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Herói da Guerra do Paraguai é homenageado em Mato Grosso do Sul

Herói da Guerra do Paraguai é homenageado em Mato Grosso do Sul

EDUARDO FREGATTO

14/04/2016 - 17h00
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Comandante de grande reputação, bravura e atividade. É assim que Alfredo de Taunay, o visconde, autor de “Retirada da Laguna”, se refere ao capitão Pedro José Rufino, o comandante do Corpo de Caçadores. Um dos poucos sobreviventes de um dos eventos centrais da Guerra do Paraguai, Rufino se instalou posteriormente em Nioa­que. Passados 200 anos de seu nascimento, o capitão é relembrado por seus trinetos e será homenageado em Campo Grande, Bela Vista e Nioaque.

“É uma história que a gente escuta desde a infância. Os feitos de um dos nossos antepassados mais ilustres”, enfatiza o empresário Ricardo Figueiró. Ele tem pesquisado a vida do trisavô há algum tempo e produziu material com o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul e o Comando Militar do Oeste. “Sem esses registros, a trajetória de Rufino se perderia. Por isso, faço esse trabalho, acompanhado de meus primos”, explica, referindo-se aos primos, o padre Tiago Figueiró e o ex-senador Ruben Figueiró. 

Vindo da Bahia, de Freguesia do Monte, Rufino chegou à região do Pantanal mato-grossense por volta de 1850. Quando a guerra eclodiu, o militar rumou para Laguna, chegando ao local em 1867. A invasão paraguaia da região sul de Mato Grosso havia se iniciado anos antes. Junto a outros heróis de guerra, Rufino participou do episódio que definiu os rumos do conflito. Ele foi um dos primeiros a atravessar o Tio Miranda, durante a retirada, estimulando sua tropa a chegar aos limites da região. 

“Ao atravessar o rio, Rufino se deparou com um grande laranjal, que ofereceu alimento aos homens alquebrados. Muitos morreram, em decorrência da cólera, mas o capitão esteve entre os sobreviventes”, comenta. Rufino, no livro de Taunay, é um personagem importante, que em diversos momentos guia os soldados e é considerado um dos grandes responsáveis pela chegada dos sobreviventes a Coxim.

Depois da guerra, Pedro José Rufino se casa com Anna Joaquina do Rosário, com quem tem nove filhos. Primeiro reside em Miranda e depois se muda para Nioaque, quando o País passa do Império para a República. “Ele serviu à nação como militar por 40 anos. Mato Grosso do Sul deve muito a existência à ação desse homem”, pontua Ricardo.

Em artigo publicado no Correio do Estado, escrito por Ruben Figueiró, em 13 de maio do ano passado, o ex-senador destaca que “o Exército Brasileiro aureolou o coronel Pedro José Rufino como um dos seus heróis exponenciais, com homenagens póstumas, sobretudo, na área do Comando Militar do Oeste”. Entre outras condecorações, Rufino recebeu, em 1863, o diploma de Cavaleiro da Ordem de São Bento de Avis e, posteriormente, o Hábito da Ordem de Cristo, em 1866, todos concedidos pelo governo imperial.

O bicentenário de Pedro José Rufino se dá em 26 de abril, mas as comemorações acontecem na semana que vem. Primeiramente, em Bela Vista, onde está sepultado o corpo de Rufino – no Cemitério dos heróis da Guerra da Tríplice Aliança –, o Comando Militar do Oeste promove festividades na terça-feira. No dia seguinte, as comemorações acontecem em Nioaque. “É um momento muito importante, estamos revisitando a memória de um dos nossos mais valentes guerreiros”, comenta Ricardo.

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Roberto Carlos se declara a esposa que morreu 25 anos atrás

Os dois começaram a namorar em 1991 e se casaram em 1996; Maria Rita morreu em 1999, aos 38 anos

19/12/2024 22h00

Foto: Arquivo

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Roberto Carlos usou suas redes sociais para se declarar para a esposa, Maria Rita, que morreu há exatamente 25 anos atrás nesta quinta-feira, 19.

"Primeira dama da minha vida, meu grande amor. Da nossa casa, pequeno mundo de um sonhador. Eu sou alguém que você tem e que te ama. E sendo assim você é a minha primeira dama. Primeira dama", escreveu. A legenda faz referência a própria música do cantor, Primeira Dama, lançada em 1991

Os dois começaram a namorar em 1991 e se casaram em 1996. No dia 19 de dezembro de 1999, Maria Rita morreu aos 38 anos após complicações causadas por um câncer de útero.

Desde que se tornou viúvo, Roberto Carlos não assumiu nenhum relacionamento publicamente.

Nos comentários, fãs e seguidores do cantor se emocionaram com a declaração. "Quando a gente ama alguém de verdade esse amor não se esquece... O tempo passa, mas no peito o amor permanece", escreveu um. "As pessoas que a gente ama se vão fisicamente mas ficam para sempre no coração", disse outro.

LITERATURA

PEN Clube lança coletânea

"Contos, Crônicas & Poemas" reúne textos inéditos de 23 autores, sob a organização de Deslanieve Daspet e Benedicto de Figueiredo Neto; lançamento será hoje, a partir das 18h, no Café Doce Lembrança, onde o livro estará disponível por R$ 50

19/12/2024 10h00

Deslanieve Daspet: foco na versatilidade do escritor sul-mato-grossense

Deslanieve Daspet: foco na versatilidade do escritor sul-mato-grossense Foto: Divulgação

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Foram apenas 25 dias entre a página em branco e a publicação da obra. Isso mesmo, os 23 autores que participam da coletânea “Contos, Crônicas & Poemas”, iniciativa do PEN Clube do Brasil – Região Centro-Oeste, tiveram pouco tempo para transformar suas ideias e inspirações em prosa e verso, e o resultado poderá ser conferido a partir de hoje. Organizado por Deslanieve Daspet e Benedicto de Figueiredo Neto, com edição da Vida Produções, o livro ganha lançamento hoje, das 18h às 20h30min, no Café Doce Lembrança.

A obra estará à venda no local (Rua Dom Aquino, nº 2.055, Centro) por R$ 50 e em breve também estará disponível na Amazon e em livrarias de Campo Grande.

Os autores da obra são: Ana Lúcia Gaborim, Benedicto Arthur de Figueiredo Neto, Carol Lee Dutra, Delasnieve Daspet, Douglas Calvis Crelis, Erika Rando Arctan, Ewerton Carvalho, Geraldo Vicente Martins, Ilda Maria Costa Brasil, Isabel Fiorese, Ledir Marques Pedrosa, Luciana Rondon Travessia, Mara Calvis, Marcos Estevão dos Santos Moura, Marilena Reis, Marlei Sigrist, Marta do Carmo Tanques, Max Lázaro Trindade Nantes, Nelson Vieira, Sagramor Farias, Warderson F. Fonseca, Wantuyr Tartari e Yrama Barbosa.

“Ao longo da leitura, vamos percebendo os cruzamentos temáticos, as bifurcações, os nós que ligam os diversos assuntos, as ideias, as orações, os sentimentos. As autoras e os autores interpretam sonhos, angústias, saudades. São porta-vozes das inquietações coletivas. Falam pelas pessoas que não conseguem expressar em palavras seus sentimentos. Com essa obra, pretendemos participar de prêmios nacionais, mostrando o quão versátil é o escritor sul-mato-grossense”, afirma Deslanieve Daspet, diretora-geral do PEN Clube do Brasil – Região Centro-Oeste.

“A coletânea da PEN é uma realização que reuniu a força e o empenho de todos os escritores e escritoras membros. É uma obra em que, entre o período da ideia de se escrever o livro até a sua publicação, tudo se realizou em menos de um mês. Todos os escritores que participaram estão muito felizes em ter uma obra concretizada em tão curto espaço, pela total sintonia que todos estavam para essa realização. E sem contar o empenho da editora Vida Produções, que acreditou na ideia desde o início e fez realizar esse nosso sonho coletivo”, declara Benedicto de Figueiredo Neto, diretor executivo para o Centro-Oeste do clube.

O PEN é uma instituição centenária que, desde a sua criação, busca defender a liberdade de expressão como um direito humano fundamental. Defende a liberdade de todos escreverem e lerem, em qualquer lugar do mundo. É também uma instituição de caridade internacional, prezando pelo uso responsável das palavras ao mesmo tempo em que valoriza a solidariedade, o respeito pelas diferenças e o reconhecimento de cada língua como um bem que permite ao indivíduo relacionar-se, expressar-se e partilhar a sua visão do mundo. 

A sigla PEN refere-se a poetas, ensaístas e romancistas. Porém, com mais de 250 mil membros, a rede inclui pessoas dedicadas à literatura em todas as suas formas: jornalistas, historiadores, tradutores, revisores, editores, agentes culturais e blogueiros. A associação conta com 144 centros independentes PEN International, distribuídos em mais de 102 países.

O PEN declara-se a favor de uma imprensa livre e afirma sua convicção de que os avanços necessários para que o mundo alcance uma melhor organização política e econômica tornam indispensável a livre crítica das ações governamentais, administrativas e institucionais. E como a liberdade implica limites voluntariamente assumidos, cada membro deve se comprometer a combater os abusos da imprensa livre, tais como as publicações mendazes e a deliberada falsificação e distorção dos fatos para fins políticos e pessoais.

A instituição está aberta a todos os escritores, editores e tradutores reconhecidos que subscrevam esses princípios, sem restrições de nacionalidade, língua, etnia ou religião. O PEN Club tem três escritórios no Brasil – a sede no Rio de Janeiro e duas representações no Centro-Oeste. O clube conta com 146 escritórios pelo mundo.

É a única instituição internacional de escritores no Brasil com sede em Londres, criada por intelectuais ingleses em 1921, logo depois da Primeira Grande Guerra, com duas finalidades específicas: a primeira, estimular a criação de filiais espalhadas pelos cinco continentes; a segunda, sua essência principal, é justamente a defesa da liberdade de expressão para a livre veiculação de textos e obras de qualquer escritor ou jornalista, bem como sua integridade física quando encarcerado, vítima de qualquer censura intelectual.

Em 1949, adquiriu status consultivo nas Nações Unidas como “representante dos escritores do mundo”. Os seus objetivos incluem, ainda, enfatizar o papel da literatura no desenvolvimento da compreensão mútua e da cultura mundial e atuar como uma voz poderosa em nome dos escritores sitiados, presos ou assassinados pelas suas posições. É, portanto, a mais antiga organização internacional de defesa dos direitos humanos e literária.

NO BRASIL

Estão entre seus membros notáveis e ex-presidentes: Heinrich Böll, Alberto Moravia, Arthur Miller e Mario Vargas Llosa. No Brasil, entre outros, integraram ou integram a entidade: Guimarães Rosa (1908-1967), Manuel Bandeira (1886-1968), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Austregésilo de Athayde (1898-1993), Carlos Heitor Cony (1926-2018), José Mindlin(1914-2010), José Sarney, João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), Paulo Coelho, Nélida Piñon (1937-2022), Carlos Nejar, Luiz Carlos Secchin, Deonisio da Silva e Ricardo Cravo Albin.

O PEN Club do Brasil foi fundado no dia 2 de abril de 1936, no Rio de Janeiro, e se destina a congregar escritores e profissionais da palavra do País com vistas a estimular a criação literária, a educação artística, a concepção universalista dos bens da cultura e, uma vez mais, a defender a liberdade de expressão. Integra o sistema do PEN Internacional, sediado em Londres, aderindo aos seus objetivos e princípios. Tem autonomia em seus procedimentos administrativos, programas culturais e artísticos e iniciativas institucionais.

NO CENTRO-OESTE

Em 6 de novembro de 2023, o presidente nacional Ricardo Cravo Albin criou a Delegacia do Centro-Oeste e nomeou e designou a escritora e poeta Delasnieve Miranda Daspet de Souza, membro titular do PEN nacional, para criar e instalar a primeira delegacia fora do Rio de Janeiro, tendo como diretor-executivo o poeta Benedicto de Figueiredo Neto.

Como membros da região, devem difundir e defender os princípios da instituição, além de exercitar “atividades de pensamento” e de criação literária e de cultura em geral. Já foram instaladas as representações de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso, cada uma com 48 integrantes. Está em andamento a instalação do PEN em Brasília e em Goiás.

Uma poesia e um pouco de prosa

Gotas de Orvalho no Deserto

Gota de orvalho no deserto
Gota de chuva a saciar
Gota que brilha por perto
Gota macia a sussurrar 
Gota de coração aberto
Gota alterosa ao luar

Seria tarde se não fosse a sua gota
Ou cedo demais a te encontrar
No caminho, encontrei sua boca
Em dias de sol, o regato a te beijar

Eu te esperei sem te aguardar
Sequer sabia da sua existência 
Fome e sede, meu vazio a pulsar
Eu me acostumei a me alimentar de ausência

E o tempo se fez em chuva
E o tempo se fez brilhar
Gotas brilhando pela rua
Gotas que me fazem respirar
Tempos de gota em alma tua
Gotinhas de você a me guardar

(Benedicto Arthur de Figueiredo Neto)


Um conto de Natal – Ou Quase (trecho)

Sendo início de verão, próximo ao meio dia, o sol na estrada do vilarejo parecia ser ainda mais quente. Um dos agentes do censo afastara-se em demasia do ponto de chegada-saída deles, dados os intervalos entre uma casinha e outra, cada vez maiores e traduzidos em simplicidade crescente das habitações; assim, ele pensou valer a pena caminhar mais um pouco para fechar a produção do dia com a morada entrevista ao longe, quase na curva do caminho dificultoso esparramado entre árvores e silêncios.

(Geraldo Vicente Martins)

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