O sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande (Sinte/PMCG) afirmou que a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) não tem compromisso com a população da Capital porque, além de não pagar o adicional de insalubridade da categoria, também não oferece condições dignas de trabalho para os profissionais.
Em entrevista coletiva, na tarde desta terça-feira (28), uma das enfermeiras que faz parte do sindicato, mas preferiu não se identificar, disse que para trabalhar, muitas vezes é preciso levar o próprio material como insumos e equipamentos para poder trabalhar.
"Às vezes não tem aparelhos para aferir a pressão, temperatura, oximetria, são diversos aparelhos que deveriam ser fornecidos pela gestão e não são. Os profissionais compram do próprio bolso para levar", afirmou a profissional.
O sindicato aponta que se os aparelhos e insumos não forem comprados pelos profissionais, os pacientes não terão atendimento dentro dos parâmetros esperados, embora reconheçam que muitas vezes a qualidade é comprometida mesmo com os esforços dos trabalhadores.
"Infelizmente o nosso serviço de saúde, tanto na questão básica quanto na urgência e emergência é deplorável. Nós não temos a mínima condição de estrutura para realizar um serviço de qualidade e excelência", destaca a enfermeira.
Por sua vez, o presidente do sindicato, Ângelo Macedo, relembrou que durante a audiência de prestação de contas da Prefeitura de Campo Grande na Câmara Municipal, o secretário da Saúde Municipal, Sandro Benites afirmou que a pasta fez investimentos na área.
"Eu questionei o secretário para onde foram esses investimentos. Em qual unidade? Em qual serviço da Sesau que a gente pode ser essa excelência?", contou.
Diante desta situação, o sindicato irá realizar, nesta quarta-feira (28), uma assembleia com a categoria para decidir por uma nova greve. Também será proposto que os profissionais adotem o procedimento operacional padrão para os atendimentos.
Assim, as equipes de enfermagem irão precisar trabalhar estritamente dentro das suas atribuições, sem fazer um desdobramento para estancar os problemas estruturais das unidades
De acordo com o presidente do sindicato, todos os atendimentos deverão ser realizados com os insumos e materiais já existentes, sem que o profissional tenha que desembolsar valores para sanar a falta de qualquer item.
"Um dos motes da greve é 'o que estava ruim, piorou' e trabalhando dentro do POP [procedimento operacional padrão], a população vai ser como realmente está a saúde na cidade", concluiu Macedo.




