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A ostentação do funk em festas da Capital

A ostentação do funk em festas da Capital

EDUARDO FREGATTO

18/02/2014 - 11h45
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Foi-se o tempo em que o funk se limitava a retratar a juventude do Rio de Janeiro. Ao embalo do “funk ostentação”, o controverso gênero musical de batidas fortes e letras ousadas deixa de ser importado para ganhar representantes regionais, com letras e atitudes próprias.

Há três anos, o Funk de Roda é evento certo em Campo Grande. Ao menos uma vez por mês, os funkeiros e os fãs do ritmo se reúnem na festa que revela talentos locais e traz artistas renomados, como no domingo passado, quando 1.500 pessoas foram assistir ao show do carioca Mc Magrinho, um dos astros do gênero.

Atualmente, a festa acontece em uma casa de shows localizada no bairro Santo Antônio, todos promovidos pelo produtor de eventos Jean Paçoka, 23 anos.

Apaixonado pelo  funk, Jean alega ter trazido o estilo musical para a Capital. “Eu vi uma Roda de Funk que acontece em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e resolvi fazer algo parecido aqui”, relata. “De lá para cá, o público só cresceu”.

Jean responde atualmente por cerca de trinta funkeiros, todos de Mato Grosso do Sul.

Alguns são tão famosos que têm fã-clube.

Mc Teio, Mc Dóllar, os gêmeos da ostentação Igor e Valentim, Mc Granfino, Mc Niel e Mc Peruzzo são apenas  alguns dos nomes que se destacam na Capital, com shows marcados no interior e página de fãs na Internet. As meninas campo-grandenses, por enquanto, não aderiram ao gênero, pelo menos como  Mc.

Da baixada
O adolescente Gabriel Matheus Vieira da Cruz, 19 anos, terminou o Ensino Médio e se prepara para se alistar no serviço militar. “Tenho curso de inglês e informática também”, destaca, preocupado com o mercado de trabalho como qualquer outro jovem de sua idade.

Gabriel busca oportunidades, mas também pode se orgulhar por já ser um artista conhecido em Campo Grande. Nas noites, o adolescente atende pelo nome artístico de Mc Gabriel da Baixada, e é um dos funkeiros mais reconhecidos da Capital.

Na rede social Facebook, a página oficial de Mc Gabriel coleciona 2.125 seguidores, e tem até fã-clube. “Uma menina tatuou o meu nome”, revela, como quem está acostumado com a fama. “As pessoas me param, pedem para tirar foto”.

A vida de celebridade dá ânimo para Gabriel continuar cantando enquanto não entra para o quartel. “O funk não me sustenta, não dá para viver disso aqui”, admite.

Mc Gabriel  veio de Santos (SP), mais precisamente da Baixada Santista. “Me mudei para Campo Grande faz dois anos, sou da Baixada, foi lá que conheci o funk”, explica. “Meu padrinho do funk, o MC Primo, morreu, mas me ensinou tudo”.

Ostentação
Febre em todo o Brasil, o funk ostentação está levando o gênero a um novo patamar em questão de reconhecimento e aceitação do público. Ao menos é nisso que os funkeiros acreditam.

“O Guime foi ao Programa do Faustão”, afirma Jean,  confiante ao citar o reconhecimento de um dos maiores nomes do funk de ostentação, o paulista Mc Guime. “As coisas estão mudando”, aposta.

As letras de ostentação celebram marcas famosas de carros, motos, óculos, bonés, relógios, peças de roupa, destacando o  luxo e o dinheiro. Os temas mais polêmicos, como violência e sexo, são deixados de lado ou citados de maneira superficial.

Em “Tudo o que elas gosta”, funk autoral de Gabriel da Baixada e sucesso na Internet, com mais de 5 mil downloads, o funkeiro promete relógios caros e um carro com teto solar para agradar às garotas.

“A gente começou copiando os clipes americanos de rap e hip hop”, afirma Mc Gabriel, ao falar de sua inspiração.

“Nós falamos dessas marcas, mas não temos nada dessas coisas. Só so funkeiros de Rio e São Paulo estão conseguindo ganhar tanto dinheiro”.

Preconceito
O funk é criticado e marginalizado, seja por suas letras explícitas ou produção simples. “As pessoas acham que eu mexo com drogas, mas eu nunca fiz nada disso”, defende-se Mc Gabriel.

O produtor Jean Paçoka prefere não comentar os ataques que sofre por promover o funk na cidade. “Eu já tenho um público grande. O pessoal que critica, prefiro  ignorar”.
Apesar das críticas, o funk carioca já foi reconhecido até no exterior.

O som da funkeira Deise Tigrona, por exemplo, causou tanto impacto que até hoje é referência para grandes nomes da música, como para o produtor norte-americano Diplo (que já trabalhou com Katy Perry e Britney Spears) e para a elogiada rapper britância M.I.A. Ambos têm músicas de sucesso inspiradas no funk carioca e no trabalho de Deise.

Mc Gabriel é otimista. “Hoje eu canto em bares que não deixavam que me apresentasse. Todos estão ouvindo o funk”, comemora.

Aviação

Hangar do Campo de Marte tem 'ordem de despejo' após uma disputa de duas décadas

Foi nele que no dia 7 de agosto, a Polícia Civil apreendeu um avião que fazia parte da frota utilizada por traficantes do Primeiro Comando da Capital

08/09/2024 09h00

Divulgação Infraero

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Faz 22 anos que a disputa se arrasta na 4ª Vara Civil Federal de São Paulo: a Tucson Aviação diz que não pode ser despejada porque presta um serviço que não pode ser licitado pelo governo e porque sofreria prejuízos irreparáveis. Há mais de duas décadas ocupa um hangar de 3,8 mil m² no Aeroporto de Campo de Marte de São Paulo, na zona norte da capital paulista, sem nenhum contrato.

Foi nele que no último dia 7 de agosto a Polícia Civil apreendeu um avião que seria de uma frota usada por traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para transportar cocaína. Agora, a Justiça decidiu que a Tucson terá de sair de lá.

O lugar, antes gerido pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), foi concedido à PRS Aeroportos S.A. em março de 2023, que obteve em agosto a decisão de reintegração de posse da área, suspendendo uma liminar em vigor desde fevereiro de 2003. O imbróglio do hangar, um dos maiores do Campo de Marte, envolve ainda um personagem conhecido do mundo dos negócios: o empresário Marco Antônio Audi, que esteve ligado à tentativa de salvar a Varig da falência no começo dos anos 2000

VARIGLOG E LULA

Audi era um dos sócios da Volo do Brasil, que comprara a VarigLog, braço que cuidava do transporte de cargas da Varig. Acabaria destituído da empresa porque a Justiça entendeu que ele acobertava o chinês Lap Chan e o fundo Matlin Patterson para driblar a legislação que estabelecia que empresas aéreas com rota doméstica tinham de ser controladas por brasileiros.

Convocado para depor no Senado, Audi revelou ter pago ao advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, US$ 5 milhões para "remover obstáculos da venda da VarigLog para a Volo do Brasil" - a VarigLog entraria em recuperação judicial em 2009 e iria à falência em 2012. Procurado, Teixeira não comentou as declarações de Audi.

Já naquela época, Audi enfrentava uma batalha com a Infraero pela posse do hangar no Campo de Marte. Em 1999, sua empresa, a Tucson, havia assinado um acordo com a estatal dos aeroportos para renovar a concessão da área - desde 1972 o empresário, que representava no Brasil o fabricante dos helicópteros Robinson, trabalhava no Campo de Marte.

O contrato venceu em 2002 e não foi renovado pela Infraero, que pediu à Tucson que desocupasse o hangar. E concedeu um prazo de dez dias.

A empresa entrou na Justiça para impedir o despejo. Alegava ser responsável por 400 empregos e pela manutenção de mais de 300 helicópteros no País de 25 tipos diferentes. Pedia a prorrogação do contrato para evitar riscos insanáveis e obteve o direito de permanecer no lugar sem contrato. E afirmava que o serviço prestado pela empresa não era sujeito à licitação em razão do nível técnico avançado. Chegou, inclusive, a pagar parte dos débitos atrasados com a Infraero para conseguir convencer a Justiça.

Em 28 de agosto de 2008, a juíza Taís Borges Ferracini Gurgel decidiu contra a Tucson. Segundo ela, não fora a inadimplência, mas o fim do contrato que levou à reintegração de posse da área do hangar em favor da Infraero. E, mesmo que a estatal quisesse prorrogar o contrato, ela teria de licitar novamente a área. Em 2015, no entanto, a desembargadora Alda Bastos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), acolheu recurso de Audi, que dizia ter havido cerceamento de sua defesa, e anulou a sentença anterior da juíza.

Durante esses anos, a empresa acumulou dívidas com o governo por não pagar o aluguel do terreno onde estava o hangar e porque não recolheria impostos. As dívidas chegaram a R$ 165 milhões. Só em 2023, a Infraero pediu à 4.ª Vara Federal que reconhecesse que todas as provas já haviam sido produzidas no caso e que o sentenciasse.

NOVO CAPÍTULO

No mesmo ano, a Infraero concedeu o Campo de Marte à empresa PRS Aeroportos por 30 anos. Foi a PRS que entrou com novo pedido para que a Tucson desocupasse o hangar. E deu prazo de dez dias.

Audi mais uma vez recorreu. Estava então inadimplente havia dois anos, segundo a ação movida pela PRS. Até que a juíza Raquel Fernandez Perrin deferiu o pedido da concessionária. "Em razão da alteração do contexto fático jurídico, entendo que não subsiste amparo legal à manutenção da liminar."

A defesa da Tucson embargou a nova decisão para que o TRF-3 mais uma vez decidisse se a empresa poderia permanecer em uma área pública concedida sem contrato e sem pagar nada. O capítulo mais recente da disputa ocorreu na sexta-feira, quando o desembargador Marcelo Saraiva, do tribunal, negou os embargos da empresa e confirmou a decisão que obriga a Tucson a desocupar o hangar.

"Restou, portanto, claramente evidenciado que a Tucson ocupa indevidamente área de propriedade da União - e ora concedida à requerente - há mais de 20 (vinte) anos, baseada em decisão precária, cujos requisitos legitimadores, mais do que não estarem presentes, estão sendo claramente descumpridos", concluiu o magistrado.

PCC. Foi nesse mesmo hangar que no dia 7 de agosto, agentes do 30.º Distrito Policial (Tatuapé), sob o comando do delegado Marcos Galli Casseb, apreenderam o avião Bandeirante Embraer EMB-110, que pertenceria a uma frota comprada por traficantes ligados ao PCC.

A aeronave, avaliada em R$ 5 milhões, que permanece no hangar, está registrada em nome do piloto Pablito Baena Castilho e era operada pela Bimava Táxi Aéreo. De acordo com as investigações da polícia, o piloto teria vínculo com um narcotraficante que transportava cocaína para cartéis mexicanos e foi alvo da Operação Terra Fértil da Polícia Federal, feita em julho.

A TUCSON

O advogado Nilton Severi, que defende a Tucson no processo, afirma que, por exercer um serviço operacional, a empresa tem direito a renovações de contrato, independentemente de licitação Ele se ampara no artigo 40 do Código Brasileiro de Aeronáutica, que prevê que "dispensa-se do regime de concorrência pública a utilização de áreas aeroportuárias pelos prestadores de serviços aéreos, para suas instalações de despacho, escritório, oficina e depósito ou para abrigo, reparação e abastecimento de aeronaves"

A Tucson contesta a ordem para desocupar o imóvel porque ela foi tomada em uma ação movida em separado pela PRS. "A empresa teria de ir aos processos que já estão em curso e não promover uma nova ação", afirma o advogado. "Não houve alteração fática, a não ser a substituição da Infraero pela PRS, que justifique a desocupação." Outro ponto questionado é que o espaço foi concedido à PRS antes da conclusão dos processos principais, ou seja, em meio ao imbróglio judicial. Todas as ações foram reunidas para julgamento conjunto na 4.ª Turma do TRF-3.

O advogado nega que a Tucson esteja inadimplente. Ele afirma que a empresa depositou mais de R$ 2 milhões em uma conta judicial a título de locação pelo hangar. Os valores levam em conta a correção pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), conforme previa inicialmente o contrato, hoje vencido, mas a Infraero vem defendendo que o montante está muito abaixo do valor praticado.

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Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (8) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Máximas beiram os 40°C em todo o estado

08/09/2024 04h30

Ar seco segue em todo o MS

Ar seco segue em todo o MS Álvaro Rezende / Correio do Estado

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Neste domingo (8), a previsão indica que o tempo permanece firme com sol e poucas nuvens no estado do Mato Grosso do Sul. Essa situação meteorológica ocorre devido a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica que atua como um bloqueio atmosférico, inibindo a formação de nuvens favorecendo o tempo quente e seco no Estado.

Durante o período da tarde, a umidade relativa do ar fica muito baixa, em torno de 5% e 20%. Por isso recomenda-se beber bastante líquido, evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia e umidificar os ambientes.

Além disso, as condições meteorológicas previstas, de tempo quente e seco, tornam o ambiente atmosférico favorável para a ocorrência de incêndios florestais. Desta forma, recomenda-se que a população não ateie fogo em nenhuma situação. 

Os ventos atuam do quadrante norte com valores entre 40 km/h e 60 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 25°C e máxima de 38°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 23°C e 41°C. 
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 24°C e a máxima de 41°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 23°C e máxima de 39°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 21°C e 38°C. 
  • Anaurilândia terá mínima de 21°C e máxima de 39°C. 
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 20°C e máxima de 39°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 22°C e 35°C. 
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 20°C e máxima de 38°C. 

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