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Preso pela PF, Braga Netto foi chefe de Estado-Maior do CMO em 2009

General da reserva suspeito de envolvimento em trama golpista, exerceu segundo maior posto do comando militar com sede em Campo Grande

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O general da reserva Walter Braga Netto, preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal (PF), já foi o chefe de Estado-Maior do Comando Militar do Oeste (CMO), sediado em Campo Grande, no ano de 2009.

Nascido em Belo Horizonte (MG), com 67 anos de idade, o militar esteve capital sul-mato-grossense desde sua nomeação como chefe, que ocorreu em novembro de 2009, até o ano de 2011. Após este período, deixou Campo Grande após tornar-se adido militar na embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos.

Braga Netto também exerceu os cargos de ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL). Além disso, o general foi candidato a vice na chapa que perdeu a eleição presidencial de 2022.

Suposto envolvimento com trama golpista

A Polícia Federal prendeu na manhã deste sábado (14) o general da reserva Walter Braga Netto. Ele estava em sua casa no Rio de Janeiro e ficará detido nas dependências do Comando Militar do Leste. Endereços ligados ao general também são alvo de buscas e apreensões.

A operação está relacionada ao inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. A defesa do general da reserva ainda não se manifestou sobre a prisão deste sábado.

"Dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal", informou a PF.

As medidas judiciais teriam como objetivo, segundo a PF, "evitar a reiteração das ações ilícitas".

Nos últimos dias, a defesa de Bolsonaro passou a trabalhar com a tese do "golpe do golpe", segundo a qual militares de alta patente usariam a trama golpista no fim de 2022 para derrubar o então presidente e assumir o poder —e não para mantê-lo no cargo.

A estratégia para livrar Bolsonaro do enredo golpista implica os generais da reserva Augusto Heleno e Walter Braga Netto como os principais beneficiados por uma eventual ruptura institucional.

General teria sediado reuniões

A PF diz que o plano para matar em 2022 o então presidente eleito, Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi discutido na casa do general da reserva em Brasília.

"Ainda não tivemos pleno acesso às investigações, o que impossibilita a defesa de fazer qualquer manifestação", disse o advogado Luis Henrique Prata assim que as revelações da PF vieram à tona.

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STF confirma validade do modelo de trabalho intermitente

Matéria foi analisada nesta sexta-feira

13/12/2024 22h00

STF confirma validade do modelo de trabalho intermitente

STF confirma validade do modelo de trabalho intermitente MARCELLO CASAL JR/ AGÊNCIA BRASIL

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira (13) confirmar a constitucionalidade do contrato de trabalho intermitente, inserido na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela reforma trabalhista de 2017.STF confirma validade do modelo de trabalho intermitenteSTF confirma validade do modelo de trabalho intermitente

Pelo placar de 8 votos a 3, os ministros mantiveram as mudanças que foram feitas na legislação trabalhista para inserir o modelo de contratação.

O caso entrou em julgamento no plenário virtual da Corte na semana passada após ser interrompido em setembro deste ano por um pedido de vista.

O placar pela validade do trabalho intermitente foi formado pelos votos dos ministros Nunes Marques, Alexandre de Moraes, André Mendonça, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli.

O relator Edson Fachin e as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, que se manifestou antes da aposentadoria, consideraram o trabalho intermitente inconstitucional.

As ações que contestaram o trabalho intermitente no STF foram protocoladas por sindicatos que atuam na defesa de frentistas, operadores de telemarketing e dos trabalhadores da indústria.

Para as entidades, o modelo favorece a precarização da relação de emprego e o pagamento de remunerações abaixo do salário mínimo, além de impedir a organização coletiva dos trabalhadores.

Conforme definido na reforma trabalhista, o trabalhador intermitente recebe por horas ou dias trabalhados, e tem férias, FGTS e décimo terceiro salário de forma proporcional ao período trabalhado. No contrato, é definido o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao salário mínimo por hora ou à remuneração dos demais empregados que exerçam a mesma função.

O empregado deve ser convocado com, no mínimo, três dias corridos de antecedência. No período de inatividade, pode prestar serviços a outras empresas. 

      

DIZ REVISTA

Senador denuncia suposto esquema de extorsão na CPI das bets

Conforme denúncia da Veja, senador afirma que lobista extorquia empresário do ramo para que não fossem convocados a depor na CPI, relatada por senadora de MS

13/12/2024 17h14

O lobista Silvio de Assis (de branco) e a senadora Soraya Thronicke, passaram o Natal juntos em Campo Grande no ano de 2022

O lobista Silvio de Assis (de branco) e a senadora Soraya Thronicke, passaram o Natal juntos em Campo Grande no ano de 2022 Arquivo

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Uma denúncia divulgada pela revista Veja aponta que há um suposto esquema de extorsão de empresários ligados ao setor de apostas. A senadora Soraya Thronicke é relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga sites de apostas no Senado e nega envolvimento, mas confirma saber da existência do suposto esquema e já ter denunciado o caso à Polícia Federal.

Conforme a Veja, durante a oitiva do representante de uma empresa na CPI, houve um bate-boca entre os senarores Ciro Nogueira e Soraya Thronicke, após ela dizer que convocaria o governo Bolsonaro para saber porque não houve regulamentação na gestão do ex-presidente.

Ciro Nogueira, que era ministro da Casa Civil no antigo governo, indagou a senadora e os ânimos se exaltaram. 

“Dá para a senhora me explicar por que chamar o governo Bolsonaro? A senhora acha que isso [regulamentação] vai ter algum ganho para o país, senadora?", ao que Soraya o mandou se debruçar sobre a legislação para entender.

“A senhora não é professora de ninguém. Daqui a pouco é a senhora que vai ter que prestar muitas explicações aqui”, continou o senador.

Após a discussão, Ciro Nogueira procurou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para denunciar que algo "muito grave" acontecia nos bastidores da comissão.

Esse fato grave, segundo a Veja, é de que Silvio de Assis, um lobista conhecido em Brasília estaria extorquindo empresários ligados ao setor de apostoria e que havia uma parceria entre esse lobista e integrantes da CPI.

O suposto esquema funcionava da seguinte maneira: os parlamentares apresentavam requerimentos convocando empresas para prestar depoimento. Na sequência, o lobista ia até a empresa, dizia ter influência sobre alguns congressistas e pedia dinheiro para reverter a convocação.

Segundo a denúncia de Ciro Nogueira a Pacheco, a Polícia Federal já investiga esse esquema, após um empresário do ramo de apostas denunciar ter sido abordado pelo lobista, que exigiu R$ 40 milhões.

Ainda conforme a Veja, Ciro Nogueira não acusou Soraya Thronicke diretamente de envolvimento no esquema, mas afirmou que ela, por ser relatora da CPI, conhece e mantém uma relação de proximidade com o lobista que fazia as extorsões.

Procurado pela revista, Ciro disse que a denúncia chegou a seu conhecimento e que tomou “as providências cabíveis”.

O lobista Silvio de Assis é conhecido por ter amigos em diversos partidos e gabinetes em Brasília e já foi preso em 2018 pela Polícia Federal, por envolvimento em escândalo de venda de registros sindicais.

Com relação à denúncia de Ciro Nogueira, ele afirma que não acompanha o trabalho da CPI apenas para juntar informações para dum documentário sobre apostas no Brasil, que está produzindo. O lobista desconversou quando questionado sobre sua relação com Soraya Thronicke.

Senadora nega envolvimento

Soraya negou envolvimento com o suposto esquema de extorsão, mas confirmou que conhece Silvio de Assis e que há indícios de algo grave nos bastidores da CPI, mas que ela não tem nenhum tipo de relação.

Segundo a senadora, ela teve acesso a um áudio enviado por um empresário convocado para depor, onde era pedido R$ 100 milhões para que ele não fosse convocado por ela. Ela alega que seu nome estava sendo usado sem seu conhecimento.

À Veja, Soraya Thronicke não revelou a identidade do criminoso e nem do empresário abordado nos supostos áudios, se limitando a dizer que encaminhou a denúncia à Polícia Federal.

Apesar de não confirmar, a relação de Soraya com o lobista parece ser próxima. Na virada do ano de 2022 para 2023, a senadora passou o Natal com Silvio de Assis em Campo Grande.

No ano passado, a irmã do lobista, Sandra Barbosa de Assis, foi nomeada no gabinete de Soraya, em Brasília. Já neste ano, foi a vez do genro do lobista ganhar um cargo. David Vinicius Orue de Oliveira também é nomeado no gabinete de Soraya.

O nome de Soraya, no entanto, não aparece nas denúncias como participante do esquema de extorsão.

O lobista Silvio de Assis (de branco) e a senadora Soraya Thronicke, passaram o Natal juntos em Campo Grande no ano de 2022Irmã do lobista é nomeada no gabinete de Soraya 
O lobista Silvio de Assis (de branco) e a senadora Soraya Thronicke, passaram o Natal juntos em Campo Grande no ano de 2022Genro do lobista também é lotado no gabinete da senadora

A CPI das Apostas foi instalada em novembro e já foram apresentados 360 requerimentos, sendo 230 aprovados e com o depoimento de seis testemunhas.

Confira a nota da senadora na íntegra:

"Em relação às acusações envolvendo supostas extorsões e pagamento de propina nos bastidores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, a senadora Soraya Thronicke esclarece que tem recebido denúncias graves e preocupantes sobre o possível envolvimento de parlamentares e seus familiares em esquemas ilícitos, incluindo a realização de lobby para empresários donos de sites de apostas ilegais e influenciadores, com o objetivo de evitar convocações para comparecimento à CPI.

A senadora também afirma que tem sido alvo de ameaças e tentativas de intimidação por parte de alguns colegas senadores. Além disso, existem fortes indícios de que o genro de um senador seja proprietário de uma plataforma especializada em jogos on-line e com sede em um país considerado paraíso fiscal. Há ainda suspeitas de seu envolvimento nos crimes que estão sendo investigados no âmbito da CPI.

Diante dessas situações, a senadora encaminhou as denúncias ao Diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Além de formalizar a denúncia à PF, ela pretende processar criminalmente o senador por denunciação caluniosa, calúnia e difamação, além de reparação na esfera cível, em razão da ofensa à sua honra. A senadora também já colocou à disposição a quebra de seus sigilos bancários, fiscais, telemáticos e qualquer outra informação que a Polícia Federal julgar relevante para as investigações.

A senadora Soraya Thronicke entende que os ataques à sua reputação refletem o desespero de alguns parlamentares, especialmente por ela exercer o papel de relatora da CPI e atuar de forma combativa, com integridade, seriedade e honra — princípios que têm norteado seus seis anos de mandato no Senado Federal.

Quanto a outras denúncias, a senadora esclarece que não tem conhecimento a respeito e reforça que os responsáveis por tais acusações devem apresentar explicações diretamente à Polícia Federal".

*Matéria atualizada às 19h39 para correção de informação; e às 08h21 para acréscimo de informação

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