Fígado e rins também estão comprometidos; animal se alimenta normalmente e permanece em observação no CRAS
Onça, que devorou e matou o caseiro Jorge Ávalo, de 62 anos, está com anemia leve, gastroenterite e fígado e rins comprometidos.
De acordo com boletim veterinário, ultrassom abdominal mostrou alterações agudas no fígado e rim e alteração inflamatória do aparelho digestório. Além disso, o hemograma indicou anemia leve.
Por ora, os exames não indicam insuficiência dos órgãos. O animal será submetido a outros testes laboratoriais para detectar as causas da infecção.
A onça, macho de 9 anos e 94 kg, está ativo, se alimenta normalmente e permanece em observação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS).
O boletim foi divulgado pelo Governo de Mato Grosso do Sul nesta segunda-feira (28). O último, divulgado na sexta-feira (25), indicou que a onça está com a saúde comprometida, como desidratação, problemas renais e gastrointestinais.
O ATAQUE
Caseiro, Jorge Ávalo, de 62 anos, foi atacado, devorado e morto por uma onça-pintada, na madrugada de segunda-feira (21), na região do pesqueiro Touro Morto, em Aquidauana, município localizado a 141 quilômetros de Campo Grande.
Os restos mortais e pedaços do corpo de Jorge foram encontrados pela PMA na terça-feira (22) em uma área de mata fechada. A onça foi capturada nesta quinta-feira (24).
O Correio do Estado noticiou que a PMA apurou quatro possíveis hipóteses do ataque silvestre fatal: escassez de alimento; comportamento defensivo do animal; período reprodutivo ou atitude involuntária da vítima.
A hipótese certeira é a de prática de ceva. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Educação (Semadesc), Arthur Falcette, confirmou, nesta quarta-feira (23), que Jorginho praticava ceva, ou seja, alimentava a onça-pintada que o matou em Aquidauana.
A palavra "ceva" vem do meio rural e significa basicamente "isca" ou "alimentação oferecida" com a intenção de atrair determinados bichos a um local específico.
A prática da ceva de animais é uma técnica utilizada principalmente por pesquisadores e fotógrafos da vida selvagem com o objetivo de atrair animais para observação, monitoramento, registro ou estudo científico.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, ataques fatais de onça são raríssimos, tendo em vista que o Pantanal não contabilizava ataques fatais por onça-pintada há 17 anos.