Política

JULGAMENTO

Recurso de Rafael Tavares contra condenação por crime de ódio será analisado hoje no TJMS

O atual vereador de Campo Grande foi condenado em 2023 após um comentário no Facebook que incitava o ódio contra as minorias

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Nesta terça-feira (29), a partir das 14 horas, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul – (TJMS), discutirá o recurso do atual vereador Rafael Tavares contra a sentença que o condenou a dois anos, quatro meses e 15 dias por crimes de ódio contra gays, índios, negros e japoneses.

A sentença foi proferida em setembro de 2023 pelo juiz da Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, e teve como objeto de discussão, um comentário feito por Tavares, no dia 30 de setembro 2018, na rede Facebook, que conforme o processo, tinha “cunho discriminatório e incitava a prática de atos violentos contra minorias”.

Nesse caso, em 30 de setembro de 2018, Rafael respondeu a uma publicação no Facebook, de um rapaz que, publicou um vídeo contando que quando era criança, ouviu um homem dizer com ‘satisfação’ que agrediu uma mulher com um pedaço de madeira. O rapaz narrou a situação para mostrar o quanto seria perigoso eleger uma pessoa que, na opinião dele, incitava o ódio. Na época, o ex-presidente Jair Bolsonaro liderava as pesquisas para a presidência e venceu as eleições. Foi nessa publicação que Rafael Tavares fez o seguinte comentário:

Não vejo a hora do Bolsonaro vencer as eleições e eu comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques. Ontem nas ruas de todo o país vi muitas famílias, mulheres e crianças destilando seus ódios pela rua, todos sedentos por um apenas um pedacinho de caibro pra começar a limpeza étnica que tanto sonhamos! Já montamos um grupo no whatsapp e vamos perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios e não vai sobrar ninguém. Estou até pensando em deixar meu bigode igual do Hitler”, escreveu.

Diante disso, O Ministério Público de Mato Grosso do Sul - (MPMS) ofereceu denúncia em junho de 2019. O caso foi julgado pela pelo juiz da Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, que condenou Tavares em primeira instância.Para a justiça, em sua defesa, o parlamentar afirmou que estava sendo irônico e não teve a intenção de disseminar ódio.

“Naquele momento, não imaginei que o meu comentário pudesse amedrontar as pessoas. Para mim, elas entenderiam, de fato, que eu estava ironizando de uma maneira tão absurda aquilo que se pregava na época”, disse.

JULGAMENTO

Mesmo com a condenação, Tavares recorreu da decisão em 2ª instância, e agora, o caso está nas mãos da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul – (TJMS), presidida pelo Desembargador José Ale Ahmad Netto, e será analisado e julgado nesta tarde pelos demais desembargadores componentes.

Entretanto na última sexta-feira (25), o vereador ajuizou uma medida cautelar inominada criminal, que foi distribuída à 3ª Vara Federal de Campo Grande, na qual solicitava a suspensão imediata do processo na Justiça Estadual e o reconhecimento da competência da Justiça Federal para o caso.

Sobretudo, o juiz substituto Felipe Alves Tavares indeferiu a petição inicial, com a fundamentação de que tanto o pedido quanto o meio utilizado ocorreram de maneira indevido. Leia a justificativa do magistrado na íntegra:

“No caso concreto, a via eleita é inadequada, pois tanto o pedido (suspensão de apelação criminal em trâmite na 2ª instância da seara estadual) quanto o meio utilizado (cautelar inominada criminal) não são aptos ao fim a que se destinam, não tendo o condão de sobrestar o julgamento do recurso em questão, tampouco de deslocar a competência processual para este Juízo”, disse a sentença, publicada no Diário de Justiça Eletrônico Nacional de segunda-feira, 28 de abril.

SENTENÇA

Na sentença, Siravegna Junior ponderou que, na época, Tavares exercia atividade na área de comunicação e era ativista político, tendo pleno conhecimento do alcance das consequências da sua manifestação. 

A pena foi calculada em 2 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão, além de 53 dias-multa, em regime aberto. Entretanto, foi substituída pela prestação de serviço, em que cada dia pode ser abatido em 1h de trabalho, ainda a ser definido pela Justiça. Além disso, foi aplicada multa de 20 salários mínimos, equivalente a R$ 26,4 mil.

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Agência de Regulação de MS

Juiz da Capital afasta Carlos Alberto Assis da presidência da Agems

Magistrado atendeu argumento de que falta de especialização técnica para o cargo

23/05/2025 20h59

Diretor-presidente da Agems, Carlos Alberto Assis

Diretor-presidente da Agems, Carlos Alberto Assis Divulgação

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O juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos de Campo Grande, suspendeu liminarmente a recondução de Carlos Alberto de Assis ao cargo de diretor-presidente da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agems).

Ele ainda determinou o afastamento de Carlos Alberto Assis do cargo que ocupa, até ulterior deliberação. 

A decisão atende a ação popular ajuizada pelo deputado estadual João Henrique Catan (PL), que apontou falta de qualificação técnica de Assis para o cargo, em desacordo com os requisitos da Lei Estadual nº 2.363/2001.

Graduado em Educação Física, Assis não possui formação compatível com as atribuições da agência, que incluem a regulação de áreas como transporte, energia, saneamento e telecomunicações.

"Nesse sentido, a mera titularidade de diploma de curso superior em Educação Física não se revela, ao menos em uma análise de cognição sumária, suficiente para satisfazer o requisito de capacidade técnica compatível com as atribuições do cargo em questão, uma vez que as competências abrangidas pela função de Diretor-Presidente da referida agência não guardam qualquer relação com a área de formação do nomeado, de modo que se faz presente a probabilidade do direito alegado", afirmou o magistrado.

Para o magistrado, há “risco concreto de violação à legalidade e à moralidade administrativa”, o que justifica o afastamento imediato de Assis até julgamento final da ação.

A Procuradoria do Estado defendeu a nomeação, alegando experiência administrativa do nomeado e a atuação colegiada da diretoria da Agems.

A decisão, no entanto, destaca que os requisitos legais precisam ser atendidos de forma objetiva e que o caso não se limita ao mérito político da nomeação.

Carlos Alberto de Assis estava no comando da Agems desde 2021. Ainda cabe recurso à decisão.
 

 

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Filiação partidária

Com futuro político incerto, Riedel deve "bater martelo" após convenção do PSDB

Governador disse que apesar de aproximação com Podemos, momento é de ouvir partidos

23/05/2025 16h29

Governador Eduardo Riedel, em agenda nesta quinta-feira

Governador Eduardo Riedel, em agenda nesta quinta-feira Foto - Gerson Oliveira

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Apesar da aproximação entre PSDB e Podemos, o governador Eduardo Riedel rechaçou, em agenda na tarde desta quinta-feira (23), qualquer antecipação em relação a seu futuro político. O tucano disse que apesar das tratativas junto a diversos partidos, seu futuro dentro da sigla deve ser concretizado a partir do próximo dia 5, data da Convenção Nacional do PSDB.

“Eu estou no PSDB, que dia 5 de junho faz uma convenção para avaliar a fusão ou incorporação ao Podemos. Estamos conversando com todos os partidos, acho que essa discussão faz parte do processo que o Brasil está vivendo de mudança política e consolidação partidária. Não tem nada definido da minha parte em mudar de partido, ir para A, para B ou para C”, destacou Riedel. 

De acordo com o governador, o importante é que, independente do que ocorra, é fundamental carregar os valores do PSDB em seus passos futuros. “Não tem nenhuma opção no momento, do ponto de vista de preferência A, B, C, não existe isso. O Podemos é o primeiro movimento, aí depois tem o movimento que está sendo discutido pelo MDB, com Republicanos, isso faz parte do processo, mas estamos conversando com o PL, com o PV e outros partidos”, falou. 

Aproximação 

Presidente estadual do PSDB, o ex-governador Reinaldo Azambuja deve ingressar no PL do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto para concorrer ao Senado nas eleições gerais do ano que vem, enquanto o governador Eduardo Riedel, também do PSDB, pode ir para o PP da senadora Tereza Cristina para disputar a reeleição.

As informações foram confirmadas ao Correio do Estado por fontes ligadas às duas legendas em Mato Grosso do Sul, explicando que a reunião da última quarta-feira (21) entre Azambuja e Riedel com Bolsonaro, Costa Neto e o senador Rogério Marinho (PL-RN), serviria para “bater o martelo” a respeito do futuro partidário dos dois já de olho no pleito do ano que vem.

De acordo com informações repassadas à reportagem, durante a conversa Azambuja e Riedel destacaram que a divisão de forças ambos deve favorecer a direita em Mato Grosso do Sul, com o ex-governador comandando o PL e o atual governador somando forças com a ex-ministra da Agricultura e Pecuária no governo do ex-presidente.

Maior sigla 

As tratativas que pretendem unir PSDB e Podemos já nas eleições gerais de 2026 podem tornar a nova sigla o maior partido de Mato Grosso do Sul.

Articulada pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), no fim de abril, a aproximação entre os dois partidos foi deliberada pela diretoria nacional Tucana, que, por unanimidade, oficializou as discussões sobre o processo de junção dos partidos.

A partir da sinalização, as consultas foram ampliadas e as várias instâncias partidárias ouvidas, além disso, a Convenção Nacional do PSDB, marcada para o dia 5, vai deliberar sobre o tema e sobre eventuais alterações no Estatuto do Partido necessárias à fusão.

“Avançaremos na busca de uma alternativa partidária que se coloque no centro democrático, longe dos extremos, e que permita ao país voltar a se desenvolver.”, destacou o PSDB, no fim de abril.

Caso se confirme, a junção entre os dois partidos formará uma “superbancada” dentro do cenário sul-mato-grossense. A nova sigla passaria a ter 297 das 849 cadeiras espalhadas entre as 79 câmaras municipais do estado, sendo, neste momento, 256 entre tucanos e 41 do Podemos. De momento, o novo partido manteria as três cadeiras na bancada federal (Beto Pereira, Geraldo Resende, Dagoberto), além de Soraya Thronicke, no Senado. 

Em âmbito estadual, o PSDB atualmente conta com os mandatos de seis deputados (Caravina, Jamilson Name, Lia Nogueira, Mara Caseiro, Paulo Corrêa e Zé Teixeira), nomes que se uniriam a  Rinaldo Modesto, do Podemos. O partido detém também o atual governador Eduardo Riedel. Cabe destacar que os tucanos possuem 44 prefeituras. Entre os vice-prefeitos, os partidos somam 21 cadeiras - sendo 17 do PSDB e 4 no Podemos. 

A fusão é vista como uma alternativa estratégica, já que ambas as siglas possuem bancadas parlamentares semelhantes, o que pode facilitar a superação da cláusula de desempenho e garantir acesso a recursos do fundo partidário e tempo de TV nas campanhas.

Além disso, o Podemos tem se mostrado disposto a lançar uma candidatura própria à presidência, alinhando-se com as intenções do PSDB de apresentar o governador Eduardo Leite como candidato em 2026 .
Em fevereiro último, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que o partido optou por juntar-se com partidos menores para preservar sua identidade e evitar a absorção por legendas maiores como o PSD e o MDB. 

Colaborou Daniel Pedra 

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