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Teste rápido de tuberculose começa este mês em seis cidades do país

Teste rápido de tuberculose começa este mês em seis cidades do país

AGÊNCIA BRASIL

09/02/2014 - 14h32
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O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), do Ministério da Saúde, começa a fazer, ainda este mês, nas cidades do Rio de Janeiro, de Manaus, do Recife, de São Paulo, Porto Alegre e Brasília o novo exame rápido que identifica a doença em menos de duas horas. Um teste piloto para avaliar a implantação do novo exame foi feito no ano passado nas capitais dos estados do Rio e do Amazonas e chegou ao fim em dezembro. O piloto fez parte do projeto Inovação no controle da tuberculose no Brasil”, desenvolvido pelo PNCT em parceria com a Fundação Ataulpho de Paiva e o patrocínio da Fundação Bill e Melinda Gates.

O coordenador do PNCT, Draurio Barreira, explicou à Agência Brasil que se trata de um teste novo no mundo. Dois países tiveram uma postura pioneira em relação a esse exame, embora diferenciada. Enquanto a África do Sul decidiu implantar imediatamente o teste rápido, em substituição à baciloscopia, que é o exame tradicional de detecção da tuberculose, o Brasil optou por fazer um estudo piloto em duas cidades consideradas de alta carga “para avaliar a performance do teste e depois implantar”. Agora, o PNCT decidiu implantar o teste rápido em todo o país. As máquinas para o exame já estão no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antonio Carlos Jobim, aguardando liberação pela alfândega. A encomenda total soma 160 máquinas. Na primeira leva, foram entregues 50 máquinas e as 110 restantes deverão ser entregues ainda em fevereiro.

“Nosso compromisso é que seis estados, este mês, iniciem o teste como rotina. Agora não mais como estudo, mas como rotina”, reiterou Draurio Barreira. Ele lembrou que após a liberação pela alfândega, as máquinas serão doadas pelo Ministério da Saúde às secretarias municipais de Saúde das seis capitais brasileiras que iniciarão o processo. A expectativa do coordenador do PNCT é que em 24 de março próximo, quando se comemora o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, todas as capitais mais 92 municípios já estejam realizando o teste rápido. Ele acredita que antes que se faça uma campanha de divulgação do início da nova rede de testes rápidos, muitas unidades de Saúde já estarão utilizando o método, considerado revolucionário.

O novo exame mais rápido e eficaz para o diagnóstico da tuberculose, o Xpert, é o primeiro método de biologia molecular usado com essa finalidade. Draurio Barreira explicou que o bacilo da tuberculose, conhecido como bacilo de Koch, foi descoberto em 1882. “E desde então, o método de diagnóstico, basicamente, é o mesmo. É visualizar o bacilo no escarro das pessoas. Agora, não. A gente começa a trabalhar com biologia molecular, o que já é uma tecnologia utilizada para várias doenças, mas a tuberculose foi, infelizmente, durante muitas décadas, uma doença negligenciada”. A partir de agora, com investimentos da indústria e dos governos, esse cenário foi alterado, disse.

Como a tuberculose é, atualmente, a doença que mais mata as pessoas que vivem com HIV, o investimento que sempre foi feito no campo da aids, a partir da década de 80, também se voltou para a doença. “Com isso, começam a aparecer os primeiros resultados”. Entre eles, estão o teste rápido de biologia molecular e novas drogas desenvolvidas especificamente para a tuberculose. A doença foi declarada prioridade global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1993. Draurio Barreira informou que até a sua vinculação com a aids, a tuberculose era uma doença que não interessava à indústria farmacêutica em geral, por não se tratar de uma doença rentável, uma vez que afeta mais a população pobre. Em termos do investimento público, disse que o Brasil aumentou em 14 vezes o orçamento para a tuberculose nos últimos dez anos.

O teste rápido para detecção da tuberculose será usado apenas na rede pública de saúde. O coordenador do PNCT informou que alguns laboratórios privados do Rio de Janeiro e de São Paulo já realizam esse exame. “Só que o valor para a iniciativa privada é muito mais alto. É praticamente proibitivo para a população mais pobre”. Por meio de convênio com a Fundação Bill e Melinda Gates, o Brasil foi incluído entre os países em desenvolvimento e de alta carga para conseguir as máquinas que fazem os novos testes. “O Brasil entrou duplamente no critério de país emergente e também de alta carga de tuberculose”. Segundo Barreira, o custo desse teste hoje para o setor privado é entre quatro e cinco vezes maior do que no serviço público, que tem o subsídio da Fundação Gates. Ele lembrou que a tuberculose, no Brasil, “é de absoluta responsabilidade pública”. Mesmo uma pessoa diagnosticada na rede privada com tuberculose é referenciada para o Sistema Único de Saúde (SUS), onde recebe o tratamento gratuito. Os medicamentos para tuberculose não estão disponíveis nas farmácias.

Barreira disse que a situação da tuberculose no Brasil não é tão dramática como em países africanos ou asiáticos. Enquanto a mortalidade por tuberculose no mundo é 25 mortes por 100 mil habitantes, o índice no Brasil é 2,4 mortes na mesma proporção. “Menos que dez vezes a mortalidade média global”. A incidência, ou seja, o número de casos pela população, está em 36 casos por 100 mil pessoas no Brasil, contra 250 casos por 100 mil no mundo. “Então, temos uma situação relativamente confortável”. O coordenador do PNCT acrescentou que mesmo assim, considerando que se trata de uma doença antiga, com métodos diagnósticos e terapêuticos desenvolvidos há mais de 100 anos, é inadmissível que se tenha ainda tantos casos e tantas mortes. A prioridade dada à tuberculose pelo governo brasileiro decorre também do fato de a doença estar associada à classe social mais pobre, além de fatores como a concentração demográfica, o tabagismo, os hábitos alimentares, a aids.

Por essa razão, o enfrentamento da tuberculose pelo governo brasileiro é feito do ponto de vista biológico e social. Daí a existência de propostas de benefício social para adesão ao tratamento por parte de populações mais pobres, incluindo moradores de rua e de favelas e a população prisional. “Porque um dos grandes desafios é o abandono do tratamento”, disse Barreira. No dia 24 de março, o Ministério da Saúde, por meio do PNCT, vai lançar campanha na mídia. Draurio Barreira acredita que uma das principais formas de controle da doença se dá pela divulgação correta de informações. Pesquisa feita pelo programa em 2012 verificou que metade da população desconhece a tuberculose e acredita que se trata de uma doença do século passado, que afetava somente os poetas e boêmios. “Há sempre a surpresa, ao mesmo tempo carregada de estigma e preconceito contra as pessoas que têm a doença”. Esses aspectos serão abordados na campanha governamental.

Tecnologia

Meta terá de suspender uso de dados na internet para treinar IA

Multa diária em caso de descumprimento será de R$ 50 mil

02/07/2024 22h00

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A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) decidiu suspender o uso de dados pessoais publicados em plataformas da empresa Meta para o treinamento de sistemas de inteligência artificial (IA). 

Uma medida cautelar foi aprovada pelo conselho decisório da ANPD. O despacho com a decisão foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (2). Foi estipulada multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. 

Na última quarta-feira (26), entrou em vigor uma nova política de privacidade da Meta, abrangendo plataformas de rede social como Instagram, Facebook e Messenger.

documento autoriza a utilização de conteúdos compartilhados pelos usuários e disponíveis publicamente para o treinamento de IA generativa. 

“Tal tratamento pode impactar número substancial de pessoas, já que, no Brasil, somente o Facebook possui cerca de 102 milhões de usuários ativos”, disse a ANPD em nota.

Para justificar a medida, o órgão destacou a utilização de dados pessoas de crianças e adolescentes para treinar sistemas de IA da Meta, informações que estão sujeitas a proteção especial da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

A agência informou que decidiu de ofício - ou seja, por inciativa própria - fiscalizar a aplicação da nova política da Meta, e disse ter constatado “riscos de dano grave e de difícil reparação aos usuários”, diante do que considerou ser indício de violação LGPD. 

“A ANPD avaliou que a empresa não forneceu informações adequadas e necessárias para que os titulares tivessem ciência sobre as possíveis consequências do tratamento de seus dados pessoais para o desenvolvimento de modelos de IA generativa”, diz a nota divulgada pelo órgão. 

A agência mencionou ainda “obstáculos excessivos e não justificados” para que o usuário possa passar a se opor a esse tipo de tratamento de seus dados pessoais.

De acordo com a ANPD, os usuários das plataformas da Meta compartilharam dados pessoais com a expectativa de se relacionar com “amigos, comunidade próxima e empresas de interesse”, sem considerar que as informações pudessem ser usadas no treinamento de IA. 

A ANPD é um órgão criado em 2020, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, cujo conselho é composto por cinco diretores indicados pelo presidente e aprovados pelo Senado, com mandato de quatro anos. Os critérios são reputação ilibada, nível superior e elevado conceito no campo de especialidade. 

Outro lado 

Em posicionamento enviado por e-mail, a Meta disse estar “desapontada com a decisão da ANPD”. A empresa acrescentou que não é a única a promover treinamento de IA com informações coletadas pelos serviços prestados. “Somos mais transparentes do que muitos participantes nessa indústria que tem usado conteúdos públicos para treinar seus modelos e produtos”, diz o texto enviado. 

“Nossa abordagem cumpre com as leis de privacidade e regulações no Brasil, e continuaremos a trabalhar com a ANPD para endereçar suas dúvidas. Isso é um retrocesso para a inovação e a competividade no desenvolvimento de IA e atrasa a chegada de benefícios da IA para as pessoas no Brasil”, afirmou a empresa. 

Segurança

Google inicia testes de bloqueio automático de tela de celular no Brasil

Androids terão recurso a partir de julho

11/06/2024 14h00

Fachada da Google

Fachada da Google Reprodução

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A partir de julho, os smartphones Android no Brasil terão um novo recurso de segurança: o bloqueio automático de tela quando for detectado um movimento que sugira furto, como alguém agarrando o aparelho e saindo correndo. A inovação foi anunciada no evento Google for Brasil, realizado nesta terça-feira em São Paulo.

Batizada de "bloqueio por detecção de roubo", a tecnologia foi desenvolvida pela subsidiária da Google em Belo Horizonte e apresentada ao vice-presidente para Android, Sameer Samat, pelo líder para Android no Brasil, Bruno Diniz. A solução teve sua primeira menção em um evento global da Google em maio.

"Foi uma dificuldade enfrentada pela nossa equipe, e pensamos que poderia ter impacto para usuários em todo o mundo", afirmou Diniz em uma apresentação fechada à imprensa.

O crescimento de roubos de smartphones, facilitado pelo uso do Pix e outras soluções financeiras modernas, incentivou a criação dessa tecnologia. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os furtos e roubos de celulares no Brasil aumentaram 16,6% em um ano, totalizando 999,2 mil ocorrências no ano passado. Na cidade de São Paulo, os roubos se concentram na região central.

Como Funciona o Bloqueio Automático

O bloqueio é acionado por um gatilho chamado "grab and run". Utilizando sensores e aplicativos abertos no smartphone, uma inteligência artificial interpreta movimentos de "agarrar e correr", acionando o bloqueio. O usuário precisa ativar a função nas configurações, pois estará desativada por padrão.

Diniz alerta que, inicialmente, o recurso pode gerar bloqueios indesejados, priorizando falsos positivos para garantir maior segurança. O desbloqueio é feito com reconhecimento biométrico ou senha, e o usuário será notificado sobre o motivo do bloqueio.

Outro recurso será o bloqueio automático baseado no tempo em que o smartphone ficar desconectado da internet. O Android identificará comportamentos como a remoção do chip ou a perda prolongada de conectividade, comuns em casos de furto. O tempo necessário para o bloqueio ainda está sendo calibrado.

O Google também disponibilizará uma opção de bloqueio remoto simplificado, acessível via a página "encontre meu dispositivo" ou por telefone. Esse bloqueio rápido não requer acesso à conta Google, permitindo aos usuários vedarem o acesso ao dispositivo rapidamente após um furto.

A funcionalidade "Onde está meu celular", que permite localizar, bloquear e apagar dados do dispositivo à distância, receberá uma atualização para exigir desbloqueio biométrico antes de ser desativada. Essa camada adicional de segurança dificulta que criminosos restaurem o aparelho para as configurações de fábrica.

Expansão do Sistema Antifraude

Em julho, o Google expandirá um programa-piloto de proteção contra fraudes em celulares Android, anteriormente testado em Singapura e Indonésia. O novo antivírus Google Play Protect bloqueará a instalação de aplicativos baixados fora da Play Store ou que solicitem permissões sensíveis, prevenindo golpes como o da mão fantasma.

Usuários interessados podem se inscrever para receber notificações automáticas sobre a atualização. Todos os aparelhos com Android 10 ou versões posteriores serão compatíveis com as novas funções de segurança.

*Com informações de Folhapress

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