Política

Previdência

Tebet: vinculação do salário mínimo a benefícios custará R$ 1,3 tri

Ministra alertou para custos de vincular aposentadorias, pensões e outros benefícios previdenciários na próxima década

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, alertou que a vinculação do salário mínimo a benefícios previdenciários poderá custar mais de R$ 1,3 trilhão na próxima década. Durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO), Tebet defendeu a revisão dessas vinculações, mas enfatizou que a decisão é política e não cabe a ela.

Tebet afirmou que rever o reajuste das aposentadorias seria um “equívoco”, mas destacou que outros programas, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego e o abono salarial, podem ser revistos.

A ministra mencionou que está trabalhando em medidas de “modernização” das vinculações de benefícios ao salário mínimo, mas não pôde antecipar detalhes, pois as sugestões precisam ser aprovadas pela Junta de Execução Orçamentária (JEO) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“As despesas obrigatórias estão crescendo, comprimindo as despesas discricionárias. Nenhum governo tem condições de governar com despesas discricionárias menores que 10% do Orçamento”, declarou Tebet aos parlamentares, quando questionada sobre a revisão de gastos do governo.

Tebet apresentou dados alarmantes sobre o déficit previdenciário, que foi de R$ 428 bilhões em 2023, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Ela destacou que a reforma da Previdência já foi feita e apontou a renúncia tributária previdenciária como um dos principais problemas do déficit.

Ela ressaltou que, como ministra do Planejamento, seu papel é apresentar dados e projeções, mas que a decisão política sobre as medidas a serem implementadas cabe ao governo.

“Estamos trabalhando na análise desses gastos, não apenas onde há fraude ou erro, mas também na modernização dessas vinculações. No entanto, essas propostas precisam passar pela Junta de Execução Orçamentária e pela aprovação do presidente da República”, explicou Tebet.

A ministra defendeu os reajustes do salário mínimo acima da inflação, retomados por Lula, como a “principal política pública” do governo. No entanto, ela alertou que vincular a valorização do salário mínimo a todos os benefícios gerará um custo de mais de R$ 1,3 trilhão na próxima década.

Tebet reafirmou que as aposentadorias devem manter a vinculação ao salário mínimo, mas sugeriu que outras vinculações podem ser revistas. Ela argumentou que mexer na valorização das aposentadorias seria um erro, pois “vai tirar com uma mão e ter que dar com a outra”. Em vez disso, ela propôs modernizar as demais vinculações, analisando programas como o BPC, o abono salarial e o seguro-desemprego.

Ao ser questionada sobre os pisos de saúde e educação, Tebet apresentou dados sobre o aumento dos gastos com o Fundeb, que financia a educação básica, mas esclareceu que não estava sugerindo cortes no programa.

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ELEIÇÕES 2024

A partir de hoje eleitores não podem ser presos até dia 29

Veto está presente na Legislação Eleitoral, mas há exceções; segundo turno das eleições acontecem neste domingo (27), em 51 municípios, sendo 15 capitais, incluindo Campo Grande

22/10/2024 12h30

Determinação de veto de eleitores cinco dias antes da eleição perdura até dia 29

Determinação de veto de eleitores cinco dias antes da eleição perdura até dia 29 Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Entrou em vigor a partir desta terça-feira (22) a proibição para eleitores serem presos e persiste até dia 29, dois dias após o segundo turno das eleições municipais, porém há exceções.

Previsto na legislação eleitoral, a regra exclui prisões em flagrante ou casos de prisões determinadas a partir de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou desrespeito a salvo-conduto.

No próximo domingo (27), cerca de 33,9 milhões de eleitores de 15 capitais, incluindo Campo Grande, e 36 municípios voltam às urnas para eleger os prefeitos que disputam os cargos. Não há segundo turno para a disputa ao cargo de vereador.

Exceções

A regra, porém, não vale em três situações: em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou ainda por desrespeito a salvo-conduto de outros eleitores, impedindo o exercício do voto.

Também ficam fora da regra aqueles que cometerem crimes eleitorais no dia do pleito, 27 de outubro, como usar alto-falantes e amplificadores de som; promover comício ou carreata; realizar boca de urna; divulgar propaganda de partido político ou candidato; tentar convencer eleitora ou eleitor a votar em determinada candidatura ou partido; ou impulsar propaganda eleitoral na internet.

Segundo turno - Campo Grande

No último dia 6, os mais de 600 mil eleitores campo-grandenses definiram que a prefeitura será comandada por uma mulher pelos próximos quatro anos. Adriane Lopes (PP) somou 31,67% dos votos válidos, enquanto Rose Modesto (União Brasil) ficou com 29,56%. Na sequência, apareceram os candidatos Beto Pereira (PSDB), com 25,96%, e Camila Jara (PT), com 9,43%.

  • Adriane Lopes (PP): 140.913 votos (31,67%)
  • Rose Modesto (União Brasil): 131.525 votos (29,56%)
  • Beto Pereira (PSDB): 115.516 votos (25,96%)
  • Camila Jara (PT): 41.966 votos (9,43%)
  • Beto Figueiró (Novo): 10.885 votos (2,45%)
  • Luso de Queiroz (PSOL): 3.108 votos (0,70%)
  • Ubirajara Martins (DC): 1.067 votos (0,24%)

Pesquisa

Levantamento Paraná Pesquisas/Correio do Estado para o segundo turno das eleições municipais em Campo Grande mostra a atual prefeita e candidata à reeleição, Adriane Lopes, numericamente à frente da ex-deputada federal Rose Modesto.

No cenário estimulado, em que os nomes das candidatas são apresentados aos entrevistados, Adriane Lopes aparece com 48% das intenções de voto, enquanto Rose Modesto tem 41,6% da preferência. Os que não sabem ou não responderam representam 3,7% do total de eleitores, e os votos brancos e nulos, 6,7%.

Rejeição

Sobre a rejeição, o levantamento apontou que os que não votariam em Rose Modesto de jeito nenhum são 37,6%, e os que não votariam em Adriane Lopes de jeito nenhum, 32,1%.

Na outra ponta, 37,6% disseram que com certeza votarão em Adriane, enquanto 29,6% também estavam certos que votarão em Rose.

Quanto às possibilidades de voto, 27,9% disseram que poderão votar em Rose ou em Adriane. É o chamado voto não convicto. Os que não conhecem Adriane suficientemente para opinar representam 1,6%, e os que não conhecem Rose, 1,4%.

Os que não quiseram responder sobre Adriane representam 0,9%, e sobre Rose, 1,6%.

A pesquisa, registrada sob o número MS-06954/2024, foi realizada entre os dias 10 e 13 de outubro. Foram entrevistados 700 eleitores.

*Com informações da Agência Brasil

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TROCA DE COMANDO

Em 2 anos à frente da bancada, Vander conseguiu R$ 700 milhões para MS

O deputado federal assumiu a coordenação quando o presidente lula iniciou o seu terceiro mandato no Planalto

22/10/2024 08h00

Vander Loubet (PT) durante encontro com prefeitos eleitos e reeleitos em Mato Grosso do Sul

Vander Loubet (PT) durante encontro com prefeitos eleitos e reeleitos em Mato Grosso do Sul Foto: Gerson Oliveira

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Ao participar na tarde de ontem do encontro com os prefeitos eleitos e reeleitos dos 78 municípios de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, no âmbito do programa MS Ativo Municipalismo, o deputado federal Vander Loubet (PT) anunciou que era o último dia dele à frente da coordenação da bancada do Estado no Congresso Nacional e que, a partir de hoje, a função será exercida por outro parlamentar pelos próximos dois anos.

“Os últimos dois anos foram uma experiência muito exitosa. Primeiro, coordenar uma bancada em que os únicos petistas eram eu e a deputada federal Camila Jara não seria uma tarefa fácil. Entretanto, consegui me entender com os três deputados federais do PSDB, bem como com os demais deputados federais e com os três senadores, sem contar o aval do governador Eduardo Riedel [PSDB]”, disse com exclusividade ao Correio do Estado. Vander Loubet explicou que o fato de o terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estar começando também contribuiu.

“Isso também pesou muito, e ao fazer a análise dos últimos dois anos como coordenador da bancada, posso dizer que o balanço é positivo, pois conseguimos ser, em nível nacional, a bancada federal que mais destinou recursos de emendas em projetos estruturantes para o seu estado de origem”, revelou.

Ele detalhou que 45% das emendas de bancada foram para projetos estruturantes e que em alguns estados grandes, como São Paulo, as bancadas estavam mais preocupadas em atender os interesses pessoais, e não da unidade da federação a qual pertenciam.

“Na nossa bancada, isso não acontecia, pois fechávamos consenso sobre a destinação dos recursos para obras que fossem trazer melhorias para Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Ao todo, conforme o deputado federal, sob a sua coordenação, a bancada federal do Estado no Congresso destinou  R$ 700 milhões para obras estruturantes.

“A maioria, ou quase na sua totalidade, foi para obras estruturantes, seja para a aquisição de equipamentos, seja para infraestrutura básica. Isso foi uma coisa que a gente construiu muito em cima da unidade, em cima do consenso. Nesse período, não tivemos nenhum momento de disputa interna”, assegurou.

Vander Loubet completou que, se a bancada escolhia 15 emendas, essas 15 seriam priorizadas, levando em consideração a base de atuação de cada parlamentar e um pouco do tamanho de cada cidade.

“Nós também aproveitamos muito os programas do governo federal. Nessa parte, o fato de eu ser do PT e ter uma boa articulação com o presidente Lula ajudou bastante”, argumentou. Ele citou como exemplo as concessões da BR-262, entre Campo Grande e Três Lagoas, e da BR-267, de Bataguassu a Nova Alvorada.

“Comigo à frente da coordenação, acredito que a bancada federal cumpriu um papel muito importante, porque não é fácil o governo federal delegar para um governador que não é do seu partido a autorização de fazer concessões de rodovias federais. Isso mostrou que o presidente Lula tem uma característica muito forte, que é essa coisa de delegar, de fazer as coisas, que as coisas aconteçam”, analisou.

Sobre a nova coordenação da bancada federal do Estado no Congresso, Vander Loubet disse que pretende continuar ajudando. “Espero que a minha sucessora dê continuidade ao trabalho de manter a bancada unida na construção das decisões coletivas como eu dei, quando herdei da ex-senadora Simone Tebet [MDB], e como ela fez, quando herdou do senador Nelsinho Trad [PSD]”, projetou.

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