Os próximos meses serão fundamentais para o futuro da cultura no País. Esse ponto de vista foi destacado pelos participantes do Encontro de Secretários e Dirigentes de Cultura das Capitais, que começou ontem e prossegue hoje no Armazém Cultural, em Campo Grande. “Temos que articular a cultura nos programas dos candidatos na próxima eleição. Fora isso, há uma série de ações que teremos que desenvolver”, explica a presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Cultura da Capital e secretária de Cultura do Rio de Janeiro, Jandira Fehgali. Para o coordenador-geral de Relações Federativas e Sociedade da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura e encarregado pelo Sistema Nacional de Cultura, João Roberto Peixe, que também participa do evento, a 2ª Conferência Nacional de Cultura, que acontecerá em Brasília entre os dias 11 e 14 março, será muito importante para mobilizar os envolvidos nas questões culturais. “É necessário consolidar o movimento em torno do assunto, já que o congresso tem projetos de lei e emenda esperando votação. Poderá ser feita grande mobilização. Mesmo sendo um ano díficil por causa da eleição, será muito importante todos participarem”, aponta Peixe. Fehgali diz que a cultura começa a ganhar o espaço devido na agenda governamental, mas ainda é preciso fazer muito. “No Fundo do Pré-Sal tem parcela para a cultura, quer dizer, o assunto começa a ganhar a importância necessária. Durante muito tempo a cultura foi vista somente como realizadora de shows e outros eventos ou, então, para fins eleitoreiros. Agora, o perfil realmente importante começa a ser compreendido e envolve o social e o econômico”, explica a secretária de Cultura do Rio de Janeiro. “A cultura sempre foi vista como apêndice e precisa ser vista como protagonista. Precisamos de parceiros nessa jornada”, enfatizou Athayde Nery, presidente da Fundação Municipal de Cultura (Fundac). Entre as novidades na área da cultura atualmente analisadas pelo Congresso, estão o repasse de 2% do orçamento nacional, 1,5% do estadual e 1% do municipal à cultura; à implantação do Sistema Nacional de Cultura e às alterações em torno da Lei do Direito Autoral. “Realizamos, em média, cinco encontros como esse anualmente, quando procuramos estreitar os contatos entre os secretários. Mas não fazemos somente nesses encontros específicos as reuniões. Por exemplo, nos próximos meses nos encontraremos no Fórum do Mercosul, no Rio de Janeiro”, explica Fehgali. A abertura do evento, ontem, contou com apresentações do grupo de dança Arara Azul e de índios da aldeia urbana de Campo Grande. Fazem parte da programação do encontro mesas-redondas e palestras. Há participação de representantes do Ministério da Cultura.