Política

EM MEIO A MANIFESTAÇÕES

Zeca do PT pede que Eloy Terena seja demitido do Ministério dos Povos Indígenas

Deputado acusou o advogado sul-mato-grossense de incitar conflitos indígena e foi vaiado na Assembleia Legislativa

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Em meio a protestos de indígenas contra a aprovação do marco temporal, o deputado estadual Zeca do PT informou que irá pedir a demissão do secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas, o advogado sul-mato-grossense Eloy Terena.

Zeca disse que já conversou por telefone com o Ministério da Articulação Política do governo federal e que irá encaminhar ofício formalizando o pedido de afastamento de Eloy, a quem ele imputa a responsabilidade de supostamente incentivas conflitos indígenas.

A afirmação foi feita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, durante sessão desta terça-feira (30), que contou com manifestação de indígenas.

Em sua fala, Zeca relembrou que encaminhou requerimento ao Distrito Sanitário Indígena (DSEI) a respeito de subnutrição de crianças indígenas de Iguatemi, e afirmou que o órgão está sendo em politicagem pelo secretário executivo.

Neste momento, os indígenas que estavam no plenário vaiaram o deputado, sendo necessário a intervenção do presidente da Assembleia, deputado Gerson Claro (PP), pedindo que as lideranças garantissem a palavra do deputado.

"Essa Casa é a casa da democracia, mas também é a casa do respeito", disse Gerson Claro.

Na retomada da palavra, Zeca criticou as manifestações de alguns indígenas e afirmou que o grupo estaria sendo incentivado por Eloy Terena.

"A maioria do povo indígena não quer bandalheira, quer trabalhar, e as minhas emendas vão ser para aqueles que querem produzir, e não para a bandalheira que esse advogadozinho [Eloy] quer", disse.

Zeca complementou que além do requerimento ao DSEI e ao Ministério dos Povos Indígenas sobre a questão da saúde indígena em Iguatemi, ele também irá ofício pedindo a exoneração do secretário.

"Hoje estou encaminhando, através de ofício, que ontem já falei por telefone com o Ministério da Articulação Política do governo Lula, a demissão do tal doutor Eloy, que não serve para absolutamente nada", disse o deputado, sendo novamente vaiado.

Posteriormente, a deputada Gleice Jane (PT) discursou contra o marco temporal. Ela afirmou que o projeto cria tensões em torno das pautas indígenas e dos conflitos agrários no País.

Zeca pediu um aparte e voltou a dizer que Eloy incita os conflitos.

"Vou me dirigir a deputada [Gleice Jane]. Posso concordar com grande parte do pronunciamento, mas não posso concordar com uma coisa, quem acirra o conflito são as ações irresponsáveis, radicais e inconsequentes de um tal de doutor Eloy, que se apropriando de um cargo nomeado pelo presidente Lula, que não quer o conflito, faz acontecer isso aqui, o vulgo Eloy, quem acirra é ele, não são os fazendeiros nem os índios", disse.

Por fim, Zeca disse que defende a indenização aos proprietários de terras que adquiriram "de boa fé em portanto, não pode os indígenas ocuparem".

"Defendo a indenização e imputo ao Eloy a responsabilidade pela crise", encerrou Zeca.

Indígenas se manifestaram na Assembleia Legislativa contra o marco temporalIndígenas foram à Assembleia protestar contra o marco temporal e vaiaram as falas de Zeca do PT (Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado)

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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