Ao menos 65 pessoas morreram na cidade neozelandesa de Christchurch, atingida por um forte terremoto de magnitude 6,3 por volta do meio-dia de terça-feira (cerca de 20h de segunda-feira em Brasília), informou o primeiro-ministro do país, John Key, em entrevista à emissora local TVNZ.
Key descreveu a situação na cidade como "uma cena de total devastação" e alertou que o número de mortos pode aumentar.
O primeiro-ministro destacou que o abalo ocorreu em um horário de pico, "quando a cidade estava cheia, com gente no trabalho e as crianças nas escolas".
Há relatos de danos a edifícios, cortes no fornecimento de água e eletricidade.
Segundo indicou em entrevista coletiva o diretor da Defesa Civil, John Hamilton, é provável que o número de vítimas fatais aumente nas próximas horas à medida que avancem os trabalhos das equipes de resgate nos edifícios danificados.
O prefeito da cidade, Bob Parker, apontou que a previsão é que pelo menos 200 pessoas continuam presas em diferentes edificações.
Pelo menos um corpo foi retirado de um edifício de escritórios de quatro andares da companhia Pyne Gould, situado em pleno centro da cidade, onde os bombeiros trabalham para resgatar cerca de 30 pessoas presas nos escombros, informou a "Radio Nova Zelândia".
"Um número significante de hotéis desmoronou e sabemos que há gente presa (nos escombros)", disse aos jornalistas o ministro da Defesa Civil, John Carter.
O teto de uma igreja desabou e o aeroporto da cidade foi fechado enquanto os terminais foram esvaziados.
A mídia local informou que computadores foram lançados das mesas, houve danos a edifícios e uma ponte ficou intransitável.
DANOS
Imagens de emissoras de TV locais mostraram partes de edifícios caindo nas ruas, que ficaram cobertas de tijolos e concreto.
Fendas se abriram em calçadas e estradas e centenas de moradores saíram às ruas confusos e gritando, enquanto sirenes soavam em diversos bairros da cidade.
Muitos carros que estavam estacionados nas ruas ficaram cobertos de pedaços de concreto e tijolos.
O prefeito de Christchurch, Bob Parker, disse que estava no último andar da prefeitura quando o tremor aconteceu, e que foi atirado para o outro lado da sala.
"Eu saí para a rua e vi cenas de grande confusão, muitas pessoas perturbadas. Eu sei que houve pessoas feridas no nosso prédio e que houve indicativos de ferimentos graves em diversas partes da cidade", disse.
RÉPLICAS E RECONSTRUÇÃO
A cidade foi atingida por um forte terremoto de magnitude 7,1 em setembro do ano passado, que causou graves danos generalizados, mas poucos feridos. Desde então, a região tem sido atingida por milhares de réplicas.
O tremor de setembro causou prejuízos de US$ 3 bilhões à cidade que ainda estava efetuando as obras de reconstrução quando foi atingida por um novo terremoto em dezembro.
A Nova Zelândia, que está entre as placas tectônicas do Pacífico e Indo-Australiana, registra uma média de mais de 14 mil terremotos por ano, dos quais cerca de 20 normalmente atingem magnitude 5.