A prefeita de Campo Grande Adriane Lopes, do Patriota, nomeou o filho do conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul) Ronaldo Chadid, que foi afastado em dezembro passado por seis meses meses do cargo por suspeitas de corrupção.
Ronaldo Chadid Júnior, que já atua na prefeitura há pelo menos dois anos, vai exercer cargo em comissão na PGM (Procuradoria-Geral do Município) e seu salário deve superar a casa dos R$ 12 mil.
Duas semanas atrás, a prefeita já havia nomeado a irmã do conselheiro Waldir Neves, afastado junto com Chadid pelo mesmo crime.
Sidonia Neves Barbosa, que já atua na prefeitura desde o início dos anos 2000, foi convocada para trabalhar em cargo de comissão como assessora executiva II, símbolo DCA-3, segundo publicado no Diário Oficial de Campo Grande, e seu salário deve girar em torno de R$ 10 mil.
QUEM
Ronaldo Chadid Júnior formou-se em advocacia em 2019. Há dois anos ele cumpre expediente num setor da prefeitura conhecido como Gatef, Gerência de Ações Tributárias e Econômico Financeiras.
Já Sidonia, a irmã de Waldir, já ocupou cargos em comissão na prefeituras nas gestões dos ex-prefeitos Alcides Bernal, do PP, Marquinhos Trad, do PSD e, agora, na administração atual.
Adriane Lopes, desde que assumiu a prefeitura no lugar do ex-prefeito Marquinhos Trad, que deixou mandato para concorrer ao governo de MS, exonerou ao menos 2,7 mil servidores que ocupavam cargos comissionados.
O motivo das exonerações: os indicados não eram nomes ligados a então vice-prefeita. Ele tira os convocados por Marquinhos e põe os preferidos por ela.
INVESTIGAÇÃO
Além de Waldir Neves e Ronaldo Chadid, por força de decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Iran Coelho, o conselheiro que até dezembro passado presidia o TCE-MS, foram afastados por 180 dias.
Além disso, o trio não pode nem sequer entrar no prédio da corte fiscal e é monitorado por tornozeleiras eletrônicas.
Os conselheiros, segundo investigação da Polícia Federal, foram denunciados por lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção.
Tais delitos teriam sido praticados por supostas fraudes em licitações.
Os três ingressaram com recursos contra a decisão do STJ, mas a corte ainda não definiu a questão.