Política

Paulo Roberto Costa:

Corrupção que ocorre na Petrobras acontece no país inteiro, diz ex-diretor

Paulo Roberto disse que corrupção ocorre também em portos, aeroportos e rodovias.

FOLHAPRESS

02/12/2014 - 16h50
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Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, quebrou o silêncio na CPI mista que investiga a estatal. Na sessão desta terça-feira (2), Costa pediu a palavra e anunciou que não responderia perguntas. Apesar disso, falou por cerca de três minutos, em tom de desabafo.

Em sua explanação, o ex-diretor de Abastecimento afirmou que as irregularidades não são exclusividade da estatal e elencou outros setores: "O que ocorre na Petrobras acontece no país inteiro: portos, aeroportos, hidrelétricas, ferrovias e rodovias", acusou.

Costa repetiu algumas vezes que estava arrependido e afirmou que reitera todo o conteúdo relatado na delação premiada feita ao MPF (Ministério Público Federal).

"Desde o governo Sarney, todos, todos os diretores da Petrobras e de outras, sem apoio político, não chegava a diretor. Infelizmente, aceitei. Esse cargo [diretor] me deixou onde estou hoje", disse.

O ex-diretor de Abastecimento contou que, até ocupar a diretoria, galgou espaços na estatal por competência técnica.

Ao contrário do que seu advogado anunciou, Costa responde algumas dos questionamentos de parlamentares.

Paulo Roberto Costa falou ainda sobre a delação premiada que firmou com o MP.

"Nos mais de 80 depoimentos, o que está lá eu confirmo. Provas estão existindo, sendo colocadas Falei de fatos, dados e pessoas, que virão ao conhecimento publico. Não sei quando, mas virão".

ELEIÇÕES 2024

Total de pesquisas em MS está menor, mas acende alerta de possível fraude

A 13 dias da eleição de 2020, houve 383 sondagens, já no mesmo período deste ano são 226 levantamentos, queda de 41%

23/09/2024 08h00

Eleições municipais acontecem no dia 6 de outubro em todo país

Eleições municipais acontecem no dia 6 de outubro em todo país Reprodução/ TSE

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A 13 dias das eleições municipais em Mato Grosso do Sul, pesquisa junto ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que o número de pesquisas eleitorais registradas está 41% menor para o pleito deste ano em comparação ao pleito de 2020. Enquanto há quatro anos houve um total de 383 sondagens, neste ano são 226 levantamentos.

No entanto, intensificou-se no atual processo eleitoral as pesquisas com suspeitas de irregularidades. Nas últimas semanas, foram identificadas distorções nos dados, faixas do eleitorado ignoradas nas entrevistas e até pessoas de outras cidades sendo ouvidas, com a Justiça Eleitoral chegando a derrubar inúmeras pesquisas, tanto em Campo Grande quanto nas cidades do interior.

Ainda de acordo com o TSE, em dados nacionais, das 8.282 sondagens eleitorais registradas até o momento, 30% são financiadas pelos institutos, o que acende um alerta entre pesquisadores para possibilidades de fraudes.

A avaliação de especialistas é a de que há uma série de questões estruturais que estabeleceram um cenário propício para a realização de pesquisas. Entre elas estão o aumento da escolarização de moradores do interior, a descentralização da economia, a interiorização das estruturas partidárias e o aumento da competitividade das disputas.

Esse é o caso do diretor do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa, que explicou ao Correio do Estado que, até o fim da campanha eleitoral, não acredita que o número ficará menor do que o das eleições de 2020, mas a queda registrada neste momento em relação às últimas eleições municipais se dá por alguns fatores. 

“O primeiro é o rigor para fazer o registro de uma pesquisa eleitoral. A Justiça Eleitoral está mais atenta a isso, e a multa para quem fizer coisa errada pode passar de R$ 100 mil. É uma multa pesada, e não difere se é empresa pequena, média ou grande. Nesse caso, o instituto de pesquisa que levar a multa vai ter que arcar”, destacou.

Conforme ele tem percebido, nessas eleições houve um aumento no número de empresas de pesquisas de fora que vêm registrar pesquisas eleitorais aqui em Mato Grosso do Sul – e com números bem diferentes dos que estão sendo mostrados pelas empresas locais.

“Há empresas que, por exemplo, abriram as portas há 60 dias e já estão registrando pesquisas. Então, é preciso tomar cuidado com esse tipo de instituto. Será que ele tem estrutura e conhecimento para executar um estudo desses?”, questionou.

Sobre as empresas que se autofinanciam, Barbosa alerta que o verdadeiro problema disso é que os institutos de pesquisa sobrevivem prestando serviço de pesquisa e, caso eles ofereçam esse trabalho sem cobrar nada, a empresa não ganha dinheiro.

“Então, quem é o verdadeiro contratante? Esse é o ponto, e temos alguns institutos que estão ainda tentando burlar o sistema da seguinte maneira: abre duas empresas, um instituto de pesquisa e um veículo de comunicação ou qualquer outra empresa e fica registrando pesquisas com esse CNPJ”, alertou.

 O diretor do IPR completou que, na teoria, são empresas diferentes, mas, na verdade, trata-se da mesma empresa.

“Dessa forma, o dinheiro não circula e acaba, desse modo, escondendo o verdadeiro contratante. Isso é uma coisa muito séria, e é aí que são jogados para os eleitores números totalmente conflitantes com os apurados pelos institutos sérios. E a população não sabe diferenciar e, infelizmente, acaba tornando o mercado de pesquisa algo suspeito”, analisou.

Ele reforçou que, se a empresa faz uma pesquisa correta e dentro de uma metodologia, obtém uma ideia próxima do resultado real que sairá das urnas. 

“No mundo, nos países onde há uma democracia forte, como nos Estados Unidos, por exemplo, dois norte-americanos fizeram esse estudo e, em torno de 80% das pesquisas, o porcentual de acerto foi de 80%”, revelou.

Barbosa ressaltou que o problema é que os institutos de fora fazem inúmeras artimanhas para poder fazer o jogo do contratante, e isso, acaba atrapalhando quem trabalha sério. 

“E aí desanima também o mercado, porque ficam jogando fake news, com as pessoas falando: ‘Olha, o instituto fez isso, o outro fez aquilo’. No fim, isso cria um ambiente complicado”, argumentou.

 Para finalizar, o diretor do IPR revelou que, na contramão das pesquisas registradas, as pesquisas para o consumo interno, ou seja, que não precisam ser registradas no TSE e fazem parte de estratégia dos partidos, cresceram vertiginosamente. “Agora, as pesquisas registradas realmente, devido a esses vários fatores de valores, rigor e fiscalização, estão em queda”, concluiu.

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ELEIÇÕES 2024

Filha de ex-prefeito de Coronel Sapucaia tenta ser eleita para continuar legado do pai

Najla Mariano é filha de Eurico Mariano, que já foi condenado por homicídio e desvio de recursos públicos no município

22/09/2024 13h17

A candidata a prefeita Najla Mariano e o pai dela, o ex-prefeito Eurico Mariano, que foi condenado por homicídio e desvio de recursos públicos

A candidata a prefeita Najla Mariano e o pai dela, o ex-prefeito Eurico Mariano, que foi condenado por homicídio e desvio de recursos públicos Montagem

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A política de Mato Grosso do Sul continua marcada pelas sucessões familiares na administração pública e nas eleições municipais deste ano a história pode se repetir com candidatos tentando manter a dinastia de suas famílias no comando das cidades do interior.
 
Esse é o caso de Coronel Sapucaia (MS), onde a empresária Najla Marienne Schuck Mariano, filha do ex-prefeito Eurico Mariano, busca dar continuidade ao legado da família disputando a eleição para prefeita do município pelo MDB.
 
A fama da família Mariano é bem conhecida na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, mas os integrantes estavam desaparecidos da vida pública. O retorno acontece nas eleições municipais deste ano, 20 anos depois da morte do radialista paraguaio Samuel Román, executado com 11 tiros de pistola, a mando do de Eurico Mariano.
 
O pai da candidata Najla Mariano foi condenado a 17 anos e 9 meses de prisão em 2008. Após o crime, o ex-prefeito fugiu para o Paraguai onde se escondeu por 11 anos até ser preso em pela Polícia Nacional do Paraguai, em Capitán Bado, cidade paraguaia que faz fronteira com Coronel Sapucaia.
 
Eurico Mariano era procurado pela Interpol e, no período de buscas internacionais por autoridades estrangeiras e nacionais, Najla Mariana, que foi vereadora entre 2012 e 2016, decidiu se afastar da vida pública.
 
Preso, Eurico Mariano também foi condenado por contratar “funcionários fantasmas” para a Prefeitura de Coronel Sapucaia durante a sua gestão em 2002. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), ele desviou R$ 363 mil dos cofres públicos através do esquema fraudulento de contratação de servidores.
 
A investigação apontou que o ex-prefeito realizou a contratação de servidores em cargos de confiança e que os contratados não cumpriam a carga horária de trabalho, além de devolver o salário ao prefeito e outros gestores municipais. Mesmo preso e condenado por assassinato e desvio de dinheiro público, Eurico Miranda ainda tem forte influência política no município, onde agora tenta eleger a filha.

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