Política

Entrevista

"O papel da Casa Civil é impedir que o conflito político se transforme em prejuízo ao povo"

O secretário da Casa Civil, Walter Carneiro Benedito Júnior, reforçou que o plano de governo apresentado e escolhido pela população em 2022 deu condições para construir um estado forte

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O novo secretário de Estado da Casa Civil, Walter Carneiro Júnior, concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado para falar sobre a nova missão pública às vésperas das eleições gerais do próximo ano.

“Essa escolha foi privativa do governador Eduardo Riedel, pessoa com quem trabalhei durante os oito anos do governo de Reinaldo Azambuja e com quem tive o privilégio de participar desse grande modelo de gestão municipalista que hoje vivemos em Mato Grosso do Sul”, declarou.

Ele também destacou os desafios à frente do cargo e as articulações políticas em 2026.

O senhor assume a Casa Civil em um momento estratégico do governo. Por que seu nome foi escolhido para o cargo?

Essa escolha foi privativa do governador Eduardo Riedel, pessoa com quem trabalhei durante os oito anos do governo de Reinaldo Azambuja e com quem tive o privilégio de participar desse grande modelo de gestão municipalista que hoje vivemos em Mato Grosso do Sul. Estamos entrando no ano de 2026, um ano eleitoral, e será oportuno para que nosso governo preste contas de tudo aquilo que se propôs a fazer. O plano de governo apresentado e escolhido pela população em 2022 nos deu a condição de construir um Estado forte, com matriz econômica diversificada, geração de oportunidades para a sua gente e a certeza de que estamos proporcionando uma melhor qualidade de vida à população sul-mato-grossense.

Qual foi o principal pedido do governador ao convidá-lo para a secretaria?

O governador Eduardo é uma pessoa muito focada em resultados. Indicadores e números são ferramentas que norteiam nossas tomadas de decisão. Ao me convidar para assumir a Casa Civil, sua orientação foi para que as ações de fortalecimento institucional entre o Estado e os municípios se tornem cada vez mais sólidas, que não percamos a sensibilidade de nos indignar e nos inconformar com aquilo que ainda não funciona bem e, fundamentalmente, ajudar a construir um estado cada vez mais presente e resolutivo na vida do cidadão.

Que situação o senhor encontrou na Casa Civil ao assumir?

Sem dúvida alguma, nossa secretaria é o órgão mais estratégico do Poder Executivo. É possível olhar para ela e enxergar o coração do governo. Somos porta aberta para as demandas da população e de seus representantes. Hoje, a Casa Civil conta com uma estrutura muito bem definida, com três secretarias executivas – da Capital, do interior e do Distrito Federal – e uma equipe motivada e comprometida com as entregas que o nosso governo se propõe a fazer. A agenda do municipalismo é a principal ferramenta de transformação social que estamos implementando no nosso estado, e sem dúvida será a virada de chave no desenvolvimento das nossas cidades.

Quais serão as três primeiras medidas práticas da sua gestão?

Na minha gestão, sorriso e simpatia serão cortesia da casa, mas temos muito trabalho pela frente. Quero construir um ambiente propositivo e proativo, no sentido de bem realizar o assessoramento direto ao governador Eduardo Riedel, analisando as propostas das secretarias, organizando as prioridades do governo e ajudando na construção das decisões políticas e administrativas. Vamos fortalecer ainda mais as relações políticas e institucionais do governo com os Poderes Constituídos, prefeitos, vereadores e lideranças políticas. Além disso, exerceremos a coordenação entre as secretarias para que conflitos sejam resolvidos e as políticas públicas cheguem à população, reforçando a pauta municipalista, que é a grande conquista do nosso governo.

Há alguma área ou secretaria que exigirá atenção especial nesse início?

A transversalidade do governo e o fato de a Casa Civil ser uma secretaria de atividade-meio, com atribuição de manter diálogo permanente com todas as outras pastas, nos mostra que não existe uma atenção específica isolada a ser cuidada. O que precisaremos fazer, com muita responsabilidade, é mostrar à população como as entregas das políticas públicas executadas pelo Estado estão mudando sua vida. Mostrar que o governo cuida com cuidado e carinho das nossas famílias, que é nossa preocupação manter esse ambiente de oportunidades que vivemos.

A Casa Civil é o centro da articulação política. Como está sendo sua relação com a Assembleia Legislativa?

A parceria estratégica que o governo mantém com a Assembleia Legislativa tem sido fundamental para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Aproveito para agradecer a todos os deputados e reforçar nosso compromisso com o fortalecimento permanente dessa relação.

Nossa agenda é extremamente propositiva. Em pouco mais de 30 dias à frente da Casa Civil, estabelecemos um diálogo constante e aberto com o parlamento. Nesse período, já encaminhamos algumas dezenas de projetos de lei de interesse do Executivo, todos analisados, deliberados e aprovados. Também pactuamos avanços importantes, como o aumento dos valores das emendas parlamentares para o próximo ano, com foco em investimentos na área da Saúde.

Seguiremos trabalhando dessa forma: com respeito à independência do Poder Legislativo, valorizando a representatividade regional de cada parlamentar e atuando de maneira conjunta para viabilizar ações concretas que promovam o bem-estar da população sul-mato-grossense.

Como será a relação da Casa Civil com prefeitos e lideranças do interior? Haverá critérios claros para atendimento de demandas municipais?

Nossa relação será pautada pela lealdade e pelo compromisso de fortalecer cada vez mais o pacto municipalista, que é marca da gestão. O programa Municipalismo Ativo já demonstra, de forma clara e transparente, como o governo pactua com os 79 municípios do Estado as prioridades de cada um. Essa construção é feita de maneira democrática. O governador Eduardo já atendeu todos os municípios em duas rodadas de pactuação, recebendo prefeitos, vices e vereadores, que apresentam suas demandas. De acordo com a capacidade financeira do Estado, ficam definidas quais serão atendidas e em que ordem de prioridade.

A Casa Civil adotará critérios transparentes para repasses e convênios, comunicará claramente os limites orçamentários e garantirá tratamento institucional igualitário, observando as desigualdades regionais e o estágio de crescimento econômico de cada região. Com a liderança do nosso governador, as decisões precisam ser tomadas no tempo certo.

Como evitar que disputas políticas prejudiquem a execução de políticas públicas?

Exercendo uma política firme e moderadora, respeitando e fortalecendo a relação com todos os atores políticos do Estado. Disputas políticas sempre existirão, mas não precisam paralisar o governo.

O papel da Casa Civil é impedir que o conflito político se transforme em prejuízo ao povo. Quando as prioridades são claras, a execução é técnica e a mediação política é firme e institucional, as políticas públicas não são prejudicadas de forma alguma. E quem sempre ganha é a população, porque, aqui, em Mato Grosso do Sul, a relação institucional que construímos entre os Poderes, em todas as esferas, é reconhecida nacionalmente como um modelo de gestão exemplo de um estado brasileiro que dá certo.

Como equilibrar articulação política e transparência?

A articulação política com transparência acontece quando o diálogo é aberto, os critérios são públicos e as decisões são técnicas, formais e rastreáveis. O equilíbrio não significa eliminar a articulação política, mas torná-la institucional, rastreável e orientada pelo interesse público. A articulação política é necessária para viabilizar decisões, construir consensos e garantir a governabilidade. Ela deixa de ser um problema quando é feita de forma pessoal ou informal, mas, sim, dentro das regras do Estado. Transparência significa que os critérios são públicos, os processos são registrados e as decisões podem ser acompanhadas e fiscalizadas.

O cargo de secretário da Casa Civil é tradicionalmente um trampolim político. O senhor tem pretensões eleitorais?

Minha pretensão eleitoral e o compromisso que assumi com o governador Eduardo são ajudar a fortalecer um ambiente político favorável à sua eventual reeleição, quando esse momento chegar. Agora, nosso compromisso é iniciar 2026 mostrando à população que Mato Grosso do Sul vive seu melhor momento, que as políticas públicas chegam a quem precisa e que todos têm condições de viver cada vez melhor por aqui. Com isso, todos nós que participamos do governo nos fortalecemos politicamente, adquirimos respeito e credibilidade junto à opinião pública e construímos oportunidades políticas futuras.

O cargo de secretário da Casa Civil é um cargo de poder, e cargos de poder podem se tornar trampolim político, dependendo de como são exercidos: com discrição, resultados e lealdade institucional. Sou um homem de muita fé em Deus, e o nosso futuro a Ele pertence, deposito Nele a minha confiança.

Qual legado o senhor pretende deixar para a população depois que cumprir sua missão?

O legado da Casa Civil não se mede apenas por obras físicas, mas pela forma como o governo funciona. O que queremos deixar é um governo integrado, estável e com capacidade de entregar resultados concretos que melhoram a vida das pessoas. Isso passa por secretarias atuando de forma coordenada, políticas públicas conectadas e decisões tomadas com eficiência e responsabilidade. Também envolve garantir estabilidade política e governabilidade, manter uma relação sólida com as bancadas federais, estaduais e municipais, dialogar permanentemente com prefeitos e lideranças regionais e reduzir conflitos que atrasam decisões.

Em Mato Grosso do Sul, o legado da Casa Civil é transformar crescimento econômico e diversidade regional em políticas públicas contínuas, bem coordenadas e efetivas, assegurando diálogo com os municípios e resultados reais para a população. É uma missão que exige confiança do governador, habilidade política e profundo conhecimento da administração pública.

PERFIL

Walter Carneiro Jr.

Natural de Dourados, casado e pai de duas filhas, é formado em Direito e pós-graduado em Direito Constitucional e Direito de Estado, com ênfase em Controle Externo. Também é graduado em Publicidade e Marketing, com especialização em Planejamento Estratégico pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

Exerce a advocacia desde 2000, foi orientador docente do NPAJ/Unigran, de 2001 a 2003, e consultor técnico legislativo na Câmara dos Deputados, de 2003 a 2007. Na área pública, foi membro do Conselho de Administração da Sanesul, de 2007 a 2010, secretário municipal de Fazenda de Dourados, de 2011 a 2014, e diretor-presidente da Sanesul, de 2019 a 2023. Em 2024, foi secretário-adjunto da Semadesc e diretor-presidente da MS Mineral. Atualmente, é secretário de Estado da Casa Civil e ainda acumula o cargo de diretor-presidente da MS Mineral.

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Política

Camila Jara enfrenta nova fase contra câncer da tireoide

Nove meses depois de ser submetida à cirurgia para retirada da tireoide, a deputada federal passa pela continuidade do tratamento

26/12/2025 16h02

Crédito: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

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A deputada federal Camila Jara (PT-MS) anunciou, por meio das redes sociais, que a partir de janeiro iniciará a iodoterapia, em mais uma fase do tratamento após a retirada da tireoide em decorrência de um câncer.

A parlamentar usou o Instagram para contar que ficará quatro dias em isolamento no hospital e que, neste momento, está suspendendo o uso da medicação que repõe os hormônios produzidos pela tireoide.

“Agora a gente está indo para a segunda fase do tratamento. Então, eu vou fazer iodoterapia, que é um tratamento um pouco diferente do que aconteceu até agora. É forte, então eu preciso tirar tudo que tem iodo da minha alimentação, do meu corpo”, disse Camila, e completou:

“Por isso que não posso usar nada que tenha cor, não posso ter contacto com nada que tenha iodo. Então, por isso que eu estou sem maquilhagem, sem esmalte, não posso usar uma série de produtos e, na alimentação, não posso usar coisas com sal comum. A pasta de dentes é diferente, tem uma série de coisas, um monte de coisas diferentes”.

A deputada disse que o que mais sentirá falta nesse período será de estar próxima das pessoas e poder abraçá-las. No vídeo, ela se mostrou confiante e chegou a fazer uma brincadeira em relação a ficar “brilhando” por estar radioativa.

Diagnóstico

No dia 6 de maio, a parlamentar comunicou, por meio de vídeo, o diagnóstico de câncer, compartilhando que, aos 30 anos, recebeu a notícia que ninguém gostaria de ouvir.

Ela pediu licença para realizar a cirurgia de remoção da tireoide, que ocorreu no dia 12 do mesmo mês, no Hospital Sírio-Libanês.

O procedimento, conforme acompanhou a reportagem do Correio do Estado, durou quatro horas e ocorreu sem intercorrências.

Outros parlamentares

Os deputados Vander Loubet (PT-MS) e Pedro Pedrossian Neto (PSD) também passaram por procedimentos cirúrgicos para remoção de câncer em outubro.

Pedrossian Neto comunicou, no dia 17 de outubro, por meio das redes sociais, que passou por cirurgia para remoção total da tireoide.

Ele explicou que, ao realizar um check-up, os exames detectaram dois pequenos nódulos no órgão. Segundo relatou, o carcinoma da tireoide é congénito, ou seja, a família tem predisposição para desenvolvê-lo por características genéticas.

Onze dias depois, o petista Vander Loubet foi operado, em um hospital em São Paulo, para tratamento de câncer na próstata (prostatectomia).
 

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Levantamento

Maioria dos deputados federais de MS vota a favor das pautas do governo Lula

Apenas Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL) têm mais votos contrários ao governo federal

26/12/2025 08h20

A bancada de MS na Câmara dos Deputados é formada por oito parlamentares, com maioria tucana

A bancada de MS na Câmara dos Deputados é formada por oito parlamentares, com maioria tucana Montagem

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A maioria dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul vota mais a favor que contra as pautas defendidas pelo governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme levantamento realizado pelo Correio do Estado no site Congresso em Foco, criado para reconhecer os parlamentares que mais se destacam no exercício do mandato no Congresso Nacional.

Ao longo deste ano, conforme os dados disponibilizados pelo Congresso em Foco, votaram mais a favor que contra o governo federal os parlamentares Beto Pereira (PSDB), Dagoberto Nogueira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Camila Jara (PT) e Vander Loubet (PT), enquanto votaram mais contra que a favor os deputados federais Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL).

No caso dos dois deputados federais do PT, tanto Camila Jara quanto Vander Loubet votaram apenas uma vez contra a orientação do governo federal: Camila votou 101 vezes a favor e Vander, 67 vezes.

Camila Jara votou contra uma orientação do governo federal a favor do parecer, reformulado no plenário, feito pelo deputado federal Afonso Hamm (PP-RS) na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Casa de Leis, que concluiu pela aprovação do Projeto de Lei nº 5.122, de 2023, e de seus apensos, Projetos de Lei nº 5.221, de 2023, nº 165, nº 510, nº 691, nº 2.204 e nº 4.670, de 2024, e
nº 341, de 2025, na forma do substitutivo reformulado apresentado pela Comissão de Finanças e Tributação, que concluiu pela adequação orçamentária e financeira.

O Projeto de Lei nº 5.122/2023, com seus apensos (incluindo projetos de lei de 2023, 2024 e 2025), visa criar uma linha emergencial de crédito de até R$ 30 bilhões, usando o Fundo Social, para renegociar e quitar dívidas de crédito rural de agricultores, pecuaristas e outros afetados por secas e calamidades, oferecendo juros diferenciados e prazos longos (10 anos a 15 anos), com foco na recuperação do setor após desastres naturais. A matéria, já aprovada na Câmara dos Deputados, foi encaminhada ao Senado para análise final.

Vander Loubet votou contra uma orientação do governo federal no caso do parecer proferido em plenário pela deputada federal Flávia Morais (PDT-GO), relatora na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, que concluiu pela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de Lei nº 2.379, de 2023.

De autoria da deputada federal Dandara (PT-MG), esse projeto de lei institui o Dia Nacional dos Congados e Reinados, a ser celebrado anualmente em 7 de outubro. Ele tramita na Câmara dos Deputados, buscando reconhecimento e valorização das manifestações culturais afro-brasileiras. É importante notar que pode haver confusão com outros projetos com numeração similar, como o Projeto de Lei nº 2.379/2022, sobre vigilantes, mas o de 2023 foca nos congados.

Já o deputado federal Beto Pereira votou 55 vezes a favor e 35 vezes contra, enquanto Dagoberto Nogueira votou 85 vezes a favor e 10 vezes contra e Geraldo Resende, 68 vezes a favor e 14 vezes contra, demonstrando que a bancada tucana de Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados foi, praticamente, um “puxadinho” da bancada petista na Casa de Leis.

OPOSIÇÃO

Os três deputados federais da oposição se mantiveram fiéis às orientações dos seus partidos, votando mais contra do que a favor das matérias defendidas pelo governo do presidente Lula.

O parlamentar Dr. Luiz Ovando votou 41 vezes contra e 35 vezes a favor, enquanto Marcos Pollon votou 73 vezes contra e 26 vezes a favor e Rodolfo Nogueira, 67 vezes contra e 26 vezes a favor.

Mesmo assim, eles votaram um grande número de matérias favoráveis ao governo federal, e a justificativa foi que as pautas beneficiavam a maioria da população, fazendo com que deixassem a orientação de oposição a Lula de lado e focassem no bem maior de quem os elegeu.

Saiba

O Congresso em Foco é um portal jornalístico independente e apartidário, fundado em 2004, especializado em cobrir o Congresso Nacional brasileiro e os bastidores da política, com notícias exclusivas, perfis de parlamentares, dados sobre processos judiciais, votações e gastos, e realiza o famoso Prêmio Congresso em Foco, que reconhece os melhores políticos do País por meio do voto popular e de jornalistas, focando em ética, transparência e defesa do interesse público. 

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