indicação nominal desses, e 45 suplentes, três conselheiros federais titulares e três conselheiros federais suplentes e cinco membros para a composição da diretoria da CAAMS.

Os vencedores do pleito vão tomar posse no dia 1º de janeiro de 2025 para o exercício do mandato trienal em sessão ordinária realizada no Plenário do Conselho Federal, presidida pelo presidente eleito, após prestarem o compromisso legal. 

O advogado que não comparecer ao local de votação fica sujeito à multa, equivalente a 20% do valor da anuidade. Em caso de ausência, ela deve ser justificada, por escrito, dentro do prazo de 30 dias, contados a partir do dia útil seguinte à data da eleição – ou seja, até 6 de janeiro de 2025.

Em Campo Grande, a votação será na sede da OAB-MS, que fica na Avenida Mato Grosso, nº 4.700, Centro, enquanto os locais das 31 subseções podem ser consultados no site da oabms.org.br/eleicao-oab/. Como serão utilizadas urnas eletrônicas, o resultado das eleições está previsto para sair até as 18h de hoje.

EXPECTATIVAS

O atual presidente da OAB-MS, Bitto Pereira, disse ao Correio do Estado que está otimista para a eleição de hoje.

“Diante de todo o trabalho que nós fizemos ao longo dos três anos, tanto em Campo Grande quanto em todas as 31 subseções, a expectativa é de que tenhamos uma maiúscula vitória”, projetou.

Ele completou ter certeza de que a advocacia sul-mato-grossense saberá reconhecer o trabalho feito por sua gestão.

“Atuamos em todas as frentes, abordando as prerrogativas e os honorários dos advogados, a Escola Nacional da Advocacia [ESA] e a Caixa de Assistência dos Advogados. Enfim, trabalhamos unidos por uma advocacia forte e respeitada”, assegurou, completando que sua principal bandeira é o empreendedorismo na advocacia.

Já o advogado Lucas Rosa revelou ao Correio do Estado que a expectativa é que toda advocacia exerça seu sagrado direito de escolher seus dirigentes.

“Especialmente porque o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul [TJMS] acolheu um pleito da Associação dos Advogados de Mato Grosso do Sul [AAMS] de suspensão de todos os prazos e de todos os atos judiciais das audiências e dos julgamentos para que todos advogados possam votar presencialmente, como deve ser”, ressaltou.

Em razão disso, ele ressaltou que a expectativa é que a advocacia exerça esse direito ao voto, opine, escolha seus dirigentes e não deixe de votar.

“Não votem nulo, não votem em branco, mas escolha efetivamente a liderança. E no meu caso, especificamente, o nosso desejo é de renovação e de restauração da ordem para que volte a ser o que sempre foi e para que volte a ser o que ela era. Afinal, atualmente, a gente está se afastando do debate público, do dia a dia do advogado, e sem alternância de poder”, criticou.

Saiba

Eleitorado é maior do que em 42 cidades

Os 12.380 advogados aptos a votar na eleição da OAB-MS é maior do que o eleitorado de 42 municípios de Mato Grosso do Sul. Na prática, o número de advogados que podem votar no pleito de hoje é superior ao de 53% dos 79 municípios sul-mato-grossenses.

OPERAÇÃO

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes "faz tudo o que não diz a lei"

PF indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe de estado

21/11/2024 20h00

Foto: Senado

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Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

"Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

*Com informações da Agência Brasil

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