Política

Eleições 2022

TSE nega pedido para suspender perfis de Janones e Carlos Bolsonaro nas redes

Os dois são alvos de investigações no TSE sob suspeita de coordenarem estruturas de disseminação de fake news nas plataformas digitais

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O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, negou nesta segunda-feira, 24, os pedidos das campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para suspender até o fim do segundo turno, respectivamente, as redes sociais do deputado federal André Janones (Avante-MG) e do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).

Os dois são alvos de investigações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob suspeita de coordenarem estruturas de disseminação em massas de fake news nas plataformas digitais.

Embora tenha negado a suspensão dos perfis, Gonçalves determinou que a Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do TSE apresente relatórios produzidos a partir do monitoramento das redes sociais de Janones e Carlos, desde o último dia 22, para checar se houve o compartilhamento de conteúdos já atingidos por decisões judiciais que os consideraram falsos.

O ministro ainda afirmou na decisão que, caso seja "demonstrada a produção sistemática de desinformação", deverá alterar o despacho para determinar a remoção dos perfis, como orientam os precedentes do TSE.

Ao analisar o caso, o Gonçalves afirmou que "há algum espelhamento entre as condutas" dos dois parlamentares, o que justificaria a análise conjunta dos pedidos de suspensão dos perfis apresentados tanto por Lula quanto por Bolsonaro.

Janones e Carlos não figuram como coordenadores oficiais da área de comunicação das campanhas presidenciais de Lula e Bolsonaro, mas são apontados como importantes consultores dos candidatos no flanco digital.

"No atual estágio processual, prepondera a percepção de que o comportamento de André Janones e de Carlos Bolsonaro nas redes possuem muitos aspectos similares, seja no que diz respeito à legítima atividade de organização da militância, seja, por outro lado, na difusão de conteúdos falsos ou gravemente descontextualizados, na persistência do uso de termos-chave para reativar os efeitos dos conteúdos removidos e na estratégia mobilizar seguidores a compartilhar conteúdos para tornar inócua eventual decisão da Justiça Eleitoral", afirmou Gonçalves.

Antes de tomar a decisão, o corregedor do TSE determinou que os dois parlamentares se manifestassem sobre as acusações de que teriam orquestrado redes de desinformação.

Carlos alegou em sua resposta a Gonçalves que a campanha de Lula quer censurar a sua atuação nas plataformas de comunicação, que se restringiria a "divulgar informações sobre o seu trabalho como vereador do Município do Rio de Janeiro".

Já o deputado Janones disse que as publicações apontadas pela campanha de Bolsonaro como sabidamente inverídicas não reproduzem fielmente todo o seu trabalho nas redes sociais.

Gonçalves, contudo, afirmou que "um simples passeio pelo perfil do Twitter dos dois investigados revela que sua atuação está longe da modéstia descrita em suas respectivas manifestações".

O ministro citou que as dezenas de publicações de Janones e Carlos sobre a disputa presidencial têm capacidade de atingir milhares de interações em poucas horas, dada a relevância dos parlamentares. Ele ainda disse que as supostas práticas desinformativas praticada por ambos "têm desgastado a normalidade eleitoral, pois prejudicam o fluxo, no ambiente digital, de informações verídicas".

"Nota-se que, do ponto de vista jurídico, ambas as coligações, e seus candidatos, avaliam que uma medida extrema, como é a suspensão de um perfil nas redes sociais, se justifica para conter a divulgação massiva de desinformação, uma vez que notícias falsas ou gravemente descontextualizadas têm aptidão para ferir a isonomia e a normalidade eleitoral", destacou Gonçalves. "Assim, demonstra-se que, ao menos em tese, a premissa adotada pelas partes é que a intervenção judicial nas redes sociais nem sempre caracteriza censura", completou.

Declaração

Embaixador do Brasil na ONU pede fim da ação dos EUA contra Venezuela

Donald Trump ameaça invadir o país comandado por Nicolás Maduro

24/12/2025 19h00

Sergio Danese, embaixador do Brasil na ONU

Sergio Danese, embaixador do Brasil na ONU Foto: Divulgação

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O embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Sergio Danese, criticou nesta terça-feira (24), durante reunião do Conselho de Segurança, a ação militar dos Estados Unidos contra a Venezuela.

Para o representante brasileiro, as ações norte-americana são “violações da Carta das Nações Unidas e, portanto, devem cessar imediata e incondicionalmente em favor da utilização dos instrumentos políticos e jurídicos amplamente disponíveis”.

Danese disse que o Brasil “convida ambos os países a um diálogo genuíno, conduzido de boa-fé e sem coerção”. O embaixador acrescentou ainda que o presidente Lula já declarou que tem intenção de intermediar um acordo entre EUA e Venezuela e que apoia qualquer esforço do secretário-geral da ONU nesta direção.

O embaixador acrescentou também que a América do Sul é e quer continuar sendo uma região de paz, “respeitando o direito internacional e com boas relações entre vizinhos”.

Para o embaixador brasileiro, evitar uma guerra no continente não é um interesse apenas dos países da América Latina, toda a comunidade internacional tem de se preocupar “já que em última instância, um conflito na região poderia ter repercussões em escala global”.

Os Estados Unidos, através de ordens do presidente Donald Trump, promovem um cerco militar à Venezuela. Os norte-americanos têm a intenção de tirar Nicolás Maduro do poder, a quem acusam de chefiar um cartel narco-terrorista. Trump vem há semanas ameaçando invadir o território venezuelano.

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Política

Tarcísio mantém cassação da aposentadoria de fiscal da Fazenda acusado de corrupção

Governador se escorou em parecer do secretário da Pasta, Samuel Kinoshita, para negar provimento ao recurso da defesa

24/12/2025 17h30

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo Foto: Arquivo

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O governador Tarcísio de Freitas manteve o decreto de cassação da aposentadoria do auditor fiscal da Fazenda do Estado de São Paulo Agostinho Ientile Júnior, sob suspeita de integrar esquema de propinas e de lavagem de dinheiro de empresas aliadas a um escritório de advocacia, cujos titulares, pai e filho, fizeram delação premiada.

Em seu despacho, publicado no dia 22, Tarcísio se escorou em parecer do secretário da Pasta, Samuel Kinoshita, para negar provimento ao recurso da defesa, 'ficando mantida a decisão impugnada por seus próprios e jurídicos fundamentos'.

O advogado José Márcio Rielli, que representa o fiscal, disse que a decisão que mantém seu cliente fora dos quadros da Receita estadual e sem direito à remuneração de R$ 42 mil mensais 'é mais uma injustiça por falta de olhares analíticos da Corregedoria da Fiscalização Tributária e da Administração'.

"Manisfestaram-se sem conformidade técnica das provas juntadas aos autos", protesta Rielli. "As provas restringem-se a meras narrativas sem fundamentação. Sinto profundamente que os corregedores tenham distorcido interpretações e nenhuma análise mais articulada das provas."

Agostinho Ientile Júnior foi alvo da Operação Triuno, deflagrada pela Polícia Federal em 2020. Em meio às investigações, ele se aposentou. Em fevereiro, porém, sua aposentadoria foi cassada por Kinoshita.

A Corregedoria da Fiscalização Tributária atribui a Agostinho crimes contra a administração pública, enriquecimento ilícito e recebimento de propinas. A cassação da aposentadoria resultou na imediata suspensão dos salários que o fiscal vinha recebendo dos cofres públicos - R$ 42,3 mil, segundo dados do Portal da Transparência.

Delação

A Operação Triuno teve como ponto de partida informações de dois advogados, pai e filho, em delação premiada homologada pela Justiça.

Os advogados revelaram como usaram seu próprio escritório e outras empresas controladas pela família para servir a companhias envolvidas em lavagem de dinheiro e operacionalização de propinas a servidores públicos.

A investigação revelou que uma empresa de tecnologia fez parte do grupo interessado nos 'serviços' do escritório. Segundo a PF, o escritório foi usado para pagar propinas a Agostinho por meio de contratos falsos de prestação de serviços advocatícios.

A PF afirma que o próprio fiscal procurou os advogados em uma ocasião e "solicitou a elaboração de um 'projeto' para a geração de recursos em espécie".

Antes da delação, os federais apreenderam celulares e computadores dos advogados. Os investigadores encontraram planilhas com o contato de Agostinho, o que, segundo a PF, corrobora a versão contada posteriormente pelos delatores.

O fiscal teria recebido propinas para fazer vista grossa à sonegação de ICMS pela empresa de tecnologia. A defesa afirma que Agostinho nunca participou de fiscalizações envolvendo a companhia.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO JOSÉ MÁRCIO RIELLI

"Mais uma injustiça cometida por falta de olhares analíticos da Corregedoria da Fiscalização Tributária e da Administração. Manisfestaram-se sem conformidade técnica das provas juntadas aos autos.

As provas restringem-se a meras narrativas sem fundamentação. Sinto profundamente que os corregedores tenham distorcido interpretações e nenhuma análise mais articulada das provas. Sinceramente, é uma total decepção, pois não houve nenhuma adequação à interpretação dos fatos.

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