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Reunião do clima termina com atraso

Reunião do clima termina com atraso

agência brasil

11/12/2011 - 09h12
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Na mais longa reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas até hoje, representantes de 194 países concordaram, por volta das 5h deste domingo (1h de Brasília), em renovar o Protocolo de Quioto pelo menos até 2017 e iniciar um processo com força legal, cujo resultado será um novo pacto global sobre o clima, a entrar em vigor a partir de 2020.

A 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-17), em Durban, na África do Sul, terminou aproximadamente 36 horas depois do previsto. Ao término do encontro, ficou estabelecida também a estrutura do Fundo Verde do Clima – criado para financiar ações de combate às mudanças climáticas –, que ganhou promessas de fundos de países europeus como a Alemanha, a Dinamarca e a Grã-Bretanha.

O novo Protocolo de Quioto terá a participação de menos países, com a saída da Rússia, do Japão e co Canadá, e começará a vigorar no início de 2013.

Foi aprovada também a estrutura que possibilitará projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação, o chamado Redd. A proposta permite que países possam captar verbas pelas emissões evitadas graças à preservação de florestas.

Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi um desfecho "histórico" para o encontro. Mas ambientalistas consideraram o progresso modesto, lembrando que as decisões da reunião não afastam o planeta da perigosa rota que, segundo cientistas, levará a um aquecimento entre 3,5 graus Celsius (°C) e 5ºC acima dos níveis pré-industriais, ou seja, bem acima dos 2ºC recomendados pela ciência.

Alguns ambientalistas disseram considerar o resultado muito pior do que o esperado. “Conduzidos pelos Estados Unidos, os países desenvolvidos renegaram as suas promessas, enfraqueceram as regras sobre ações climáticas e fortaleceram aqueles que permitem às suas corporações lucrarem com a crise do clima", disse Sarah-Jayne Clifton, da organização Amigos da Terra Internacional.

O Greenpeace também acusou os americanos de terem enfraquecido o resultado do encontro africano.

Para os negociadores, entretanto, a COP-17 foi um sucesso, sobretudo após o desentendimento entre o negociador-chefe brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, e um dos principais articuladores da União Europeia, o ministro britânico para Energia e Clima, Chris Huhne.

Europeus e brasileiros não conseguiam se entender sobre o uso da expressão "resultado legal" no texto final do instrumento que servirá de base para a criação de um novo protocolo para redução de gases a partir de 2020.

Depois de muita negociação, todos concordaram com o meio-termo "resultado com valor legal" para definir o texto.

Desde a aprovação do Protocolo de Quioto, em 1997, apenas os países desenvolvidos tinham obrigação legal de reduzir as emissões. No entanto, com o crescimento acelerado de economias emergentes, passou a ser fundamental incluí-las em qualquer plano para reduzir o total global de emissões.

Países como a Índia e a China estavam relutantes em assumir o compromisso legal exigido como pré-requisito por europeus e americanos.

Juridicamente, o termo "instrumento legal" tem mais força que "resultado com força de lei" - que por sua vez é mais forte do que "resultado legal". A Europa queria a opção mais forte, enquanto para a Índia, a mais fraca era suficiente. Ambos ficaram satisfeitos com o meio-termo.

O documento aprovado neste domingo prevê o início das negociações já no ano que vem, para que esteja concluído em 2015 e entre em vigor em 2020.

Dessa forma, no futuro o novo pacto climático deverá atrelar todos os países a metas de redução obrigatórias, entre eles os Estados Unidos, que nunca ratificaram Quioto, e grandes emissores em desenvolvimento como a China, a Índia e o Brasil.

SEGUNDO TURNO

Adriane e Rose disputam os votos dos evangélicos em Campo Grande

Evangélicas, as duas candidatas a prefeita estão disputando o apoio desse segmento para conseguir a vitória no dia 27

09/10/2024 08h00

O vereador reeleito Silvio Pitu (PSDB) agradecendo, durante culto na Sara Nossa Terra, a vitória

O vereador reeleito Silvio Pitu (PSDB) agradecendo, durante culto na Sara Nossa Terra, a vitória Foto: Arquivo

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A importância dos evangélicos no segundo turno das eleições municipais em Campo Grande aumentou exponencialmente com a definição da atual prefeita, Adriane Lopes (PP), e da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) como as duas candidatas que vão disputar a preferência do eleitorado campo-grandense para saber quem administrará o município pelos próximos quatro anos.

Afinal, enquanto Adriane Lopes é missionária há 20 anos da Assembleia de Deus Missões, Rose Modesto é da “Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo” há 32 anos, ou seja, ambas são evangélicas e contam com os votos desse segmento religioso para continuar na cadeira de chefe do Executivo municipal, no caso da primeira, ou assumir o cargo, no caso da segunda.

Atualmente, conforme levantamento realizado pelo Correio do Estado, 36% do eleitorado campo-grandense é evangélico. Ou seja, dos 481.399 eleitores que compareceram às urnas no domingo, 173.303 são evangélicos. Portanto, esse segmento deve ser o fiel da balança neste segundo turno.

A quantidade de evangélicos é muito maior do que os votos que Adriane Lopes e Rose Modesto fizeram no primeiro turno, já que a primeira teve 140.913 votos, enquanto a segunda somou 131.525 votos.

Por isso, as duas já começaram a disputa pela preferência desse eleitorado e, dessa forma, pavimentar a vitória no dia 27, quando será realizado o segundo turno das eleições municipais.

Em conversa com Adriane Lopes, ela revelou à reportagem que já formou uma comissão dentro da sua coordenação de campanha eleitoral para conservar com os pastores. “Nessas reuniões, estamos demonstrando as nossas propostas para eles e convidando a todos para fazer parte do nosso grupo neste segundo turno”, explicou.

A prefeita não sabe a quantidade de votos de evangélicos que teve no primeiro turno, mas já trabalha para que seja muito maior neste segundo turno.

“É difícil mensurar quantos evangélicos votaram em mim no primeiro turno, pois há um conselho de pastores das igrejas maiores, mas tem ainda um grupo de igrejas menores que não fazem parte desse conselho. No entanto, posso assegurar que recebemos o apoio de vários grupos, e agora o desafio é tentar ampliar esses votos”, assegurou.

Já Rose Modesto disse ao Correio do Estado que sempre esteve inserida na sua congregação, na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“O evangélico é um eleitor mais conservador, que defende pautas em prol da vida e dos princípios cristãos. Tenho uma história de vida como evangélica e costumo me posicionar politicamente indo ao encontro do que os evangélicos defendem”, garantiu.
A candidata recordou que a lei municipal que tornou a música gospel como manifestação cultural em Campo Grande foi de sua autoria quando foi vereadora.

“Na primeira Marcha para Jesus realizada em Campo Grande, há 29 anos, eu ajudei na organização, e até trouxemos o cantor e compositor de música gospel, o pastor David Martin Quinlan, que nasceu em Belfast, na Irlanda do Norte, e é naturalizado brasileiro”, enfatizou.

Ela completou que, apesar de ser evangélica, não significa que todos os evangélicos estão lhe apoiando. “Há lideranças comigo e outras com a minha adversária. Porém, minha vida foi pautada a favor da vida, a favor das crianças e contra a corrupção. É um processo natural para mim, tenho um trabalho político que vai ao encontro das pautas evangélicas”, argumentou. 

COBIÇADOS

O vereador Silvio Pitu (PSDB), que foi reeleito com 6.409 votos e tornou-se o candidato evangélico reeleito para a Câmara Municipal de Campo Grande com a maior quantidade de votos no pleito deste ano, informou à reportagem que representantes das duas candidatas já procuraram a Igreja Sara Nossa Terra, da qual ele faz parte e é um dos líderes políticos da congregação no município.

“O deputado estadual Professor Rinaldo [Podemos], que é irmão da candidata Rose Modesto, já foi procurar o bispo da Sara Nossa Terra, mas recebeu a informação que quem definirá qual das duas candidatas a igreja vai apoiar seria eu e o bispo Vinícius”, revelou o parlamentar. 

Ele também contou que o deputado estadual Lídio Lopes (sem partido), marido da candidata Adriane Lopes, também entrou em contato por telefone. “O Lívio me deu os parabéns pela minha reeleição, e expliquei para ele que ainda vamos definir o nosso apoio. Primeiro tenho de esperar a definição do meu partido, que é o PSDB, depois, vou tomar a minha decisão, o que deve acontecer até quinta-feira”, informou.

Silvio Pitu argumentou que a Sara Nossa Terra nunca tinha elegido um parlamentar com mais votos que os candidatos das outras igrejas evangélicas de Campo Grande.

“Neste pleito, além de ser o mais votado do PSDB, ainda fiquei na frente dos outros candidatos evangélicos Papy [PSDB], Neto Santos [Republicanos], Herculano Borges [Republicanos] e Clodoilson Pires [Podemos]”, comemorou, reforçando que os evangélicos estão em franco crescimento na Capital.

36% do eleitorado de campo grande é evangélico

Dos 481.399 que foram às urnas, 173.303 eram evangélicos.

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dito pelo não dito

Recuos de Bolsonaro em MS ganham destaque nacional

Silas Malafaia verbalizou o que muitos do entorno do ex-presidente já disseram: Bolsonaro fecha acordos, mas nem sempre cumpre

09/10/2024 06h56

Fiel escudeiro de Jarir Bolsonro, o pastor Silas Malafaia fez duras crítias à falta de firmeza do ex-presidente nas disputas municipais

Fiel escudeiro de Jarir Bolsonro, o pastor Silas Malafaia fez duras crítias à falta de firmeza do ex-presidente nas disputas municipais

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Aliados de Jair Bolsonaro (PL) criticaram nesta terça-feira (8) o ex-presidente por escolhas consideradas erradas nas eleições municipais deste ano, como em São Paulo. As avaliações dão conta de que ele teria ouvido maus conselhos, se importado demais com redes sociais e até sido omisso.

Na mais dura fala sobre o ex-chefe do Executivo, o pastor Silas Malafaia verbalizou o que muitos do entorno do ex-presidente já disseram até mesmo em outros momentos: que há um hábito de Bolsonaro em fechar acordos, mas nem sempre cumpri-los.

A fala desencadeou uma crise no mundo bolsonarista, com acusações de todos os lados, mas aliados terminaram o dia falando em virar a página e negando racha na direita.

À noite, o governador Tarcísio de Freitas (São Paulo) saiu em defesa de Bolsonaro, a quem classificou como maior liderança política, e defendeu união da direita.

"Bolsonaro é nossa maior liderança política, é quem deu voz ao sentimento do brasileiro e, apesar das crises que enfrentou, deixou um legado calcado em medidas estruturantes", disse, em postagem nas redes sociais.

O texto de Tarcísio foi compartilhado pelo próprio Bolsonaro para seu contatos. O ex-presidente buscou minimizar ao jornal O Globo as críticas de Malafaia, afirmou não ter mágoas do pastor e se esquivou. "Eu amo o Malafaia. Ninguém critica mulher feia. Ele ligou a metralhadora, mas isso passa", disse Bolsonaro. "Temos maturidade! Vamos seguir em frente", afirmou Malafaia à noite à Folha de S. Paulo.

Antes, em entrevista à coluna Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Malafaia chamou aliado de covarde e omisso. "Que porcaria de líder é esse?", disse. Ele acusa o ex-presidente de se omitir na capital paulista, por medo de ser derrotado por Pablo Marçal (PRTB) caso o influenciador vencesse o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com quem o ex-presidente firmou aliança e até indicou um vice na chapa.

Malafaia disse que, em São Paulo, Bolsonaro ficou em cima do muro. E, no Paraná, "sinalizou duplamente". A referência é à indicação de apoio a Cristina Graeml (PMB) na reta final da campanha, apesar de o PL ter a vice de Eduardo Pimentel (PSD). O pastor diz que ele faz isso para "ficar bem nas redes sociais".

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), aliado de Bolsonaro e Malafaia, reforçou a crítica do pastor, mas buscou apaziguar.
"Bolsonaro tem dessas coisas de aperta a mão e dá um passo atrás. É um erro dele. E como o pastor tem intimidade o suficiente, quis ser pedagógico. Decidiu fazer posição pública, para ver se ajuda o amigo dele a melhorar nessa área", disse.

Depois completou: "Não tem nada de ruptura. Os dois se resolvem. Enquanto não tiver um presidente de direita tão popular quanto ele continuará sendo nosso maior líder".

O passo errático de Bolsonaro em acordos também ocorreu em outros episódios do passado. No Distrito Federal, em 2022, ele fechou aliança com a sua então ministra da Secretaria de Governo e correligionária, Flávia Arruda (PL), para apoiá-la ao Senado.

Durou pouco. A ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) também decidiu concorrer ao mesmo posto, contou com efusiva campanha de Michelle Bolsonaro e apoio tácito de Bolsonaro.

Recuos em MS

Ele também tinha fechado acordo com a então ministra Tereza Cristina (Agricultura) para apoiar Eduardo Riedel (PSDB) ao Governo de Mato Grosso do Sul. Mas Bolsonaro chegou a pedir votos para o adversário Capitão Contar (PRTB), em um debate de presidenciáveis da TV Globo.

Dois anos depois, agora, Bolsonaro passou por outra saia justa com a aliada em Campo Grande. Ele decidiu apoiar Beto Pereira (PSDB), em detrimento de Adriane Lopes (PP), que chegou ao segundo turno em primeiro lugar com apoio de Tereza Cristina (PP).

Havia prometido passar por Campo Grande em setembro para levar seu apoio ao candidato tucano Beto Pereira, mas não foi à capital de MS e o candidato apoiado 

"[Tereza Cristina] Ficou triste no início, mas política se faz olhando para frente. Agora eu tenho certeza que o presidente Bolsonaro vai apoiar a nossa candidata lá, e aí a gente vira essa página", disse o ex-ministro da Casa Civil e presidente do PP, Ciro Nogueira.

"Ele se saiu muito bem [nas eleições municipais], mas poderia ter saído melhor se ele tivesse seguido esses conselhos", completou.

O diagnóstico do ex-braço direito de Bolsonaro no Planalto é que ele cedeu à pressão de deputados e senadores do PL que estavam mais preocupados com projetos pessoais. E faz ainda uma acusação contra o ex-colega de Esplanada Rogério Marinho (PL-RN), atual secretário-geral do PL.

"Rogério Marinho foi o autor intelectual deste erro. Soube que ele foi quem mais pressionou o presidente para só apoiar os candidatos do PL", afirmou.

O PL não fez as mil prefeituras planejadas, mas conseguiu o comando de 510 municípios, tornando-se a quinta maior força eleitoral do país. O cálculo do ex-ministro da Casa Civil leva em conta o saldo de outras legendas, como o PP (743) e o Republicanos (430).

Em outra frente, reservadamente, um aliado do ex-presidente resumiu em três os problemas que minam a liderança de Bolsonaro: dar preferência a militares; querer agradar filhos; e querer agradar redes socais. Ele é capaz de mudar de convicção por medo da reação das redes, diz esse aliado.
 

Bolsonaro teve ganhos políticos com o avanço da direita no primeiro turno das eleições municipais de 2024, mas viu esse campo fragmentado em algumas cidades e o surgimento de novos protagonistas.

O destaque que bolsonaristas buscam dar para esse primeiro turno é a fotografia geral. Como mostrou a Folha de S. Paulo, nomes apoiados pelo ex-presidente tiveram ampla vantagem sobre os de Lula (PT) nas 103 maiores cidades do país.

(Informações da Folhapress)

 

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