Política

TROCA PARTIDÁRIA

PSD de Kassab quer "atravessar" o PL de Bolsonaro pela filiação de Riedel

Oficialmente, o governador informou que só pretende discutir sobre sua reeleição depois da Copa do Mundo de 2026

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Duas semanas depois de o governador Eduardo Riedel (PSDB) ter participado de uma reunião com o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), em Brasília (DF), para acertar sua possível migração para as fileiras dos liberais já a partir de 2025, chegou ao Correio do Estado a informação de que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, estaria tentando “atravessar” essa negociação.

A reportagem apurou que Gilberto Kassab não quer apenas tirar o governador de Mato Grosso do Sul do PSDB, mas estaria também assediando a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que deverá deixar o ninho tucano em breve.

A possível saída de Riedel do PSDB para se filiar ao PL pode ter “subido no telhado” com a investida pesada do presidente nacional do PSD.

Fontes ouvidas pelo Correio do Estado informaram que Kassab estaria usando como argumento para atrair Riedel para o partido o fato de o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, já ter sofrido duras críticas dos bolsonaristas em função de sua aproximação com o PL.

O governador estaria receoso de isso acontecer com ele, portanto, o caminho mais confortável seria se filiar ao PSD, deixando o PL apenas para Azambuja, que assumiria o comando do partido em Mato Grosso do Sul.

O certo é que, independentemente da sigla que Riedel possa ingressar, tanto ele quanto o ex-governador serão candidatos em 2026, o primeiro para tentar a reeleição e o segundo, para o Senado.

DEPOIS DA COPA

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do governador Eduardo Riedel e foi informada de que ele deixará para depois da Copa do Mundo de 2026 a decisão sobre uma eventual mudança de partido ou até mesmo a decisão de concorrer ou não à reeleição.

A assessoria reforçou que “não há previsão de mudança de partido do governador e, como ele mesmo já disse, por enquanto são apenas especulações”. 

Ainda conforme a assessoria, durante o encontro de Riedel com o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, em Brasília, teria ficado subentendido que o governador não deverá bater as asas do ninho tucano.

“É uma alegria ter o nosso governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, na sede do PSDB nacional”, disse Marconi Perillo à época, ao receber o governador para uma agenda de trabalho focada na análise da conjuntura política nacional e no planejamento de projetos do partido para o País.

Marconi destacou a atuação de Riedel à frente do governo sul-mato-grossense. 

“Ele tem feito um excelente trabalho como gestor, e estamos otimistas com o futuro do PSDB. Que venha 2026”, declarou, deixando claro que espera continuar contando com Riedel no ninho tucano.

O governador, por sua vez, ressaltou que a agenda foi extremamente produtiva, tanto para o partido quanto para refletir sobre os desafios do Brasil. “Juntos, vamos trabalhar por um futuro melhor para a nação”, completou.

VAGA AO SENADO

Com a provável ida de Riedel para o PSD e de Azambuja para o PL, o segundo nome da chapa para o Senado poderá provocar uma certa disputa entre os partidos aliados ao projeto de reeleição do governador e eleição do ex-governador como senador.

Já é consenso que uma das duas vagas para o Senado em 2026 será de Azambuja, enquanto a segunda ficaria com um dos partidos aliados, leia-se PP, PL, MDB, PSD ou Podemos. 

Por enquanto, os nomes cogitados são os dos deputados estaduais Gerson Claro (PP) e Coronel David (PL) e dos senadores Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos).

Se nenhum desses postulantes à vaga abrirem mão da candidatura, Riedel e Azambuja poderão ter um grande problema para solucionar, afinal, faltará definir qual dos quatro formará a dobradinha com o ex-governador em 2026.

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Não é Não

Projeto propõe instalação de "tendas" em eventos para atender vítimas de assédio sexual

A matéria apresentada na ALEMS sugere a criação de um espaço em eventos públicos, como shows, para acolhimento, orientação e apoio no andamento da ocorrência em casos de importunação sexual

06/03/2025 17h15

Credito: Pagu / Arquivo Correio do Estado

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Com o objetivo de fortalecer ações de prevenção ao assédio contra a mulher, foi apresentado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) o Projeto de Lei 48/2024, que propõe a criação de um espaço de amparo para eventuais vítimas em eventos públicos no Estado.

O PL, de autoria do deputado estadual Pedro Kemp (PT),  submetido na semana que faz alusão ao Dia da Mulher, em 8 de março, data que simboliza a luta das mulheres por igualdade e contra a discriminação de gênero.

Conforme o texto do projeto, caso seja aprovado, nos eventos com mais de 10 mil pessoas serão criadas as chamadas “Tendas Lilás”, que consistem em espaços com profissionais capacitados para lidar com mulheres que tenham sido vítimas de importunação sexual.

Além disso, a medida prevê a capacitação de gestores e profissionais que atuam nos eventos para que compreendam como proceder em casos de suspeita de abuso, assédio ou importunação sexual.

Outro ponto trata do rigor desde o momento da denúncia até o encaminhamento, com todo o levantamento dos fatos, para os órgãos competentes, garantindo que os responsáveis sejam devidamente punidos pela Justiça.

Também está prevista a circulação de campanhas educativas de conscientização para a prevenção da violência sexual, que deverão ser veiculadas em propagandas de televisão, rádio e outras mídias, em linguagem de fácil compreensão para alcançar o maior número de pessoas.

Tramitação


A matéria segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), onde pode receber emendas e, somente então, será encaminhada para apreciação dos parlamentares.

Como justificativa, o deputado apresentou a Lei Federal 13.718/18, que tipifica o crime de importunação sexual:

“O projeto busca garantir que, nos grandes eventos, exista um espaço destinado a recepcionar e orientar as vítimas de importunação ou outro tipo de assédio sexual, com colaboradores capacitados para o cumprimento do protocolo ‘Não é Não’, instituído pela Lei 14.786/23”, disse Kemp, e completou:

“O ponto de apoio ‘Tenda Lilás’ nos grandes eventos consiste em uma forma concreta de coibir a prática do crime de assédio sexual e de apoiar eventuais vítimas.”

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REFORMA MINISTERIAL

Ministra de MS no governo Lula estaria com prazo de validade vencido no cargo

Titular no Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves deve ser a próxima troca do presidente da República no seu 1º escalão

06/03/2025 08h00

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, pode perder o cargo na reforma ministerial do presidente

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, pode perder o cargo na reforma ministerial do presidente Foto: Fabio Rodrigues-Pozzenom/Agência Brasil

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Na semana passada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), iniciou a reforma ministerial, e conforme apurado pelo Correio do Estado, o próximo nome da lista é o da sul-mato-grossense Cida Gonçalves, que estaria com prazo de validade vencido no comando do Ministério das Mulheres.

No Palácio do Planalto, a saída dela seria considerada certa, pois há descontentamento quanto à gestão da Pasta, já que na semana passada, por exemplo, a Comissão de Ética da Presidência arquivou um processo que investigava uma suposta demissão de uma ex-secretária propondo verba para apoiá-la em candidatura e uma acusação de racismo.

Mesmo com os arquivamentos, os casos provocaram desgaste interno, assim como uma gravação revelada pelo jornal O Estado de São Paulo na semana passada. Na conversa, a ministra diz a interlocutores que interrompe suas agendas imediatamente para atender à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.

Os únicos no governo que recebem o mesmo tratamento, segundo ela, são o presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Ela afirmou ainda que consegue “enrolar” Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, e Alexandre Padilha, da Secretaria das Relações Institucionais.

Caso a saída da ministra seja confirmada, Lula estuda duas alternativas: nomear a senadora Teresa Leitão (PT-PE) ou deslocar Luciana Santos (PCdoB) do Ministério de Ciência e Tecnologia para o Ministério das Mulheres. 

Na segunda alternativa, seria possível contemplar a bancada do PSD na Câmara dos Deputados com a pasta de Ciência e Tecnologia. A sigla está insatisfeita e considera que o Ministério da Pesca, que tem André de Paula como titular, não é compatível com o tamanho do partido.

REPERCUSSÃO

Procurada pelo Correio do Estado, a ministra Cida Gonçalves afirmou que “a prerrogativa sobre o cargo e de todos os demais ministros e ministras é do presidente da República”. 

Quanto às acusações, conforme a sul-mato-grossense, elas foram feitas pela matéria publicada no site Alma Preta, em 21 de outubro de 2024.

“Até a publicação da matéria que dá início a uma campanha difamatória, não havia denúncia formalizada a qualquer órgão da administração pública federal. Apenas no dia seguinte à publicação da matéria é que foi formulada uma denúncia com o mesmo conteúdo”, explicou.

Sobre as acusações de racismo feitas à Secretaria-Executiva da Pasta, Cida explicou que a Controladoria-Geral da União (CGU) descartou veementemente qualquer tipo de conduta imprópria.

“Nenhuma denúncia de racismo específica havia sido formalizada no Ministério das Mulheres. No dia 24 de fevereiro de 2025, a Comissão de Ética da Presidência da República arquivou o processo contra mim por falta de indícios”, argumentou.

Em relação aos áudios publicadas pelo Estadão, a ministra disse que não teve acesso.

“Na posição de ministra de Estado, jamais deixei de atender a qualquer outro ministério. O Ministério das Mulheres tem articulação institucional com todas as outras pastas do governo, até por conta da transversalidade dos temas tratados”, assegurou.

Naturalmente, conforme a sul-mato-grossense, algumas pautas são mais complexas do que outras, e as atinentes à Secretaria-Geral da Presidência e à Secretaria de Relações Institucionais são mais extensas e demandam tempo, por envolver, respectivamente, a articulação com entidades da sociedade civil e a relação com o Congresso Nacional.

“Quanto à primeira-dama Janja, é importante destacar que tenho uma relação pessoal e profissional com ela e que antecede à eleição do presidente Lula e à minha indicação ao Ministério das Mulheres”, lembrou.

Cida prosseguiu, dizendo que “a primeira-dama tem um extenso histórico de articulação política no campo dos direitos das mulheres e, por isso, oferece um rico diálogo e fundamentais contribuições para as pautas da igualdade de gênero”. 

“No entanto, é óbvio que não existe qualquer hierarquia ou prioridade em relação a qualquer ministro (a), substancialmente porque os temas tratados são extremamente distintos”, afirmou.

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