Nos Lençóis Maranhenses, a sensação é a de ser uma formiguinha no meio de uma imensidão de areia. Só para ter uma ideia, a área toda é do tamanho da cidade de São Paulo. Não existe nada parecido no Brasil. O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é dominado por dunas que chegam a ter 40 m e por uma sequência de lagoas de águas transparentes, às vezes azuis, outras, esverdeadas. O ponto de partida para conhecer o parque é a pequenina e simpática Barreirinhas, com sol escaldante de queimar o coco. É lá que ficam pousadas, restaurantes, lojas de cerâmica e saída para os passeios. Sem contar os bailinhos de forró. Ruínas do século 17 na pequena Alcântara, na região dos Lençóis Maranhenses Reserve ao menos dois dias de viagem para conhecer a capital São Luís, com seu casario colonial. Uma riqueza de texturas e cores, com muitos azulejos franceses em relevo. Em cada esquina, beco e travessa, um som diferente: forró, samba de corda, MPB e as megapopulares radiolas com seu reggae. Entre um rebolado e outro, as saborosas batidas de frutas típicas feitas de tiquira, aguardente de mandioca. Bateu ressaca? Vai de guaraná Jesus. Doce ao extremo, cor de rosa fosforescente. Lembra recheio de chiclete tutti frutti. Fica a dica: nem pense em voltar do Maranhão sem atravessar para o outro lado da Baía de São Marcos e chegar a Alcântara, fundada na metade do século 17. Com suas ruínas históricas, parece que o tempo passa mais lentamente por lá. Logo na chegada, os meninos oferecem ao visitante o doce de espécie, típico do lugar, iguaria semelhante a um bom-bocado. Enquanto se caminha, o guia conta a história, com aquele sotaque gostoso, e o visitante vai clicando tudo o que vê pela frente. No final do percurso, a cabeça tonteia. “O que é aquele pássaro, de coloração vermelhoviva, que parece ter sido pintado à mão?” Naquela hora, qualquer explicação é em vão. A visão é tão impressionante que não há espaço para os outros sentidos.