Política

INVESTIGAÇÃO

Polícia marca depoimento de Marquinhos e inquérito contra ele entra na reta final

Suspeito de crimes como assédio sexual e tentativa de estupro, Marquinhos Trad (PSD) deve ser ouvido na tarde de amanhã

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A Polícia Civil intimou o ex-prefeito e candidato ao governo de Mato Grosso do Sul Marquinhos Trad (PSD) para depor na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) nesta quarta-feira (21), às 14h. 

Marquinhos é investigado desde julho pela prática de crimes como assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição, supostamente cometidos no período em que ele era prefeito de Campo Grande.  

A intimação do ex-prefeito de Campo Grande ocorreu nesta segunda-feira (19) e foi recebida pelas advogadas dele, Andreia Flores e Rejane Alves de Arruda.  

O Correio do Estado apurou que as advogadas de Marquinhos Trad ainda tentam adiar a data do depoimento, sobretudo para que ele ocorra depois do primeiro turno das eleições, agendado para o dia 2 de outubro.  

Marquinhos Trad foi intimado na segunda tentativa dos agentes policiais da Deam. 

Caso não houvesse êxito nesta segunda tentativa, o ex-prefeito passaria a correr sério risco de ser conduzido coercitivamente às dependências policiais. O depoimento de Marquinhos deve ser um dos últimos atos da investigação.  

Uma das estratégias da defesa do ex-prefeito para os próximos dias é a de ingressar com um habeas corpus preventivo em favor do ex-prefeito, para que ele não seja conduzido coercitivamente.  

Nesta reta final de campanha, Marquinhos já agendou vários compromissos. Nesta quarta-feira, às 17h30min, por exemplo, ele está confirmado como entrevistado do Correio do Estado na série de entrevistas aos candidatos ao governo.  

A dificuldade em intimar o ex-prefeito para depor tem forçado a delegada Maíra Pacheco Machado, titular da Deam e responsável pela investigação, a pedir o adiamento do inquérito. Ontem, ela pediu dilação de prazo dos trabalhos, que no mês passado já foram prorrogados por 30 dias.  

Reta final

Assim como a campanha eleitoral está entrando na reta final nestas duas últimas semanas, as investigações da Polícia Civil sobre os casos que envolvem assédio e exploração sexual também estão chegando ao fim.

No dia 9 deste mês, Victor Hugo Ribeiro Nogueira, que era servidor comissionado do gabinete de Marquinhos Trad no período em que ele era prefeito, foi indiciado pelos crimes de corrupção ativa de testemunhas, coação no curso do processo e favorecimento à prostituição.

A conexão do caso de Victor Hugo com o caso de Marquinhos é de que o ex-servidor teria supostamente coagido uma das vítimas a mudar sua versão em cartório.  

Uma das estratégias de defesa do ex-prefeito, que fala em armação política, é a de levar vítimas e outras mulheres para registrar depoimentos e conversas de telefone celular em cartório de notas, como forma de confrontar os elementos apurados pela Polícia Civil.

Trancamento

A defesa de Marquinhos Trad, durante as investigações, já tentou – sem sucesso – tirar a delegada Maíra Pacheco Machado do comando do inquérito. 

As advogadas dele também aguardam o julgamento de habeas corpus no Tribunal de Justiça para trancar a investigação no que diz respeito a denúncias feitas por três mulheres, que alegam terem sido vítimas do ex-prefeito.

O pedido, assinado pelas advogadas Rejane Alves de Arruda e Andreia Flores e direcionado ao tribunal, foi feito na quinta-feira (1º), logo depois que a juíza em substituição da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, May Melke Amaral Penteado Siravegna, atendeu apenas parcialmente a um pedido da defesa para trancar a investigação dos fatos narrados por 10 das quase 15 mulheres que procuraram a Polícia Civil para se queixar de crimes contra a dignidade sexual supostamente cometidos pelo ex-prefeito.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), em seu parecer, manifestou-se pelo trancamento da investigação das denúncias feitas por 8 dessas 10 mulheres.

Em seis casos, já mais antigos, alguns do tempo em que Marquinhos ainda era deputado estadual, o parecer foi pela prescrição ou decadência das acusações.

Em outros dois casos, houve parecer pela atipicidade (os promotores não enxergaram crime de assédio na conduta do ex-prefeito, apenas entenderam ter configurado o crime de favorecimento à prostituição).

A magistrada, por sua vez, atendeu parcialmente ao pedido da defesa, trancando as investigações somente nos casos em que os fatos narrados pelas vítimas já não poderiam ser mais punidos, por estarem prescritos ou pelo direito de acionar a Justiça ter decaído.

Foi por causa desta decisão que, agora, as advogadas de Marquinhos Trad foram à segunda instância, na qual esperam conseguir barrar um grande volume da investigação conduzida por Maíra Pacheco Machado, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

INVESTIGAÇÃO  

A investigação teve início em julho, quando quatro mulheres procuraram a Polícia Civil para denunciar crimes de assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição, em que estariam envolvidos Marquinhos Trad e empresários.

Há, pelo menos, sete mulheres que podem ter sido vítimas de Marquinhos, seja por assédio, seja por tentativa de estupro. Se contados os casos de mulheres que já procuraram a polícia, mas cujos supostos abusos já prescreveram, o número se aproxima de 15.  

Como já afirmado em outras situações, a defesa de Marquinhos Trad adota a tese de uma armação política. As advogadas dele também contra-atacaram no início deste mês, solicitando a abertura de inquérito para apurar irregularidades na investigação da Deam. 

77 dias de investigação

O inquérito aberto para investigar casos de assédio sexual (oferta de emprego em troca de sexo) e tentativa de estupro na Prefeitura de Campo Grande, que tem o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) como alvo das investigações, foi aberto em 5 de julho deste ano, há 77 dias. A previsão é de que a investigação seja encerrada após o depoimento do ex-prefeito. 

Política

Moraes anula decisão da Câmara que manteve mandato de Zambelli

Suplente Coronel Tadeu (PL-SP) deve tomar posse em 48 horas

11/12/2025 19h12

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quinta-feira, em Brasília, a anulação da votação da Câmara dos Deputados que rejeitou a cassação e manteve o mandato da deputada Carla Zambelli (foto) (PL-SP).

Na decisão, ele determinou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, emposse imediatamente o suplente da deputada.

O ministro disse que cabe ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar condenado por decisão transitada em julgado, cabendo à Câmara somente "declarar a perda do mandato".

Perda de mandato
"Diante do exposto, nos termos decididos pela Primeira Turma desta Suprema Corte no julgamento de mérito da Ação Penal 2.428/DF, declaro nula a rejeição da representação nº 2/2025 da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e decreto a perda imediata do mandato parlamentar de Carla Zambelli Salgado de Oliveira", decidiu Moraes.

Assim, a cadeira de Zambelli deverá ser ocupada pelo suplente Coronel Tadeu (PL-SP). Por determinação do ministro, ele deverá tomar posse no prazo de 48 horas.

Na decisão, o ministro disse que cabe ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar condenado por decisão transitada em julgada, cabendo à Câmara somente "declarar a perda do mandato".

O ministro também determinou que sua liminar seja analisada em julgamento virtual da Primeira Turma, nesta sexta-feira (12), às 11h.

Fuga

Em julho deste ano, Zambelli foi presa em Roma, na Itália, onde tentava escapar do cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Por ter dupla cidadania, a deputada deixou o Brasil em busca de asilo político em terras italianas após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes.

Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da parlamentar para o Brasil.

O pedido de extradição foi oficializado no dia 11 de junho pelo STF.  Em seguida, a solicitação foi enviada pelo Itamaraty ao governo italiano. 

A decisão final sobre o processo de extradição será tomada durante uma audiência que será realizada pela Justiça italiana na próxima quinta-feira (18). 

Política

Haddad: situação dos Correios 'inspira mais cuidados' e estatal precisa de 'reinvenção'

Ministro em entrevista nesta quinta-feira (11), disse que a estatal têm obrigação de universalizar o serviço postal

11/12/2025 19h00

Crédito: Valter Campanato / Agência Brasil

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Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira, 11, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a situação dos Correios "inspira mais cuidados", porque a estatal precisa de uma "reinvenção" para reverter o rombo financeiro.

"Como os Correios têm obrigação constitucional de universalizar o serviço postal, tem esse ônus. Está cheio de empresas de logística hoje no Brasil atuando. Mudou no mundo inteiro, mas todo o serviço postal do mundo, que permanece quase no mundo inteiro nas mãos do Estado, tem um arranjo diferenciado para dar suporte à universalização", sustentou.

Ele defendeu que os serviços postais no Brasil, diante da concorrência privada, encontrem novos segmentos de negócios, agregando parcerias.

"No mundo inteiro se faz uma estimativa dos custos de universalização que não são cobertos pela tarifa. Agrega valor no serviço postal mediante oferta de serviços, que pode ser de previdência, de seguro, uma série de serviços que se agregam ao postal. Em geral, um banco, uma Caixa Econômica pode fazer uma parceria com os Correios para ter capilaridade em relação aos serviços que ela própria presta", argumentou Haddad.

Segundo ele, o projeto de reestruturação já teve mais de dez versões, "porque o Tesouro está sendo rigoroso no pedido de que seja uma solução definitiva para a companhia".

Questionado sobre a necessidade de aportes recorrentes para as estatais, Haddad respondeu que os Correios se destacam no quadro geral, mas não é o caso do de todas as empresas. "Correios e Eletronuclear são as duas estatais que inspiram mais cuidado", pontuou.
 

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