Maior ídolo da torcida do Flamengo, Zico, 62, confirmou nesta quarta-feira (10) que será candidato ao cargo de presidente da Fifa.
Em entrevista no seu centro de treinamento no Rio, o ex-jogador da seleção disse que pretende suceder Joseph Blatter.
"Convoquei essa coletiva para ratificar minha decisão de ser candidato. Eu me sinto capacitado para isso", afirmou Zico, que precisa do apoio de pelo menos cinco federações nacionais para oficializar a sua candidatura.
O ex-jogador acredita que consegue as cinco indicações, mas é contra o processo eleitoral da Fifa.
"É lógico que serão necessárias mudanças de regras no jogo, como está aí não há a menor possibilidade de concordância. Não só na Fifa, mas como na CBF em termos de federações. As indicações são um prenúncio para a corrupção, que é o que mais aflige a todos que somos do esporte", acrescentou.
Na semana passada, Blatter decidiu entregar o cargo e convocar novas eleições após a prisão de sete dirigentes na Suíça acusados de corrupção. José Maria Marin, ex-presidente da CBF, foi um deles. Ele é acusado de receber propinas na venda dos direitos de transmissão de torneios no Brasil e no exterior.
Há uma semana, Zico já havia anunciado que pretendia se candidatar. Neste período, ele contou que conversou com dirigentes e ex-jogadores para viabilizar a sua candidatura.
Um dos prováveis candidatos ao cargo de Blatter, o presidente da Uefa (entidade que controla o futebol na Europa), Michel Platini, foi um deles.
"Temos uma amizade de longo tempo. Podemos trocar papo sobre tudo. O Platini disse que seria melhor ser candidato na CBF, mas acho ainda mais difícil lá", contou o ex-jogador.
Para homologar uma candidatura na CBF, o dirigente tem que ter o apoio de oito federações e cinco clubes.
"A troca de favores já começa ali. Sou contra esse processo", completou Zico, que disputou as Copas de 1978, 1982 e 1986. Como treinador, ele trabalhou no Japão, na Turquia, Índia e Iraque. Esses países poderiam ajudar a sua candidatura.