Política

SEM ALTERAÇÕES

Simone Tebet nega boataria de que vai trocar MDB pelo PSB

A ministra garantiu ainda que manterá domicílio eleitoral e, caso seja candidata ao Senado, será por Mato Grosso do Sul

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, negou, ontem, ao Correio do Estado a boataria de que vai trocar o MDB pelo PSB para ser candidata ao Senado por São Paulo nas eleições gerais do próximo ano.

“Eu não vou para o PSB e nem pretendo trocar o meu domicílio eleitoral de Mato Grosso do Sul para São Paulo para concorrer a uma vaga ao Senado pelo estado vizinho. Caso eu saia candidata a senadora em 2026, será pelo MDB e do meu Estado”, afirmou.

Ela ainda refutou que há possíveis incertezas sobre o apoio do MDB a uma provável candidatura dela ao Senado em Mato Grosso do Sul, inclusive lembrou de matéria publicada pelo Correio do Estado no dia 31 de julho deste ano em que a executiva nacional do MDB deu sinal verde para a ministra sair candidata pelo Estado em 2026.

O aval veio após consulta feita pela reportagem à direção nacional da legenda sobre a possibilidade de a ex-senadora tentar retornar ao cargo em 2026 pelo partido, já que o ex-governador André Puccinelli, presidente de honra da legenda no Estado, declarou, no dia 4 de julho deste ano que, para ela ser candidata teria de deixar a sigla ou trocar Mato Grosso do Sul por São Paulo em razão da aproximação com o PT.

Em nota oficial enviada ao jornal, o MDB nacional disse que “nenhuma decisão foi tomada” sobre a questão, entretanto, completou que “se o tema chegar à executiva nacional, será deliberado de forma colegiada”. “De antemão, informamos que Simone Tebet tem todo o apoio para ser candidata em Mato Grosso do Sul se ela decidir por esse caminho”, destacou o partido.

Porém, ontem, a ministra já adiantou que, caso saia candidata a senadora pelo MDB no Estado, não terá problemas com André Puccinelli. A reportagem apurou com interlocutores do ex-governador que a repulsa dele é com o presidente Lula, pois, em um estado de maioria bolsonarista, qualquer aproximação com o petista pode tirar votos.

No entanto, quando Simone foi candidata à presidência da República em 2022, ela não pediu apoio aos deputados estaduais e federais que foram candidatos do MDB em Mato Grosso do Sul para não atrapalhar as campanhas deles, pois, muitos estavam fechados com o então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

Portanto, se porventura a ministra for candidata ao Senado no Estado, é muito provável que ela faça a mesma coisa para que a relação dela com o presidente Lula possa tirar votos dos demais candidatos do MDB, incluindo André Puccinelli que tentará uma vaga na Assembleia Legislativa.

O Correio do Estado apurou que, em uma eventual candidatura de Simone Tebet a senadora pelo MDB em Mato Grosso do Sul, não pedirá votos para o presidente Lula quando estiver nos palanques de colegas do próprio partido ou de outras legendas ligados ao PL de Bolsonaro, como é o caso do governador Eduardo Riedel (PP), em respeito ao posicionamento deles.

Além disso, é bem provável que o MDB, mesmo apoiando um candidato em nível nacional, vá liberar as bancadas regionais, como aconteceu quando o ex-presidente da República, Michel Temer, foi candidato a vice na chapa da ex-presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e, em Mato Grosso do Sul, o partido teve liberdade de apoiar quem quisesse, com anuência da executiva nacional, em função da rivalidade dos emedebistas com os petistas no Estado.

AO ATAQUE

Em Brasília (DF), corre o boato de que o partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, teria avançado para filiar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), e despontaria como possível destino para outros integrantes do governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que têm futuro incerto nas respectivas legendas, como Alexandre Silveira (PSD), de Minas e Energia, e Simone Tebet (MDB), do Planejamento e Orçamento.

A lista de nomes de peso que podem compor as fileiras da sigla inclui ainda o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a ex-deputada federal Manuela D’Ávila, hoje sem filiação após deixar o PCdoB. Comandada desde junho pelo prefeito do Recife, João Campos, a sigla tenta se encorpar para a eleição do ano que vem, e uma das principais reivindicações é a manutenção de Alckmin na chapa de Lula. 

Há também a prioridade de aumentar a bancada na Câmara dos Deputados e a ideia de lançar nomes estratégicos para o Senado nos locais em que houver chances reais de conquistar cadeiras.

O caso de filiação tido como mais avançado é o de Marina, interessada no Senado. Além de João Campos, quem pilota as conversas com a ministra é a deputada federal Tabata Amaral (SP), namorada do dirigente. 

A ministra, contudo, quer esgotar juridicamente uma briga interna na Rede Sustentabilidade, sigla na qual perdeu força, antes de bater o martelo sobre a migração. Caso se concretize, a filiação marcará um retorno de Marina ao PSB.

Em 2014, depois da morte de Eduardo Campos durante a campanha, a então candidata a vice encabeçou a chapa e disputou o Planalto, mas ficou em terceiro lugar. No ano seguinte, saiu do partido para fundar a Rede.

Ainda conforme os boatos, em São Paulo, Simone Tebet também é considerada uma opção para o Senado pelo partido, especialmente num cenário em que Marina se lance de novo à Câmara – o que é o ideal na visão partidária, que prioriza a eleição de deputados.

O domicílio eleitoral de Simone Tebet é Mato Grosso do Sul, mas a mudança para o maior estado do País, onde foi bem votada na eleição presidencial de 2022, é uma possibilidade aventada.

Como o MDB paulista, cuja principal figura é o prefeito paulistano Ricardo Nunes, está na oposição ao governo de Lula, Simone Tebet teria o caminho mais facilitado para concorrer ao cargo pelo estado se fosse para uma sigla alinhada ao Planalto. “Não diria que o MDB tem a porta fechada, mas ela não é de São Paulo.

Com todo o carinho que tenho por ela, não vejo a menor condição de ser candidata ao Senado aqui. Ela já tem uma história política no Mato Grosso do Sul e temos bons nomes”, disse o prefeito à imprensa nacional.

A chefe do Planejamento e Orçamento passou a ser incluída em pesquisas de São Paulo contratadas pelo governo de Lula. Ela tem como um dos principais defensores o advogado Marco Aurélio de Carvalho, líder do grupo Prerrogativas.

No segundo estado mais populoso do país, Minas Gerais, o partido se coloca como possível destino de quadros do PSD, que lá fez uma inflexão à direita ao encaminhar a filiação do vice-governador Mateus Simões, hoje no Novo. A tendência é de que ele se filie até o fim deste mês.

Com a provável reconfiguração, Rodrigo Pacheco e Alexandre Silveira poderiam mudar de sigla para continuar mais ligados a Lula. Ambos são cotados para disputar cargos majoritários no ano que vem, seja o governo ou uma cadeira no Senado.

Quem conversa com Pacheco, no entanto, avalia que o que ele quer mesmo é uma indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto Silveira diz apenas que fará o que Lula determinar.

Houve conversas nos últimos dias entre eles e dirigentes do PSB, mas ainda se prega cautela no partido ao falar sobre o caso mineiro. A leitura é de que é preciso esperar os movimentos de Gilberto Kassab, o cacique do PSD.

Caso ele, de fato, se afaste do lulismo em Minas, aí sim o PSB despontaria como opção natural para aqueles que quiserem continuar mais próximos ao presidente da República na campanha de 2026.

Também pesa contra uma decisão imediata a indefinição do cenário eleitoral no estado, com pouca clareza sobre o que Lula vai estabelecer. Do ponto de vista do PSB, a prioridade por lá é montar uma nominata robusta de deputados federais.

Quem também teria tido conversas com a direção do PSB foi a ex-deputada Manuela D’Ávila, que se desfiliou do PCdoB no ano passado. Vice na chapa presidencial de Fernando Haddad (PT) em 2018, ela é considerada uma forte candidata ao Senado pelo Rio Grande do Sul ou, na projeção de dirigentes, uma puxadora de votos para deputado federal.

A decisão de D’Ávila ainda depende de disputas internas no PSB gaúcho. Ela conta com o aval do ex-deputado Beto Albuquerque, mas outros setores preferem seguir mais alinhados ao governador Eduardo Leite (PSD).

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CÓDIGO DE CONDUTA

CNJ proíbe juiz coach e limita participação em eventos e cursos

Conselheiro da OAB-MS no CNJ, Mansour Karmouche explicou que a medida foca quem faz promoção pessoal

13/12/2025 08h00

Mansour Elias Karmouche durante sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília (DF)

Mansour Elias Karmouche durante sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília (DF) Divulgação

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou em setembro e entrou em vigor este mês a Resolução nº 650/2025, que regulamenta em todo o Poder Judiciário como os magistrados podem atuar como docentes e participar de eventos, reforçando limites para evitar conflitos com o expediente forense e com a independência judicial.

Pelo texto, magistrados da União e dos estados continuam proibidos de exercer outro cargo ou função, ainda que com disponibilidade, com exceção do magistério.

Mesmo assim, a atividade docente fica condicionada à compatibilidade de horários com o trabalho no fórum.

A regra vale também para o ensino a distância (EAD), que deverá seguir os mesmos princípios do formato presencial, incluindo a exigência de conciliação com o expediente forense.

A resolução determina ainda que cada tribunal deverá regulamentar o limite máximo de carga horária semanal dedicada à docência de EAD, levando em conta “peculiaridades locais”.

Além disso, fica vedado ao magistrado exercer cargo administrativo ou técnico em instituição de ensino, com exceção de funções como coordenação de curso, projetos de pesquisa e extensão, ou atividades em escolas de aperfeiçoamento dos próprios tribunais e entidades vinculadas.

Um dos pontos centrais é a proibição explícita da prática de coaching e atividades similares para preparação de candidatos a concursos, mesmo quando envolvam conteúdos jurídicos.

O CNJ estabelece que esse tipo de serviço – descrito como treinamento organizado e oneroso voltado a “objetivos predefinidos”, como aprovações e ganhos – não é considerado docência e, por isso, é vedado a magistrados.

A norma equipara ao coaching a assessoria coletiva via mídias e redes sociais quando houver monetização digital ou captação de clientela para venda de produtos e serviços.

Há, porém, uma ressalva: mentoria gratuita, individual ou coletiva, direcionada a alunos de políticas afirmativas construídas no âmbito do CNJ e voltada à pluralização do perfil da magistratura, não é tratada como coaching, mas deverá ser formalmente comunicada ao tribunal competente, em registro eletrônico.

Para atividades regulares de docência em instituições de ensino, o magistrado terá de registrar eletronicamente no tribunal informações como entidade, horários e disciplinas ministradas, preferencialmente no início de cada semestre, mantendo os dados atualizados.

O CNJ e a Corregedoria Nacional de Justiça farão acompanhamento periódico dessas informações.

A resolução também amplia o conceito de atividade docente para fins de controle: participação de magistrados como palestrantes, conferencistas, moderadores, debatedores, integrantes de comissão organizadora, membros de bancas de concurso e de comissões de juristas (inclusive instituídas pelo Legislativo ou o Executivo) passa a ser considerada docência.

EVENTOS

Uma exceção é criada para participações virtuais breves e não remuneradas: eventos online (ao vivo ou gravados) de até 20 minutos, em horário compatível com o expediente, ficam dispensados do registro eletrônico.

No capítulo sobre eventos, o CNJ estabelece que congressos, seminários, simpósios e encontros similares promovidos, realizados ou apoiados por conselhos e tribunais devem observar princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

O texto permite patrocínio de empresas com fins lucrativos até o limite de 30% do custo total do evento e autoriza patrocínio parcial ou total por entidades filantrópicas e fundações de direitos humanos, desde que compatíveis com o tema.

Já quando o evento for promovido ou subvencionado por entidade privada com fins lucrativos e houver custeio de transporte e hospedagem, a participação de magistrados fica limitada a papéis específicos, como comissão organizadora ou atuação como palestrante, moderador e debatedor – com exceção para eventos custeados exclusivamente por associações de magistrados.

A resolução ainda prevê a possibilidade de magistrados receberem premiação da administração pública ou de entidades sem fins lucrativos por obra jurídica ou prática inovadora de interesse da administração judiciária, desde que não haja comprometimento da independência funcional.

Também admite o recebimento de itens de cortesia em situações específicas, desde que o valor patrimonial não descaracterize o caráter simbólico.

ANÁLISE

Segundo Mansour Elias Karmouche, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional em Mato Grosso do Sul (OAB-MS) e conselheiro federal no CNJ, essas restrições aos magistrados foram o último ato do ministro Luís Roberto Barroso, antes de se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A medida foca os magistrados que costumam promover e oferecer cursos paralelos de mentoria e coaching, e, a partir de agora, essa prática foi completamente vedada. A proibição está alinhada a um código de conduta para magistrados, com o magistério ainda sendo aprovado, mas não podendo mais participar das redes sociais na capacidade de empreendedores”, detalhou.

Mansour Karmouche reforçou que a resolução chega em um momento de necessidade de mais transparência no sistema judicial brasileiro e foca a preocupação sobre potenciais conflitos de interesse dos magistrados.

“A partir de agora, todos os magistrados que participam de eventos precisam registrar e comunicar informações, incluindo valores recebidos e patrocinadores. Isso é importante para a segurança da sociedade, porém, infelizmente, a resolução se aplica apenas até o Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois o STF está fora do alcance das regulamentações do CNJ”, pontuou.

O conselheiro federal da OAB no CNJ destacou que o ministro Luiz Edson Fachin, presidente do STF, pela limitação do conselho, propôs uma resolução específica para disciplinar a participação dos magistrados do Supremo.

“Essa proposta surgiu, em parte, após uma viagem controversa do ministro Dias Toffoli, que gerou grande polêmica”, recordou.

Fachin tem apresentado a ministros da Corte a intenção de criar um código de conduta para integrantes de tribunais superiores, como na Alemanha, onde o Tribunal Constitucional elaborou um código de conduta em 2017.

São 4 artigos e 16 itens no total, que são um conjunto de regras para os integrantes da Corte considerada a guardiã da Constituição alemã e que tem inspirado o ministro Fachin.

O primeiro artigo do Código de Ética alemão diz que: “Juízas e juízes devem se comportar, dentro e fora de suas funções, de modo a não prejudicar o prestígio do Tribunal, a dignidade do cargo e a confiança em sua independência, imparcialidade, neutralidade e integridade”.

O texto afirma que precisa existir um “zelo para que não surja qualquer dúvida quanto à neutralidade perante grupos sociais, políticos, religiosos ou ideológicos”. Ele cita também o cuidado com as “relações pessoais”.

O código tem, ainda, um parágrafo sobre a ética de aceitar presentes: “Juízas e juízes só aceitam presentes e benefícios de qualquer tipo apenas na medida em que isso não possa gerar dúvidas sobre sua integridade pessoal e independência”.

Diz também que os magistrados podem “receber remuneração por palestras, pela participação em eventos e por publicações somente e apenas na medida em que isso não prejudique o prestígio do Tribunal nem gere dúvidas quanto à independência, à imparcialidade, à neutralidade e à integridade de seus membros” e que “os rendimentos obtidos em atividades extrajudiciais devem ser divulgados”.

Por determinação do Código de Ética alemão, esses dados são públicos e ficam liberados para consulta. A tabela de 2024 é a mais recente disponível.

Mostra exatamente o quanto cada integrante do Tribunal Constitucional da Alemanha ganhou em atividades fora do Judiciário – publicação de livros e artigos, palestras, participações em eventos independentes.

O código também determina que os magistrados da Corte não podem emitir pareceres sobre questões de direito constitucional nem fazer previsões sobre o resultado de processos pendentes ou que podem vir a ser decididos pelo Tribunal.

O texto prevê ainda regras para depois do término do mandato. Fala, por exemplo, que os juízes não podem assumir atividades de consultoria nem emitir pareceres técnicos no primeiro ano fora do Tribunal e que, mesmo depois desse período, está vedada a atuação em casos da Corte para não dar a impressão de utilização indevida de conhecimentos internos.

O Reino Unido também tem código de ética para magistrados de tribunais superiores.

O documento determina que os juízes são expressamente proibidos de aceitar remuneração por atividades extrajudiciais e tem uma parte específica que fala o que é preciso ser levado em conta para que um magistrado se declare impedido de julgar uma determinada ação.

Nos Estados Unidos, a Suprema Corte adotou um código de ética em 2023, depois que reportagens revelaram que juízes ocultaram ter recebido presentes e benefícios de empresários. Um dos magistrados é Clarence Thomas, que está na Corte desde 1991.

Segundo investigações de agências de notícias do país, ele aceitou, durante anos, viagens de luxo pagas por um bilionário texano, que comprou uma casa do juiz. A transação não foi informada às autoridades. O código americano estabelece, por exemplo, que juízes precisam explicar os motivos de se declararem impedidos de julgar um caso.

Logo no início, o texto afirma: “A ausência de um código levou à falsa impressão de que os juízes desta Corte se consideram imunes a regras éticas. Para acabar com essa percepção enganosa, estamos publicando esse código, que representa uma codificação dos princípios que nós sempre respeitamos”.

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advogados e juristas

Prerrogativas homenageia Tebet e a convida para integrar chapa lulista em SP

"Nesta política do Brasil precisa ter coragem. E coragem não me falta", declarou Simone depois de ser convidada para mudar domicílio eleitoral para SP

13/12/2025 07h23

Simone Tebet recebeu homenagem de grupo de juristas ao lado de Geraldo Alckmin e Fernando Hadad

Simone Tebet recebeu homenagem de grupo de juristas ao lado de Geraldo Alckmin e Fernando Hadad

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Uma homenagem do grupo Prerrogativas a Simone Tebet (MDB), Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) voltou a flertar com a possibilidade de ter os três ministros em uma chapa em São Paulo como palanque de Lula na eleição do ano que vem. Atualmente, o título eleitoral de Simone Tebet está em seu Estado natal, o Mato Grosso do Sul. 

Em evento com tom de campanha eleitoral, os três foram citados pelo coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, como representantes da frente ampla que deu a vitória a Lula em 2022 e como trunfos para a eleição de 2026. O Prerrogativas é formado por advogados e juristas pró-PT e ampliou sua influência no governo com a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nós vamos ganhar em São Paulo e no Brasil, em todos os Estados. Essa é a aliança pela democracia que vai vencer as eleições em 2026", disse Carvalho. Em uma referência indireta às crises recentes envolvendo o Congresso, ele também afirmou que Lula é o único adulto na sala e não quer "abocanhar" as competências dos outros Poderes.

"É um luxo para São Paulo ter três opções. É uma chapa que representa a união da direita civilizada, da centro-direita, centro-esquerda e esquerda em torno das instituições e da defesa da democracia", disse Carvalho ao Estadão.

Questionado se a ministra do Planejamento estaria disposta a mudar o domicílio eleitoral para São Paulo, respondeu: "Eu acho que ela estava esperando o chamado. Hoje nós fizemos o chamado para ela se apresentar à população de São Paulo. O Prerrogativas dá sorte". O grupo fez parte da articulação que levou Alckmin a vice de Lula em 2022.

Apesar de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ter lançado sua pré-candidatura à Presidência há poucos dias, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) segue sendo alvo preferencial do PT e foi citado pelo menos duas vezes em discursos no palco.

Haddad lembrou a declaração de Lula direcionada ao governador mais cedo nesta sexta-feira, de que os prognósticos de especialistas para a economia não se concretizaram. Marco Aurélio também fez críticas à gestão de Tarcísio em São Paulo.

"Hoje o presidente Lula falou uma coisa muito importante. Ele falou olhando pro governador de São Paulo: ‘Você viu Tarcísio que todos os prognósticos feitos por economistas não deram certo?’", disse Haddad. "Não é comemorar que o caras que apostaram contra o Brasil estavam errados. É comemorar que nós demos certo", continuou.

Haddad resiste a ser candidato novamente. Nesta semana, ele disse em entrevista ao jornal O Globo que pode deixar o ministério para ajudar na campanha de Lula no ano que vem, mas que já avisou ao presidente que não quer disputar uma nova eleição.

O petista é cotado tanto para disputar o governo de São Paulo quanto o Senado pelo Estado. Ao ser questionado novamente por jornalistas na noite desta sexta-feira, Haddad disse que já havia falado sobre o tema na entrevista.

Ex-presidente do PT e ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann afirmou a jornalistas no evento que ainda não há uma definição.

"É óbvio que qualquer lançamento de nome, de composição, a gente tem que conversar. Não se faz de uma hora para a outra. Mas, com certeza, são 3 nomes muito potentes, muito importantes na política nacional e local aqui em São Paulo", afirmou.

Apesar de seu partido, o MDB, ainda não ter definido qual caminho seguirá em 2026, Tebet foi taxativa e disse que estará no palanque de Lula. A ministra do Planejamento recebeu aplausos da plateia ao dizer que Lula é maior presidente que o Brasil já teve. O MDB já teve José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer como presidentes.

Para estar no palanque de Lula em São Paulo, ela teria que deixar o Mato Grosso do Sul e mudar de partido, já que o MDB paulista apoia Tarcísio. Tebet é cotada para uma vaga ao Senado, mas ao final de seu discurso algumas pessoas na plateia gritaram "governadora".

"Nesta política do Brasil precisa ter coragem. E coragem não me falta", declarou.

No caso de Alckmin, a prioridade é repetir a chapa com Lula para o Palácio do Planalto. Ele afirmou que o petista salvou a democracia ao derrotar Bolsonaro em 2022 e foi o orador mais aplaudido ao iniciar seu discurso cumprimentando a plateia com "companheiros e companheiras", marca do presidente.

Além dos três, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), já manifestou o desejo de ser candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Ele não compareceu ao evento.

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