Cidades

Investigação

Advogado de PMs que mataram vereador querem julgamento na justiça militar

O crime aconteceu no final da tarde de ontem, após o ex-vereador entrar em discussão com o ex-prefeito Douglas Figueiredo e também com o atual prefeito do município.

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Após um desentendimento com o ex-prefeito Douglas Figueiredo, o ex-vereador Wander Alves Meleiro, mais conhecido como 'Dinho Vital', de 40 anos, foi morto por policiais militares à paisana durante uma confraternização no final da tarde de ontem (9), em uma chácara próxima à BR-262, no município de Anastácio, a 137 quilômetros de Campo Grande.

O caso foi registrado na Polícia Civil do município, mas pode ser encaminhado á Polícia Militar para que inicie a investigação. Em nota, a corporação informou que todos os procedimentos legais foram seguidos e os policiais envolvidos já prestaram depoimento. 

Segundo o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, a cidade de Anastácio celebrava o 59º aniversário de sua municipalização. A vítima estava presente no evento e, em determinado momento, sob efeito de álcool, começou a proferir ameaças ao ex-prefeito Douglas Figueiredo.

O nervosismo de Dinho foi porque durante o evento, o atual prefeito da cidade, Nildo Alves de Albres, anunciou que lançaria Douglas como pré-candidato à prefeitura.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram momentos em que Dinho confronta o ex-prefeito. Em seguida, ele é contido por amigos e familiares. No entanto, posteriormente, passou a ameaçar todos os presentes na festa, afirmando que retornaria armado.

Ainda acordo com o registro policial, por volta das 16h, o ex-vereador voltou armado e os dois policiais militares, que segundo testemunhas, eram seguranças do local, se aproximaram do ex-vereador. Descontrolado com a situação, o Dinho apontou a arma para os policiais e efetuou disparos. Em defesa, os militares também atiraram no ex-vereador. 

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, Dinho tentou correr para trás do veículo, mas caiu ao solo, não resistindo aos ferimentos, morrendo no local.

Ao Correio do Estado, o advogado dos policiais, Lucas Arguello, afirmou que os militares estavam na festa, um como convidado e o outro auxiliando a banda de música, quando foram acionados para intervir. Ambos já foram ouvidos e entregaram suas armas à corporação.

“Os policiais não tem nada a ver com a situação. Ambos estavam no evento curtindo o aniversário da cidade e em determinado momento, eles realizaram a defesa dos convidados do evento por conta da alteração do ex-vereador”, relatou para a reportagem 

“Segundo testemunhas em que conversei no local, Dinho saiu da chácara alterado. Em determinado momento, a esposa do ex-vereador entrou em contato com uma amiga dizendo, ‘sai daí que o Dinho vai fazer cagada’. Os policiais que estavam a paisana, ficaram preocupados com as crianças e as famílias que estavam no evento e foram para a entrada da chácara”, detalhou 
 

A reportagem entrou em contato também com a assessoria de Douglas Figueiredo, que afirmou ao Correio do Estado que o ex-prefeito está completamente abalado.

“Estão dizendo que ele discutiu com Dinho, o que não é verdade. O ex-vereador ficou bravo com o discurso do prefeito Nildo Albres e começou a se alterar com todo mundo. No vídeo que está sendo compartilhado nas redes sociais dá para ver que Douglas está sentado olhando a confusão. Ele lamenta pela tragédia que ocorreu e vale destacar que o episódio aconteceu depois que Douglas foi embora da chácara".

Os procedimentos legais foram tomados, afirma a Polícia Militar. 

Em nota, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul informou que durante festa em comemoração ao aniversário de Anastácio, dois policiais militares de folga foram acionados por participantes para intervirem em uma ocorrência em que havia uma pessoa armada. 

“Os policiais se deslocaram até o local, identificaram a pessoa armada com uma pistola, anunciaram que eram policiais militares e ordenaram que o homem colocasse a arma no chão, mesmo assim o homem não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais, diante do risco de vida dos policiais e de terceiros, eles efetuaram disparos contra o homem armado".

Eles ainda relataram que "todos os procedimentos legais foram tomados, as providências de Polícia Judiciária Militar foram realizadas, a perícia técnica do Estado foi acionada recolhendo todos os indícios e vestígios e a ação será investigada por meio de um Inquérito Policial Militar", finalizou a nota.

 

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EM CRISE

Fundo para financiar transporte coletivo da Capital pode nem sair do papel

Idealizado em outubro pela Câmara Municipal, projeto está em análise e corre risco de ser inconstitucional, diz especialista

10/12/2025 09h00

Usuários do transporte coletivo podem não ter ônibus a partir de segunda-feira, caso ameaça de greve se concretize

Usuários do transporte coletivo podem não ter ônibus a partir de segunda-feira, caso ameaça de greve se concretize Gerson Oliveira

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Idealizado pela Câmara Municipal de Campo Grande visando levar segurança financeira ao transporte público da Capital, o Fundo Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (FMMUT) pode nem sair do papel por correr risco de ser inconstitucional, segundo especialista em Direito entrevistado pelo Correio do Estado.

Em 23 de outubro, um dia depois dos motoristas pararem por 1 hora e 30 minutos a circulação dos ônibus em Campo Grande, a Casa de Leis criou o Projeto de Lei nº. 12.127/2025. Conforme consta no texto que define detalhes sobre o fundo, o objetivo dele é “assegurar a captação, gestão e aplicação de recursos destinados à execução de políticas públicas voltadas à mobilidade urbana, ao transporte coletivo e à infraestrutura viária”.

Contudo, segundo o professor de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Sandro Rogério Monteiro de Oliveira, o projeto tem um teor do chamado vício de iniciativa, que é quando um projeto de lei é criado por quem não tem a prerrogativa constitucional para tal, sendo reservada essa prerrogativa a um dos Poderes (Executivo, Legislativo ou Judiciário).

“Em tese tem vício de iniciativa, deveria ser de iniciativa do Executivo Municipal”, afirma.

O especialista também chama a atenção para a ausência de justificativa legal para o projeto virar lei. Nas justificativas presentes no projeto, o presidente da Câmara Municipal, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), cita a importância do Fundo para o transporte público de Campo Grande e o contexto atual de necessidade urgente do projeto ser aprovado, mas não cita leis ou outras normas.

“Com o Fundo, o Município passa a dispor de um instrumento permanente de financiamento e de planejamento estratégico, capaz de garantir maior estabilidade e autonomia à gestão pública da mobilidade”, diz Papy em uma das justificativas, além de acrescentar que o transporte coletivo enfrenta dificuldades financeiras e operacionais.

Caso seja comprovado o vício de iniciativa por parte da Casa de Leis, Sandro afirma que “haveria necessidade de intervenção judicial provocado pelo Executivo Municipal”.

À reportagem, a Câmara Municipal disse que o projeto segue em tramitação para “conhecimento das Comissões Permanentes”, para que depois seja levado à votação no plenário. Porém, segundo informações obtidas pela reportagem, o projeto não foi à votação porque a Procuradoria Jurídica da Casa analisa a legalidade da iniciativa. Caso seja deliberada sua aprovação, o Fundo vai entrar em vigor dentro de 90 dias a partir de sua publicação.

DETALHES

Segundo o texto do projeto em tramitação na Câmara, a ideia é que o Fundo seja gerido por um Comitê Gestor, que será formado por representantes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), além de pessoas da sociedade civil ligadas ao tema.

Ao todo, as receitas do Fundo poderão ser provenientes de nove espaços diferentes, a maioria ligados a atividades e projetos públicos relacionados à mobilidade urbana e ao transporte público. Ademais, recursos oriundos dos executivos Municipal, estadual e federal também poderão compor a ferramenta.

O projeto prevê também que no final de cada trimestre, o comitê gestor seja responsável por emitir um relatório de gestão e aplicação de recursos, que deverá conter: a origem e destinação dos recursos; os projetos e ações financiados; os resultados obtidos e indicadores de desempenho; e o saldo financeiro e a execução orçamentária do Fundo.

Além disso, a movimentação financeira e as aplicações do Fundo deverão ser publicadas mensalmente no Portal da Transparência do Município.

A Casa de Leis ainda deixa claro que, caso o Fundo seja extinto, o “saldo remanescente será transferido ao Tesouro Municipal, após a quitação de todas as obrigações e compromissos assumidos”.

CRISE

Na sexta-feira, o Consórcio Guaicurus, responsável pela administração do transporte público de Campo Grande desde 2012, anunciou que está em crise financeira, sob alegação de inadimplência do poder público acerca dos repasses, que beiram os R$ 35,8 milhões anuais (R$ 22,8 milhões do Município e R$ 13 milhões do Estado).

Segundo o comunicado da empresa, as consequências da suposta dívida serão o não pagamento dos direitos dos motoristas dos ônibus, já que os vencimentos de dezembro (salário, vale e 13º) devem atrasar.

Como informado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrios Freitas, ao Correio do Estado, essa situação do Consórcio pode colocar em risco a circulação do transporte público, já que uma paralisação está em debate pela categoria.

Na semana passada, o governo do Estado já havia dito que estava em dia com o acordado no convênio. Ontem, a Prefeitura retornou os contatos feitos pela reportagem e também disse que está adimplente com suas obrigações financeiras previstas no contrato, ou seja, contrariando a versão dada inicialmente pelo Consórcio. Além disso, prestou esclarecimentos sobre uma possível greve dos motoristas perante a situação.

“Em relação à possibilidade de interrupção dos serviços de transporte público, o Município não foi informado previamente sobre possível paralisação ou greve geral, estando tal movimento suscetível a sanções contratuais previstas”, afirma o Executivo Municipal em resposta enviada ao Correio do Estado.

Porém, em mais uma guerra de narrativas, o Consórcio Guaicurus informou que o valor da dívida a curto prazo do poder público é de R$ 13,2 milhões, o que corresponde a pouco mais de um terço do repasse total. Também, a empresa disse que R$ 7.215.313,96 desse montante “representam apenas a quantia mais recente e urgente da dívida pendente”.

*SAIBA

Os motoristas de ônibus fazem amanhã assembleia para decidirem detalhes sobre a greve, incluindo a data. Conforme dito pelo presidente do sindicato, há risco de os ônibus não circularem na segunda-feira.

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TRAGÉDIA

Homem morre após bater em traseira de carreta e ter carro esmagado

Acidente aconteceu na noite desta terça-feira (9), vítima estava em um Ford Fiesta

10/12/2025 08h45

Acidente aconteceu na noite desta terça-feira (9), vítima tinha 54 anos

Acidente aconteceu na noite desta terça-feira (9), vítima tinha 54 anos Reprodução: Jornal da Nova

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Um acidente fatal registrado na noite de terça-feira (9) na rodovia MS-267, em Nova Andradina, resultou na morte de Marcos Alves de Souza, 54 anos, morador de Garça (SP). Ele conduzia um Ford Fiesta quando colidiu violentamente contra a traseira de uma carreta bitrem que seguia no mesmo sentido da via.

A Polícia Civil foi acionada após comunicação da PRF de Nova Casa Verde sobre a ocorrência. No trecho indicado, os investigadores constataram que ambos os veículos trafegavam na mesma direção no momento da colisão. Com o impacto extremamente forte, o Fiesta ficou totalmente destruído. Marcos não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local, antes da chegada da equipe de resgate.

De acordo com informações do portal Dourados Agora, o motorista da carreta relatou que, inicialmente, sentiu apenas uma leve oscilação na carroceria e não percebeu que havia sido atingido. Ele só parou o caminhão cerca de 500 metros à frente, ao notar que algo estava errado.

Segundo o boletim de ocorrência, os elementos apurados até agora indicam que o acidente pode ter sido provocado pelo próprio condutor do Fiesta. A Polícia Civil segue investigando o caso, e o laudo pericial deverá apontar as circunstâncias finais da batida.

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