Situação que, tecnicamente, deveria ser resolvida até 31 de dezembro deste ano, a recusa da Prefeitura em sinalizar um novo aterro sanitário municipal - além da demora para responder solicitação, via Lei de Acesso à Informação, ao Correio do Estado -, deu ao Executivo da Capital o apelido de "administração do esconde".
Durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Marcos Tabosa (PDT) afirmou que o portal da transparência municipal "não vale nada, esconde tudo".
"Se a Prefeitura está escondendo coisas do aterro sanitário: a licitação; o que está acontecendo; quem vai ganhar... o que ela não esconde mais?", questionou o parlamentar.
Tabosa aponta que, além da documentação do novo terreno a ser utilizado como aterro sanitário, o Executivo Municipal esconde supersalários.
"Tem pessoas na Prefeitura, hoje, ganhando R$ 30, 40, 45 mil. É uma prefeitura que tem a mania de esconder as coisas. O que tem nesse aterro sanitário que não pode ninguém ter acesso? Não estou entendendo", disse.
Importante destacar que Campo Grande ainda utiliza o aterro Dom Antônio Barbosa 2, local essa cuja a vida útil venceu em junho 2021.
Sem licenças para o início da construção, o Dom Antônio Barbosa 2 segue como esse local provisório para destinação sanitária.
Também durante sessão na Casa de Leis, citando a manchete desta quinta-feira (17) do Correio do Estado, o vereador Zé da Farmácia (Podemos) lembrou que o antigo aterro já venceu e ainda não há informações sendo repassadas.
"Meu gabinete tentou levantar junto ao Caio, que é gerente de licenciamento, e também não obteve resposta alguma se tem algo acontecendo, como está o processo".
Em seguida, o Presidente da Casa, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, apontou que a secretaria de meio ambiente deve dar um retorno.
"E também comunicar o secretário de governo da Prefeita, para dar uma resposta ainda na parte da manhã, para que a imprensa e até os vereadores tenham alguma informação sobre isso", complementou.
O outro lado
Pressionada pela solicitação do Correio do Estado, e agora pelos próprios vereadores, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, tinha agenda marcada às 08h30, no Parque Ayrton Senna, mas não compareceu.
Nessa ocasião, onde seria questionada pela equipe, ela faria o lançamento da segunda fase da Operação Mosquito Zero.
No período da manhã, simultaneamente, Tabosa justamente usava seu momento de palavra para questionar o motivo de a Prefeita "já começar escondendo as coisas".
"A senhora já começou escondendo as coisas? Não dá! Escondendo salário; documentação do aterro; plano de trabalho; encisos; produtividades; dinheiro do Previne Brasil; a da Fiotec. Então, vai ser uma administração do esconde. Para ninguém ficar sabendo se pode ou ter não alguma maracutaia?", disse o vereador.
Em resposta, o representante da Prefeitura na Câmara, vereador Beto Avelar, apontou que o colega quer "legislar, participar e tomar decisão", pelo Executivo Municipal.
"Daqui a pouco ele deve estar no judiciário também. No Diogrande 6.828, consta procedimento administrativo disciplinar para apurar esses fatos. Depois de um feriado longo, ele continua aí com a língua afiada", rebateu.
Quanto às críticas do próprio Tabosa, sobre o portal muncipal que "não vale nada", Avelar argumentou duramente dizendo ser falta de atenção daqueles que realizam a busca.
"Transparência é, muitas das vezes, de você olhar o site e verificar. É uma questão de entendimento, que muitas vezes você não tem, ou procura não ter", pontuou.
Já ao Correio do Estado, respondendo em marcha - sem parar para dar entrevista -, Beto disse que o responsável pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Luís Eduardo Costa, fez os devidos encaminhamentos para a Procuradoria Geral do Município.
"Já passou para a Procuradoria Geral do Município, que eles tem o maior interesse em resolver essa situação. Sobre o novo aterro, há o maior interesse da Prefeitura de resolver o quanto antes", finalizou.