Cidades

ILEGAIS

PRF impede entrada de imigrantes de Bangladesh

PRF impede entrada de imigrantes de Bangladesh

EDUARDO MIRANDA

23/02/2013 - 00h02
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Poderia ser mais uma das ocorrências corriqueiras de deportação de estrangeiros em situação irregular, mas a retenção de 14 estrangeiros na madrugada de ontem, na BR-262, em Corumbá, chama a atenção por causa da origem dos cidadãos que tentavam ingressar em território brasileiro, para, tentar a imigração. Dos 14 apreendidos, 10 são naturais de Bangladesh, país asiático localizado no Oceano Índico, quase todo cercado pelo território indiano.

Os bengali (nacionalidade dos cidadãos nascidos em Bangladesh) estavam com outros quatro estrangeiros em situação irregular, de nacionalidade boliviana. Eles viajavam em um ônibus de transporte rodoviário, que ligava as cidades de Corumbá e Brasília (DF).

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MEIO AMBIENTE

Governo quer "comprar" licenças que autorizam o desmate no Pantanal

Além dessa medida, os pagamentos por serviços ambientais serão de R$ 100 mil ou R$ 300 mil por propriedade no bioma

05/03/2025 09h00

Decreto de 2015 autorizou grandes desmates em fazendas pantaneiras, como na imagem acima

Decreto de 2015 autorizou grandes desmates em fazendas pantaneiras, como na imagem acima Foto: ECOA

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O governo de Mato Grosso do Sul deve anunciar até o fim deste mês a sistematização dos pagamentos por serviços ambientais (PSA) aos produtores rurais e às organizações que se comprometerem com 
a preservação do Pantanal.

A administração estadual pretende usar os R$ 40 milhões iniciais do Fundo Clima Pantanal para pagar os produtores rurais com valores fixos pelas ações de preservação e também “comprar” as licenças ambientais emitidas desde 2016 pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que foram alvo de uma moratória em 2023, meses antes da aprovação e da sanção da Lei do Pantanal, em dezembro daquele ano.

Ainda não há um valor estabelecido para a compra das licenças ambientais concedidas entre o fim da década passada e o início desta década para o desmate do bioma ou para a troca de pastagem natural por pastagem exótica – poderão variar conforme o alcance das licenças emitidas.

O Correio do Estado apurou e publicou, em primeira mão, que cada produtor rural pantaneiro receberá R$ 100 mil para ajudar a preservar a propriedade. O pagamento não será feito por meio do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), mas sim pelo Cadastro de Pessoa Física (CPF).

Para os produtores que têm mais de uma fazenda no Pantanal, o limite de pagamento por serviço ambiental será de R$ 300 mil por grupo econômico. Um grupo econômico pode contemplar proprietários 
e empresas com grandes áreas e atuações múltiplas no Pantanal Sul-Mato-Grossense.

O pagamento por serviço ambiental deverá estar alinhado com o critério de adicionalidade, o que significa que o produtor só receberá recursos para a preservação caso comprove que realiza ações de conservação em áreas que poderiam ser usadas para atividade econômica.

Esse critério de adicionalidade também é essencial para atuar no sistema de compra das licenças ambientais. Aliás, o simples fato de um produtor abrir mão da licença válida para desmatar e optar por manter a vegetação como está já o torna elegível ao pagamento pela preservação.

Caso o governo e a sociedade tenham sucesso em capitalizar o Fundo Clima Pantanal, o PSA poderá atingir valores maiores. Desde o ano passado, autoridades estaduais têm viajado pelo Brasil e pelo mundo apresentando as potencialidades do programa para atrair doadores para o fundo.

FINANCIAMENTO

A distribuição dos recursos do Fundo Clima Pantanal deverá obedecer, aproximadamente, aos seguintes critérios: 80% para ações de preservação feitas pelos proprietários das terras e 20% para outras iniciativas ambientais.

Essa distribuição representa uma vitória da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), entidade que, desde o início das negociações da Lei do Pantanal, defendia que os PSA chegassem àqueles que exercem atividade econômica no bioma, ou seja, os proprietários das fazendas no Pantanal.

“Nessa negociação da Lei do Pantanal, mostramos que estávamos dispostos a ceder em alguns pontos, mas também que deveríamos receber algo em troca. Assim, foi realizada uma construção entre vários atores da sociedade, e chegamos a uma lei que garante que o produtor receba pela preservação, por meio do PSA”, disse Marcelo Bertoni, presidente da Famasul, em entrevista ao Correio do Estado publicada no dia 1º.

“Quase sempre, quando se paga pela preservação, o dinheiro nunca chega ao produtor, que está na ponta e deve preservar. Assim, criamos o fundo e garantimos que 80% dos recursos fossem destinados aos produtores. Já os outros 20% serão direcionados a ações de preservação”, acrescentou.

Nessa mesma entrevista, Bertoni ressaltou que o produtor pantaneiro já tem um ônus maior que o do produtor da região do planalto.

Enquanto no Pantanal o dono das terras só pode alterar a vegetação – por exemplo, introduzir uma variedade exótica de capim para melhorar a eficiência do rebanho – em 40% da área, em outros biomas como o Cerrado e a Mata Atlântica os proprietários podem dispor de até 80% da área para alterações.

DECRETO POLÊMICO

De 2015 a 2023, um decreto estadual permitiu o desmatamento de mais de 400 mil hectares no Pantanal.

Em 2023, o dispositivo legal de Mato Grosso do Sul, editado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja em 2015, provocou uma onda de críticas vindas de ambientalistas como o Instituto SOS Pantanal e também do Ministério do Meio Ambiente, por uma suposta permissividade.

Foram essas críticas que levaram o governador Eduardo Riedel a suspender o decreto no segundo semestre de 2023 e a convidar produtores e organizações não governamentais para elaborarem uma nova legislação sobre a ocupação do solo pantaneiro.

A Lei do Pantanal, criada nesse processo, passou a vigorar em fevereiro de 2024. Desde então, praticamente nenhuma licença para supressão de vegetação foi expedida pelo Imasul. As licenças antigas, porém, continuam válidas, e são elas que o governo deve “comprar” com os recursos do Fundo Clima Pantanal.

PACTO PANTANAL

A iniciativa de pagar pela preservação, prevista na Lei do Pantanal e que deve ser regulamentada em breve, está incluída em um escopo mais amplo de ações de preservação do bioma – o que o governo chamará de Pacto Pantanal, a ser lançado até o fim deste mês.

Entre as ações do Pacto Pantanal está a estruturação de pelo menos 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar Ambiental e de brigadas em pontos estratégicos do bioma, para aprimorar a prevenção de incêndios e, no caso de novas queimadas, reduzir o tempo de resposta para o combate às chamas.

As ações de preservação do Pacto Pantanal que serão executadas pelo poder público serão financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os recursos, que devem ultrapassar a cifra de R$ 1 bilhão, têm origem no Instituto Taquari Vivo.

A integração das iniciativas específicas desse projeto de preservação da Bacia do Rio Taquari com os programas do governo de Mato Grosso do Sul foi fundamental para a criação do Pacto Pantanal.

Além de todos esses recursos, as ações do Pacto Pantanal também contam com o apoio de organizações não governamentais financiadas por grandes bancos e empresas de capital aberto no Brasil, como o Instituto SOS Pantanal.

SAIBA

O Fundo Clima Pantanal começa com um aporte de R$ 40 milhões pelo governo de Mato Grosso do Sul. Conforme anunciado no início deste mês, serão R$ 40 milhões para o exercício de 2025 e igual quantia para o próximo ano. Os valores serão usados para o pagamento por serviços ambientais no Pantanal. 

O fundo admite não apenas aportes do setor público, mas também de pessoas físicas, do setor privado e até mesmo de doações vindas de outros países. A capitalização do fundo definirá o alcance e a robustez do programa de pagamentos, o qual deve ajudar o produtor rural a optar pela preservação das características naturais de parte de sua fazenda.

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"Rodovia da morte"

Após morte de criança, manifestantes ocupam BR-163 pedindo por melhorias

Trecho é palco de diversos acidentes, dentre eles um que vitimou uma criança de 9 anos no último domingo (2)

05/03/2025 08h55

Sidnei Bronka via Instagram

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O km 251 da BR-163, em Dourados, na saída para Caarapó, amanheceu ocupado por manifestantes, que pedem por mais segurança e melhorias na sinalização do trecho. Segundo a CCR MSVia, concessionária responsável pela rodovia, o tráfego está intenso na região, com congestionamento de 1 km, entre os km 250 e 251.

Manifestação consta no painel de monitoramento da CCR MSVia.

O trecho em questão vem sendo palco de diversos acidentes, dentre eles um ocorrido no último domingo (2) envolvendo três veículos, que restultou em uma criança de 9 anos morta, outra de 6 anos em estado grave e deixou outras quatro pessoas hospitalizadas.

A manifestação foi organizada por moradores de bairros e sitiocas próximas à rodovia, que precisam usá-la diariamente e convivem com os riscos do trânsito, que se tornou mais intenso nos últimos anos com a chegada de indústrias na região.

Dentre as reivindicações, estão acostamento e a implantação de acessos seguros às sitiocas, já que a falta da infraestrutura coloca em risco os que trafegam na via, desde os caminhoneiros e carros de passeio até os ciclistas e pedestres.

Além disso, os manifestantes cobram que o local receba mais sinalização, também com o intuito de tentar frear o aumento no número de acidentes nas proximidades. 

Em conversa com o portal Dourados Agora, moradores destacaram que não foram feitas melhorias na região desde que a CCR MSVia assumiu a concessão, há uma década.

“A gente precisa de uma entrada segura. O movimento cresceu demais e estamos expostos ao perigo todos os dias”, afirmou um dos organizadores. 

Os manifestantes aguardam que autoridades e representantes da CCR MSVia compareçam no local para apresentar soluções aos problemas apontados.

A BR-163 é a principal rodovia de Mato Grosso do Sul, cortando o estado de norte a sul, e sendo uma das vias de escoamento de produtos.

Acidente fatal

Na noite do último domingo (2), um acidente envolvendo três veículos deixou um morto e cinco feridos na BR-163, entre Dourados e Caarapó.

A vítima fatal foi identificada como Carlos Riklme Gomes de Freitas, de 9 anos. Ele chegou a ser reanimado com massagem cardíaca por 40 minutos, mas não resistiu e morreu no local.

Os outros cinco feridos foram encaminhados para o Hospital da Vida de Dourados, dentre eles uma criança de 6 anos, que está em estado grave.

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, uma Toyota Hilux e uma Volkswagen Kombi seguiam no sentido Dourados-Caarapó quando, por motivos desconhecidos, a caminhonete bateu na traseira da Kombi. Com a colisão, os motoristas de ambos os veículos perderam a direção, saíram da pista e capotaram diversas vezes na vegetação às margens da rodovia.

Um Chevrolet Corsa, que vinha no sentido contrário, precisou sair da pista para não ser atingido frontalmente pelos veículos.

Pior índice desde 2017

Um levantamento realizado pelo Correio do Estado em novembro do ano passado mostrou que a BR-163 registra, em média, 71 acidentes por mês. De janeiro a outubro de 2024, a rodovia, que corta Mato Grosso do Sul da divisa com o Paraná à divisa com Mato Grosso, foi cenário de 709 acidentes, que resultaram em 57 óbitos.

A média de 71 acidentes por mês é o pior índice visto desde 2017. De janeiro a dezembro daquele ano, foram registrados 877 acidentes, uma média de 73 acidentes mensais.

Se comparados os óbitos registrados, os números mostram que 2024 é mais mortal na rodovia. Os índices apontam para uma média de 5,7 mortes por mês, mais do que a média de 5,1 mortes mensais registradas em 2017. Nos 12 meses daquele ano, 62 pessoas morreram na BR-163.

O ano de 2017 marcou ainda o início de uma queda no número de acidentes. No entanto, em 2020 esses índices voltaram a subir. Confira o levantamento:


Rodovia da morte

A BR-163 teve, por muitos anos, o título de "rodovia que mais mata", sendo que a privatização de 2013 buscava tirar o título macabro do trecho. 

Os números de 2015 apontam para uma queda significativa no número de mortos, que foi de 88 para 58 entre 2014 e 2015. No entanto, os índices voltaram a subir, principalmente porque a CCR MSVia, não cumpriu com o contrato, que previa a duplicação de todos os 845 km da BR-163, de Mundo Novo, na divisa com o Paraná, a Sonora, na divisa com o Mato Grosso.

O prazo para a duplicação completa terminaria em 2024, mas a concessionária fez apenas a duplicação necessária para iniciar a cobrança de pedágio, de cerca de 155 km.

A rodovia não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer em 2019 que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e até cobrou a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.

O acordo final para a manutenção da empresa na gestão só foi alcançado em 2023, e aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em novembro de 2024.

Com essa decisão, espera-se um investimento de R$ 12 bilhões, que incluirá a duplicação de 170 km da via, a construção de uma terceira faixa em outros 190 km e diversas obras adicionais.

Colaborou: Naiara Camargo

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