Política

DECISÃO

Tribunal obriga prefeitura de Campo Grande a liberar lista do Proinc

Relação dos empregados no projeto deve ser entregue a vereador que recorreu à Justiça

Continue lendo...

Desde o ano de 2021 o Programa de Inclusão Profissional (Proinc) - projeto assistencial da prefeitura criado para amparar desempregados que integrem famílias carentes - levanta suspeitas de alguns vereadores de Campo Grande, que já tentaram abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o programa na Câmara Municipal, e em setembro deste ano o caso virou caso de polícia.

Agora, a prefeitura da cidade terá de encaminhar a lista completa dos beneficiados com o programa ao vereador André Luis Soares da Fonseca, do Rede, que recorreu à Justiça, ano passado, solicitando a lista dos favorecidos pelo programa.

Antes, a prefeitura resistiu a entregar a relação e recorreu contra a decisão que já havia concordado com o pedido do parlamentar.

A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) resolveu manter a decisão apelada por entender que mesmo sendo parlamentar, André pode obter mandado de segurança, pois também é cidadão. No mérito, os desembargadores entenderam que a solicitação por sites oficiais é mera opção e não um requisito para pedir as informaçoes judicialmente.

A prefeitura de Campo Grande informou que a lista está em poder do vereador desde o dia 3 de novembro. 


Anteriormente o município havia apelado da decisao do mandado de segurança ao alegar, em questões formais, que as informações já foram prestadas e que o Professor André Luis, enquanto parlamentar, estaria exercendo controle ilegal e ingerência sobre o Poder Executivo, e defender que, antes de entrar com o mandado de segurança, deveria o impetrante ter feito a solicitação pelos sites oficiais.


Ao Correio do Estado, o parlamentar disse que a Justiça infederiu em totalidade o recurso da prefeitura, e que agora o município é obrigados a apresentar a lista do Proinc.


"Vamos aguardar de novo abrir o prazo da publicação da sentença que deferiu na totalidade dos pedidos, para entrar com a execução de novo. A prefeita não pode recursar entregar a lista, pois seria crime e ela poderia ser presa. Ela não irá fazer isso, será obrigada a entregar", disse o vereador.

CPI

No mês de agosto deste ano, vereadores discurtiram a criação de uma Comissão de Inquérito para que as irregularidades do Programa fossem investigadas. Na Casa, a proposta chegou a somar sete assinaturas, sendo necessárias dez para que de fato fosse criada.


André Luis explicou ao Correio do Estado que agora o Proinc é caso de polícia, a abertura de um Inquérito Parlamentar não é mais necessária.

"A lista que eu quero foi fornecida para delegada, mas para eu ter acesso tenho que entrar com processo. Agora que foi judicializado e chegou onde queríamos, não precisa mais da CPI", explanou.


Irregularidades

Conforme levantado pelo Correio do Estado, havia, na relação dos beneficiários do Proinc, acadêmico de Engenharia, professora concursada em cidade do interior do Estado, líder de movimento político, dono de clínica de fisioterapia que atende pacientes da prefeitura, microempresários, um suposto integrante da organização criminosa PCC, beneficiários do auxílio emergencial do governo federal e influencer.

Pela regra de inclusão social, os integrantes do programa só poderiam ficar contratados pelo período máximo de dois anos.


Programa

O Proinc é um programa de inclusão social ligado à Funsat que contempla pessoas afastadas do mercado de trabalho em uma condição de hipossuficiência, em que a renda familiar da pessoa não pode ser maior que um salário mínimo. 

A pessoa é encaminhada para o programa, onde faz um curso e exerce um trabalho relacionado com o que aprendeu.

Por exemplo, se ela fez um curso de auxiliar de cozinha, então, será direcionada a algum órgão vinculado ao município e encaixada nessa atividade. Os benefícios do Proinc incluem um salário mínimo por mês, uma cesta básica, alimentação, passe de ônibus e acesso a cursos profissionalizantes.

O Proinc é fruto de uma lei municipal, que determina que o número de vagas não ultrapasse 9% do número de servidores, sendo 2% para egressos do sistema penitenciário. Atualmente, o programa é alvo de denúncias.


Mudanças

Uma das modificações no Proinc tem a ver com o período de permanência do trabalhador no programa: por regra, não poderia superar uma temporada de até três anos. Agora, com a repaginação, o tempo máximo não pode extrapolar dois anos.


“A vinculação ao Proinc será pelo período de seis meses, renováveis por igual período, até o limite máximo de 24 meses, improrrogáveis”, diz trecho da emenda aprovada proposta pelo Professor André (Rede).
O projeto atual repete normas antigas, como a de que os favorecidos pelo Proinc não podem ter renda superior a meio salário mínimo, em torno de R$ 600. O beneficiado deve “estar em situação de desemprego por período igual ou superior a um ano”, reforça a nova lei.


Novidade na reforma do Proinc e um dos itens no regulamento que deve espantar as eventuais fraudes na hora da contratação dos favorecidos: o nome dos beneficiados deve constar no Cadastro Único (CadÚnico), programa federal.


O CadÚnico é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza. Só entram nesta relação integrantes de famílias que ganham até meio salário mínimo por pessoa ou que recebem até três salários mínimos de renda mensal total.


Outra emenda aprovada, proposta pelo vereador Beto Avelar (PSD), prevê a publicação de uma fila de espera dos próximos favorecidos do Proinc.  


Cronologia

  • Maio de 2021 - Ofício é enviado pelo vereador Professor André (Rede) à Funsat, que gerencia o programa social da Prefeitura de Campo Grande, solicitando informações sobre o Proinc;
  • Junho de 2021 - Sem resposta, novo ofício com os mesmos termos é enviado;
  • Julho de 2021 - Sem resposta, ação é ajuizada pelo vereador;
  • Agosto de 2021 - Liminar do mandado de segurança;
  • Setembro de 2021 - Sentença que confirma a segurança;
  • Dezembro de 2021 - O juiz Marcelo Andrade Campos Silva determina a liberação das informações;
  • Março de 2022 - A prefeitura recorre, mas o Tribunal de Justiça mantém decisão de 1ª instância determinando transparência;
  • Junho de 2022 - Escândalo vem à tona. Lista com 3,8 mil nomes é divulgada. Prefeitura anuncia demissão em massa;  
  • Julho de 2022 - Polícia abre inquérito. Polícia Civil começa investigação ouvindo vereador;
  • Outubro de 2022 - TJMS confirma decisao que manda prefeitura entregar a lista para o vereador.
     

Assine o Correio do Estado
 

OPERAÇÃO

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes "faz tudo o que não diz a lei"

PF indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe de estado

21/11/2024 20h00

Foto: Senado

Continue Lendo...

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

"Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

*Com informações da Agência Brasil

Em debate

Projeto para banir celulares nas escolas de MS avança na Assembleia

O projeto de lei foi enviado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Caso seja aprovado, voltará para a Assembleia e passará por uma nova votação.

21/11/2024 13h35

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul Divulgação/ Alems

Continue Lendo...

Está em tramitação na Assembleia Legislativa o projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por alunos nas escolas da rede pública e privada de Mato Grosso do Sul. Conforme a matéria, que segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), os estudantes seriam impedidos de usar esses aparelhos dentro das salas de aula.

O tema tem sido amplamente discutido em outros estados brasileiros. Em São Paulo, no início deste mês, os deputados aprovaram um projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por alunos nas escolas do estado, com previsão de implementação para 2025. 

Apresentado nesta quinta-feira (21) pelo deputado Pedro Pedrossian (PSD), o projeto de lei propõe a proibição do uso de dispositivos eletrônicos nas escolas do Estado. O texto define como dispositivos eletrônicos quaisquer equipamentos com acesso à internet, como celulares, tablets, relógios inteligentes e similares.

O mesmo projeto de lei, apresentado na última semana pelo deputado estadual Roberto Hashioka (União), determina que os alunos que optarem por levar celulares e outros dispositivos eletrônicos para as escolas deverão armazená-los de forma segura, sem acesso durante o período das aulas. Além disso, os estudantes assumirão a responsabilidade por eventuais extravios ou danos, caso escolham levar os aparelhos.

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul Foto: Assembleia Legislativa / Divulgação

De acordo com o documento apresentado pelo deputado Pedro Pedrossian, o uso de dispositivos eletrônicos será permitido nas escolas apenas em situações específicas: quando houver necessidade pedagógica para utilização de conteúdos digitais ou ferramentas educacionais, e para alunos com deficiência que dependem de auxílios tecnológicos para participar efetivamente das atividades escolares.

Preocupado com a saúde mental das crianças, o deputado aponta que a dependência de dispositivos eletrônicos e o uso excessivo das redes sociais podem causar sérios problemas de saúde, como transtornos psicológicos e outros distúrbios mentais. 

 “O debate acerca da limitação do uso de telas e dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes vem crescendo na medida em que se apresentam estudos que indicam diversas consequências graves desse uso indiscriminado, tanto do ponto de vista físico, quanto mental, cognitivo e até social. A dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo. Além disso, é estimado o limite diário de tela para crianças em uma a duas horas sempre com supervisão, na faixa etária dos 6 aos 10 anos”, justificou o deputado.

A matéria segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e, caso seja aprovada, retornará à Assembleia para a votação dos deputados.


Mais deputados aprovam o projeto 

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul  Foto: Wagner Guimarães

No último dia 13 de setembro, o deputado estadual Roberto Hashioka (União) apresentou um projeto semelhante na Assembleia Legislativa, argumentando que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pela juventude pode prejudicar a concentração, o desempenho acadêmico e causar outros problemas de saúde.

“O uso constante de dispositivos móveis durante as aulas tem sido associado a uma diminuição significativa na capacidade de concentração e desempenho acadêmico. Além disso, estudos indicam que mesmo a mera presença do telefone pode reduzir a capacidade cognitiva, resultando em uma menor retenção de informações e notas mais baixas”, afirma Roberto Hashioka na justificativa da proposição.

O parlamentar também argumenta que cabe aos governos garantir as melhores condições de educação, incluindo a regulamentação do uso da tecnologia, a fim de proteger os estudantes dos seus aspectos negativos.

“Todas as crianças e adolescentes precisam de um ambiente educacional equilibrado, onde possam desenvolver habilidades digitais essenciais, ao mesmo tempo em que se protegem dos impactos prejudiciais do uso excessivo da tecnologia”, acrescenta. 


Uso de celulares em escolas de São Paulo está proibido 

Caso semelhante ocorreu em São Paulo, onde, nesta terça-feira (12), a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas no estado. Agora, o texto segue para a sanção do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Conforme informações do portal G1, o texto tem como objetivo restringir o uso de qualquer tipo de aparelho eletrônico com acesso à internet por estudantes durante o período de aulas, incluindo os intervalos. O texto, de autoria da deputada estadual Marina Helou (Rede) , recebido aval da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Alesp em outubro.


Governo discute proibição de celulares nas escolas 

O Ministério da Educação (MEC) deve apresentar, nas próximas semanas, ao governo brasileiro um projeto de lei que prevê a concessão do uso de celulares em escolas públicas e privadas do país.

De acordo com a massa, o texto tem como objetivo proporcionar segurança jurídica para estados e municípios que já vinham discutindo a concessão.

Em fevereiro deste ano, o uso de aparelhos celulares e dispositivos tecnológicos foi proibido nas escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro. O decreto, assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), vetou o uso de aparelhos dentro e fora da sala de aula aula, incluindo nos intervalos e no recreio.

MEC deve apresentar proposta  

Na semana passada, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou ao portal G1 que é necessário impor limites ao uso de aparelhos celulares por crianças e adolescentes nas escolas.

Ao ser questionado se o MEC apresentava alguma proposta, o ministro disse que, no momento, desistiu de apresentar uma proposta própria de alcance nacional para implementar essas restrições e optou por ‘aproveitar’ os projetos de lei que já tramitavam na Casa.

Ainda de acordo com o ministro, o projeto de lei 104/2015, que trata do tema, foi aprovado pelos deputados na Comissão de Educação e agora seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Em seguida, será debatido no plenário e, posteriormente, no Senado.

Assine o Correio do Estado.

 

 


 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).