Entre uma sopa e um hambúrguer. Quem está de regime escolhe sopa, é claro. Na verdade não é tão claro assim. Algumas opções de sopa podem ser ainda mais calóricas que um hambúrguer.
Saladas e sopas são falsos-magros: quem vê a cara do prato pronto, não enxerga calorias contidas nele. Uma sopa de feijão com macarrão, por exemplo, contém aproximadamente 400 calorias. Quando ingerida na companhia de pãezinhos, ou servida no pão italiano, o prejuízo pode ser dobrado.
Fernanda Granja, nutricionista clínica especializada em nutrição funcional, nutrição pediátrica e fisiologia do exercício, explica que sopas que levam queijos e creme de leite devem ser consumidas, preferencialmente, durante o almoço. No jantar, o recomendado é optar por pratos mais leves, com pouco ou nenhum carboidrato. A orientação ajuda a perder medidas, ou, ao menos, manter peso.
“Elas podem substituir qualquer refeição, tudo vai depender da composição. No almoço deve ser completa, com todos os nutrientes necessários (massas ou tubérculos, carnes, folhas, e legumes). À noite, é bom investir em sopas mais leves, sem carnes, massas, queijos. O ideal é que sejam à base de legumes e grãos.”
Vai dar caldo
Além do alto valor nutricional, as sopas feitas com legumes e verduras cozidas saciam rapidamente. O caldo final, resultante do cozimento dos legumes e verduras, estimula a liberação de colecistoquinina (CCK), hormônio gastrointestinal sintetizado por neurônios do sistema nervoso central, responsável por emitir a mensagem de satisfação ao cérebro.
Na presença de líquidos, a resposta do hormônio é mais rápida e eficaz do que a provocada por alimentos sólidos. Embora os estudos endossem a vantagem dos líquidos para controlar a compulsão alimentar, a ingestão de sucos, refrigerantes e até mesmo água, durante a refeição, é contraindicada.
“É um hábito difícil de ser mudado, mas há evidências de que o consumo exagerado de bebidas durantes as refeições pode prejudicar o processo de digestão e a absorção de alguns nutrientes.”
Embora o caldo seja fundamental, a digestão do líqudio é mais rápida, e atencipa a fome poucas horas após a refeição. Para que o prato não seja vilão da dieta, é importante incluir grãos integrais, legumes, verduras ou alguns pedacinhos de carne. Dessa forma, a digestão será mais lenta, uma vez que, esses ingredientes exigem mais mastigação e promovem saciedade no longo prazo, explica Fabiana Honda, nutricionista da PB Consultoria em Nutrição.
Santo remédio
Uma sopa saudável e nutritiva pode auxiliar em algumas doenças, principalmente em casos de gripes e resfriados. Para que o alimento ganhe status de remedinho caseiro, é fundamental selecionar bem os ingredientes. Fernanda indica o uso do alho. Por ser um excelente antitérmico e expectorante natural, pode ser utilizado em casos de bronquite e asma.
A nutricionista recomenda também a inclusão de gengibre para tratar sintomas de gota, artrite, dores de cabeça e na coluna, diminuir a congestão nasal e cólicas menstruais. A cebola, além de rica em vitamina C, tem ação antimicrobiana e auxilia no alívios de gripes e resfriados.
“A vantagem da sopa é a utilização do caldo, que na maioria das preparações é desprezado. É nele, entretanto, que estão concentrados todos os nutrientes obtidos pelo cozimento de carnes, verduras e legumes.”
Abaixo, Fernanda Granja lista ingredientes que devem banidos do caldeirão de quem deseja emagrecer:
Creme de leite
Bacon, paio, calabresa e lombo, embutidos e defumados
Temperos e caldos industrializados
Queijos em geral
Pãezinhos e croutons como acompanhamento
Alta quantidade de carboidratos como batata, mandioca, mandioquinha, macarrão ou arroz
Sopas calóricas
Com massas, creme de palmito, ervilha com bacon, feijão com macarrão e as demais que incluem creme de leite e queijos
Sopas leves
Legumes como cenoura, chuchu, beterraba, couve, cebola, alho, ervas e especiarias naturais, arroz ou macarrão (de preferência na versão integral) ou sopa de caldo verde, que geralmente é feita de chuchu e couve