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Novo PL: Valdemar Costa Neto pediu prioridade na eleição de Giroto a Azambuja

O retorno de Giroto, que esteve afastado da vida pública por questões judiciais, incluindo anos preso, é visto como um investimento estratégico para o partido

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Dentre os acordos que levaram o ex-governador Reinaldo Azambuja ao comando do PL (Partido Liberal) em Mato Grosso do Sul um foi pedido pessoal do presidente do diretório nacional, Valdemar da Costa Neto: a eleição de Edson Giroto como deputado federal.

Para tanto, não haverá restrições, de acordo com fontes dentro do partido em Brasília e Campo Grande, desde esforços financeiros e de apoiadores. Giroto é um antigo quadro do PL, desde que se chamava PR ainda, tendo sido eleito deputado federal em 2010 no partido. Além de ter sido amigo de primeira hora de Costa Neto desde essa época, também foi levado ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), em 2015, pelas mãos do presidente nacional do PL.

Na ocasião, ocorrida no segundo governo da presidente Dilma Rousseff (PT), a Abin chegou a recomendar que Giroto não poderia assumir o cargo por conta de processos que ele respondia em MS (a falsa apreensão de santinhos no carro do ex-deputado estadual Semy Ferraz). Valdemar deu um jeito e Giroto foi nomeado secretário-executivo do órgão, gerindo contratos bilionários. Ele foi absolvido da acusação anos depois.

O retorno de Giroto, que esteve afastado da vida pública por questões judiciais, incluindo anos preso, é visto como um investimento estratégico para o partido.

Segundo o ex-deputado, ele continuou filiado no PR, hoje PL, durante seu “exílio”.

"Só saí do PL por conta da pressão para ser candidato do MDB para prefeitura e perdi para o Bernal. Depois voltei para o PL e fiquei quieto lá", relembra, ao confirmar que Valdemar “é mais que um amigo, muito mais que isso, temos uma história juntos. Uma história da centro-direita e da direita” a respeito da exigência do presidente nacional ao novo PL azambujista.

Valdemar continuou como líder do partido, mesmo após ser preso pela condenação no processo do mensalão, em 2014. Em 10 de novembro de 2014, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, autorizou que Costa cumprisse o restante da pena do mensalão em prisão domiciliar. Na véspera do natal de 2015, a presidente Dilma Rousseff assinou o Decreto nº 8.615, de 23 de dezembro de 2015, que concedeu indulto coletivo para diversos condenados no Mensalão.

“Assumi (cargo) no Ministério dos Transportes graças ao Valdemar", confirma.

"Mas quando (Marcos) Pollon e Rodolfo (Nogueira) passaram a responder pelo PL eu achei por bem, naquele momento, que eles conduzissem o partido e me afastei. Seria o mais correto naquele momento, estava respondendo a todos os processos".

“Gosto muito do Reinaldo, tenho um respeito pelo Portela, que é quem representa o Bolsonaro em MS", explica.

A suposta exigência de eleger Giroto, portanto, não é um mero capricho, mas um teste da capacidade de Azambuja de mover a máquina política a favor dos interesses da cúpula nacional.

O retorno de Giroto

Giroto foi o deputado federal mais votado da história de Mato Grosso do Sul, com 147.343 votos em 2010, construiu sua carreira como um gestor de obras públicas de André Puccinelli. No entanto, seu percurso foi bruscamente interrompido pela Operação Lama Asfáltica, junto do ex-chefe, que o levou à prisão em 2018 e o afastou da vida pública.

O cenário mudou recentemente, com sua absolvição em uma das ações judiciais da operação.

A decisão, que apontou a "fragilidade das provas", devolveu-lhe a viabilidade política . Em entrevista, Giroto classificou a decisão como uma "vitória", embora ressalte ter pagado um "preço muito caro" por sua prisão. Giroto ainda responde a uma ação da Lama Asfáltica na Justiça Federal.

Isso o motivou a voltar a concorrer a cargos públicos e com a guinada do PL nas mãos de Reinaldo Azambuja, o deixam no centro das negociações.

A aliança com o PL de Valdemar Costa Neto e Reinaldo Azambuja se mostra como a oportunidade ideal para esse retorno.

Mesmo tendo a carreira em ápice sendo aliado do governo de Dilma Rousseff (PT), Giroto acredita que o seu caminho no PL, hoje aliançado na extrema-direita, está bem pavimentado. “Valdemar é um cara muito correto. O PL vai crescer muito com a vinda do Reinaldo e com a capacidade de agregar que o Reinaldo tem".

ELEIÇÕES 2026

Pressionada pelo PL, União Progressista terá de lançar pré-candidato ao Senado

Com Azambuja e Contar no páreo, PP e União Brasil ficam praticamente obrigados a lançar um nome para concorrer

06/12/2025 08h20

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido Montagem

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Com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, será obrigada a lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo.

A informação foi passada ao Correio do Estado por uma fonte da própria federação, revelando ainda que o nome poderá ser o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), ou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que teria sido convidado a fazer parte dos progressistas.

A União Progressista lançará apenas um pré-candidato ao Senado porque tem o compromisso de apoiar a eleição de Azambuja, porém, como o PL caminha para ter dois pré-candidatos ao Senado, a federação terá de formar uma “aliança branca”, ou seja, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Por meio dessa informalidade, PP e União Brasil poderão pedir votos para o próprio candidato a senador e também para Azambuja e vice-versa, sem a necessidade de um documento de coligação formal registrado na Justiça Eleitoral que una os partidos em todos os níveis da disputa.

Esse tipo de aliança permite que diretórios regionais apoiem candidatos que seriam vetados pelas executivas nacionais, contornando, por vezes, regras de verticalização, que exigem alinhamento das coligações em diferentes níveis.

Na prática, o partido pode lançar um candidato próprio, mas orientar, de forma velada ou explícita, seus eleitores a votarem no candidato de outra legenda. Isto é, a Federação União Progressista pedirá para que os seus eleitores destinem o primeiro voto para Gerson Claro ou Jaime Verruck e o segundo, para Azambuja.

DISPUTA

Pacificada a questão da federação lançar um pré-candidato ao Senado nas eleições do próximo ano, o imbróglio ficará na definição do nome, pois Gerson Claro já está no PP e tem demonstrado desde o início do ano o desejo de ser o escolhido para ser o representante.

Procurado pelo Correio do Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que não sabia dessa provável configuração para o pleito de 2026.

“Eu só posso afirmar que estou trabalhando para ser o candidato da federação ao Senado Federal”, afirmou.

O secretário Jaime Verruck também foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar nada, revelando apenas que tem interesse em ser pré-candidato a senador da República pelo PSD, partido em que está filiado desde março do ano passado.

Ele já teria até anunciado a data em que vai se desincompatibilizar do cargo de secretário de Estado (30 de março de 2026) para disputar uma das duas cadeiras ao Senado pelo grupo político do governador Eduardo Riedel (PP).

No entanto, se ficar no PSD, Verruck terá problemas internos para resolver, afinal, a sigla é presidida no Estado pelo senador Nelsinho Trad, que tentará a reeleição e, portanto, poderá inviabilizar a candidatura do secretário pela legenda, o que poderia obrigá-lo a trocar de partido.

Por isso, a ida de Verruck para o PP está muito próxima e, caso o escolhido para representar a Federação União Progressista seja Gerson Claro, o secretário poderá acabar disputando uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O Correio do Estado ainda procurou a presidente estadual do PP e também da federação, senadora Tereza Cristina, porém, não houve retorno até o fechamento desta edição. Em tempo, PP e União Brasil já entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o protocolo com o requerimento de registro de federação partidária.

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Política

Flávio anuncia que Bolsonaro o escolheu como candidato a presidente da República em 2026

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro

05/12/2025 15h37

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta sexta-feira, 5, que seu pai, Jair Bolsonaro (PL), confirmou que ele será o candidato a presidente do grupo em 2026. "É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação", escreveu Flávio em uma publicação no X.

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro.

A informação foi antecipada pelo site Metrópoles. O Estadão confirmou que o senador conversou com Tarcísio nesta semana para tratar do assunto. O presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, disse estar a par da articulação.

"Flávio me disse que o nosso capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos", afirmou Valdemar

Na publicação nas redes sociais, o filho "01" do ex-presidente disse que o País vive dias difíceis e que não pode se conformar em vê-lo caminhar para tempos de instabilidade, insegurança e desânimo.

Ele também afirmou que não ficará de braços cruzados vendo a democracia sucumbir. Bolsonaro está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília desde 25 de novembro, cumprindo a pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

"Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada", concluiu Flávio.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem autorizado visitas periódicas ao ex-presidente, especialmente de sua família. Na terça-feira, Flávio esteve com o pai, mas não mencionou qualquer conversa sobre candidatura à Presidência da República.

Membros da cúpula do PL dizem ver a informação com ressalvas, e que acreditam se tratar de um balão de ensaio para tanto inflar quanto testar o nome de Flávio a nível nacional. A escolha definitiva, para alguns, será tomada mais adiante.

Uma pessoa ligada à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) rechaça a escolha de Flávio e diz que Bolsonaro não teria tomado tal decisão sem consultar a esposa. E questiona a razão de o ex-presidente "não ter confidenciado para a Michelle, mas para outra pessoa, sem falar para a esposa, ainda mais depois do ocorrido na última semana".

A informação surge dias após um racha entre Michelle e os filhos Flávio, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). O estopim da briga pública foi uma crítica da ex-primeira-dama à articulação feita pelo PL cearense, chefiado pelo deputado federal André Fernandes, para apoiar o ex-presidenciável Ciro Gomes na disputa contra o PL pelo governo do Estado.

Os três filhos saíram em defesa de Fernandes, alegando que a articulação teve aval de Bolsonaro, e Flávio chamou a postura da madrasta de "arrogante e autoritária". Após a visita ao pai na segunda-feira, o senador disse ter pedido desculpas a Michelle.

No dia seguinte, o PL fez uma reunião de emergência para colocar panos quentes na crise, e o acordo com Ciro foi suspenso por tempo indeterminado - o que foi lido por alguns como vitória parcial de Michelle sobre os enteados.

A crise pública que teve a formação de alianças eleitorais como pivô aconteceu uma semana depois de o bolsonarismo cerrar fileiras, numa reunião a portas fechadas em 24 de novembro, para defender um alinhamento de discurso em defesa de Bolsonaro, que havia acabado de ser preso preventivamente.

Em seu discurso na ocasião, Michelle criticou os correligionários que atacam os colegas nas redes sociais, afirmou que a "roupa suja" deve ser lavada em casa, e pediu maior alinhamento em torno de Bolsonaro. O que foi debatido naquele encontro, entretanto, veio a ruir com a exposição das divergências feita em Fortaleza.

Já Flávio foi ungido o porta-voz oficial do pai. Sem Eduardo, autoexilado nos Estados Unidos, e mais próximo do ex-presidente do que o outro irmão Carlos, que mora no Rio de Janeiro, o senador ocupa um espaço privilegiado, com mandato, holofotes e acesso à PF para trazer e levar informações do mundo externo.

A decisão do PL de dar o posto de tamanha influência a Flávio contrasta com a avaliação que o irmão Eduardo faz do poder de todos os membros da família de representar a voz do ex-presidente.

"Enquanto durar a prisão do Bolsonaro, sempre vai haver essa confusão de quem fala por ele, quem fala, quem não fala. Tanto o Flávio como o Carlos, a Michelle, são próximos do meu pai e vão ter acesso a ele. Eu acho importante que sigam tendo essa proximidade pelo ponto de vista principalmente emocional", declarou Eduardo em entrevista ao Estadão.

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