Cidades

CIDADE DE DEUS

Mãe abandonou bebê para ir até balada com amigas na periferia

Agora, mulher que deixou criança de 3 meses com desconhecida quer o filho de volta

ROSANA MOURA

17/12/2014 - 12h30
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A desempregada Viviane Laide Alves, 23 anos, que faz bicos como diarista para sobreviver, admitiu ontem que deixou seu filho de 3 meses de idade com uma desconhecida, para se divertir em um bar do Jardim Los Angeles com algumas amigas, na noite de sábado, dia 13. O bebê acabou abandonado e foi encontrado dentro de uma bacia, em uma obra no mesmo bairro. 

Viviane, que mora na Cidade de Deus, agora quer o filho que está sob a guarda do Conselho Tutelar de volta, mas, antes disso, terá de convencer os conselheiros e também a Justiça que tem condições não somente materiais, mas também familiares de criar o garoto. Paralelamente, ela ainda deve responder pelo crime de abandono de incapaz, cuja pena varia de seis meses a três anos de detenção. 

A mãe tenta reaver a guarda da criança, que se encontra em um abrigo da prefeitura, e diz que a mulher desconhecida, que ela afirma ser “babá” de seu filho, inventou uma mentira depois de machucar a criança durante uma brincadeira. Para não sofrer as consequências da violência ao bebê, segundo Viviane, a babá teria abandonado o bebê no cruzamento das ruas Euzébio Queiroz e Luiz Vasconcelos.

A mãe do bebê abandonado mora em um dos 300 barracos da favela Cidade de Deus, a maior de Campo Grande, juntamente com mais dois filhos, um garoto de 4 anos, uma menina, 3, e sua mãe. Todas as crianças são filhas de pais diferentes e, segundo a própria Viviane, nenhum deles sabe da existência de seus filhos. 
Ao falar do contexto em que teve as crianças, Viviane foi irônica, afirmou que eles foram providos pelo “Espírito Santo”. “Algumas pessoas já se ofereceram para criar meu filho, mas eu não aceitei, sou mãe e vou cumprir com minha responsabilidade”, disse. 
Já Alair Miguel Alves, mãe de Viviane que também vive no barraco, diz não ter como trabalhar para poder cuidar das crianças.

Noitada

Segundo a Viviane, no sábado, ela e mais três amigas estavam em bar no Jardim Los Angeles e que por volta das 22h elas decidiram ir para uma festa, mas antes iria levar os filhos em casa para ficar com a avó. Nesse momento, uma mulher identificada apenas como Luana insistiu para ficar com as crianças. Viviane disse que a mulher já havia trabalhado antes como babá e que no primeiro momento ficou com receio em deixar os filhos com ela, até porque não tinha como pagá-la pelo serviço, mas que depois de tanta insistência ela aceitou.

Já por volta das 23h, Viviane recebeu uma ligação de uma amiga dizendo que seu filho estava na Unidade de Pronto Atendimento Comunitário (UPA) do Bairro Universitário e desesperada ela afirmou que foi rapidamente para o local, chegando lá, o Conselho Tutelar já havia levado a criança. Viviane ainda disse que a mulher inventou uma mentira para a polícia e para o Conselho Tutelar, dizendo que não estava com a criança e que nem conhecia a mãe, versão que Vviane desmente. “Depois de muita insistência, ela disse ao conselheiro tutelar que mentiu, a mãe até bateu nela lá mesmo. A única coisa que quero é meu filho de volta”.

Uma vizinha de Viviane a acompanhou em várias idas ao Conselho Tutelar e disse que a amiga sofre com a falta do filho e que os irmãos todos os dias perguntam do Kauã e quando ele irá voltar. 
O conselheiro tutelar Alex Fabiano Silva de Lima informou que a criança está em bom estado de saúde e se encontra recolhida em um abrigo da prefeitura, aguardando a determinação da justiça. Alex afirmou que a mãe foi encaminhada à Defensoria Pública e está recebendo todo suporte para que entre com ação de reintegração da guarda familiar que é de direito. 

censo 2022

Campo Grande tem apenas a 15ª proporção de habitante por ciclovia de MS

Nacionalmente, Mato Grosso do Sul é o 19º estado com maior porcentual de vias sinalizadas para bicicletas, diz pesquisa

18/04/2025 09h30

Pesquisa mostrou que ciclovias da Capital estão em locais que atendem poucos moradores

Pesquisa mostrou que ciclovias da Capital estão em locais que atendem poucos moradores GERSON OLIVEIRA

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em Campo Grande apenas 1,27% da população mora próxima à ciclovias, o que representa 4.364 moradores residentes, parâmetro que coloca a Capital na 15ª posição entre as cidades de Mato Grosso do Sul.

O levantamento é referente ao Censo Demográfico de 2022 e demonstra que, entre os municípios do Estado, destacam-se os municípios de Ivinhema, com 6,8%, e Japorã, com 6,03% de moradores que residem no entorno de domicílios com vias sinalizadas para o trânsito de bicicletas, como ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas.

Dos 79 municípios do Estado, de acordo com o IBGE, em 32 não foi constatado nenhum porcentual nos quesitos pesquisados. Ou seja, os domicílios não estavam localizados em vias com alguma sinalização para o trânsito de bicicletas.

Municípios como Dourados (8º), Três Lagoas (7º) e Corumbá (4º) detém um posicionamento no contexto estadual com porcentuais maiores de sinalização cicloviária que Campo Grande.

Com apenas 110 km de ciclovia, Campo Grande ocupa a 15ª colocação entre os municípios do Estado, com porcentual de 1,27% da população residente próximo a vias com esse corredor.

A mais recente obra para ampliar as ciclovias na Capital foi a conclusão de 1,2 km de malha cicloviária na Avenida Gury Marques, mudança que ocorreu em fevereiro do ano passado. A obra foi lançada pela Prefeitura de Campo Grande em agosto de 2023, em comemoração aos 124 anos do município.

As ciclofaixas e ciclovias estão localizadas nas seguintes avenidas da Capital: Afonso Pena, Duque de Caxias, Lúdio Martins Coelho, Nasri Siufi, Fábio Zahran, Costa e Silva, Cônsul Assaf Trad, Orla Morena (Avenida Noroeste), Nelly Martins (Via Park), Rua Petrópolis, Cafezais, José Barbosa Rodrigues, Dom Antônio Barbosa, Gury Marques, do Poeta (Parque dos Poderes), Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, BR 262 – sentido Indubrasil, Amaro Castro Lima, Rádio Maia, Rita Vieira e Ernesto Geisel (em frente ao Shopping Norte Sul Plaza), além da Rua da Divisão, Rua Graça Aranha e Rua Vitor Meireles.

Conforme analisa o IBGE, “de forma geral, os porcentuais de moradores residindo em vias com sinalização para bicicletas foram significativamente baixos, revelando que a infraestrutura das vias em Mato Grosso do Sul ainda é muito direcionada para veículos automotores”, descreve.

No contexto estadual, MS está na 19ª colocação no que se refere ao acesso a ciclovias pela população, com apenas 1,1% de vias sinalizadas, se comparado com as outras unidades da federação. 

NACIONAL

No contexto nacional, o levantamento do Censo 2022 mostra que a existência de via sinalizada para bicicletas no País está presente em vias onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).

Entre as unidades da federação, o índice mais elevado alcançou 5,2%, em Santa Catarina, seguido dos seguintes estados: Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro (2,5%). O menor porcentual levantado de moradores em ciclovias pertence ao Maranhão e ao Amazonas, ambos com 0,5%.
Em recorte por região, MS está à frente apenas do estado de Goiás (0,9%), enquanto o vizinho Mato Grosso detém um porcentual um pouco melhor, com 1,4%.

Já Balneário Camboriú (SC) detém o maior porcentual entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 14,0% dos moradores próximos a ciclovias, seguido por Florianópolis e Joinville, também de Santa Catarina, com 12,1% e 11,8%, respectivamente.

ACESSIBILIDADE

A pesquisa também traz informações sobre acessibilidade, e MS lidera entre os estados com vias com rampa para cadeirantes. Conforme informa o IBGE, no Estado, 41,05% dos moradores estão em vias urbanas cujas quadras têm rampas para cadeirantes. 

O número é o maior entre os estados, mas ainda mostra que três em cada cinco moradores não têm acesso a esse meio de acessibilidade. 

Atrás de MS vem o Paraná, com 37,33%, e o Distrito Federal, com 30,42%. Os menores valores foram vistos no Amazonas, com 5,61%, e em Pernambuco, com 6,19%.

Entre os municípios do Estado, Alcinópolis é o mais acessível em via urbana, com 69,39%, seguido por Paraíso das Águas (62,59%) e Nova Andradina (58,98%). Os registros negativos nesse quesito vêm de Miranda (5,66%), Jateí (5,79%) e Bela Vista (6,91%).

Saúde

Cirurgias seguem sem data para voltarem na Santa Casa

O hospital confirmou que recebeu repasse do governo de MS, mas que negocia com funcionários que tinham salários atrasados para retomar o funcionamento

18/04/2025 09h00

Na Santa Casa, as cirurgias eletivas foram paralisadas em fevereiro e seguem assim até o momento

Na Santa Casa, as cirurgias eletivas foram paralisadas em fevereiro e seguem assim até o momento GERSON OLIVEIRA

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A Santa Casa de Campo Grande ainda não tem previsão de quando deverá retomar as cirurgias eletivas no hospital, que estão paralisadas desde fevereiro. O centro médico confirmou que recebeu o repasse feito pelo governo do Estado, entretanto, a unidade espera resolver problemas internos antes de voltar plenamente em atividade.

Nesta segunda-feira, o governo de MS fez o pagamento da primeira parcela dos R$ 25 milhões prometidos ao hospital, provenientes de emendas parlamentares. Segundo o Estado, no depósito feito, foram repassados R$ 8.333.333,00 para o Fundo Municipal de Saúde.
A Prefeitura de Campo Grande, por sua vez, nesta terça-feira, publicou um extrato de aditivo no contrato com a Santa Casa para o envio pontual dos R$ 8,3 milhões do Estado, além de R$ 2 milhões do Executivo municipal.

De acordo com a publicação, esse valor seria referente a “efeitos retroativos à competência de fevereiro e abril”. 

Ainda, no mês que vem, serão destinados mais R$ 2 milhões, valor referente a março e maio, além de outra parcela de R$ 8,3 milhões do governo de MS.

O hospital confirmou o recebimento desse valor, o qual resolveria o problema da falta de recursos e medicamentos na unidade, o que fez com que a Santa Casa suspendesse as cirurgias eletivas e restringisse o atendimento no pronto-socorro.

Entretanto, ainda não há uma previsão para que tudo seja retomado ao normal, pois, segundo o hospital, há uma série de negociações em curso com as categorias que tiveram seus salários atrasados durante o período de crise.

“A equipe da Santa Casa reconhece as dificuldades enfrentadas pelos pacientes e também pela instituição. 
A suspensão de atendimentos eletivos e ambulatoriais continua em função dos atrasos salariais das equipes médicas, entre elas a de urologia, transplante de rins, ortopedia e cirurgia cardíaca”, diz trecho de nota enviada ao Correio do Estado.

“A diretoria técnica reconhece que houve um depósito de valores no Fundo Municipal [de Saúde] destinados à Santa Casa e que as equipes médicas já foram comunicadas. Compete à diretoria financeira o alinhamento para a distribuição dos valores aos médicos, mas isso já está sendo executado”, complementou o hospital.
Ainda de acordo com a Santa Casa, apenas após a “resolução do atraso com os prestadores” é que as equipes retornarão completamente.

CRISE

Na primeira quinzena de fevereiro, a Santa Casa de Campo Grande suspendeu a realização de cirurgias eletivas porque, segundo ela, havia um desabastecimento de insumos hospitalares, com diversos equipamentos e medicamentos usados no dia a dia para o atendimento aos pacientes e no trabalho dos servidores do hospital em falta.

No mês seguinte, em 24/3, o hospital enviou um ofício à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informando que estava com o seu pronto-socorro superlotado e que não teria mais condições de receber mais pacientes que não fossem de emergência.

No fim daquela tarde, havia 87 pacientes em um espaço onde deveria receber apenas 13 pessoas. No dia seguinte, essa quantia caiu para 76, mas as restrições continuam até hoje.

Ao Correio do Estado, no início deste mês, a Santa Casa afirmou que aguardava o recurso para o dia 20, porém, ele foi pago com antecedência.

REPASSES

De acordo com o governo de MS, somando o montante de R$ 25 milhões que está sendo repassado aos R$ 15 milhões que a administração estadual autorizou em outubro de 2024, a partir de um convênio com 
o pagamento em três parcelas, e aos R$ 9 milhões destinados ao pagamento do 13º salário dos profissionais, o apoio ofertado à Santa Casa já chega a quase R$ 50 milhões.

“Essa mobilização reflete o compromisso do governador Eduardo Riedel com a saúde pública, priorizando ações que garantam o atendimento digno e contínuo à população”, declarou o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Maurício Simões Corrêa.

SAIBA

O repasse de R$ 25 milhões contou com o esforço de parlamentares da bancada federal. O maior valor foi repassado pelo senador Nelsinho Trad, que destinou R$ 12.571.000, seguido pela senadora Tereza Cristina 
(R$ 6.609.000), pelo deputado federal Geraldo Resende (R$ 2.820.000), pela senadora Soraya Thronicke (R$ 1,8 milhão) e pelo deputado Luiz Ovando (R$ 1,2 milhão).

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