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"Mais louco do Brasil" anuncia pré-candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul

Com 91% de aprovação e quase um milhão de seguidores nas redes sociais, Juliano Ferro acumula denúncias e investigação no comando de Ivinhema

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O prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), mais conhecido como “prefeito mais louco do Brasil”, anunciou, neste fim de semana, que pretende ser pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul nas eleições gerais de 2030. 
 
Com 91% de aprovação e quase um milhão de seguidores nas redes sociais, ele foi reeleito com 81,29% dos votos, mesmo enfrentando inúmeras denúncias na Justiça e sendo alvo de investigação por parte do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco)
 
Agora, uma figura que mistura carisma digital, polêmicas jurídicas e ambições estaduais, Juliano Ferro pretende tentar assumir o Poder Executivo do Estado e, para isso, já avisou que usará os números impressionantes nas redes sociais e alta popularidade local.
 
No entanto, contrastando a tudo isso, pesa contra ele operações policiais e falas explosivas. “Meu sonho e meu trabalho tem um espelho e nele está o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Por isso, quero ser governador. Eu tenho apenas 42 anos e estou me destacando, pode não ser agora em 2026, mas, na próxima, em 2030, estarei na disputa”, projetou em entrevista à jornalista Mariana Rocha.
 
Juliano Ferro coleciona investigações que contrastam com sua imagem de gestor popular. Em 2023, a “Operação Contrafação”, do Gaeco, apreendeu R$ 79 mil em espécie e documentos em sua casa, sob suspeita de falsificação na transferência de uma caminhonete Dodge Ram avaliada em R$ 300 mil. O caso, que ele atribui a "inveja", ainda corre na Justiça.
 
“Eu estou sendo investigado por tudo, mas não fui condenado por nada. E a justiça tem me perseguido muito, colocado policiais dentro da minha casa, tudo por conta de uma transferência de um carro, não me chamaram para conversar, apenas invadiram minha casa. Ninguém manda uma operação com mais de 20 policiais na casa de um prefeito por conta de uma transferência de um carro", ressaltou o “mais louco do Brasil”.
 
Outro capítulo controverso envolve a compra de um veículo Silverado e uma casa de Luiz Carlos Honório, empresário preso por narcotráfico. Ferro admitiu as transações, mas negou qualquer irregularidade. 

Além disso, a Prefeitura de Ivinhema contratou uma empresa de informática de Cuiabá (MT), alvo de investigações por superfaturamento em outros municípios, para serviços de oficina mecânica – um contrato de R$ 5 milhões que levantou críticas na Câmara Municipal.
 
Com 956 mil seguidores no Instagram e 486,2 mil no TikTok, Ferro é o terceiro prefeito com mais seguidores no Brasil, atrás apenas de João Campos, prefeito de Recife (PE), e de Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba (SP).
 
Ferro transformou as redes em palanque permanente. Seus vídeos descontraídos – como consertos de estradas usando camisetas regatas – viralizaram e humanizaram sua imagem. A estratégia digital explica parte de sua aprovação de 91% em Ivinhema e o torna um dos políticos mais influentes do Estado entre jovens de 16 a 24 anos de idade.
 
Nas redes, ele enfrenta críticas de forma direta. Após a “Operação Contrafação”, postou: "Inveja é uma merda, mas não me abala". A tática rende engajamento: 91,5% dos ivinhemenses votariam nele para deputado federal, segundo pesquisa interna.
 
Apesar de negar candidatura para deputada federal em 2026, Ferro não descarta vir a ser candidato a governador, mas, se não for possível no próximo ano, de 2030 não passa. Aliado do governador Eduardo Riedel (PSDB) e do ex-governador Reinaldo Azambuja, ele busca consolidar apoio no Vale do Ivinhema, região com 11 municípios e peso eleitoral significativo.
 
Seu plano inclui participar do processo para preparar um sucessor em Ivinhema, ampliar a presença digital para conquistar eleitores urbanos e equilibrar discursos, atraindo tanto conservadores (com pautas de segurança), quanto moderados (com projetos sociais).
 
O prefeito de Ivinhema destacou os avanços de seus primeiros 100 dias no segundo mandato, atribuindo o sucesso ao apoio popular recorde (81% dos votos) e à eficiência administrativa. 
 
“A população confirmou nossa gestão com mais de 80% dos votos. Dobramos o apoio popular, e isso só se explica por uma boa gestão. Fizemos o dever de casa”, afirmou, informando que pretende lançar um pacote de obras de infraestrutura no valor de R$ 85 milhões, que inclui pavimentação, drenagem e sinalização. 
 
“Garantimos R$ 63 milhões em linha de crédito com a Caixa Econômica Federal e com a contrapartida de R$ 63 milhões em linha de crédito e R$ 25 milhões do governador Riedel, chegaremos a R$ 88 milhões, superando os R$ 55 milhões do primeiro mandato”, revelou.
 
Como pré-candidato a governador, Juliano Ferro já mandou um duro recado ao atual governador e candidato à reeleição Eduardo Riedel. “No primeiro ‘Avança MS’, não chegou todo o valor acordado com a gente. Espero que, nesta segunda edição, o governador honre os acordos. Ivinhema conta com o Estado”, cobrou.
 
Para finalizar, o prefeito de Ivinhema lembrou que pegou a cidade com pouco mais de 60% asfaltada e, agora, garantiu que a zona urbana já tem 90% das vias pavimentadas. 
 
“Gostaria de ver esse progresso para o município. Me espelho muito no Reinaldo, um cara que fez um trabalho brilhante, entregou asfalto 100% em Maracaju, saiu de um município pequeno e virou governador do Estado. Também quero e posso chegar lá”, assegurou.

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Jurisprudência

STF decide que político que não presta contas não pode registrar candidatura

Candidatos que deixarem de prestar contas eleitorais dentro do prazo poderão ser impedidos de obter a certidão de quitação eleitoral

21/05/2025 17h57

Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Ministro do STF, Alexandre de Moraes Divulgação

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, que candidatos que deixarem de prestar contas eleitorais dentro do prazo poderão ser impedidos de obter a certidão de quitação eleitoral — documento necessário para registrar candidatura nas eleições seguintes.

A tese aprovada pelos ministros afirma:

“A previsão de impedimento à obtenção de certidão de quitação eleitoral até o fim da legislatura, nos casos de contas julgadas como não prestadas, não configura nova hipótese de inelegibilidade e insere-se no poder regulamentar da Justiça Eleitoral.”

A decisão valida uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em vigor desde 2019, que estabelece que candidatos que não apresentarem suas contas no prazo legal ficam sem a certidão de quitação eleitoral até o fim da legislatura — ou seja, por quatro anos.

O julgamento foi concluído nesta quarta-feira (21), embora a maioria dos votos já estivesse formada. A ação foi movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que questionava a resolução por considerá-la desproporcional, alegando que a regra impõe uma punição prolongada mesmo após a regularização das contas.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, rebateu a argumentação. Segundo ele, não cabe ao candidato decidir quando cumprir a obrigação de prestar contas. “Se a Justiça Eleitoral liberar geral, vai ser um incentivo à prática de caixa dois”, afirmou Moraes, sendo acompanhado pelos demais ministros.

Em decisão anterior, o STF já havia definido que o simples ato de prestar contas é suficiente para a obtenção da certidão de quitação eleitoral — independentemente de aprovação dos gastos pela Justiça Eleitoral.

 

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DENÚNCIA

Deputado denuncia demora no atendimento de UTIs aéreas em Corumbá

Conforme o parlamentar, somente em abril, foram mais de quatro acionamentos não respondidos

21/05/2025 16h30

Deputado denuncia descaso da AENA na administração do aeroporto de Corumbá

Deputado denuncia descaso da AENA na administração do aeroporto de Corumbá FOTO: Divulgação ALEMS

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Nesta quarta-feira (21), o deputado estadual Paulo Duarte (PSB), apresentou um requerimento denunciando descaso no atendimento do Aeroporto de Corumbá às aeronaves de UTI aérea responsáveis pelo transporte de paciente em estado grave para outros municípios com maior suporte na assistência em saúde.

Conforme a denúncia, o parlamentar relatou que somente no mês de abril, houve mais de quatro acionamentos que não foram respondidos causando grandes prejuízos ao atendimento em saúde aos pacientes graves.

No texto, Paulo Duarte afirmou que, sem fiscalização as concessionárias fazem o que querem e ainda deixam pessoas correrem risco de morte. “A AENA Brasil é a concessionária gestora dos aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, além de ser a maior operadora de campos de aviação do mundo, e vivemos hoje um apagão das Agências Reguladoras. Isso é caso de polícia”, disse ele.

No requerimento, o deputado solicita esclarecimento sobre os motivos da falta de comunicação nos contatos que são disponibilizados 24 horas pela empresa AENA Brasil, que administra o aeroporto do município. “Lembro que o aeroporto de Corumbá deve funcionar 24 horas para esse tipo de operação, conforme documento oficial da ROTAER”, argumentou o deputado.

Além disso, no documento Duarte questionou o prazo que os funcionários responsáveis são orientados a responder e quantos funcionários são disponibilizados nos plantões noturnos para atenderem às chamadas de emergência para atendimento de casos graves de saúde que precisam de transporte aéreo. “Esse requerimento se justifica pelos vários relatos de médicos e pilotos de UTIs que não conseguem contato com os fiscais de pátio encarregados de responderem aos chamados das UTIs aéreas”, justificou Paulo Duarte.

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