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'Nobel da matemática', Medalha Fields é furtada no Rio logo após premiação

'Nobel da matemática', Medalha Fields é furtada no Rio logo após premiação

FOLHAPRESS

01/08/2018 - 20h30
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O iraniano de origem curda Caucher Birkar, 40, teve a sua Medalha Fields, considerada o 'Nobel da matemática', furtada nesta quarta (1º) após recebê-la na cerimônia de abertura do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), que ocorre no Rio de Janeiro.

Segundo a Folha de S.Paulo apurou, ele havia colocado a medalha dentro de uma pasta, junto com outros pertences. Enquanto atendia a pedidos de fotos, logo após o término da cerimônia, sua pasta foi furtada.

Nesse momento, a reportagem viu Birkar preocupado, perguntando por sua medalha, que é feita de ouro e tem cunhada em uma das faces a imagem de Arquimedes. Por causa disso, o matemático não participou da coletiva de imprensa realizada após a entrega do prêmio.

Em nota, a organização do evento lamentou o fato e disse que as imagens registradas no evento estão sendo analisadas.

O matemático é professor na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Ele nasceu em Marivan, no Irã, cidade curda bastante afetada pela guerra Irã-Iraque dos anos 1980, e estudou matemática na Universidade de Teerã antes de ir para o Reino Unido em 2000. Depois de um ano, ele recebeu o status de refugiado, tornou-se um cidadão britânico e começou seu doutorado no país.

A principal área de interesse de Birkar é a geometria birracional, campo da geometria algébrica -área que, grosso modo, estuda a interconexão entre geometria e a teoria dos números.

O anúncio dos laureados e a entrega dos prêmios pelo ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, ocorreram durante a cerimônia de abertura do ICM, no início da manhã desta quarta (1º). Trata-se do evento mais importante da matemática, que ocorre pela primeira vez na América Latina, e reúne 2.500 matemáticos de todo o mundo.

A Medalha Fields é um prêmio de características únicas. É entregue de quatro em quatro anos (junto com os congressos internacionais de matemáticos, também quadrienais) para matemáticos de até 40 anos. A cada edição, saem de duas a quatro medalhas para pesquisadores com feitos extraordinários na carreira.

Diferentemente do Nobel, que, via de regra, consagra pesquisadores em fim de carreira, a Fields dá aos seus detentores a possibilidade usufruir por décadas o imenso prestígio de tê-la recebido.

Os vencedores deste ano foram o iraniano de origem curda Caucher Birkar, 40 -vítima do roubo da medalha-, o italiano Alessio Figalli, 34, o alemão Peter Scholze, 30, e o indiano Akshay Venkatesh, 36. Os quatro passam agora a integrar o exclusivíssimo grupo de 56 matemáticos que já receberam a distinção, criada em 1936.

A esse panteão pertence o brasileiro Artur Avila, que em 2014 tornou-se o primeiro latino-americano a conquistar a medalha. Avila hoje divide seu tempo entre a Escola Técnica Federal de Zurique, na Suíça, e o Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada, no Rio), onde fez toda a sua formação.

O mais jovem dos vencedores de 2018, Scholze teve carreira meteórica. Vencedor de três medalhas de ouro e uma prata em olimpíadas internacionais de matemática, ele precisou de apenas dois anos e meio para concluir o curso de graduação e o mestrado.

Começou a ganhar notoriedade no universo de pesquisa matemática aos 22 anos, após simplificar uma prova matemática complexa da teoria dos números, de 288 para 37 páginas. Aos 24 anos, tornou-se professor titular da Universidade de Bonn, na Alemanha, onde permanece até hoje.

Especialista em geometria algébrica aritmética, ele é conhecido por capacidade de enxergar com profundidade a natureza dos fenômenos matemáticos e simplificá-los em apresentações.

Outro trajetória marcada pela precocidade é a do indiano Ashkay Venkatesh. Ele ingressou no bacharelado em matemática e física na Universidade de Western Australia, quando ainda tinha 13 anos.

Aos 20 anos, terminou o doutorado na Universidade de Princeton (EUA) e em pouco tempo se tornou professor no MIT (Massachusetts Institute of Technology), onde ocupou uma prestigiosa posição oferecida a recém-doutores de grande destaque na área de matemática pura, já assumida por pesquisadores famosos, como o americano John Nash (1928-2015).

Desde os 27 anos, é professor da Universidade Stanford e, a partir deste ano, também leciona no Instituto de Estudos Avançados, em Princeton.

Venkatesh se dedica sobretudo à teoria dos números, uma das áreas mais populares da disciplina. Carl Friedrich Gauss (1777-1855), considerado um dos maiores matemáticos da história, disse certa vez que a matemática é a rainha das ciências e a teoria dos números, a rainha das matemáticas.

Ao contrário de Scholze e Venkatesh, Alessio Figalli descobriu mais tarde o interesse pela matemática. Até o ensino médio, o italiano de Nápoles só queria saber de jogar futebol, mas um treinamento para a Olimpíada Internacional de Matemática o despertou para a disciplina.

O pesquisador concluiu seu doutorado em 2007, na École Normale Supérieure de Lyon, na França, sob a orientação de Cédric Villani, premiado com a Medalha Fields em 2010. Atualmente, Figalli é professor da Escola Técnica Federal de Zurique, na Suíça.

Sua especialidade são as equações diferenciais parciais e o cálculo de variações, área clássica da matemática com aplicações diversas na física.

A premiação em dinheiro que acompanha a Medalha Fields é modesto, pelo menos se comparada com a do Nobel, que paga cerca de US$ 1,1 milhão aos premiados. A láurea matemática dá aos seus vencedores 15 mil dólares canadenses (R$ 43 mil).

O vencedor da medalha Fields é escolhido por um comitê secreto formado por 12 matemáticos de renome -somente o nome do presidente do comitê é conhecido-, num processo que dura cerca de dois anos.

O primeiro compromisso dos laureados é no próprio ICM. No decorrer do congresso, cada um deles proferirá uma palestra sobre suas pesquisas.

No total, estão previstas na programação acadêmica cerca de 1.200 palestras, painéis de debates, comunicações e apresentações de pôsteres, num arco que cobre todas as áreas da matemática.

Além do foco acadêmico, o ICM também terá atividades voltadas à popularização da matemática, abertas ao público, como o ciclo de cinco palestras promovido pelo Impa e pelo Instituto Serrapilheira com matemáticos de destaque internacional e divulgadores da disciplina.

Durante o congresso será ainda realizada a cerimônia de premiação dos 576 medalhistas de ouro da maior competição científica do país, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, competição reúne 18,2 milhões de estudantes de escolas públicas e privadas.

ANÁLISE

Falta de recursos é desafio para combater racismo na gestão pública

Relatório feito pela Fundação Tide Setubal mapeou 913 ações municipais realizadas entre 2021 e 2023 e 157 ações estaduais implementadas em 2023

22/12/2024 12h55

Levantamento também sugere que a gestão pública atue de forma ampla a partir de seus órgãos

Levantamento também sugere que a gestão pública atue de forma ampla a partir de seus órgãos Reprodução/ABR/T.R

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Relatório feito pela Fundação Tide Setubal mapeou 913 ações municipais realizadas entre 2021 e 2023 e 157 ações estaduais implementadas em 2023, destacando discrepâncias regionais e lacunas significativas com relação às ações de combate ao racismo e promoção da igualdade pela gestão pública brasileira.

O estudo identifica avanços como a ampliação de iniciativas no campo da educação e da cultura, mas também evidencia desafios estruturais, incluindo a ausência de transversalidade nas políticas públicas e a insuficiência de recursos financeiros.

Segundo o relatório "Mapeamento de Ações de Combate ao Racismo e Promoção da Igualdade pela Gestão Pública Brasileira" as 913 ações municipais foram identificadas em 130 cidades, com uma média de 6,76 ações por município.

O destaque em números absolutos ficou com o Nordeste e o Sudeste registrou a maior média por município (10,75). Também foi identificado que apenas 3,3% das iniciativas contaram com orçamento próprio identificado, o que compromete sua sustentabilidade.

Os dados revelam também que, em 2023, os estados implementaram 157 ações, com destaque para educação (52%), cultura (27%) e segurança pública (17%), com nove ações apresentando orçamento explícito, utilizando recursos próprios, emendas parlamentares ou parcerias.

A pesquisa constatou ainda que a implementação e a continuidade das ações mapeadas enfrentam desafios, incluindo dificuldades em assegurar a execução efetiva e a falta de garantias de investimentos a longo prazo.

“Nota-se que a falta de acesso a informações técnicas relevantes nos meios de comunicação oficiais das gestões e a dificuldade em obter detalhes sobre os valores investidos nas ações também são pontos de preocupação”, diz o documento.

Mapeamento

De acordo com o professor da Universidade Estadual de Maringá, secretário executivo da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e pesquisador visitante da FGV Direito SP, Delton Felipe, o potencial do mapeamento é significativo, especialmente no que diz respeito à gestão pública nos estados e municípios, pois permite avaliar como estão trabalhando na promoção do combate ao racismo e na busca pela igualdade.

“Além disso, o mapeamento fornece material para a formação dos gestores, ajudando-os a perceber que existem iniciativas exitosas tanto no âmbito municipal quanto no estadual. Essas iniciativas podem, ainda, ser aplicadas em outras áreas, como educação, saúde, segurança pública e outras diversas áreas”, disse.

Em suas considerações finais, o relatório diz que o levantamento permite observar que há um avanço na realização de ações de combate ao racismo e promoção da igualdade racial na gestão pública brasileira.

“No entanto, ainda nos são postos alguns desafios, sobretudo ao lançarmos olhares para indicadores sociais de classe, gênero, sexualidade, deficiência e território associados aos indicadores raciais”.

O levantamento também sugere que a gestão pública atue de forma ampla a partir de seus órgãos, não ficando limitada às Secretarias de educação, assistência social, desenvolvimento social, cultura e, até mesmo, às Secretarias de igualdade racial. 

“É preciso expandir e promover ações de combate ao racismo e promoção da igualdade racial nas pastas de agropecuária e desenvolvimento rural, saneamento básico, meio ambiente e recursos naturais, desenvolvimento econômico, desenvolvimento urbano, trabalho e emprego, justiça e habitação, por exemplo”.

 

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PERIGO NA ESTRADA

Ministro do Tribunal do Trabalho de MS capota carro em ponte da BR-060

Amaury Rodrigues Pinto Junior estava acompanhado da esposa e cunhada quando saiu da pista e capotou o veículo no Estado vizinho de Mato Grosso

22/12/2024 12h07

Informações preliminares apontam que o próprio ministro é quem dirigia o veículo

Informações preliminares apontam que o próprio ministro é quem dirigia o veículo Reprodução/PRF e TRT24

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Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Amaury Rodrigues Pinto Junior acabou envolvido em um acidente e ficou ferido, após o veículo em que trafegava pela BR-060, no município mato-grossense de Rio Verde, sair da pista, cair em uma ponte e capotar. 

Conforme os portais de notícias locais do Estado vizinho, Mato Grosso, o acidente aconteceu ainda no sábado, com o ministro, que estava no carro junto de sua esposa, a juíza Izabella de Castro Ramos, e cunhada, advogada Luciana de Castro Ramos, sendo levado ao Hospital Municipal Universitário. 

Informações repassadas pelo Corpo de Bombeiros mostram que, esse acidente aconteceu próximo ao quilômetro 426 da rodovia 060, com a passageira mais velha, de 52 anos, sendo atendida fora do veículo com dores pelo abdômen e tórax e a segunda, de 48, ainda dentro do carro indicando dores no ombro. 

Além de também apresentar dores no membro superior esquerdo, o ministro indicou aos bombeiros uma dor que sentia em sua perna esquerda, além de apresentar um hematoma na região da cabeça. 

Informações preliminares apontam que o próprio ministro é quem dirigia o veículo e, consciente e orientado, a assessoria do Tribunal indicou que Amaury já estava verbalizando e com sinais estáveis no início da manhã de hoje. 

Quem é o ministro? 

Natural de Curitiba (PR), Amaury nasceu em 13 de novembro de 1963, bacharelado no fim de 1988, pela Faculdade de Direito de sua cidade natal. 

Doutor no seguimento pela Universidade de São Paulo (USP), começou na magistratura trabalhista em 1989, sendo Juiz do Trabalho Substituto do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF). 

Sua ligação com Mato Grosso do Sul começou já em março de 1991, quando promovido a Juiz Presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de Mundo Novo (MS), se removendo para a 2ª Junta de Conciliação e Julgamento de Campo Grande em março/1992, segundo biografia junto ao TST. 

Sua posse como  Ministro do Tribunal Superior do Trabalho aconteceu em 21 de julho de 2021, quando exercia o cargo de presidente do TRT24, da região de Mato Grosso do Sul. 

 

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