Um juiz britânico deu um ultimato nesta quarta (26) para que os pais de Charlie Gard -bebê de 11 meses portador de uma doença terminal- e o hospital em que ele é tratado cheguem a um acordo sobre a morte da criança.
Caso não haja consenso até meio-dia (8h em Brasília) desta quinta (27), Charlie deve ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos, onde as máquinas que o mantêm vivo serão desligadas.
Nas últimas semanas, os pais de Charlie, Connie Yates e Chris Gard, travaram uma batalha judicial para tentar transferir seu filho Charlie para receber tratamento nos Estados Unidos.
A Justiça britânica, contudo, seguiu a recomendação dos médicos do Hospital Infantil Ormond Street, em Londres, e não autorizou a transferência por entender que ela apenas aumentaria o sofrimento da criança.
O caso chegou a ser levado ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que se recusou a acatá-lo, mantendo decisões anteriores de que é do interesse do bebê que os aparelhos sejam desligados.
Após a derrota nas cortes, os pais de Charlie lutaram para que ele pudesse morrer em casa, mas a equipe médica novamente se opôs, preferindo que ele morresse no hospital. A decisão judicial desta quarta-feira impõe uma data limite para que o impasse seja resolvido.
Para o juiz Nicholas Francis, da Suprema Corte, "é do interesse de Charlie ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos" caso não haja acordo sobre sua morte. A decisão frustrou os pais do bebê.
Charlie Gard sofre de um distúrbio genético raro que o impede de mover braços e pernas, além de respirar ou de comer por conta própria. Segundo os médicos que o atendem, ele não tem mais chances de recuperação.
O caso de Charlie causou comoção mundial. O presidente americano, Donald Trump, se dispôs a ajudá-lo.Já o Hospital Menino Jesus, que pertence ao Vaticano, contatou o hospital onde bebê está internado para saber se ele poderia ser transferido para Roma.