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Ações pontuais não resolvem enchentes em Campo Grande, aponta especialista

Com o crescimento acelerado da Capital, seria necessário uma série de ações conjuntas para minimizar os impactos das chuvas

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Campo Grande tem alguns pontos críticos de inundações durante a época das chuvas. No entanto, para minimizar esses impactos, uma série de ações seriam necessárias, e não apenas medidas estruturais pontuais. Segundo o professor doutor Paulo Tarso Sanches, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a engenharia pode auxiliar nessas soluções. 

Entre as opções estão a construção de barragens e de bacias de retenção, o aumento de canais, galerias de drenagem, pavimentação permeável e até a limpeza das bocas de lobo. Essas ações podem ser executadas pelo poder público em locais críticos da cidade, para diminuir os impactos das chuvas. 

Na Avenida Ernesto Geisel, por exemplo, estão sendo feitas obras de aumento do canal, o que tem diminuído o impacto das chuvas na região, que sofria com constantes alagamentos. “Você pode barrar a água, represar ela ou aumentar o canal, que assim vai comportar mais água por segundo”, informa o doutorando em tecnologias ambientais Leonardo de Souza. 

No entanto, Paulo Tarso alerta que, além dessas intervenções terem um alto custo financeiro, a maioria das áreas que necessitam de obras para minimizar o impacto das chuvas já está ocupada pela população e, além das ações de engenharia, seria necessária também a desapropriação. 

“Nós temos vários córregos urbanos e tem áreas de ocupação nas vertentes, bem urbanizadas. Os problemas vão ocorrer nessas áreas próximas aos rios em termos de inundação. O alagamento é causado por problemas na microdrenagem, que muitas vezes não é feita de forma adequada”, comenta o professor. 

Em alguns pontos da Capital, como na Rua Rui Barbosa, durante as obras de implementação do corredor de ônibus, todo o asfalto foi quebrado e foi feita a troca das galerias de drenagem por tubos maiores, que vão conseguir carregar mais água por segundo e, assim, secar a via mais rapidamente. 

Locais onde não há asfalto também são pontos frequentes de alagamentos em Campo Grande. O que ocorre nesses casos é que, apesar de não ter algum material que dificulte a permeabilidade do solo, as ruas não são niveladas e a água fica represada em alguns locais por não ter para onde escorrer, formando grandes poças. 

ESTUDOS 

O professor Paulo Tarso participou de um estudo que simulou os piores cenários climáticos com os melhores cenários de obras de engenharia para conter os impactos negativos das chuvas, e em nenhuma das situações houve um efeito negativo zerado. 

"É uma combinação de ambos. É desde o proprietário, do morador, da iniciativa privada, cada um fazer sua parte, mas também o órgão público fazer a dele. É um conjunto”, relata. 

O professor também afirma que parcerias entre universidades e o poder público poderiam ajudar em tomadas de decisões e em iniciativas como aplicativos que avisam sobre chuvas intensas em áreas de risco. 

O Laboratório Heros, da UFMS, tem aparelhos, sensores e câmeras que medem o nível da água das chuvas e ajudam a simular situações de impacto em toda uma região de bacia hidrográfica. 

“A gente pode estudar, fornecer as informações, fornecer os modelos, e com isso o poder público começa a tomar decisões de políticas públicas. Isso é algo que a gente tem buscado, ter um contato próximo com a prefeitura, tentado desenvolver isso juntos”, declara Paulo. 

Um convênio entre os pesquisadores e a prefeitura está em andamento, mas ainda não foi concluído. 

LAGO DO AMOR 

Na quarta-feira (8), o Lago do Amor voltou a inundar a Avenida Senador Filinto Muller, após cerca de duas horas de chuvas intensas na região. De acordo com o levantamento feito pela estação de medição pluvial na UFMS, choveu 62 mm na ocasião naquele local. 

A cratera na ciclovia da avenida, aberta há dois meses por conta de fortes chuvas, aumentou após as precipitações de quarta-feira. Até os cavaletes colocados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) caíram no buraco. 

PREVISÃO DO TEMPO 

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para os próximos dias é de nuvens e de pancadas de chuva com trovoadas até o dia 21. No entanto, o instituto informa que a previsão para março, abril e maio é de precipitação abaixo da média climatológica. 

O valor esperado para março é de 136,8 mm, porém, até ontem já foi registrado um acumulado de 103 mm. Em 2022, foi registrada média de 211 mm no mês.

O mês de fevereiro deste ano registrou o maior volume de chuvas dos últimos anos, com 242,2 mm de precipitação. No ano passado, choveu 73,2 mm em fevereiro, e em 2021, 116,2 mm. 

Já no primeiro mês do ano, a Capital teve 328,6 mm de chuvas, enquanto no ano passado foram 116,2 mm, e em 2021, 383,6 mm.

Saiba: Entre as soluções contra inundações e alagamentos estão medidas não estruturais, que não envolvem obras, mas sim leis e decretos para manutenção de áreas verdes em locais que ainda não estão 100% urbanizados.

Além disso, outra iniciativa particular é um sistema de coleta de água nas residências. “A gente pode incentivar que cada pessoa consiga fazer infiltração no seu lote ou reserva. Por exemplo, eu coleto a água da chuva e infiltro ela no solo”, exemplifica Paulo Tarso.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

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