Política

ELEIÇÕES 2024

Terceira via ganha força na disputa pelas prefeituras da Capital e de Dourados

Agora, PP e PSDB têm concorrência para o pleito de outubro nos dois maiores colégios eleitorais de Mato Grosso do Sul

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Nos últimos dias, as terceiras vias na disputa pelas prefeituras dos dois maiores colégios eleitorais de Mato Grosso do Sul ganharam força e podem embolar de vez a briga pelas cadeiras de chefes do Executivo de Campo Grande e Dourados.

No caso da Capital, que tem 639.873 eleitores de um total de 1.996.510 no Estado, a disputa que estava entre a atual prefeita Adriane Lopes (PP) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS), agora ganhou a incômoda presença da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

Já em Dourados, que 169.042 eleitores do total 1.996.510 de Mato Grosso do Sul, a briga que também estava entre o atual prefeito Alan Guedes (PP) e o ex-deputado estadual Marçal Filho (PSDB), passou a contar com o ameaçador “fantasma” do vice-governador José Carlos Barbosa (PSD), o “Barbosinha”.

Na Capital, Rose Modesto, que deve pedir afastamento da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) nos próximos dias para oficializar a pré-candidatura a prefeita, ganhou força com a divulgação dos resultados das últimas pesquisas de intenções de votos.

Porém, ela não terá uma tarefa fácil, afinal, terá de enfrentar duas máquinas na corrida eleitoral, a municipal, encabeçada pela prefeita Adriane Lopes, e a estadual, liderada pelo deputado federal Beto Pereira.

Além disso, Rose terá pela frente as popularidades do atual governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, trabalhando pela pré-candidatura de Beto Pereira.

Do outro lado, a titular da Sudeco ainda terá de driblar a popularidade da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que foi a mais votada nas eleições gerais de 2022, com 829.149 votos, ou seja, 60% dos votos válidos, e a influência da parlamentar junto aos bolsonaristas da Capital.

Ao seu favor, Rose Modesto tem a baixa rejeição em Campo Grande e o fato de ter mais “chão” nos bairros da periferia da Capital, onde está a maioria dos eleitores campo-grandense, do que os dois adversários – Adriane Lopes e Beto Pereira.

DOURADOS

O caso de Dourados não é muito diferente de Campo Grande, pois Barbosinha também ganhou força com a desfiliação do PP e filiação ao PSD para concorrer à prefeitura municipal, já que o seu antigo partido tinha fechado apoio com a reeleição de Alan Guedes.

Porém, o vice-governador desmanchou o tabuleiro de xadrez montado pelo PP e PSDB em Dourados ao assinar a ficha de filiação na noite da última quinta-feira em São Paulo, tendo as bênçãos do governador Eduardo Riedel e do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

A presença de Riedel no ato de filiação na residência de Kassab caiu feito uma bomba no ninho tucano, afinal, fez surgir o boato de que não estaria de corpo e alma com o PSDB na escolha de Marçal Filho para disputar a prefeitura de Dourados.

Além disso, alguns aliados teriam detectado uma pequena rachadura na inexpugnável muralha construída pelo ex-governador Reinaldo Azambuja para proteger o PSDB no Estado e alguns chegaram a dizer que Riedel estaria pavimentando uma via de mão única para o PSD de olho nas eleições de 2026.

Se essas hipóteses não passarem de boatos, Barbosinha também terá pela frente duas máquinas, a da prefeitura, com Alan Guedes, e do estado, com Marçal Filho.

E, a exemplo de Rose Modesto na Capital, Barbosinha ainda enfrentará as popularidades esmagadoras de Marçal Filho, que lidera todas as pesquisas de intenções de votos, de Reinaldo Azambuja e de Eduardo Riedel – se bem que essa não parece mais ser tão pró-Marçal assim depois da última quinta-feira.

O vice-governador também terá de enfrentar a popularidade de Tereza Cristina e dos bolsonaristas, que em Dourados são ainda mais numerosos do que em Campo Grande.

Entretanto, assim como Rose, Barbosinha tem a seu favor o fato de sempre ter atuado a favor da região de Grande Dourados, tanto como deputado estadual, quanto secretário estadual de Justiça e Segurança Pública e, agora, como vice-governador.

Segundo o presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, as negociações do partido com Barbosinha já estavam bem adiantadas. 

“Pelo desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, nos unimos. E, nesta noite, com aprovação e apoio do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e aval do governador Eduardo Riedel (PSDB), o vice-governador Barbosinha trocou o PP pelo nosso partido”, declarou.

Nelsinho disse que o vice-governador é novo integrante do PSD em Mato Grosso do Sul e, além dele, muitos outros também virão compor por melhorias do Estado.

“Barbosinha, seja bem-vindo! Juntos, vamos fazer mais pelo PSD e por Mato Grosso do Sul.”

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CAMPO GRANDE

Ao tomar posse, Adriane reforça papel da mulher e não anuncia secretariado

Prefeita deverá esperar a senadora Tereza Cristina voltar dos Estados Unidos para alinhar alguns nomes antes de fazer o comunicado

02/01/2025 08h00

A prefeita Adriane Lopes mostra o certificado de posse para o segundo mandato na Capital

A prefeita Adriane Lopes mostra o certificado de posse para o segundo mandato na Capital Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Ontem, ao tomar posse oficialmente em concorrida cerimônia no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), reforçou que a cidade já é conhecida como a “capital das oportunidades, onde sonhos e suas potencialidades podem fazer da cidade um lugar bom para se trabalhar, mas melhor ainda para se viver”.

“Quando escrevi meu discurso, lembrei de uma frase da ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher, a qual quero compartilhar com vocês da plateia: ‘Na política, se você quer algo que seja falado, peça a um homem, mas se quer algo que seja feito, peça a uma mulher’”, declarou, completando que, “com muito respeito, com muito trabalho e com muita dedicação, nós vamos fazer a nossa cidade avançar sem medo de fazer o certo”.

Ainda em seu discurso, ela ressaltou que, com a vice-prefeita, Camila de Oliveira, escreveu uma nova página na história política de Campo Grande.

“Pela primeira vez em 125 anos, uma mulher eleita pelo voto popular tendo uma mulher como vice. Eu tenho a honra, Camila, de dividir esse marco histórico para Campo Grande com você”, disse.

Adriane completou que ela e Camila, cuja vitória na eleição era considerada improvável, provaram que o improvável para o mundo político não era para Deus.

“Este feito, Camila, não é apenas nosso. Ele pertence a cada mulher que já ouviu que não era capaz, que deveria se conformar com menos. Cada mulher que já travou as mesmas lutas que nós duas, que as vereadoras, que muitas mulheres que estão na plateia já travaram”, argumentou.

Para a prefeita, foi possível mostrar que, com respeito e com propostas, “a gente também pode avançar e fazer gestão com responsabilidade”.

“E quero dizer às mulheres da plateia, sonhem, não desistam, porque, com respeito e ombreando, a gente também pode ir longe”, assegurou, destacando o papel primordial na sua eleição da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que não participou da posse por estar em viagem aos Estados Unidos.

“A Tereza Cristina foi a senadora mais votada de Mato Grosso do Sul. Ela acreditou, segurou minha mão e a mão da Camila. E, hoje, nós podemos celebrar essa data e esse dia histórico para a nossa capital. Ela, com muita sabedoria, com muita força, com muita articulação e visão, nos ajudou muito nessa caminhada. Eu nunca vou poder expressar em palavras a minha gratidão a ela”, revelou.

NOVO SECRETARIADO

Apesar de ser aguardado para ontem o anúncio do novo secretariado para o segundo mandato da prefeita, mais uma vez o fato não se confirmou.

“Nos próximos dias, nós vamos anunciar para Campo Grande o secretariado, que será composto por um corpo técnico para trazer resultados positivos para o município. O objetivo é resultado, nós vamos ter um contrato de gestão com cada secretário, e eles terão metas para serem cumpridas com um prazo determinado”, avisou.

O Correio do Estado apurou que Adriane Lopes estaria aguardando o retorno da senadora Tereza Cristina dos Estados Unidos, previsto para a próxima semana, para bater o martelo sobre alguns nomes já escolhidos.

O chamado “núcleo duro” da prefeita deverá continuar, sendo ele composto por: Marco Aurélio Santullo (Governo e Relações Institucionais); Marcelo Miglioli (Infraestrutura e Serviços Públicos); Márcia Okama (Fazenda); Ademar Júnior (Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável); Lucas Bitencourt (Educação); Thelma Nogueira Lopes (Casa Civil); e Ulisses Rocha, que deverá cuidar da relação com a imprensa e os meios de comunicação.

Na segunda-feira, a prefeita informou ao Correio do Estado que, em razão da demanda para fechar as contas do último ano do seu primeiro mandato, não seria possível divulgar os nomes do seu secretariado para o segundo mandato nesta semana.

“Não consegui falar individualmente com cada um dos cotados para serem secretários e, por isso, decidi adiar o anúncio oficial. Estamos desde cedo tratando da reforma administrativa e também do fechamento das contas do exercício de 2024”, declarou.

Ela voltou a reforçar que as escolhas e as definições foram tomadas de forma bem tranquila. 

“Os nomes são de muitos dos que já estão na atual gestão e deram resultados. E muitos dos que não estão como secretários, mas que também deram resultados”, pontuou.

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INTERNACIONAL

Equipe de presidente afastado da Coreia do Sul oferece renúncia conjunta

Yoon foi afastado do cargo pela Assembleia Nacional do país como resposta à sua tentativa de autogolpe em dezembro

01/01/2025 21h00

Os assessores, que auxiliam a Presidência em áreas como segurança nacional, relações internacionais e políticas públicas, entregaram seus cargos ao presidente interino Choi Sang-mok, que disse que não aceitará as renúncias

Os assessores, que auxiliam a Presidência em áreas como segurança nacional, relações internacionais e políticas públicas, entregaram seus cargos ao presidente interino Choi Sang-mok, que disse que não aceitará as renúncias Foto: Reprodução

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Em mais um sinal da profunda crise política abalando a Coreia do Sul, a equipe do presidente afastado Yoon Suk Yeol ofereceu renunciar em conjunto de seus cargos nesta quarta-feira (1º) um dia depois de o político condenar a decisão do presidente interino de colaborar com o processo de impeachment contra ele.

Yoon foi afastado do cargo pela Assembleia Nacional do país como resposta à sua tentativa de autogolpe em dezembro, quando o presidente declarou lei marcial e, segundo investigadores, tentou utilizar as Forças Armadas para fechar o Legislativo.

Os assessores, que auxiliam a Presidência em áreas como segurança nacional, relações internacionais e políticas públicas, entregaram seus cargos ao presidente interino Choi Sang-mok, que disse que não aceitará as renúncias.

Choi afirma estar focado em estabilizar o país e melhorar a situação econômica. O presidente interino chegou ao cargo há menos de uma semana. Na última sexta-feira (27), a Assembleia Nacional removeu o primeiro-ministro Han Duck-soo, que ocupou a chefia do Executivo após o afastamento de Yoon, depois que o premiê se recusou a preencher três cadeiras vagas no Tribunal Constitucional, dificultando o andamento do processo de impeachment.

Isso porque, embora a Assembleia Nacional tenha aprovado a remoção de Yoon, a decisão final cabe à corte, que tem seis meses para chancelar ou suspender o impeachment. Na terça (31), Choi anunciou que vai nomear dois juízes para a corte imediatamente, e que a terceira vaga será preenchida tão logo o Parlamento entre em acordo a respeito de um nome.

Um porta-voz de Yoon disse em nota que a decisão de Choi de nomear os juízes foi tomada sem consultas ao partido governista, o Partido do Poder Popular. O presidente afastado tem contra si uma ordem de prisão já aprovada pela Justiça —investigadores disseram que vão cumpri-la até a próxima semana.

Yoon é acusado de ter cometido o crime de insurreição ao declarar a lei marcial que suspendeu os direitos políticos no país.

A Justiça aprovou um mandado de prisão contra ele depois que o presidente se recusou a prestar depoimento repetidas vezes e não respondeu a uma série de intimações da polícia e do Gabinete de Investigação de Corrupção.

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