Política

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Nelsinho alerta que EUA vão criar lei que pune quem tem comércio com a Rússia

O senador obteve a informação de congressistas democratas e republicanos durante missão oficial aos Estados Unidos

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O senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), alertou que deve piorar ainda mais a situação comercial brasileira com os Estados Unidos, porque, além do tarifaço determinado pelo presidente Donald Trump, os congressistas americanos devem aprovar, após o retorno do recesso, uma lei para punir os países que mantiverem negociações com a Rússia.

Em entrevista ao Correio do Estado, o parlamentar, que coordenou a comitiva de senadores brasileiros a Washington, explicou que a medida afetará em cheio o agronegócio de Mato Grosso do Sul e do resto do Brasil, porque os fertilizantes usados nas lavouras de soja são comprados dos russos. 

“Os congressistas americanos, tanto os republicanos quanto os democratas, vão aprovar essa lei em até 90 dias, para aplicar sanções automáticas para todos os países que negociam com a Rússia”, explicou, completando que quando se ouve a mesma coisa de congressistas republicanos e democratas é porque se trata de algo importante para o país deles. 

“As colocações que o Brasil tem feito diante dos conflitos armados mundo afora estão sendo observadas com lupa pelos Estados Unidos. E não será um decreto do presidente, como foi o tarifaço, será uma lei americana, com o apoio dos dois partidos”, pontuou Nelsinho Trad.

Ele explicou que os congressistas norte-americanos querem aprovar essa lei para que o presidente Donald Trump possa aplicar sanções à Rússia e a quem tem negócios com os russos por causa da guerra na Ucrânia. 
“Eles estão obcecados em promover esse cessar-fogo e parar essa guerra. Todos os dias, vemos os russos bombardeando alvos civis na Ucrânia, isto é, a Rússia está dobrando a aposta para cima dos Estados Unidos, e isso não é bom, porque o Brasil tem negócios com eles”, analisou.

O senador informou que Mato Grosso do Sul compra fertilizantes da Rússia e, no ano passado, importou 268 mil toneladas dos russos, movimentando US$ 82 milhões. “Nós somos muito dependentes do fertilizante russo para poder melhorar a nossa terra agricultável e, dessa forma, produzir com qualidade”, argumentou.

Nelsinho completou que o setor do agro precisa desse fertilizante e que a Rússia é o principal fornecedor para o Brasil. “A gente ouviu que, depois que os congressistas americanos voltarem do recesso parlamentar, vão criar uma lei para poder aplicar sanções, não só à Rússia, mas aos países que têm negócios com a Rússia”, detalhou.

Ele informou ainda que está indo para Brasília (DF) neste fim de semana para preparar um relatório sobre a missão oficial aos Estados Unidos. “A primeira reunião após a missão aos Estados Unidos já está marcada. Nós vamos visitar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre [União Brasil-AP], e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta [Republicanos-PB], para passar esse relatório”, informou.

DEPENDÊNCIA RUSSA

Os fertilizantes comprados da Rússia são amplamente utilizados na agricultura brasileira, e o Brasil é um grande importador do produto, enquanto os russos são os principais fornecedores, especialmente de potássio e de nitrogênio, para o mundo. O Brasil depende significativamente da importação desses produtos, com cerca de 85% do consumo vindo do exterior. 

A Rússia e a Bielorrússia são fornecedoras tradicionais de potássio para o agronegócio brasileiro, e a guerra na Ucrânia gerou preocupações sobre a continuidade do fornecimento, além de aumentar os preços dos fertilizantes. A dependência do Brasil da Rússia para obter fertilizantes pode gerar instabilidade no mercado interno, afetando a produção agrícola e os preços dos alimentos. 

O aumento dos preços dos fertilizantes pode reduzir a competitividade dos produtos agrícolas brasileiros e aumentar os custos de produção. A busca por alternativas e a diversificação de fornecedores são estratégias importantes para reduzir a dependência do Brasil de um único país, porém, desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, nada avançou nesse sentido.

A saída seria o Brasil buscar alternativas para aumentar a produção nacional de fertilizantes e reduzir a dependência externa. Há projetos para explorar jazidas de potássio no País, mas esses enfrentam desafios como altos custos e questões ambientais. A busca por tecnologias e práticas agrícolas mais eficientes também pode contribuir para reduzir a necessidade de fertilizantes importados.

Saiba

Os principais fertilizantes importados da Rússia pelo Brasil são: cloreto de potássio, que serve como fertilizante para fornecer potássio às plantas, um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento; nitrogênio, um nutriente essencial para o crescimento das plantas, amplamente utilizado na agricultura para aumentar a produção; e fosfatados, produtos que fornecem fósforo para as plantas, sendo utilizados para corrigir a deficiência de fósforo no solo, melhorando a saúde e a produtividade das culturas.

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Política

Preço para desistir de candidatura é 'Bolsonaro livre, nas urnas', diz Flávio Bolsonaro

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível

08/12/2025 14h26

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse em entrevista à TV Record que o preço para desistir de ser candidato a presidente em 2026 é ter o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "livre, nas urnas". Flávio afirmou, de acordo com a TV Record, na entrevista que foi exibida neste domingo, 7, que o "preço é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com Jair Messias Bolsonaro".

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível. "Óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente", declarou.

Mais cedo, Flávio afirmou que tinha "um preço" para retirar a candidatura e que a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 fazia parte da negociação. O senador do PL, no entanto, disse na ocasião que não era apenas a anistia, sem divulgar quais outras eventuais reivindicações".

Flávio revelou a nova condição para retirar sua candidatura - "Bolsonaro livre e nas urnas" -, ao ser perguntado se a anistia já seria o suficiente para desistir. O senador rejeitou a possibilidade de renunciar à pré-candidatura em favor de outra chapa neste momento. "O nome Flávio Bolsonaro está colocado e não sai", declarou. Jair Bolsonaro cumpre pena após condenação de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

violência política de gênero

Gleice Jane recebe ameaça de morte e registra boletim de ocorrência

Caso foi registrado como "ameaça" na Depac-Cepol

08/12/2025 08h55

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane Reprodução Instagram Gleice Jane

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Deputada estadual de Mato Grosso do Sul, Gleice Jane (PT), compartilhou em suas redes sociais que recebeu ameaça de morte, motivada por violência política de gênero, neste domingo (7), em um aplicativo de mensagens.

A identidade da pessoa que lhe enviou as mensagens não foi revelada.

Com isso, registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL), em Campo Grande. O caso foi identificado como “ameaça”.

“Acabei de registrar um boletim de ocorrência contra uma ameaça que eu recebi no meu WhatsApp, no meu número pessoal, de uma pessoa que me chama de vários nomes que não vou falar aqui e por último diz “você vai morrer”. Dentre as mensagens ele também me manda vários links de pessoas de perfis relacionados a pessoas do PL e dentre as mensagens questionando a minha posição política, pela minha condição de ser mulher e de ser política. Portanto, é uma violência política de gênero", disse.

"Esse movimento da extrema direita de querer negar a nossa existência, de não querer dialogar, de querer impedir que a gente faça parte da política, é esse movimento também que gera violência contra as mulheres e que também é responsável pelo alto índice de violência e de feminicídio aqui no nosso país", complementou.

O Partido dos Trabalhadores (PT) emiti nota de repúdio sobre a ameaça de morte que a deputada recebeu.

“O Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Brilhante, através do presidente, Vítor Alegre, vem a público repudiar veementemente as ameaças de morte e a violência política de gênero sofridas pela nossa companheira Deputada Estadual Gleice Jane. A intimidação e o machismo usados para tentar silenciar mulheres na política são um ataque direto à nossa democracia. É inaceitável que uma parlamentar eleita, que representa a voz popular, seja alvo de tamanha covardia. Exigimos: Rápida e rigorosa investigação das autoridades para identificar e punir os agressores e garantia de segurança para a Deputada Gleice Jane. Estamos em luta contra o ódio e o machismo. Nossa solidariedade é total!”, afirmou, por meio de nota.

O vereador de Campo Grande, Landmark Rios, prestou solidariedade à deputada, por meio das redes sociais.

“Nossa total solidariedade à Deputada Gleice Jane, que foi covardemente ameaçada pelo WhatsApp.
Ataques, intimidações e violência não podem fazer parte da política, nem da convivência na nossa sociedade. Quem luta por justiça social, por direitos e por dignidade não pode ser silenciado pelo medo. Seguiremos firmes, lado a lado, defendendo a democracia, a vida e a liberdade de fazer política com coragem. Gleice não está sozinha”, disse o vereador, em suas redes sociais.

A vereadora de Campo Grande, Luiza Ribeiro, repudiou o ataque à colega.

"Inaceitável a violência política sofrida pela deputada Gleice Jane! Nossa Gleice Jane sofreu violência política de gênero e outras graves ameaças tudo em razão de sua atuação política! Exigimos toda atenção dos órgãos de segurança para rápida apuração e que garantam toda segurança a ela!", compartilhou, em tom de revolta, em suas redes sociais.

Violência política de gênero abrange atos, condutas ou omissões destinados a excluir mulheres do espaço político, ou a impedir/restringir sua participação e atuação. A legislação define essa violência como ações que visam obstaculizar o exercício de direitos políticos por mulheres.

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