Liberada para todos os públicos, meta é ampliar imunização e frear casos de síndrome respiratória na Capital
Na tentativa de frear os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em Campo Grande, a prefeitura Municipal decidiu ampliar a todos os públicos a vacinação contra a Influenza na Capital. Neste momento, apenas 15,9% do público-alvo foi imunizado, cerca de 56,7 mil pessoas.
A força-tarefa tem início neste domingo (27), e os interessados devem comparecer à Igreja Universal de Campo Grande, localizada na Avenida Mato Grosso, 921, Centro, entre as 9h e 14h. Cabe destacar que o imunizante pode ser buscado em qualquer unidade básica de saúde a partir desta segunda (28). Fazem parte do grupo prioritário crianças de seis meses a cinco anos completos, gestantes e idosos.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), deste percentual, 33.382 vacinas foram aplicadas em idosos e 3.708 em crianças, cobertura que deve atingir cerca de 356 mil pessoas entre o público prioritário.
A medida foi tomada após o aumento de casos de síndromes respiratórias e a atual falta de leitos nos hospitais da Capital e oficializada em decreto publicado neste sábado (26) no Diário Oficial de Campo Grande, que instituiu situação de emergência na saúde municipal ao menos pelos próximos 90 dias.
O anúncio ocorreu após uma reunião do Centro de Operações de Emergência (COE) para Doenças Respiratórias e Arboviroses, que contou com a presença da prefeita Adriane Lopes (PP), Rosana Leite, secretária municipal de saúde, além do chefe de imunização da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, Frederico de Moraes, e outras autoridades.
“Os casos de Influenza A e do Vírus Sincicial Respiratório estão aumentando significativamente e os leitos já estão lotados. A maioria dos casos são graves, o tempo de internação é grande, o que dificulta a rotatividade de leitos, correndo o risco de faltar leitos nas próximas 4 ou 6 semanas”, afirmou Rosana Leite.
De acordo com a secretária, haverá obrigatoriedade da utilização de máscaras dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) já a partir da próxima semana, visto que, entre janeiro e abril, Campo Grande registrou 70 mortes por Srag.
“Nós já temos mais de 70 óbitos de síndrome respiratória grave desde janeiro até agora, e nos últimos meses, nós tivemos óbitos de quatro crianças abaixo de quatro anos, sendo duas com idade abaixo de um mês e uma com um mês”, disse a secretária.
A secretaria, inclusive, cogitou a possibilidade de suspensão das aulas nos próximos dias. “Existe sim essa possibilidade, não agora, mas futuramente! No momento, nossa maior recomendação é evitar sair de casa, principalmente com bebês abaixo de seis meses, evitar visitas e aglomerações, tendo em vista que, o sistema imunológico desses bebês ainda é muito frágil”, alertou.
Vacinação
Para a vacinação de 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 73, 6 milhões de doses, destas 200 mil chegaram a Capital.
No primeiro semestre, está prevista a distribuição de 67,6 milhões de doses para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, serão distribuídas 5,9 milhões de doses para a Região Norte.
O valor total do investimento é de R$ 1,3 bilhões, e o público-alvo é de 81,6 milhões de pessoas. A meta é vacinar 90% dos grupos prioritários do Calendário Nacional de Vacinação, com estimativa de 50 milhões de pessoas.
Proteção e segurança
A vacina contra influenza de 2025 conterá as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A administração pode ser feita junto a outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia grave após doses anteriores.
A influenza e a covid-19 continuam sendo ameaças para a saúde pública, especialmente para as pessoas não vacinadas. Em 2024, a cobertura vacinal do público prioritário foi 48,89% na região Norte e 55,19% nas demais regiões.
*Colaborou Tamires Santana
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