Política

FUNAI

Militar é suspenso pela Justiça Federal do comando da Funai em Campo Grande

Juíza suspende coordenador da Funai e cita decisão do ministro Alexandre Moraes

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A nomeação do militar de carreira José Magalhães Pinto para o posto de coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Campo Grande, foi suspensa pela Justiça Federal. O militar estava no posto desde 5 de fevereiro deste ano. Esta é a segunda vez nesta semana que a Justiça interfere em uma nomeação feita pelo governo Bolsonaro.

Proposta pela etnia Terena, e impetrada pelo advogado indígena Luiz Henrique Eloy Amado, a ação que anulou a nomeação cita inúmeras declarações de Magalhães relacionadas às suas propostas como representante máximo do órgão na região e à política indigenista do atual governo.

A juíza Janete Lima Miguel cita "as diversas declarações prestadas pelo Coordenador", onde Magalhães ter ofendido justamente o grupo de pessoas que é protegito pela Funai. "O que põe em sério risco a representatividade da minoria e garantia dos direitos constitucionais de organização social, costumes, línguas, crenças e tradições indígenas”.

Os cargos de coordenadores da Funai sempre foram livres de política. O novo modelo de troca surgiu na gestão de Jair Bolsonaro e tem sido motivo de críticas e protestos de indígenas. Anteriormente a mudança era feita em conversa com os indígenas e servidores de carreira.

Atualmente, cerca de 20 das 39 coordenadorias regionais da Funai são chefiadas por militares e a decisão preocupa se poderá  ocorrer em outros locais.

RAMAGEM

Na decisão sobre a Funai, a magistrada citou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que recentemente suspendeu a posse de Alexandre Ramagem para o cargo de direto-geral da Polícia Federal. A decisão do ministro acatou pedido do PDT e levou em consideração as declarações do então ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que afirmou em coletiva de impresa que o governo queria interferir politicamente na corporaçõo. 

“Logicamente, não cabe ao Poder Judiciário moldar subjetivamente a Administração Pública, porém a constitucionalização das normas básicas do Direito Administrativo permite ao Judiciário impedir que o Executivo molde a Administração Pública em discordância a seus princípios e preceitos constitucionais básicos, pois a finalidade da revisão judicial é impedir atos incompatíveis com a ordem constitucional, inclusive no tocante as nomeações para cargos públicos, que devem observância não somente ao princípio da legalidade, mas também aos princípios da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”, escreve o ministro na desião sobre Ramagem.

O ministro ainda lembrou que o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), não dispõe de imparcialidade suficiente para comandar a Polícia Federal por ser amigo dos filhos de Bolsonaro e pelo desejo que teria demonstrado o presidente para ter informações privilegiadas e vazamentos de inquéritos. “Agente público não só tem que ser honesto e probo, mas tem que mostrar que possui tal qualidade. Como a mulher de César”, lembra Moraes.

TRANSPARÊNCIA

TCE tem até dezembro para padronizar controle sobre os recursos de emendas

A Corte de Contas de MS já está elaborando uma minuta de resolução para atender à decisão do ministro Flávio Dino, do STF

17/11/2025 08h20

Reunião do colegiado de conselheiros do TCE-MS para tratar da nova determinação do STF

Reunião do colegiado de conselheiros do TCE-MS para tratar da nova determinação do STF Denilson Secreta / TCE-MS

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Após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar, no fim de outubro, que os estados, o Distrito Federal e os municípios sigam o modelo federal de transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares consolidado a partir de determinações da Corte de Justiça, a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) encaminhou, no dia 4, nota recomendatória ao Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) para padronizar a atuação em relação à fiscalização da execução dos recursos advindos desses meios.

Durante reunião do colegiado de conselheiros do TCE-MS realizada na semana passada, que contou com a presença do presidente, conselheiro Flávio Kayatt, a diretora de Controle Externo da Corte de Contas, Valéria Saes Cominale Lins, explicou que será preciso alinhar o entendimento sobre as novas determinações nacionais e propor ações concretas que reforcem a atuação do Tribunal na fiscalização e na orientação aos jurisdicionados.

Em entrevista ao Correio do Estado, ela explicou que o TCE-MS já iniciou o trabalho de elaboração de uma minuta de resolução nos moldes recomendados pela Atricon para que haja uma padronização nacional sobre o tema.

“A Corte de Contas de Mato Grosso do Sul precisa editar, até o dia 31 de dezembro deste ano, atos normativos internos que garantam transparência, rastreabilidade e prestação de contas detalhada dos recursos recebidos por meio dessas emendas”, explicou, completando que se trata de atender à decisão do ministro Flávio Dino.

Valéria Lins pontuou que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e as Câmaras Municipais dos 79 municípios do Estado terão de começar a cumprir a resolução que está em elaboração pelo TCE-MS a partir de 1º de janeiro de 2026, como determinou o ministro do STF, ou seja, caberá à Corte de Contas e ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a adoção de providências para assegurar que a execução das emendas, no âmbito dos entes federativos, siga o mesmo parâmetro do Congresso Nacional a partir do Orçamento de 2026.

A decisão foi tomada na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 854, na qual o STF declarou a inconstitucionalidade do chamado “orçamento secreto” e determinou a adoção de medidas para garantir a transparência e a rastreabilidade dos recursos federais provenientes de emendas parlamentares. Muitas das medidas foram consolidadas com a edição da Lei Complementar nº 210/2024.

“Apresentamos na reunião do colegiado de conselheiros do TCE-MS um plano de ação para o cumprimento da decisão do ministro Flávio Dino com relação às emendas parlamentares. O normativo precisa ser aprovado até o fim deste ano, além das fiscalizações que terão que ser feitas para verificar a execução das emendas”, comentou.

Entre as medidas propostas pela diretora de Controle Externo do TCE-MS estão a edição de uma resolução normativa específica, a inclusão de ação dedicada às transferências especiais no Plano Anual de Fiscalização (PAF) de 2026, o aprimoramento do sistema e-Sfinge para rastreabilidade dos repasses e o fortalecimento das auditorias temáticas e capacitações voltadas aos jurisdicionados.

Pela resolução que a Corte de Contas de MS está elaborando, serão fiscalizadas as emendas parlamentares, de bancada, de comissão e individuais da Assembleia Legislativa e das 79 Câmaras Municipais.

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BRASIL

Governo Lula gastou R$ 345 mil para buscar de FAB ex-primeira-dama do Peru

A ex-primeira-dama desembarcou em Brasília em abril deste ano após uma aeronave buscá-la em Lima

16/11/2025 21h00

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva FOTO: CanalGov/Reprodução

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O governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desembolsou R$ 345 mil na operação de transporte da ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia ao Brasil para fins de asilo diplomático. Heredia foi condenada a 15 anos de prisão pela Justiça peruana em uma ação de corrupção, originada da Operação Lava Jato.

A ex-primeira-dama desembarcou em Brasília em abril deste ano após uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) buscá-la em Lima.

O translado envolveu R$ 318 mil em custos logísticos, como combustível, manutenção e horas de voo, outros R$ 19 mil em taxas aeroportuárias de handling e R$ 7,5 mil em diárias para a tripulação.

A aeronave utilizada foi um jato E-135 Shuttle (VC-99C), que partiu de Brasília rumo a Lima com paradas técnicas em Curitiba.

Os custos e detalhes do deslocamento foram obtidos pelo deputado Marcelo Van Hattem (Novo-RS) por meio de um requerimento de informação ao Ministério da Defesa.

A FAB informou ao parlamentar que a solicitação de envio do avião para Lima partiu do presidente Lula, por meio de um ofício expedido no dia 15 de abril deste ano via Ministério das Relações Exteriores. Ainda de acordo com a Força Aérea, não foi realizada estimativa prévia dos custos da missão.

Heredia é mulher do ex-presidente do Peru Olanto Humala, também condenado a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Diferentemente da esposa, Humala foi preso após comparecer a uma audiência.

Ao tomar conhecimento da prisão do marido, a ex-primeira-dama faltou à audiência no tribunal e se dirigiu à embaixada brasileira com o filho Samir Mallko Ollanta Humala Heredia.

Nadine Heredia deu entrada na Embaixada do Brasil em Lima, com pedido de asilo diplomático, logo após o anúncio da sentença.

Em coordenação com o governo peruano, o governo Lula concedeu o asilo, e ela obteve um salvo-conduto para deixar o país

Segundo o Ministério Público, Humala e Nadine Heredia teriam recebido recursos de forma ilícita em operações da construtora Odebrecht (atualmente Novonor), que atuava no país vizinho em grandes obras públicas.

Além disso, também teriam sido destinatário de dinheiro enviado para campanhas eleitorais, pela ditadura chavista na Venezuela.

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