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SAÚDE

Um ano após o desafio do balde gelo, o que aconteceu?

Campanha arrecadava dinheiro para pacientes com esclerose lateral amiotrófica

BBC BRASIL.COM

02/08/2015 - 23h00
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Por volta desta época no ano passado, as redes sociais foram invadidas por vídeos de pessoas jogando um balde de água fria em suas cabeças. Quem não embarcou no desafio do balde de gelo pelo menos conhece alguém que participou. Vídeos foram compartilhados, amigos foram desafiados e inúmeras celebridades apareceram encharcadas - tudo por uma boa causa.

Mais de 17 milhões de pessoas postaram seus vídeos no Facebook - e eles foram assistidos 440 milhões. Mas o que aconteceu um ano após aquela que foi considerada a maior campanha de mídias sociais do mundo?

Apesar das críticas, à época, de que poucas pessoas que participaram realmente sabiam o motivo do desafio, as instituições de caridade ligada a doenças do neurônio motor como a esclerose lateral amiotrófica (ALS), que motivou o desafio, dizem que o dinheiro chegou até elas.

No Reino Unido, a Motor Neurone Disease (MND) Association arrecadou 7 milhões de libras (cerca de R$ 35 milhões) - em grande parte graças a um casal de Yorkshire.

Paula e Robert Maguire viram que o desafio estava se tornando viral nos Estados Unidos e montaram uma página de arrecadação de recursos na internet para quem quissesse participar do desafio no Reino Unido.

Alguns anos antes, o tio de Paula havia morrido por causa de uma doença do tipo em apenas nove semanas e eles estavam determinados a ajudar a arrecadar fundos e criar consciência. "Estávamos vendo o jornal e os Kennedys haviam desafio Barack Obama nos EUA. Imediatamente pensamos que queríamos que as pessoas dos EUA se conectassem com as do Reino Unido", afirma.

Eles criaram um número para envio de mensagens, fizeram o desafio do balde de gelo no início de agosto e criaram uma meta de levantar 500 libras (cerca de R$ 2.500) para a associação MND.

Até agora, seus esforços pela página já renderam mais de 4 milhões de libras (cerca de R$ 20 milhões) para a entidade.

EUA 

Nos EUA, a ALS Association - que representa pessoas com ALS e outros tipos de doenças motoras neurológicas - recebeu 115 milhões de dólares (cerca de RS 390 milhões) em doações de agosto a setembro de 2014, quando o desafio estava no auge. A entidade americana diz que o dinheiro ajudou a triplicar seu gasto com investimento em pesquisa por ano.

Chris James, diretor de assuntos externos da MND Association, diz que foram 12 meses extraordinários, que começaram com o ator Benedict Cumberbatch fazendo o desafio para ajudar a instituição. Também ajudou o fato de o ator Eddie Redmayne ter ganhado o Oscar por sua interpretação do professor Stephen Hawking, que tem a doença, no filme A Teoria de Tudo.

"Nunca houve nada tão grande em arrecadação de fundos e doações voluntárias. Fez com que valorizássemos mais as redes sociais. Antes as víamos como ferramentas de comunicação - mas agora é vista como a ferramenta de comunicação mais importante para algumas campanhas particulares."

Mas a entidade decidiu não pedir que as pessoas joguem água em suas cabeças de novo neste verão (no hemisfério norte). "Levantamos uma quantia significativa e aumentamos o conhecimento sobre a doença no ano passado", afirma.

PESQUISA

Em vez disso, eles criaram uma campanha para agradecer aos muitos doadores - que também serve para lembrar o público sobre o verdadeiro objetivo do desafio do balde de gelo.

Há aproximadamente 5 mil pessoas vivendo com estas doenças no Reino Unido. James afirma que o desafio fez com que algumas delas se sentissem menos sozinhas porque, agora, mais pessoas sabem o que é o problema e o sofrimento que ele causa.

O desafio também teve efeitos positivos em termos de pesquisa sobre as causas da doença. Um projeto internacional para analisar o genoma de 15 mil pessoas com doenças do neurônio motor, incluindo cada pessoa no Reino Unido com o problema, foi acelerado com fundos do desafio do balde de gelo. Ammar Al-Chalabi, professor de neurologia e doenças genéticas complexas no King's College London, diz que este é "um projeto enorme que vai produzir dados suficientes para encher 10 mil ".

O projeto vai permitir que cientistas comparem o genoma de pessoas afetadas pela doença com o das que não sofrem dela, chegando perto assim de isolar os genes que aumentam as chances de alguém desenvolvê-la.

Com 5 milhões de libras destinados a pesquisa, 1,5 mi foram usados com cuidados e apoio aos pacientes. O resto do dinheiro bancará novos centros de tratamento e dará bolsas a cuidadores.

E houve algum aspecto negativo no desafio? Al-Chalabi diz que há o risco de as pessoas pensarem que essas doenças não precisam mais de dinheiro - mas a verdade é exatamente o oposto. "Precisamos de um desafio do balde de gelo constante."

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Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

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Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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