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Senado tem maioria contra PEC da Blindagem; Veja como devem votar senadores de MS e outros estados

Na Câmara dos Deputados, a PEC foi aprovada com larga margem; Pesquisa aponta que no Senado o cenário é oposto

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Aprovada na Câmara dos Deputados na última semana, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que prevê exigência de autorização do Congresso para processar criminalmente deputados e senadores, deve ter um caminho diferente no Senado, onde a maioria dos parlamentares já se declarou contrário à medida.

Levantamento realizado pelo jornal O Globo aponta que 48 dos 81 senadores se declaram contrários à PEC da Blindagem, contra seis que afirmam serem favoráveis. Há ainda outros cinco que disseram não saber como votarão e os outros 22 não responderam.

Para ser promulgada, a PEC precisa de no mínimo 49 votos no plenário da Casa, patamar que improvável de ser alcançado, de acordo com as respostas dos próprios congressistas.

Dos três senadores de Mato Grosso do Sul, conforme já havia antecipado o Correio do Estado, Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) anunciaram votos contrários. Tereza Cristina (PP) não respondeu.

Pelas redes sociais, Nelsinho Trad afirmou: "Sou contrário à PEC da Blindagem , que reduz transparência e gera desconfiança. O Senado Federal precisa garantir respeito à Constituição e ao interesse público", disse, no X, antigo Twitter.

Já Soraya Thronicke chamou a PEC de vergonhosa. "Sou contra! Votarei não! Todos os brasileiros, gostando ou não de mim ou de qualquer outro parlamentar, precisam de soluções para inúmeros problemas. A Câmara dos Deputados parou o país para resolver problemas pessoais de alguns membros. E há ainda na população quem apoie é inacreditável a dissonância cognitiva coletiva que essa seita produziu. Quanta tristeza!", disse, também no X.

Na Câmara, o texto passou por 353 votos a favor e 134 contra. Entre os oito deputados de Mato Grosso do Sul, o placar foi de 4 a 2 pela aprovação, com duas ausências.

Neste domingo (21), milhares de pessoas foram às ruas para para protestar contra a PEC da Blindagem e contra anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. Ao todo, 33 cidades tiveram atos, incluindo Campo Grande e todas as capitais.

Como cada senador diz que votará sobre a PEC da Blindagem

Votará contra:

  • Alessandro Vieira (MDB-SE)
  • Ana Paula Lobato (PDT-MA)
  • Augusta Brito (PT-CE)
  • Carlos Viana (Podemos-MG)
  • Chico Rodrigues (PSB-RR)
  • Cid Gomes (PSB-CE)
  • Cleitinho (Republicanos-MG)
  • Confúcio Moura (MDB-RO)
  • Damares Alves (Republicanos-DF)
  • Daniella Ribeiro (PP-PB)
  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Eduardo Girão (Novo-CE)
  • Eduardo Gomes (PL-TO)
  • Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Fernando Dueire (MDB-PE)
  • Fernando Farias (MDB-AL)
  • Flávio Arns (PSB-PR)
  • Humberto Costa (PT-PE)
  • Ivete da Silveira (MDB-SC)
  • Izalci Lucas (PL-DF)
  • Jaques Wagner (PT-BA)
  • Jayme Campos (União-MT)
  • Jorge Kajuru (PSB-GO)
  • Jussara Lima (PSD-PI)
  • Laércio Oliveira (PP-SE)
  • Leila Barros (PDT-DF)
  • Magno Malta (PL-ES)
  • Mara Gabrilli (PSD-SP)
  • Marcelo Castro (MDB-PI)
  • Margareth Buzetti (PP-MT)
  • Nelsinho Trad (PSD-MS)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Oriovisto Guimarães (PSDB-PR)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Paulo Paim (PT-RS)
  • Professora Dorinha Seabra (União-TO)
  • Randolfe Rodrigues (PT-AP)
  • Renan Calheiros (MDB-AL)
  • Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Sergio Moro (União-PR)
  • Sérgio Petecão (PSD-AC)
  • Soraya Thronicke (Podemos-MS)
  • Teresa Leitão (PT-PE)
  • Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
  • Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
  • Zenaide Maia (PSD-RN)

Votará a favor:

  • Carlos Portinho (PL-RJ)
  • Dr. Hiran(PP-RR)
  • Luis Carlos Heinze (PP-RS)
  • Marcio Bittar (PL-AC)
  • Marcos do Val (Podemos-ES)
  • Marcos Rogério (PL-RO)

Indeciso:

  • Angelo Coronel (PSD-BA)
  • Beto Faro (PT-PA)
  • Esperidião Amin (PP-SC)
  • Plínio Valério (PSDB-AM)
  • Rogério Marinho (PL-RN)

Não respondeu:

  • Alan Rick (União-AC)
  • Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)
  • Ciro Nogueira (PP-PI)
  • Davi Alcolumbre (União-AP)
  • Dra. Eudócia (PL-AL)
  • Efraim Filho (União-PB)
  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
  • Giordano (MDB-SP)
  • Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
  • Irajá (PSD-TO)
  • Jader Barbalho (MDB-PA)
  • Jaime Bagattoli (PL-RO)
  • Jorge Seif (PL-SC)
  • Lucas Barreto (PSD-AP)
  • Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
  • Romário (PL-RJ)
  • Styvenson Valentim (PSDB-RN)
  • Tereza Cristina (PP-MS)
  • Wellington Fagundes (PL-MT)
  • Weverton (PDT-MA)
  • Wilder Morais (PL-GO)
  • Zequinha Marinho (Podemos-PA)

PEC da Blindagem

A PEC da Blindagem estabelece que deputados e senadores só respondam a processos criminais com autorização prévia de suas respectivas Casas Legislativas.

O projeto prevê ainda que parlamentares presos em flagrante de crime inafiançável tenham seus casos submetidos em até 24 horas ao crivo do plenário, que decidirá em votação secreta se mantém ou não a prisão.

No Senado, a proposta foi enviada pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP) para ser analisada inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Dos 27 integrantes do colegiado, 17 já anunciaram voto contrário, ante três a favor. Outros sete não quiseram antecipar a posição. Entre os que se manifestaram pela rejeição à medida está Alessandro Vieira (MDB-SE), escolhido como relator.

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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