O combate aos cursos de formação de má qualidade, tanto os superiores para enfermeiros, quanto os médios, para técnicos e auxiliares, é a grande guerra a ser travada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) neste ano. Pelo menos é o que assegurou, hoje, em Campo Grande, o presidente do colegiado, Manoel Carlos Neri da Silva.
Segundo ele, “esta será uma batalha sem trégua”, pois não há como admitir cursos de má qualidade como os que têm proliferado no Brasil. Nesse contexto, há também campanha aberta contra os cursos à distância de enfermagem, modalidade que tem crescido nos últimos anos. Hoje são pelo menos 36 cursos dessa natureza.
Manoel Neri lembrou que na última quinta-feira, representante do Cofen, acompanhada do deputado Orlando Silva (PCdoB/SP), esteve com o ministro da Educação, Mendonça Filho, tratando do tema. O deputado é autor do projeto de lei que proíbe a graduação de enfermeiros e formação de técnicos de enfermagem por ensino a distância.
O Conselho Federal apresentou dados sobre a oferta de cursos presenciais e não presenciais, reforçando o posicionamento a favor do ensino presencial e de qualidade. Ao destacar o absurdo de um curso de enfermagem EaD, o presidente ressaltou que é uma atividade que exige conhecimentos teórico-práticos e habilidades que precisam ser desenvolvidas em contato com pacientes.
Levantamento realizado pelos conselhos regionais constatou condições precárias na oferta de cursos não-presenciais, como a falta de laboratórios, biblioteca ou condições mínimas de apoio. A maioria dos polos não oferece sequer condições para a prática de estágio supervisionado.
EM CAMPO GRANDE
Durante a semana, Manoel Neri e outros conselheiros federais estiveram reunidos em Campo Grande, na 486ª Reunião Ordinária de Plenário (ROP) do Cofen. Durante o encontro foram discutidos assuntos a respeito de temáticas relacionadas ao exercício profissional da Enfermagem, revisão e discussão de legislações do exercício profissional e questões administrativas do Sistema Cofen/Conselhos Regionais.
Na ROP também foram discutidas com todos os conselheiros do Plenário as principais demandas relacionadas à formação do profissional de enfermagem, políticas públicas da área de saúde, especialmente, relacionadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Anualmente, o Cofen realiza quatro reuniões descentralizadas, fora de Brasília, para aproximação com os colegiados regionais.