A segunda-feira foi dia de tirar do armário antigas faixas usadas por moradores da Avenida Ernesto Geisel, por quatro anos, sempre que o Rio Anhanduí transborda. Os objetos, fixados nas margens do rio, são uma maneira de chamar a atenção para o problema que persiste: o alagamento das residências e comércios, na altura do Bairro Marcos Roberto, próximo da Avenida Bom Sucesso. Os moradores cobram uma solução da Prefeitura de Campo Grande e contabilizam prejuízos. A chuva não foi tão forte na região do Rio Anhanduí. No entanto, ele é formado pela água dos córregos Prosa e Segredo, cujas cabeceiras foram as mais atingidas pelo temporal. O rio saiu da caixa e invadiu as edificações. Na tapeçaria de Ubaldino Simões de Lima e Wilma Lopes da Silva, parte do material de trabalho ficou submersa e a água chegou aos veículos Fusca e Santana que estavam estacionados no quintal. “Eu mesma coloquei a faixa, que já estava pronta desde a primeira vez que transbordou. Todo verão acontece isso. A gente não pode trabalhar tranquilo desse jeito”, lamentou a moradora. Eles moram no local há dez anos e, desde 2005 a situação se agravou. “Minha casa está cheirando mal, porque a água é muito suja. O jeito será lavar tudo com água sanitária”. Ponte Para Ubaldino, o problema está na altura da ponte de concreto da Rua Bom Sucesso, que liga as margens do rio. “A água vem com força, mas ali vira um funil. O viaduto não deixa a água passar que, represada, vai para o asfalto e para as casas. A solução seria aumentar a ponte ou a profundidade do Anahanduí”. No comércio ao lado, uma garagem de veículos, a manhã também foi de limpeza. A água entrou em vários carros estacionados no estabelecimento e fez rodar motocicletas. “Para mandar lavar e limpar cada carro são cerca de R$ 200. Nem sei se estão todos funcionando. É a terceira vez que acontece isso”, afirmou Noemia Carneiro de Almeida, mãe do proprietário da loja, que mora no Bairro Oliveira I, mas foi até a casa do filho para ajudar na faxina. (ST)