Política

TRANSIÇÃO

Comandantes das Forças Armadas não serão mais os mesmos na posse de Lula

A ação é diferenciada, o costume é que a troca de comandantes seja realizada após a posse de um novo governo

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Comandantes das Forças Armadas não serão mais os mesmos na data de posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O plano é que os novos cargos de oficiais-generais sejam indicados pelo novo presidente ainda em dezembro deste ano. 

Desse modo, no dia da posse do petista, a ideia é que já participem os comandantes da nova gestão. 

Conforme levantado pelo Estadão, a Força Aérea tem, inclusive, data definida para cerimônia de troca de cargo, marcada para 23 de dezembro 

Com relação às demais forças armadas, a ideia é que o mesmo aconteça, mas ainda não há datas divulgadas. 

Portanto, a passagem de um governo para outro já será realizada com essa mudança, algo que não é muito comum. O costume é que a troca de comandantes seja realizada após a posse de um novo governo. 

A ação diferenciada gerou certa estranheza, considerando, principalmente, que os comandantes vão tomar posse antes do ministro da Defesa. 

A medida evitaria quaisquer constrangimentos aos atuais comandantes, caso haja alguma ação ou protesto contra a posse do presidente eleito.

Dentro das três Forças se nega a ideia de que a decisão seja uma forma de os atuais comandantes não terem de se submeter, ainda que por alguns dias, ao governo Lula.

Acredita-se que a nova gestão deve "olhar para frente" e deixar o atual ambiente conturbado para trás, priorizando a modernização das Forças Armadas, sem envolvê-las na política partidária, como tem tentado o atual chefe do Executivo.

Foi só no 11.º dia da gestão de Bolsonaro que houve a passagem de comando do general Eduardo Villas Bôas para o general Edson Leal Pujol, o primeiro dos três generais que comandaram o Exército durante o atual governo.

Foi o último dos comandantes militares a tomar posse no início do atual governo. O primeiro foi o brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez, em 4 de janeiro. O segundo foi o almirante Ilques Barbosa Júnior, em 9 de janeiro. Todos foram empossados depois de o general Fernando Azevedo e Silva assumir como ministro da Defesa.

Transição

Os comandantes das Forças já informaram ao senador Jaques Wagner (PT-BA) que aguardam apenas a designação dos responsáveis pela transição na área da Defesa para iniciar o processo.

Os nomes do Grupo Técnico no governo de transição devem ser divulgados oficialmente ainda nesta quinta ou sexta-feira (dias 24 e 25). A equipe de transição fez contatos com ex-comandantes de cada uma das Forças sobre a disposição de eles participarem do processo.

Inclusive com aqueles demitidos por Bolsonaro, como mostrou o Estadão, a exemplo do general Edson Leal Pujol, do Exército, e do ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva.

Os nomes foram revelados ontem pelo Valor e confirmados pelo Estadão. Entre eles estão os generais Enzo Peri, que comandou o Exército de 2007 a 2015 e o general José Carlos de Nardi, que foi chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas - este último aceitou nesta quarta-feira, 23, o convite.

Na Marinha, o almirante Júlio Soares de Moura Neto, que a comandou de 2007 a 2015. No caso da Marinha, pretende-se ainda um nome que esteja vinculado à área da energia nuclear, assim como na FAB a transição procura um brigadeiro ligado à área de ciência e tecnologia.

A transição convidou ainda o tenente-brigadeiro Juniti Saito, que comandou a FAB de 2007 a 2015, mas sua participação ainda não era certa para compor o grupo, assim como foram sondados para participar da equipe os professores Manuel Domingos Neto, ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Abed), e Adriana Marques, coordenadora do Laboratório de Estudos de Segurança e Defesa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Escolhas 

Entre conselheiros do presidente eleito existe a ideia de que a escolha dos novos comandantes recaia sobre os três oficiais mais antigos de cada Força.

No caso do Exército, o nome mais provável para o cargo é o do general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, atual comandante militar do Sudeste.

Tomás foi ajudante de ordens dos presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, de quem se tornou amigo. Foi ainda chefe de gabinete do general Eduardo Villas Bôas.

No caso da Aeronáutica, a escolha recairia em Marcelo Kanitz Damasceno, atual chefe do Estado-Maior da FAB. Além do senador Jaques Wagner, os ex-ministros da Defesa Celso Amorim e Nelson Jobim têm servido de intermediários entre o novo governo e os militares.

Como antecipou o Estadão, no dia 11 de novembro, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, comandante da Marinha, o general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército, e o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica, publicaram nota conjunta sem a assinatura do atual ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, na qual defenderam a garantia de manifestações pacíficas e condenaram "restrições a direitos por parte de agentes públicos" e "excessos cometidos" em atos pelo País - "que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública".

Eles estavam se referindo às manifestações em estradas e na porta de quartéis feitas por apoiadores de Bolsonaro que buscavam impedir a posse do presidente eleito. A manifestação dos comandantes levou a reações de políticos, como a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann.

Em publicação no Twitter, a petista afirmou que os chefes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica não devem se envolver em política.

"Não é papel dos comandantes militares opinar sobre o processo político, muito menos sobre a atuação das instituições republicanas", afirmou.

Gleisi ainda declarou que a liberdade de manifestação "não se aplica a atos contra a democracia, que devem ser tratados pelo nome: golpismo".

 

EM CAMPO GRANDE

Michelle Bolsonaro exalta Adriane Lopes e reforça valores de direita

Entre as falas, a ex-primeira-dama defendeu que família deve vir em primeiro lugar, pedindo para que as mulheres cuidassem de suas casas, de seus maridos e filhos

17/10/2024 17h29

Michelle Bolsonaro exalta Adriane Lopes e reforça valores de direita

Michelle Bolsonaro exalta Adriane Lopes e reforça valores de direita Marcelo Victor

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Durante o evento “Movimento Mulheres Conservadoras do Brasil”, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro discursou sobre pautas de direita, ressaltando o apoio para reeleição da atual prefeita, Adriane Lopes (PP), e destacando os feitos da gestão de seu marido, Jair Bolsonaro, durante a gestão presidencial anterior. 

Michelle defendeu pautas conservadoras, afirmando que a direita e ela, Adriane e a senadora Damares Alves irão sempre defender estes valores.

"Iremos sempre defender a vida desde a concepção, iremos dizer não às drogas, porque não tem nenhuma mamãe aqui feliz com o seu filho nas drogas, nós iremos continuar lutando pelas nossas liberdades religiosa, econômica e liberdade de expressão, nós precisamos de homens e mulheres fortes em Brasília, defendendo a nossa Constituição, defendendo a nossa democracia", disse Michelle em seu discurso.

Ao citar que no governo anterior foi criado o primeiro protocolo de epidermólise bolhosa, Michelle lembrou dos motivos de ter sido ativa na questão da saúde de crianças e adultos com surdez, antes mesmo de se tornar primeira-dama. 

“Três anos antes de ser primeira dama, eu abri a porta da minha casa pra gente ensinar a palavra de Deus para a comunidade surda do Rio de Janeiro. Porque apenas 1% se declara cristão por falta de acessibilidade nas igrejas, essa história mudou no Brasil. Hoje vocês conhecem a comunidade surda. Hoje vocês conhecem o profissional. Esse que tem o uniformezinho pretinho assim, que fica balançando as mãozinhas, eles não estão fazendo mímica, não. Eles estão levando informação. É uma língua reconhecida por uma lei. Essa é a diferença de uma mulher vocacionada. Essa é a diferença da mulher na política que tem um olhar especial para gestão, para saúde, para as famílias”, enfatizou.

Criticou também o atual governo ao questionar quais suas prioridades e informou que o Ministério Público Eleitoral do Rio Grande do Sul está atrás dela devido ao fato dela ter dito que o “outro lado mente, é cruel e faz parte de uma facção”.. 

Entre as falas, reforçou a pauta da família em primeiro lugar, pedindo para que as mulheres cuidassem mais de suas casas, de seus maridos e filhos, para que dessa forma, seja possível criar conexões afetivas afim de 

“A nossa família é o bem mais precioso. Não adianta a gente correr, ganhar o mundo e perder a nossa casa. Estamos aqui num projeto de nação. Não estamos aqui num projeto de poder como a extrema esquerda está”. 

Por fim, falou que a economia do país está se dissolvendo e exaltou Adriane Lopes, ressaltando que ao elegê-la, a Capital estaria mantendo seus valores.

“O nosso presidente Jair Messias Bolsonaro Deixou 55 bilhões no Caixa. Foi o primeiro presidente da história a deixar a Caixa no azul. Hoje nós estamos vendo o atual. Trans Governo passando de um trilhão o déficit, nós precisamos eleger a Adriane, dia 27. O presidente Bolsonaro voltará a governar essa nação em 2006. Nós precisamos nos unir numa corrente”.

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Política

Evento de mulheres conservadoras "põe fogo" entre esquerda e direita

A senadora Damares ao comentar sobre seu amor à Campo Grande, reforçou que a atual prefeita Adriane Lopes representa o verdadeiro conservadorismo, que são contrários às posições adotadas pela esquerda

17/10/2024 16h00

Evento de mulheres

Evento de mulheres "põe fogo" entre esquerda e direita Marcelo Victor

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A ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro chegou à Campo Grande na manhã desta quinta-feira (17), para participar do evento "Movimento Mulheres Conservadoras do Brasil", que tinha como objetivo unir mulheres, que buscam ampliar suas vozes e fortalecer o papel feminino na política.

Também participaram do evento a ex-ministra das Mulheres e senadora do Distrito Federal (DF), Damares Alves (PL); a primeira-dama de Mato Grosso do Sul, Mônica Riedel e a senadora por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP). A anfitriã do evento é a atual prefeita e candidata à reeleição, Adriane Lopes (PP), que esteve ao lado de sua vice, Camilla Nascimento.

Vale ressaltar que Bolsonaro e a esposa declararam apoio à candidata neste segundo turno. No primeiro turno, o apoio conservador foi para Beto Pereira (PSDB).

Durante os discursos, Damares comentou sobre o amor à Campo Grande e ao demonstrar apoio à Adriane Lopes, comentou que ela representa os verdadeiros conservadores de Mato Grosso do Sul, que estavam unidos naquele palco.

"A gente não faz aliança com a esquerda, não serve ao governo de esquerda, nós não nos humilhamos para a esquerda, uma esquerda que está conduzindo o Brasil do jeito que vocês estão vendo", reforçou. 

A senadora ainda criticou o governo atual ao citar que a bolsa disparou de ontem para hoje devido à possibilidade de retirarem as estatais do orçamento. Damares finalizou o discurso dizendo que acredita na vitória de um candidato à presidência com posicionamento político conservador nas eleições presidenciais de 2026.

Já a ex -primeira-dama iniciou sua fala com uma oração, pedindo para que todos os presentes dessem as mãos. Após o ato religioso, reforçou seu apoio a Adriane Lopes e frisou que o crescimento das mulheres na política é um resultado das mobilizações conservadoras pelo país. 

"Elegemos 15 vereadoras aqui no estado, duas vice-prefeitas e uma prefeita. Um aumento de 370% em relação às últimas eleições. Isso é um resultado muito positivo do nosso trabalho, de corrermos o Brasil falando sobre política com mulheres comuns, mulheres improváveis, que estão entendendo a política como uma ferramenta de transformação", disse.

A prefeita Adriane Lopes começou seu discurso relembrando sua carreira na política onde foi vice por duas vezes. 

"Eu era vice sim, fui eleita por duas vezes como vice. Mas é do saber de todos que vice não toma decisão administrativa, que vice não governa, vice trabalha, mas não decide os rumos da cidade. Quando eu me sento na cadeira, num período pós-pandêmico, crise na saúde mundial, com muitas dificuldades, mais de 300 obras paradas, com as finanças da prefeitura, uma prefeitura sem certidão, sem capacidade de investimentos, negativada, eu não reclamei. Eu trabalhei, fui para as ruas dessa cidade", disse, ressaltando que sua gestão foi focada na educação. 

Por fim, falou sobre o déficit de vagas em escolas municipais da Capital e reforçou seu compromisso em fazer com que Campo Grande se torne uma referência nacional.

"Não vou parar enquanto eu não conseguir colocar um ponto final nesse déficit. Vou terminar todas as obras inacabadas e paradas há mais de 20 anos nesta Capital".

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